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CADERNOS DE PESQUISA
•
JULHO
r FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS
l 97 1
SÃO PAULO
~
CADERNOS DE PESQUISA
CONSELHO EDITORIAL
Adoloho Ribeiro Netto
Arl• Mtrle Poppovlc
Aporcclde Joly Gounlt
C ermen lúclt de Melo Btrroso
Hcnldo Morcllm Vlonno
N lclo Merlt Bcuo
CAPA
Ocrll Bttroso
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO
Ollcln.s Graflcu do
Fundoçio Ctrlos Cl-u•s•'
f UNDAÇÃO CARLOS CHAGAS - SETOR EDITORIAL - 05-407 - WA CARDEAL ARCOVERDE, 1847 - SAO PAULO, S.P. 1
~
APRESENTAÇÃO
educação é um dos ob jetivos que lhe foram originalment e estabelecidos e que ela
cio -econômica a e educacionais colhidas por ocasião da insc riçã o dos candida toe
ma dureza.
te nosso trabalho, trazendo - nos a s ua experi ên cia e suas c r(ticas, que permitam
aos CADERNOS DE PESQUI SA cump r i r ade qua dam ente o que se propõe .
A PESQUISA EDUCACIONAL NO BRASIL ( * )
INTRODUÇÃ O
então, o propÓsito de utilizar a pesquisa como fonte de escla recimento para a a_!!
ministração da educação, que inspirou a criação daquel e Instituto, tem sido frc-
* tste trabalho !oi realizado sob os ausp(cio s da Funda ção For d. Expressando
seus agradecimentos a essa Fundação, bem como à s pe ss oas e instituições
que lhe forneceram as informaçõe s solicitadas , a autora declara - se a úni ca
responsável pelas opi niões e pontos de vis ta n ele contidos .
I. V . Educação e Ciência s Socia is , Vol. I, n'? I , 1956,
- I -
Contudo, se se pudesse fazer uma análise com base nos recursoe
tância que os govêrnos têm, de fato, atribuí'do à pesquisa relacionada com a ed:!:!_
cilmente se poderia fazer um estudo sistemático dos gastos oficiais com pesqui-
instituições de pesquisa, mas sabe-se que a maior parte do pessoal lotado nes-
ses Órgãos não realiza trabalhos de pesquisa e, igualmente, que das verbas des-
ção dos trabalhos que, sob o rÓtulo de pesquisa, têm sido produzidos nas insti-
te . Assim, realizaram -se naquela época estudos sôbre a lir.guag em infan til ,.:- V!!,
vel mental, testes para estudos de certos aspectos dos vestibulares para escolas
- 2 -
superiores, e aplicação experi mental de pr ovas objetivas a cand idatos a exa-
logia Aplicada, que não foi mantida nos organogramas posteriores. Datam dês
"
se pertodo, ,
tambem '
os trabalhos da CALDEME -Campanha do Livro Didati-
da a "fazer chegar às mãos dos professôres guias e manuais escri tos especial-
de elo Sul , São Paul o, M inas Gerais, Ba hia e R ecife , êss es centr os deve r iam
promover " pesquisas das condições cultura is e escol a res e das tendências de
desenvol vimento de cada reg ião e da socieda de br a s i lei ra como \lm todo, para
va - se, assim, para estudos de natureza sociolÓgica. Nêsse per (odo, que se
prolongou até 1964, produ?.iram - se, sob a r espons abil idad e d e sociÓl ogos e an-
que o foco de atenção são as rel ações entr e a escola , ou o si stem a escola r, c
2. op . cit.
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certos aspectos da sociedade local , regional ou naciona l.
dos não sÓ por certos o rgani smos prestigiosos da adm in i stração federal mas
veis, e outros tópi cos que sugerem, igual mente, racionalização, são itens fr e
das pesquisas em andamento, por nÓs aqui intentado, têm- se mostrado, nos Úl-
m esmo porque o fato talvez não se explique somente por fatôrcs peculiares à
também vinculaào ao àesen volvi n1ento c prcst(g io das d ifc !' cntcs Ci.sci? li r~as
terminado pe rí'odo , com prejuí'zo do apoio que se poderia dispensar a outros ti-
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tradição de trabalho suficientemente amadurecida; em segundo lugar, não se
res.
ra a pe squisa educa cional provêm predom inantemente d o seto r pÚbl k<> , ~<' ~.
curiosidade intelec tual, mas, por outro lado, a pressa em obte r resultados pa-
tÓrios para certas ne cessidades de momento m as que, por não chegarem aos
de previsão e contrôle.
