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SOCIEDADE E DIREITO
Organização através de normas;
Primórdios: pré-direito – a lei do mais forte;
Ubi Societas ubi jus – não há sociedade sem direito;
Após instituído, Direito se tornou a mais eficaz e importante forma de controle social;
Homem = ser gregário essencialmente (coexistência);
Inconsciente e espontaneamente somos levados a formar grupos (família; escola; associações religiosas,
culturais, esportulais; etc.);
Ser humano = estado convencional, comunicação recíproca;
Norma jurídica = pertence à vida social;
Somente as normas de Direito podem asseguras as condições de equilíbrio na sociedade (fato, valor,
norma).
3º conceito – INTERESSE
UTILIDADE precisa se aliar a uma NECESSIDADE presente ou futura;
Emerge daí o interesse;
INTERESSE: reação, cuja palavra deriva de “quod inter est” – que está entre; o interesse está entre uma
necessidade e um bem apto a satisfazê-lo.
Deriva de 2 espécies:
. Interesse Imediato: que se deve diretamente à satisfação de uma necessidade.
. Interesse Mediato: necessário realizar uma situação intermediária, para isso temos ainda os
interesses Individuais e os Coletivos.
Interesse Primário: 1º Grau: quando o juízo de utilidade, ou valor, considera o bem em si mesmo como
apto diretamente para satisfazer uma necessidade;
Interesse Secundário: 2º Grau: quando o juízo de utilidade ou valor considera como um meio para a
construção de outro bem que satisfaça a necessidade (dinheiro).
CONFLITO DE INTERESSES
Surgem, pois, as necessidades são ilimitadas, mas os bem são limitados.
Relativamente a determinados bens surge entre os homens choque de força que caracterizam o conflito de
interesses; são inevitáveis no meio social.
Ocorre quando a satisfação de uma necessidade exclui a satisfação de uma outra necessidade.
CONFLITO INTERSUBJETIVO – entre interesses; entre mais de um indivíduo.
CONFLITO DE INTERESSES INDIVIDUAIS –
. Ex.: Tício e Caio têm uma necessidade de se alimentar, mas só existe alimento para um deles.
CONFLITO ENTRE INTERESSES INDIVIDUAIS E COLETIVOS –
. Ex.: O interesse de Tício a segurança pessoal e o interesse coletivo à defesa do território que reclama a sua
exposição aos perigos da guerra.
CONFLITO ENTRE DOIS INTERESSES COLETIVOS –
. Ex.: Conflito de interesses entra a instrução pública e o interesse à defesa pública, quando os meios à
disposição do Estado forem limitados de forma que não possam ser satisfeitos ao mesmo tempo.
O conflito intersubjetivo de interesses tende a dividir-se no meio social, mas se isso não acontece, levam
os indivíduos a disputar um determinado bem da vida, estamos diante de uma PRETENSÃO (manifestação
de vontade).
PRETENSÃO
Manifestação de vontade;
Exigência de subordinação do interesse de outrem ao interesse próprio;
Pedido ou a postulação que a parte deduz ao juiz;
Processo – buscar sentença que reconheça o direito alegado e que sujeito o réu ao seu cumprimento;
No processo se desenvolvem duas pretensões distintas do autor:
. 1ª – deduzida contra a parte adversa, correspondendo a exigência de subordinação ao seu
interesse, como a consequente entrega do bem da vida que se alega violado.
. 2ª – o autor tem um direito subjetivo em face do Estado-juiz, em deter uma tutela jurídica que afaste
a violação por ela suportada. Logo, o autor da demanda judicial também formula uma pretensão
contra o agente que exerce a jurisdição, a que consiste juntamente em obter o provimento
jurisdicional que obrigue o réu a entrega do direito material violado.
RESISTÊNCIA
Oposição à pretensão;
Pode ser que, diante de uma pretensão de um dos sujeitos, o titular do direito oposto decida pela
subordinação, caso em que basta a pretensão para determinar a resolução pacifica do conflito;
Quando a pretensão do titular de um dos interesses em conflito, o outro oferece resistência, o conflito
assume funções de uma verdadeira Lide ou Litígio.
Lide – modo se ser do conflito de interesses; é o conflito de interesses qualificado pela pretensão de um
dos interessados e pela resistência do outro; é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão
resistida ou insatisfeita.
