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Modulagao: uma visao geral (TEXTO AINDA EM FASE DE ELABORAGAO) Hudson Lacerda (2011) * Introdugao ** Medindo distincias ~ Circulo das quintas + Tabelas das regides * Etapas da modulagdo -+ Tom inicial = Acordes comuns aos tons de partida e chegada ~ Acorde modulante + Estabelecimento do novo tom e eadéncia * Modulagdo entre tons relativos (paralelos) + Neutralizagdo dos sons de trajeto obrigat6rio (pontos de giro) * Modulagao entre tons vizinhos (1° setor do efrculo das quintas) — Uso de acordes alterados e tonalidades intermedisrias na modulagio * Modulagdo pela relagao entre tons hombnimos (3° ¢ 4° setores do efrculo das quintas) * Modulagao por decomposicio do trajeto (2° e demais setores do cfrculo das quintas) [Inctuir exemplos enriquecidos por desvios (1° mov. Sonata III violino Bach)] * Modulagao através de acordes errantes ** Modulagao stibita Schoenberg, Harmonia, p. 402: «[..] Os antigos mestres limitavam-se, em geral - mesmo nas partes correspondentes aos desenvolvimento modular somente as tonalidades mais afins. Modulagdes a tonalidades remotas, pelo contririo, apresentam-se com freqiiéncia através de meios bruscos, inesperadamente, sem preparago harmOnica, como surpresa (Beethoven, trio em Dé-menor).» Modulagio - Hudson Lacerda (Vera: 2108/2011, 10:35:49) ' Introdugio [a fazer] Medindo distancias Circulo das quintas © circulo das quintas € uma disposigdo de todos os tons ao redor de um circulo, tal como os ntimeros de um mostrador de um rel6gio de ponteiros. Cada “hora” (arco de 30°) corresponde ao intervalo de uma quinta j pares de tons relativos (e.g Dé Maior ¢ 1é menor) ocupam a mesma posigdo no efrculo (os tons relativos entre si também sto chamados puralelos). No circulo das quintas nota-se que a distincia entre os tons esta relacionada a diferenga dos componentes de suas respectivas escalas: tons cujas armaduras diferem por apenas um acidente a mais ou a menos ocupam posigdes adjacentes (e.g. Dé Maior e Fé Maior); tons cujas armaduras diferem por trés acidentes esto posicionados a trés “horas” (330°) de distancia no circulo (e.g. ré menor e fi menor); tons relativos entre si, por terem a mesma armadura, compartilham uma mesma posigao (e.g. Sol Maior e mi menor). Devido a enarmonia, tons que distam entre si mais do que seis quintas esto mais préximos percorrendo-se 0 circulo das quintas no sentido oposto. Por exemplo, de Fa Maior (um bemol) a Dé# Maior (sete sustenidos) temos a distancia de oito quintas ascendentes, que corresponde a apenas quatro quintas descendentes de Fé Maior (um bemol) a Réb maior (cinco bemdis, tom enarménico de Dé¢ Maior). Embora represente bem as afinidades entre tons relativos (de mesma armadura) e vizinhos (com um acidente a mais ‘ow a menos na armadura), € possibilite uma estimativa de distdincia entre todos os tons, 0 cfteulo das quintas nao considera a afinidade entre tons homénimos (que tém mesma t6nica, mas diferente modo, eg. Dé Maior © dé menor). [A figura e tabela do cfteulo das quintas foram extraidas de Schoenberg, Harmonia, p. 230-231] Tabelado Circule de Quintas para Dé.Mlaor (Lé-menor) 1 Circalode Quins taneer)| Setar | timer |] REM | Renee 1 Cislode ima ta | sineor | spstar | Seam It Geode csias asta | i.e | tir | OF nour 1V Gea Gens Asta | one btn | omer V Chaslode sinus siatr | sefeone | nation | smar V1 close ‘ipsa | racer js saree Vi Cirlode sina 4 ae | id wor | yy | yr