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I. PESQUISAS EDUCACIONAI S
social rna is amplo, em seu conj UHtO vu crn algw11 J\.!' ~cus u.ipt..,;_
tos.
nos Últimos cinco anos, conclu{das ou em andamento (até julho de 1970). Essa
delimitação não se baseia em simples razões de conveni ência prática mas, ta'!!_
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remoto. Quanto ao alcance geográfico do levantamento, os limitt's se d<-finl-
principalmente no material que nos foi possí'vel colhêr mediante contacto pes-
A. Temas
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r.:> s íiliados a institui ções oficiais de pesquisa, introduzem por vêzes inovações
cido atenção, ou não se têm p r estado aos tipos de análise que o equipamento
riação se observa e ntre os psicÓlogo s que, inspirando -se na li t~H·a t...t J'a c•fJc:\o i.!,
li zada, produúda pr incipalm ente nos Estados Unidos, focalizam ce r tos probl e-
situações escolares .
B. Metodologia
guns não passam de simpl es l evantamentos de dados sendo que, às vê:ees, tais
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do a resultados divergentes, ou a nenhum resultado. A justificativa para a re~
ções". Mesmo algumas das chamadas "avaliações" não se orientam por uma
metodologia capaz de qualiHcá -las como tal. A mai oria não emprega grupos de
contrôle.
mais que tabelas com íreqUências relativas, não utiliza técnicas para a deter-
sos que jamais se concluem. ou que produzem relatÓrios com alguns dados e
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U. CONDIÇCl ES INSTIT UCIONAIS EM QUE A PESQUISA SE REALIZA
cação realizam-se nos seis centros que integram a rêde do L'lstituto Nacional
maio r parte, porém, dos trabalhos realizados por pro fe s s ôre s un iversitár ios
dêmicos. A pesquisa é prntica mente negligendada nos or çamentos das uni ver-
sidades c, em geral, desempenha papel secundário na carr ei ra do professor WlJ.
versitário.
PESP). A educação não tem sido contemplada com recur sos dessas fontes. Dos
tipo de subvenção da F APESP. Ta i s projetos , por ém, s e reali zam sob a res-
gia ou Ciênc i as Sociais. A E ducaç ão, com o área de estudo, não ílgura entre
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as ca tegorias identificadas nos relatÓrios sôbre bÔlsas e auxilias por aquelas
institu içÕes.
vo ao ano de 1969, consta a seguinte observação: " Como nos anos a nter iores,
tudo, pelo que se infe r e das info rmações fo rnecidas pelos Centros que integram
pesquisas têm representado, nos Últimos anos, parcela muito pequena do seu
educação, não se exige curso superior, mas existem na c arreira alguns diplo -
mados por cur sos dêssc n(vel em outros ramos - Ciências Sociais, HistÓria,
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Cr$ 883,00, tendo, uns e outros, a obrigação de prestar trinta e três horas s~
no r de horas o não pressupõe curso superio r, vai de Cr$ o25, (J(J a Cr$!. 2.o'I,Cll.l
em são Paulo, e de Cr$ 398,40 a Cr$ 853,94 na Guanabara. Por outro lado, com
- "'
a expansao das matnculas nos cursos superiores e a abertura de novas faculd!!_
promove pesquisas mediante contrato com profissionais que não têm viÍtculo e'!!.
tejam i nteressados nos tipos de estudo que se incluem nas cogitações governa-
mentais. Por outro lado, também, não se pode dizer em que med ida preocup:!