. Elemento Material: conflito de interesses
. Elemento Formal: pretensão / resistência ou oposição
AUTOCOMPOSIÇÃO
Solução, resolução, ou decisão do litígio por obra dos próprios litigantes;
Aparece como uma solução “altruísta”, pois traduz uma atitude de renúncia ou reconhecimento a favor do
adversário;
Quando a solução do problema é realizada de forma amigável, por ato de uma ou todas as partes;
Formas:
. Renúncia ou Desistência – Solução do conflito partindo do atacante;
. Submissão ou Reconhecimento – Solução do conflito partindo do atacado;
. Transação do Conflito – Por ambas as partes.
Essas formas de solução de conflito podem ocultar ou dissimular atos que levam a parte mais fraca a
renunciar, diante de sua desigual capacidade de resistência econômica.
AUTODEFESA
Quando por ato de uma dessas partes que impõe sobre o direito da outra parte.
Autodefesa ou Autotutela.
*Autotutela = Vingança Privada
PROCESSO JUDICIAL
Quando a solução se dá por ato de terceiro estranho à relação;
Defesa de Terceiro: Conciliação / Mediação / Arbitragem / Processo.
PROCESSO
Meio que oferece maiores probabilidades de uma solução específica dos litígios, pois os conflitos são
resolvidos por um “terceiro sujeito”, a ele estranho, segundo determinadas regras;
Para que o processo produza resultados, é preciso que o Estado (terceiro imparcial) seja mais forte que as
partes litigantes, para que possa impor coativamente a sua vontade;
É o instrumento de que se serve o Estado para, no exercício da função jurisdicional, resolver os conflitos
de interesses, solucionando-os;
Não se compõe de um único ato, mas de um conjunto de atos coordenados entre si e ligados pelo fim
desejado: obter justa composição da LIDE;
Os atos processuais são praticados:
. Pelo juiz;
. Pelas partes;
. Pelos auxiliares de justiça;
. Pelos colaboradores eventuais;
. Pelos terceiros desinteressados.
MEDIAÇÃO
Lei da mediação: 13.140/2015
Visa-se recuperar o diálogo entre as partes;
As partes que decidem;
Terceiro imparcial AJUDA as partes a encontrar uma solução aceitável para ambas;
O mediador NÃO julga; NÃO compõe o litígio;
O mediador apenas estimula as partes a chegarem a um acordo;
O mediador precisa ter conhecimento legal;
É um mecanismo de AUTOCOMPOSIÇÃO, por isso tente a aumentar a possibilidade de as partes
manterem uma relação, mesmo após o surgimento do conflito;
Amplamente utilizada na área de conflito de família (ex.: guarda de filhos);
Princípios:
. Autonomia da vontade das partes;
. Credibilidade do Mediador;
. Sigilo / Confidencialidade.
Deveres:
. Explicar às partes o que é a mediação;
. Buscar a solução;
. Lavras o termo da mediação.
CONCILIAÇÃO
Há apenas a sugestão de uma solução;
Causas trabalhistas costumam ser objeto de conciliação eficiente;
O conciliador deve retirar a carga de tradições forenses;
Acordos, flexibilização e prática de bom senso;
Não se discute o mérito da causa (o que está certo e errado), só valores e obrigações;
Se discutem questões relacionadas ao comportamento das partes que provocam um acordo (melhor
solução ao litígio).
ARBITRAGEM
Lei da arbitragem: 13.129/2015
As partes permitem que um terceiro, o ÁRBITRO, especialista na determinada matéria discutida, decida a
controvérsia;
A decisão do Árbitro tem força de sentença judicial; é irrecorrível;
As partes outorgam a uma pessoa ou a um grupo a tarefa de pacificarem um conflito; ou seja, as partes
escolhem a arbitragem;
Esse árbitro tem a mesma força das situações judiciais;
Requisitos Subjetivos (cumulativos):
. Só comtempla pessoas capazes;
. Só pode ter como objeto direitos DISPONÍVEIS.
Princípios:
. Autonomia da vontade das partes;
. Devido processo legal;
. Obrigatoriedade de sentença;
. Competência (da atribuição), conhecimento da matéria.