Modalagio- Hudson Laverda (Versio: 26/08/2011, 10:35:49) Tabelas das regides A expansio do vocabulirio de acordes da tonalidade através do compartilhamento ou intercdmbio de acordes entre tons homénimos (maior/menor), recurso amplamente explorado na miisica do século XIX, levou a uma aproximagio entre esses pares de tons que estio a trés "horas" de distncia no efreulo das quintas. ‘As tabelas das regides tonais elaboradas por Arnold Schoenberg e publicadas em Structural functions of harmony abarcam as relagdes propriamente tonais de quintas (representadas na vertical) © as relagdes de relativos © homénimos (alternadas na horizontal), que poderiam ser consideradas mudangas de modo. E essencial notar que essas tabelas indicam as relagdes entre diversas regides de uma tonalidade. Segundo o principio da monotonalidade de Schoenberg, somente existe uma tinica tonalidade (um tinico tom) em uma pega, & os desvios outrora considerados como mudangas de tom - modulagdes - constituem apenas movimentos entre regides, contrastes harmonicos dentro dessa tonalidade. [As tabelas seguintes foram extraidas de <] TABELAS DAS REGISES nat 1 my » PP] Doe IR sat one oat 13 i oy mT) sn a a en my Joe sf sn} wl ce tw let ae ge a3 xe aremnacsrs 1 sigitia ia Ip sgutice Mapotitra pear ae A 3 sklommarte ST Senin Gime MS alert anptiaie fe olitindtereor Suh > ‘nears bevel ese Fo Gtenewe "AMD shelanctenatnies da darivenie Se SNES nee mb "aatebenat es fe altentonme Sab *Sdetiantestne: Sa! 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A introdugao do novo tom se da pelo uso oportuno de elementos distintivos, ¢ o estabelecimento desse tom se da por meio de uma cadéncia (usualmente V-1), processo de modulagdo pode ser resumido em quatro etapa: 1, Tom inicial: Como um requerimento l6gico, o tom de partida deve estar relativamente claro antes que se possa ‘modular; de outra forma, niio haveria de onde modular. Poder-se-ia assumir que 0 tom ini 2 estabelecido ant bastaria que convém iniciar um exercicio de modulagao com uma curta sucesso de acordes do tom inicial, ou pelo menos tocar uma cadéncia nesse tom antes de tocar a modulagiio. Dessa maneira seré possivel perceber mais nitidamente 0 movimento de um tom a outro, 2. Acorde(s) comum(ns) aos tons de partida e chegada: esses sio acordes neutros, que permitem ser reinterpretados como pertencentes ao tom de chegada, viabilizando uma transigdo suave entre os tons na modulagao. Nas modulagdes entre tons préximos ha varios acordes comuns diaténicos a disposigao, Mesmo acordes alterados podem funcionar como acordes comuns sob certas condigdes, 3. Acorde modulante: Trata-se do primeiro elemento distintivo do tom de chegada que ocorre numa modulagio. Pode ser qualquer acorde do novo tom que nao pertenga ao tom inicial. A partir dele, a harmonia segue de forma a estabelecer 0 novo tom. Contudo, um acorde modulante sozinho nao é suficiente para consolidar o tom de chegada. 4, Estabelecimento do novo tom e cadéncia: A consolidacdo do novo tom depende do dominio da instabilidade causada pelo processo de modulagdo. Portanto, & necessirio que uma sucesso cadencial confirme de maneira vel € nitida 0 tom de chegada, A cadéncia no novo tom pode ser mais simples ou mais complexa, mais curta ou mais longa, conforme os meios modulat6rios empregados; mas ela deve ser longa ow forte o suficiente para que o novo tom se estabelega de maneira eficaz. ‘A modulagio pode ser ainda mais suavizada se