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nos, também, que a proximidade a Órgãos de decisão, se vantaj osa sob certos
res que lecionam nas escolas e cursos mantidos por êste Instituto, verifica -se
que os técnicos perfazem 13, 5o/o do pessoal em exerc(cio em 1970. são consti-
- l3 -
Acresce, ainda, que a maioria das pessoas classificadas nessas categori as nao
sual e cursos de apcrfeiçoarnento para professôres t. outros profi .:L;,~uJ aa.is ...:~
área de educação.
quisa e m educaç.-ão 1 ' . Da rela ção do pessoal em exercÍcio consta, ainda, a pr!:_
--
A maioria do pessoal que se ocupa em pesquisa e' constitU1da de
sa emp(rica . Os que provêm de ciências sociais são mais afeitos a tarefas tais
como cole ta e análise quantitativa de dados mas, via de regra, seus conhecimen
O I NEP ten1 por vêzes reco rrido à assess oria de estat(sticos que,
no entanto, geralmente são convidados a atuar apenas em al guma s fases dos pr.!?_
jetos . ~stcs são in teiramente concebidos e diri gidos por pessoas da instituição.
Por outro lado, a 'linculação com professôres universitários que realizam traba
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Doa pesquisadores em exercí'cio naqueles Centros, apenas um
mática em met odologia de pesquisa, por te r participado dos " Seminários para
por falta de regularidade no pagamento dos profe ssô res).Por razões várias-he
ções de trabalho, etc . - . o equi pamento metodolÓgico ofe r ecido por êsses se-
todologia de pesquisas que, entr etanto, como cursos e.sporádicos de curta dura·
de Educação.
• 15 -
atenção.
na área de educação e ciências humanas não oferecem, em ger al, condições que
m ento e execução de p r ojetos de pesqui sa. Dos cursos de pÓs-gradua ção exis-
quirida nesses cur sos se aplique à pesquisa educacional, caso as condiçÕes ins -
lÓgico . Basta lembrar os problemas de curr(culo, por exempl o, que tão caren -
conhecimentos de pedagogia ?
planejamento, dir-se -ia que t emos, no B r asil, a situação ideal para o relaciona
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mento entre a pesquisa e a ação- instituições de pesquisa inseridas na estrutl!.
do?
certa comuntcação entre a pesquisa e a ação . O INEP, por exemplo, tinha algum
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aplicação do Fundo Nacional do Ensino Primário e traçava diretrizes para o ensl_
fia por que se norteava, fazia-se presente n as ocasiões em que assuntos de or-
dem mais geral eram considerados . Assim, participou ativamente dos longos
ção Nacional, bem como do movimen to relativo à reforma univer sitária, que se
estruturou em tôrno do projeto da Universida de .ie Brasília, cuja criação liderou.
desperta r a atenção de cí'rculos mais amplo s para certa s caracte rí'sticas do sis·
Patrocinou também, o INEP, nos primeiros anos da década dl' s<>ssl'nt"· a I.' la·
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de Antropologia do Museu Nacional.
governamental. Ta lvez tais centros não devessem situar-se no Minis tério da Edu
diçÕes necessárias para a realização de pesquisas que possam ofe r ecer contri-
dessa natureza.
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bbviamente, não se rc solveriam,c om isso, todos o• proble-m<IS rla
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PAR TE B
1. Educação .
2. Psicologia .
3. Sociologia ·
4. Antropologia Social.
S. Economia .
6. Outro.
9. Ausência de informação.
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Coluna O . Fonte de Financiamento.
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A B c D
A. N(vel Primário.
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A B c o
9. Estudo da situação funcional dos professô - ~--~----~--~-----
res leigos do ensino primário . Centro de Pes
quis as e Orientação Educacionais do Est. do -
Rio Grande do Sul 2 1 I
B. =-:í"vel Médio .
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r
A B c D
16 . Gouveia, Aparecida Joly, "Desenvolvimen
to econômico e mudanças da composição d"7>
magistério de n(vel médi o " , Sociologia, Vol.
26, n'? 4, 1964 3 3 1/5
17. Levantamento do professorado em exerc( -
cio no ensino médio em 1966: qualificações,
caracter(sticas individuais, condições de
trabalho, etc. Divisão do Ensino Secundá-
rio do Ministério da Educação e Cultura 2 7
C . N(vel Superior.
22 .
, . -
Vestibulandos às universidades do Recife:
,. . .
caractensticas soc1o-econom1cas e aspu~
.
çoes. Instituto de Filosofia e Ciências So -
ciais da Universidade Federal de Pernam-
buco 6 3 3 9
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---=--=--~ ~--
-- - - -
A B c D
- 26 -
A B c D
.33 . Cas t r o , C. L . M . de , Cara cter{stlcas so -
cio - econômicas do s ca ndidatos aos cursos
de Medicina no Brasil, Rio de Ja neiro : As
socia ç ã o Bra siteira de Escolas Médicas--;
1967 7 7
ll . EXPECTATIVAS E ASPIRAÇI:>ES DE ES -
TUDA NTES OU DA CLIENTELA POTEN -
CIAL DE ESCOLAS DE DIFERENTES TI-
POS.
