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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
Cevik, S., Huang, G. (2018). How to manage the fiscal costs of natural
disasters. How to Notes IMF. Washington DC: International Monetary Fund
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Mas para além das implicações fiscais, os desastres naturais podem de uma
forma geral comprometer o crescimento económico e atrasar os objectivos de
desenvolvimento sobretudo nos Países de Baixo Rendimento onde prevalecem
elevados défices de infraestrutura e constrangimentos institucionais.
Por isso, uma vez reconhecido o seu risco implicíto e custo fiscal potencial, os
desastres naturais devem, num País altamente vulnerável à sua ocorrência, ser
necessariamente parte da Declaração de Riscos Fiscais (DRF) que acompanha o
Cenário Fiscal de Médio Prazo (CFMP), para que sejam tidos em conta no
processo de discussão e preparação dos Orçamentos anuais. A DRF é um
documento no qual se identificam e se apresentam os riscos fiscais iminentes
no horizonte no curto a médio prazo e se propõem medidas para a sua gestão e
mitigação.
Para fazer face a esse risco de desastres naturais e ao seu potencial custo
fiscal preservando a integridade orçamental, a estratégia de Gestão de
Finanças Públicas deve prever o estabelecimento de mecanismos de
amortecedores fiscais: i) provisões orçamentais ou reservas de
contingência - são recursos disponíveis dentro do Orçamento anual e que
podem ser usados para ajustar a despesa do Estado à eventuais novas
circunstâncias ou situações de emergência como é o caso dos desastres
naturais de intensidade moderada mas de frequência recorrente, e; ii) Fundos
de Desastres Naturais – são uma fonte de recursos especificamente dedicada
para a gestão desastres de grande magnitude, cujo uso é condicionado por um
cojunto de normas restritivas. Na existência desse Fundo, o Orçamento fica
menos exposto ao risco de desastres naturais que pela sua magnitude
poderiam comprometer a sustentabilidade fiscal a longo prazo daí que, esse
tipo de Fundo é classificado como um instrumento de Transferência de
Riscos.
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1. Quantificar as vulnerabilidades – obter estimativas precisas dos custos
fiscais;
2. Investir na redução do risco – reforçar a capacidade de resiliência das
infra-estruturas contra os desastres naturais;
3. Adoptar a flexibilidade salvaguardando a credibilidade – os orçamentos
deve ser suficientemente flexíveis para poder responder pontualmente a
uma situação de desastres;
4. Desenvolver planos de financiamento de contingência - planos
contingentes de alívio a desastres devem combinar auto-financiamento
(fundos e reservas de contigência), Donativos e Empréstimos e
Transferência de Riscos.
5. Conceber os amortecedores fiscais – dependendo da extensão da
vulnerabilidade, a experiência internacional recomenda que se reserve até
3% da despesa para cobrir os riscos fiscais relacionados aos desastres
naturais. No fim do ano fiscal, os fundos não aplicados (ou uma fracção
destes) podem, ser canalizados para um Fundo de Desastres para uso em
desastres futuros.