os sons que diferenciam 0 tom de partida do de tom de chegada forem neufrulizados, movendo-se nas diregdes correspondentes. Por exemplo, de Dé Maior a Sol Maior, os acordes comuns sio aqueles que nao possuem fa, que deve ser previamente conduzido por movimento descendente a mi em D6 Maior, antes que se introduzam os acordes modulantes, que so aqueles que contém £42, cuja resolugao esperada 6 ascender a sol. Desse modo, mesmo acordes que ocorrem antes e depois dos acordes comuns podem ser interpretados como neutros, pois obedecem aos movimentos esperados quando hi alteragdes (ie. alteragdes ascendentes resolvem-se subindo um grau, € alteragdes descendentes resolvem-se descendo um grat), Esse proceso de neutralizagao € especialmente importante para a caracterizagio do modo menor, ¢ portanto, também em modulagdes envolvendo tons menores, da frase harménica modulante, ¢ portanto, sa frase contivesse pelo menos um acorde do tom inicial, como © I. Mas, para fins de treinamento, Modulagio - Hudson Lacerda (Vera: 6108/2011, 10:35:49) 4 Modulagaio de Dé Maior a Sol Maior Acordes Acorde neutros modulante Tom inicial (comuns) Cadéncia perteita Acordes comuns a Do Maiar e Sol Maior ss 8s cr om vo vr vor ou Modulagao entre tons relativos (paralelos) O modo menor Nas modulagdes envolvendo tons menores, as particularidades do modo menor devem ser levadas em consideragio. A seguir slo resumidas as recomendagdes que se referem ao tratamento dos sons 6 e 7 da escala menor. Neutralizagao dos sons de trajeto obrigatério (pontos de giro) A tonalidade menor faz uso de uma sensfvel artificial, por nao ter um semitom entre o sétimo € 0 oitavo sons da escala. Seu acorde sobre o grau V somente pode funcionar como dominante se 0 som 7 da escala (3* do acorde) for elevado (#7). Também € usual a elevagao do som 6, que prossegue ascendendo ao 7 elevado (sensivel), que se resolve na tonica (#6-#7-8). Para caracterizagdo da tonalidade menor - em oposigao a modalismo -, 0 som 7 sem elevar (subt6nica) usualmente no ascende & t6nica (som 8), deixando esse movimento (#7-8) a cargo da sensfvel. Ao contrério, 0 7 sem elevar desce a0 6 sem elevar, que por sua vez resolve-se também descendo (ium semitom) a0 5 (47-46-5), Em resumo, hi quatro pontos de trajeto obrigatdrio (ou pontos de giro) na tonalidade menor (eles podem ser facilmente memorizados com base nas formas ascendente e descendente da chamada escala menor melddica): Elevados: 1, som #7: deve ascender ao 8 (e.g, em Ii menor, solé deve subir a Ia) 2. som #6: deve ascender ao #7 (e.g, em ld menor, fa# deve subir a sold) Nao elevados: 3. som 47: deve descer ao k6 (e.g. em li menor, solf deve conduzir a fit) 4, som 46: deve descer ao 5 (e.g. em lé menor, fil deve conduzir a mi) Atra diatonicas caracteris és desses movimentos dos sons 6 e 7 (elevados ¢ sem elevar) da escala menor obtém-se sucessdes melédicas -as da tonalidade menor. Escala menor melédica (Iii menor) Forma ascendente Forma descendente > - 7. 8 WH. 8 s de giro em é menor (sons de trajeto obrigatério) 1 2. 3. 