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ARTIGO

História Natural
da Doença
Professor Neto Paixão
Olá guerreiro concurseiro. Neste artigo iremos abordar um
importante aspecto da epidemiologia: a história natural das doenças
e formas de prevenção. De forma sucinta você irá ver os pontos que
precisa focar para gabaritar questões de concurso público e
residências.

Boa leitura!

HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS

A epidemiologia está, também, preocupada com a evolução e o desfecho


(história natural) das doenças nos indivíduos e nos grupos populacionais. A
aplicação dos princípios e métodos epidemiológicos no manejo de problemas
encontrados na prática médica com pacientes levou ao desenvolvimento da
epidemiologia clínica.

A história natural da doença pode ser aplicada a qualquer tipo de doença ou


agravo à saúde, permitindo ordenar o conhecimento existente e promover
novas descobertas através da pesquisa.

Esse processo, portanto, tem início com a exposição a fatores capazes de


causar a doença e seu desenvolvimento, se não houver a intervenção médica,
culminará com a recuperação, incapacidade ou morte.

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Conceito:

É o nome dado ao conjunto de processos interativos compreendendo “as


inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o
processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que
criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou qualquer outro lugar,
passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que
levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte ” (Leavell & Clark,
1976).

Está dividia em 2 períodos sequenciados:

Pré - patogênico

Patogênico

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Mas antes de detalharmos os dois períodos, vamos ver alguns conceitos
fundamentais para o seu perfeito entendimento.

 Agentes ou Fatores Etiológicos: são os causadores das doenças


 Hospedeiro: Ser vivo que oferece, em condições naturais, subsistência
ou alojamento a um agente infeccioso.
 Meio ambiente: Conjunto de instâncias e processos que mantêm
relações interativas com o agente etiológico e o suscetível, sem se
confundir com os mesmos. Reservatório, Vetores e Veículos.
 Endemia: É a ocorrência de determinada doença que acomete
sistematicamente as populações em espaços característicos e
determinados, no decorrer de um longo período, (temporalmente
ilimitada), e que mantém uma incidência relativamente constante,
permitindo variações cíclicas e sazonais.
 Epidemia: É a ocorrência em uma comunidade ou região de casos de
natureza semelhante, claramente excessiva em relação ao esperado.
 Epidemiologia: “é a ciência que estuda a distribuição e os
determinantes dos problemas de saúde (fenômenos e processos
associados) em populações humanas” Tem interesse específico pelo
COLETIVO humano.
 Incidência: A incidência de uma doença, em um determinado local e
período, é o número de casos novos da doença que iniciaram no mesmo
local e período. Traz a ideia de intensidade com que acontece uma
doença numa população, mede a frequência ou probabilidade de
ocorrência de casos novos de doença na população. Alta incidência
significa alto risco coletivo de adoecer.
 Período de Incubação: é o intervalo de tempo que decorre desde a
penetração do agente etiológico no hospedeiro (indivíduo já está
infectado), até o aparecimento dos sinais e sintomas da doença,
variando de acordo com a doença considerada.
 Período de Transmissibilidade: é aquele em que o indivíduo é capaz
de transmitir a doença quer esteja ou não com sintomas.

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Períodos do processo de adoecimento

 1ª Fase– Epidemiológica: interesse na transmissibilidade.


 2ª Fase– Patogênico: interesse no ser-vivo acometido por determinada
doença.

1. PERÍODO PRÉ-PATOGÊNICO

Inter-relação do agente causador da doença – o hospedeiro (paciente) – meio

ambiente, condição socioeconômico e cultural.

1.1. Fatores sociais: conjunto de todos os fatores que não podem ser
classificados como componentes genéticos ou agressores físicos, químicos e
biológicos (fatores socioeconômicos, sociopolíticos, socioculturais,
psicossociais).

 Fatores socioeconômicos: Os grupos sociais economicamente


privilegiados estão menos sujeitos à ação dos fatores ambientais que
estimulam a ocorrência de certos tipos de doenças, suja incidência é
elevada nos grupos economicamente desprivilegiados, os pobres.

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Fatores socioeconômicos:

 São de 2 ou 3 vezes mais propensos a doenças graves;


 Permanecem doentes;
 Morrem mais jovens; Procriam crianças de baixo peso em maior
proporção;
 Aumento da taxa de mortalidade infantil.

 Fatores sociopolíticos:
 Instrumentação jurídico-legal; Decisão política;
 Rigidez política;
 Participação consentida e valorização da cidadania;
 Participação comunitária efetivamente exercida;
 Transparência das ações e acesso à informação.

 Fatores socioculturais: preconceitos e hábitos culturais, crendices,


comportamentos e valores.

 Fatores psicossociais: marginalidade; ausência de relações parentais


estáveis; falta de apoio no contexto social em que vive; condições de
trabalho estressante; promiscuidade; transtornos econômicos, sociais ou
pessoais; falta de cuidados maternos na infância; carência afetiva de
ordem geral; agressividade vigente nos grandes centros urbanos e
desemprego.

1.2 Fatores Ambientais: o conjunto de todos os fatores que mantém relações


interativas com o agente etiológico e o suscetível.

 Fatores genéticos: Provavelmente determinam a maior ou menor


suscetibilidade das pessoas quanto à aquisição de doenças, embora isto
permaneça ainda na fronteira da pesquisa genética. O fato é que,
quando ocorre uma exposição a um fator patogênico externo, alguns dos
expostos são acometidos e outros permanecem isentos.

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 Multifatorialidade: É a estruturação de fatores condicionantes da
doença.

2. PERÍODO DE PATOGÊNESE

 Período de patogênese precoce: é o período que houve o rompimento


do equilíbrio da saúde, porém, não existem sinais clínicos de que isto
ocorreu.
 Período de doença precoce discernível: quando foi possível
diagnosticar clinicamente a doença ou alterações de condição de saúde
do indivíduo dizemos ter encontrado o horizonte clínico. A partir deste
momento o período se caracteriza pelos primeiros sintomas da
enfermidade.
 Período da doença avançada: nessa fase a doença já se apresenta em
sua forma clínica máxima causando alterações marcantes no organismo.

Pré – Patogênese Patogênese


Antes do homem adoecer O curso da doença no homem
Interação de agente da doença: Doença avançada

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hospedeiro humano
Fatores ambientais que produzem Patogênese precoce - Morte estado
ESTÍMULO à doença crônico - Invalidez
Interação HOSPEDEIRO ESTÍMULO Recuperação

Níveis de Aplicação de Medidas Preventivas e Estratégias de Prevenção

 Prevenção Primária:

Estratégias para prevenir a exposição ao fator de risco (ex: tabagismo; ingestão


de gorduras) ou para promover sua cessação (tratamento para deixar de
fumar).

 Prevenção Secundária:

Diagnóstico Precoce rastreamento (screening) para identificar a doença num


estágio inicial e então melhorar o seu prognóstico (aumentar a probabilidade de
cura ou prolongar o tempo d e sobrevida) Ex: papanicolau para detecção
precoce de câncer de cérvix uterino.

 Prevenção Terciária:

Prevenção de incapacidade através de medidas destinadas à reabilitação. Ex:


o processo de reeducação e readaptação de pessoas com defeitos após
acidentes ou devido a sequelas de doenças.

 Prevenção Quaternária:

Consiste na construção da autonomia dos sujeitos e na detecção de indivíduos


em risco de sobretratamento ou excesso de prevenção, para protegê-los de
intervenções profissionais inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente
aceitáveis.

Professor Neto Paixão


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