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A B c D
- 28 -
A B c D
5. Levantamento da situação do I<? ano prim.f
rio. Centro Brasileiro de Pesquisas Edu-
cacionais 2
6. Expansão da escolaridade primária até a
6a. série . Centro de Estudos c Pesquisas
Educacionais da Universidade para o De -
senvolvimento do Estado de Santa Catarina 2 3 4
B. Ní'vcl Médio .
9. Ad missão ao ginás io na Gua n aba ra. Centro
Brasil eiro de Pesquisas Educac ionais 2
- Z9 -
A B c D
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A B c D
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A B c o
34 . Formação intensiva do professor , Centro
Regional de Pesquisas Educacionais do Rio
Grande do Sul
A. N(vel Primário.
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B. N(ve l Médio .
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A B c D
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A B c o
2. Desempenho do professor em situação de
estágio em prática de ensino . Centro Regi~
na! de Pesquisas Educacionais do Rio Gran -
de do SUl 5
VI . APRENDIZAGEM . DESEl\'VOLVI:>.:E'XTO
PSICOLÓGICO.
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8. Leitura oral e compreensão: discriminação
do n(vel de rendimento. Inst ituto de Psico-
logia da Universidade de são Paulo (M . J .
de B. F. Aguirre e colaboradores) 3 4 6
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A 8 c D
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)4.
-
Myriam B. de M. Vasconcelos, " Área de
recepçao da TVU em Pernambuco, Pa ra1ba /,
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2. Elaboração de uma diferencia l semântica
para masculinidade-feminilidade. Instituto
de Psicologia da Universidade de são Paulo
e Instituto de Biotipologia do Est. de são
Paulo (Odete L. van Kolck e Theo van Kol -
ck) 3 4 2 3
3. Validação de um teste para medir motivo
de realização em escolares do ensino pri -
mário . Centro Regional de Pesquisas Ed::!_
cacionais da Bahia 3
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A B c o
I O. Processo de avaliação do aluno num grupo
escola r experimenta I. Ana Ma ria Saul e
Heloisa S. Gomes (Grupo Escolar Experi -
mental da Lapa, S . P.) 7
X. ECONOMIA DA EDUCAÇÃO·
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A B c o
3. Eficiência e custos das escolas secu."ldárias
da Guanabara , Ministério do Planejamento:
Instituto de Pesquisas do IPEA , (Claudio M.
Castro) 5
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4. Proíisaionaie de N(vel Médi o e Superi or na
IndÚstria Paulista . Instituto de P esquisas Eco
nômicas da Universidade de são P a ulo(José-
Pastore e cola bora do r es) m ed iante c on vênio
com a Secretaria d e Economia e Pla ne jam en
to de são P a ulo e SENAI - 4 3 3 Z/7
5. Pesquisa sôbre os profi u ionaie de n(vel s u -
p e rior . Rio de Janei ro: CE T RHU, Funda ç ão
GetÚlio Vargas 2 2 5 2
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13. Levantamento do pessoal de n(vel superior
do Pará, Instituto de Desenvolvimento Eco
nômico..Soclal do Pará. Belém (Amilcar T~
piassu) 6 I 3
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A B c D
2.1 , Inserção das Instituições educa ciona is n a r e a
lida de brasileira , com especia l r eferênci;-
entre a formação escolar e o merca do detra
balho. Centr o de EstatÚticas Religiosa s ~
Investigações Socia is, Rio de J a neiro (Ca r -
los Alberto Medina) 2. 2 3
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A B c D
4. Opinião doa professôres do I'? ciclo do se-
cundá rio sôbrc a reforma do ensino m édio
no Est. de são P aulo . Centro Regiona l de
P esquisas Educacionai s 2 3
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... B c D
6. Foracchí, Maria Alice M . , O E s tuàante e a
Trans forma ~ão da Sociedade Brasileira . Co~
panhia Editôra Nacional, São Paulo, 1965 I 4 3 6
·-
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