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Fevereiro de 2016
I. OBJECTO
O presente documento foi concebido pelo MEF na perspectiva de subsidiar uma
discussaã o interna do Governo sobre um formato alternativa de coordenaçaã o da
cooperaçaã o financeira para o desenvolvimento em Moçambique, num cenaá rio de
progressivo teá rmino da ajuda ao Paíás na modalidade do Apoio Geral ao Orçamento.
O AGO em Moçambique foi ao longo das uá ltimas duas deá cadas, o mecanismo aglutinador
dos esforços empreendidos na estruturaçaã o da arquitectura de coordenaçaã o da ajuda ao
desenvolvimento (em linha com os compromissos de Paris e de Busan). Nestas
condiçoã es, o progressivo teá rmino da modalidade de AGO impoã em a necessidade de se
repensar profundamente esta arquitectura da ajuda, na perspectiva de estruturar um
novo formato de interacçaã o entre o Governo e os Parceiros de desenvolvimento no
capíátulo da cooperaçaã o financeira.
II. CONTEXTUALIZAÇÃO
Entretanto, o contexto políático e econoá mico (tanto do lado dos Paíáses recipientes como
do lado dos Paíáses doadores) que outrora foi muito favoraá vel ao Apoio Geral ao
Orçamento mudou significativamente de 2005 para caá :
A crise econoá mico-financeira ao níável mundial e em particular na Zona Euro, a
partir de 2007, forçou a adopçaã o de medidas de austeridade e de consolidaçaã o
fiscal que determinaram cortes nos orçamentos de financiamento ao
desenvolvimento internacional;
No debate políático e acadeá mico internacional, manifesta-se um crescente
cepticismo em relaçaã o a eficaá cia da Ajuda internacional e em particular a
modalidade do Apoio Geral ao Orçamento.
Em consequeâ ncia das duas razoã es anteriores, e de algumas ocorreâ ncias menos
abonatoá rias ao níável dos Paíáses recipientes (particularmente ligadas aà suspeitas
comprovadas ou naã o de corrupçaã o), agravou-se a percepçaã o de riscos políáticos e
fiduciaá rios associados ao financiamento externo programaá tico.
Em decorreâ ncia deste conjunto de razoã es, os maiores Doadores tem estado nos uá ltimos
anos a introduzir mudanças nas suas políáticas de cooperaçaã o. Alguns parceiros estaã o a
optar por encerrar o seu programa de AGO na maior parte dos Paíáses da AÁ frica
Subsaariana, reorientando parte da ajuda para a modalidade de Apoio aos Programas
Sectoriais e projectos. Um outro grupo de Parceiros tem estado a optar por manter o
apoio na modalidade de AGO mas, impondo em compensaçaã o medidas mais rigorosas
de mitigaçaã o de riscos fiduciaá rios (ex. o mecanismo da Tranche Variaá vel).