4. m- 8 H- 7. BG yo. Ss Modulagio - Hudson Lacerda (Vera: 2608/2011, 10:35:49) ‘As sucessdes harménicus em tonalidade menor obedecem a esses mesmos principios: por exemplo, um acorde que contenha © som 6 elevado (#6) & seguido por outro acorde que mantenham esse som, ou, por um acorde que contenha © 7 elevado (#7), que seré eventualmente resolvido num acorde contendo 0 som 8, de modo que se possa realizar 0 movimento melédico #6-#7-8 ao longo do encadeamento harménico. Jé um acorde que contenha o som 6 sem elevar deve ser seguido por outro que mantenha esse som, ou que o resolva descendo ao 5. © tinico acorde numa tonalidade menor que nao contém nenhum som de trajeto obrigatério é a triade da ténica Qualquer outro carregard consigo tais compromissos mel6dicos. Condugao dos sons de trajeto obrigatério (pontos de giro) em tonalidade menor 3 4 3 6 A caminho do relativo menor A modulagao que conduz a um tom menor, ter, portanto, que levar em consideragdo as continuagées esperadas dos pontos de giro que caracterizam a tonalidade menor. © caso mais simples & a modulagdo de um tom maior para seu relativo (ou paralelo) menor. Nesse caso, todos os acordes do tom inicial so comuns ao tom de chegada, € portanto a chave da modulagio esté na neutrulizacio dos sons 4 © 5 do tom inicial, que correspondem aos sons 6 e 7 (sem elevar) do tom de chegada, o que permitiré a eventual introdugao dos acordes modulantes (contendo sons elevados, ustialmente a dominante do novo tom). Os acordes efetivamente comuns entre os tons na modulagao sero, dessa maneira, aqueles a partir dos quais ocorre a resolugdo dos sons de trajeto obrigatério (ndo elevados) do tom de chegada. Modulagao de Dé Maior a 14 menor Acorde ‘modulante Tom inicial Neutralizagao “t Cadéncia perteita Am: I IV Voto Wo ov o4 Em diregio ao relative maior A modulagiio de um tom menor para o seu relativo maior se dé pela neutralizacao (¢ abandono) dos sons elevados (#6 e #7), 0 que permitiré 0 emprego dos sons sem alterar com a liberalidade possibilitada pelo tom maior. Entdo, segue-se a cadéncia. proceso pode ser extremamente simples: basta interpretar o I grau do tom menor como VI do tom maior relative. Como escreveur Schoenberg: «A modulagIo de Li-menor para Dé-Muior & quase que, no fundo, uma cadéncia de Dé-Maior que se inicia com 0 VI grau.» (Harmonia, p.247), Modulagio - Hudson Lacerda (erate: 6108/2011, 10:35:49) 6 Modulagao de Id menor a D6 Maior Modulagao entre tons vizinhos (1° setor do circulo das quintas) Na tradicional classificagao de tons vizinhos se enquadram a modulagdo entre tons relativos ou paralelos, que tém mesma armadura, assim como para tons cuja armadura difira por um acidente a mais ou a menos (tons situados uma guinta acima ou abaixo no efrculo das quintas, e também seus relativos). A modulagio entre tons relativos ja foi abordada acima. ‘A modulagio entre dois tons maiores separados por uma quinta justa (ou seja: modulagio & regido da dominante ow da subdominante) conta com quatro acordes comuns (neutros). [Ver exemplo de modulagio de Dé Maior a Sol Maior na seco "Etapas da modulagao" } Iresumo de dicas praticas - a ser reformulado com exemplos] Ao relativo: Dé M a lim - neutralizago do soll, para eventual introdugo da dominante lima D6 M - I de li menor considerado como acorde neutro, VI de Dé Maior A Dominante ¢ Subdominante (Maior): D6 Ma Sol M- evitar fit, para eventual introdugiio do fit Dé Ma Fa M - evitar sit, para eventual introdugaio do sib Aos relativos da D e S (Maior): D6 Ma mi m- neutralizar rét, para eventual introdugto do rét D6 Maré m - neutralizar d64, para eventual introdugao do d6t Ao VIL e VI (menor) 1d ma Sol M - neutralizar fa, para introduzir fat Jd ma Fé M - evitar sib, para introduzir sib Ao ive (menor): 14 ma mi m- neutralizar fat, para introduzir £6 1a marré m- neutralizar dob (a sib ou sit), para