Como se submete um conflito ou um tribunal arbitral?
a) Cláusula Compromissória:
- Cheia: estipula a câmara de arbitragem.
- Vazia: prevê apenas a solução do conflito utilizando a arbitragem.
b) Compromisso Arbitral:
- Contrato entre as partes que optam pela arbitragem.
Não existe recurso sem sentença arbitral;
Sentença sem fundamentação é NULA;
Sentença Arbitral independe da homologação judicial;
Sentença Arbitral faz coisa julgada = Segurança jurídica. É equiparada a título executivo judicial;
O descumprimento dessa sentença é levado ao Judiciário (475N, § único, CPC = ação de execução p/
cumprimento em 15 dias sob pena de multa prevista em 475);
Cabe ação anulatória (Art. 32 da lei da arbitragem) com prazo decadencial de 90 a partir da certificação das
partes.
DIREITO PROCESSUAL
Século XI – chamado de “práticas” ou “praxes”; estudos limitados ao aspecto pragmático da solução do
litígio, sem qualquer análise ou preocupação científica (era apêndice do Direito Natural);
Direito Judiciário – Judicialismo; posterior ao século XI, focado na figura do juiz; era mais técnico, porém
ainda insuficiente;
Nem toda a atividade do judiciário é processual e não só o juiz, mas também as partes que participam do
processo.
Meados do Século XIX – doutrina Alemã – surge a nomenclatura “Direito Processual”; O processo deixa de
ser realizado com o costume e passa a ter NA LEI a sua regulamentação.
CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL
Ramo do Direito que estuda o conjunto de normas e princípios que regem a função jurisdicional no Estado
em todos os seus aspectos que fixam o procedimento que se há de seguir para obter a atuação do Direito
Positivo nos Casos Concretos, e que determinam que as pessoas devem se submeter a jurisdição do
Estado.
ORIGEM HISTÓRICA
O Processo Civil teve sua origem desde tempos remotos, mas nessa época não haviam as divisões de
ramos do Direito como temos atualmente.
BRASIL:
Adotamos num primeiro momento as ordenações ofensivas, Manuelinas e Filipinas;
Regulamento 737: foi de grande importância até a edição do Código de Processo Civil; até então foram
editados regulamentos para entrarem em vigor juntamente com o Código Comercial de 1850;
Código de Processo Civil de 1939 – princípio da oralidade (com algumas concessões à tradição,
especialmente no que diz respeito aos sistemas de recursos e a multiplicação dos processos especiais);
CPC 1973 – Código dividido em 1220 Artigos e 5 livros.
I. Processo de Conhecimento;
II. Processo de Execução;
III. Processo Cautelar;
IV. Dos Procedimentos Especiais;
V. Das Disposições Finais e Transitórias.
CPC 2015 – Resultado da própria evolução da sociedade e da necessidade de mecanismos judiciais que
a acompanhe. Composto de 1072 artigos divididos em VI livros e uma parte especial dividida em 3 livros.
NORMAS JURÍDICAS DE DIREITO PROCESSUAL: Disciplinam aquilo que acontece em juízo, visando a solução
da lide. É o instrumento do Direito Material junto ao Poder Judiciário. Por meio do Processo é que se consegue dar
efetividade à norma jurídica material desrespeitada por um dos sujeitos da lide.
As Normas Jurídicas Processuais constituem o critério de proceder, enquanto as Normas de Direito Material
constituem o critério de julgar.
- A Norma Processual possui natureza de Direito Público, normalmente congente com caráter eminentemente
técnico.
PROCESSO
É a operação por meio da qual é obtida a composição da lide: significa resolvê-la conforma a vontade da lei
reguladora. É função da jurisdição.
É o meio de que se vale o Estado para exercer a sua função jurisdicional.
É o instrumento da jurisdição.
Como operação, o processo se desenvolve numa série de atos, obedecendo a uma certa ordem, tendo em
vista o fim a que visam:
. Jurisdicionais;
. Dos sujeitos da lide;
. Do terceiro desinteressado.
É a disciplina dos atos coordenados, tendentes ao fim a que visam.
É o complexo de atos coordenados, tendentes ao exercício da função jurisdicional, à atuação da vontade da
lei às lides ocorrentes, por meio dos órgãos jurisdicionais.