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Contrato de credenciamento

A constituição em seu artigo 37, inciso XXl, estabelece a obrigatoriedade de realizar o


processo licitatório, sempre que a administração pretender contratar obras, serviços,
realizar compras e alienações, ressalvados os casos específicos na legislação, ou seja,
afigura-se a excepcional contratação direta, que somente poderá ser efetuada na hipótese
estritamente prevista em lei, tal imposição também é reforçada na lei 8.666 de 1993 em seu
artigo 2º. O artigo 25 da mesma lei prevê os casos de inexigibilidade de licitação, esse
artigo constitui um rol meramente explicativo, podendo existir além das hipóteses tratadas
outras não previstas expressamente e que podem ensejar a inviabilidade de competição,
como acontece no contrato de credenciamento.
O sistema de credenciamento permite a seleção de potenciais interessados para posterior
contratação, quando houver interesse na prestação do serviço pelo maior número possível
de pessoas. A partir de condições previamente estipuladas por regulamento do Poder
Público para o exercício de determinada atividade, todos os interessados que preencherem
as respectivas condições serão credenciados e poderão prestar os serviços. Não há,
portanto, competição entre interessados para a escolha de um único vencedor, mas, sim, a
disponibilização universal do serviço para todos os interessados que preencherem as
exigências previamente estabelecidas pelo Poder Público.
Para tanto, deverá ser publicado edital de chamamento público o qual definirá o objeto a
ser executado, os requisitos de habilitação e especificações técnicas indispensáveis a
serem analisados, fixará o preço e estabelecerá os critérios para convocação dos
credenciados.
Salienta-se, no entanto, que apesar de se tratar de hipótese de inexigibilidade de licitação,
é requisito de validade do credenciamento a “garantia da igualdade de condições entre
todos os interessados hábeis a contratar com a Administração, pelo preço por ela definido”.
Por essa razão, o edital de chamamento deve contemplar apenas as condições mínimas
indispensáveis para a garantia do adequado cumprimento da obrigação pretendida, de
modo que todos aqueles que as atenderem devem ser credenciados.
Pode-se dizer que a todos os credenciados deve ser garantida a igualdade de oportunidade
para contratar por meio de critério impessoal de escolha da empresa/profissional.
Trata-se de um mecanismo utilizado pelos entes públicos como forma de suplementar a
estrutura base, como por exemplo, a saúde, através da contratação de pessoa física ou
jurídica para atendimento de várias especialidades na rede da saúde. É uma maneira de
complementar as obrigações dos entes públicos no intuito de prestar melhor assistência a
comunidade.
Um dos destaques deste instrumento é a possibilidade de qualquer interessado (pessoa
física ou jurídica) poder se credenciar a qualquer momento, desde que cumpra com os
requisitos elencados no edital e o certame ainda esteja em vigência. Logo, por inexistir
qualquer concorrência, enquanto estiver em vigência o credenciamento, resta claro que
qualquer interessado pode participar, podendo iniciar a prestação de serviços caso cumpra
com os requisitos do edital. Assim, a fixação de prazos para credenciar afronta o princípio
da isonomia, pois privilegia poucos em detrimento de outros interessados.
OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Licitações e contratos administrativos. 4º ed. São
Paulo: Dialética, 2011.

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