eventual introducao do dét Exemplos partindo de Dé Maior: D6 M — £6 m (d6i): CG CitdinvE Dav Gm A Dm D6 M = mim (fé#): C G7 Am Fo En/B B7 Em D6.M > mim (ré#): C G7 Am [ G(S+)/B C7M | Fo Em/B B7 Em D6 M ~ Sol M (f4#): C F Am Em D/F# G CED G D6M — FaM (sib): C G/D C/E DF Bb Gm C7 F D6 M ~ lim (soli): C F Dm Bg E7 F7M Dnv/F E Am Modulagio - Hudson Lacerda erate: 2508/2011, 10:35:49) Matteo Care: i: Estudo Op. 60 n° 16 para viola Andante BI Am: VI v 1 nov vu 1 Uso de acordes alterados ¢ tonalidades intermediarias na modulacio © percurso modulatério no precisa se diretamente a0 novo tom, em linha reta. Pode-se, por exemplo, aproveitando a grande afinidade (ou até possivel confusio) entre tons relativos, realizar uma modulaco que, antes de cadenciar no tom de chegada, passe pelo seu relativo (sem, contudo, estabelecé-lo). Assim, pode-se modular de D6 Maior a mi menor efetuando-se uma condug’o de Dé Maior a Sol Maior, finalmente cadenciando em mi menor. Ou pode-se modular de Dé Maior a Fa Maior dirigindo-se de Dé Maior a ré menor, para entio cadenciar em Fa. Maior, dentre diversas possibilidades. [Harmonia, p.251] Também é possivel se utilizar de dominantes secundérias ou outros acordes alterados para conduzir a acordes do tom de chegada, ou para, ainda na regiao de partida, colocar a harmonia em movimento, de maneita que a modulacao seja previamente impulsionada, [Structural functions of harmony, p. 22, ex. 39] Deve-se cuidar para no introduzir cromaticamente a sensfvel do novo tom: uma dominante no deve surgir por movimento cromitico. E recomendavel obedecer & resolugao esperada das alteragdes (ascendente sobe, descendente desce). a) Subdominante ) Dominante H ¥ 1 TI 1 iy vl H v sv u v D: (Exemplo 39 de Schoenberg, Structural functions of harmony, p. 22) Modulagio - Hudson Lacerda (erate: 2608/2011, 10:35:49) Modulagao pela relaco entre tons homénimos (3° ¢ 4° setores do circulo das quintas) Modulagdes aos setores 3° ¢ 4° do cireulo das quintas podem ser realizadas com base na afinidade entre tons homénimos, Em especial, 0 acorde de dominante dois tons homénimos € idéntico: em Dé Maior 0 acorde de dominante & sol-sit-r6(-£8), assim como em dé menor. Modulacao entre tons homénimos ‘Um procedimento para modular de dé menor para Dé Maior ou vice-versa consiste em se prolongar ou "tepassar" 0 acorde de dominante, que € entio reinterpretado como pertencente ao novo tom, Alguns acordes podem ser intercalados entre duas repetigdes da dominante, desde que ndo estorvem a realizagio do objetivo (eg. dominante-da-dominante e acordes do tom menor que usem os som 6 elevado). ‘A condugio das vozes é importante para a suavidade da modulagiio. Sendo assim, recomenda-se seguir a diregio esperada de alteragies, assim como dos pontos de giro da tonalidade menor. [pedal] [som sustentado] [acorde intercalado entre duas repetiges da dominante] Modulagao de d6 menor a Dé Maior Pedal de dominante voM v Gv ov vom woo Ww oy 1 Ainda ao 3° setor A modulagio entre tons homénimos pode ser combinada com uma modulagio entre tons relativos (paralelos) para se completar as possibilidades de modulagao ao 3° setor do circulo das quintas. D6 Ma Mib M - passando por d6 m. 1d ma ff M - passando por La M D6 M a fa m - passando por Ii me Li M Ii ma Mib M- passando por Dé Me dé m Modulagao de Dé M: 1 (Schoenberg, Harmonia, ex. 148a, p. 313) [Pedal de dominant] Cc: VI Am: IT Modulagio - Hudson Lacerda (erat: 2108/2011, 10:35:49) Modulagao de lé menor a fa menor (Schoenberg, Harmonia, ex. 149¢, p. 315) 2 a \id d [dd Modutagio ao 4° setor As regides do 4° setor do cfrculo das quintas sio mais distantes, mas podem ser alcangadas combinando-se uma modulagio ao 1° setor com uma modulagdo ao 3° setor. Dé Ma Mi M- pasando por mi m Ii ma Mi M - passando por mim D6 Ma d6g m - passando por mi me Mi M (ou por lf me LM) Jd ma dé# m_- passando por mi me Mi M (ou por La M) D6 Ma ffi m-I de Dé M6 dominante de fi m D6 Ma Lab M - pasando por fa m Nestes dois casos s eguintes, neutraliza-se o lt como em d6 m (li-sit-d6), para que se possa Ut 1 ma ff m- através de Dé M lima Lab M- através de D6 M Cadéncias evitadas (cadéncias interrompidas) so titeis em tais modulagdes a tons afastados, pois permite que s evite uma resolugdo precipitada em um novo tom ainda frdgil, além de tomar o eventual retorno & dominante devidamente adequado a um desfecho convincente (cadéncia perfeita) Modulagao de Dé Maior a Mi Maior (Schoenberg, Harmonia, ex. 152a, p. 317) Modulagao por decomposigio do trajeto (2°, 5°, 6° e 7° setores do circulo das quintas) procedimento desctito para ax modulagdes ao quarto setor do efrculo das quintas — em que o regides harménicas intermediarias si temporariamente usadas para se alcangar regides mais distantes — pode ser aplicado nas modulagdes ao 2° setor © nas demais modulagdes (5°, 6° e 7° setores). Uma modulagao ao 2° setor pode ser decomposta em duas modulagdes a tons vizinhos (+141, na diregdio dos sustenidos; ou -I-1, na diregdio dos bemsis), Entretanto, devido & presenga de acordes comuns, é possvel atingir © novo tom diretamente, Modulagio - Hudson Lacerda Versio: 2108/2011, 10:35:49) 0 Acordes comuns entre Dé Maior e Ré Maior/si menor: sol-si-ré, mi-sol-si Acordes comuns entre Dé Maior e Sib Maior: ré-fé-li, fi-lé-dé Acordes comuns entre Dé Maior/ld menor e sol menor: ré-fé-li, ficld-d6, dé-mit-sol, li-dd-mi Acordes comuns entre ld menor e Ré Maior/si menor: sol-si-ré, mi-sol-si, si-ré-fab, ré-fit- ‘Uma modulagdo a0 5° setor -- por exemplo, de Dé Maior a Sif Maior -- pode ser decomposta passando-se por Sol Maior e si menor (+1+1+3), ou passando-se por mi menor ¢ Mi Maior (+1+3+1), ainda passando-se por Ré Maior/si menor (+23), ou através de outros trajetc Também é possivel usar a decomposigiio do trajeto para dar variedade a modulagdes a tons mais proximos, Por exemplo, uma modulag3o de Dé Maior a Sol Maior (+1) poderia se fazer com um desvio a sol menor (-2+3). E ‘mesmo a modulagio ao relativo ~ imével no cfrculo das quintas (+0) — pode ser enriquecida com esse recurso: por exemplo, de Dé Maior a Ii menor passando por Sib Maior (-2+2) Modulagao de li menor a Sib Maior (direta, usando um acorde comum) Ami Vv 1 Iv BT Ww v 1 vl n v I Modulagao de Dé Mi (Trajeto +243: Dé M -> Ré M-> sim -> Si M) ci om voy om DIV Ho Voo1 vMoowW vir Bm VII vvoyv BY Viv HOY 1 [Algumas segdes virdio aqui.] Modulagio - Hudson Lacerda Vera: 6108/2011, 10:35:49) i Referéncias DUDEQUE, Norton. Schoenberg e a fungio tonal. Revista Eletronica de Musicologia. Departamento de Artes da UFPr, Vol. 2-1/Outubro de 1997. Parand, 1997. Disponivel em: - SCHOENBERG, Arnold. Harmonia. Sio Paulo: INESP, 2001. Trad. Marden Maluf (Orig.: Viena, 1911). Structural Functions of Harmony. Editado por Leonard Stein. London: Faber & Faber, 1969, Reprinted 1989. Modulagio - Hudson Lacerda Verso: 6108/2011, 10 12 49)

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