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TEORIA GERAL DO PROCESSO

SOCIEDADE E DIREITO
 Organização através de normas;
 Primórdios: pré-direito – a lei do mais forte;
 Ubi Societas ubi jus – não há sociedade sem direito;
 Após instituído, Direito se tornou a mais eficaz e importante forma de controle social;
 Homem = ser gregário essencialmente (coexistência);
 Inconsciente e espontaneamente somos levados a formar grupos (família; escola; associações religiosas,
culturais, esportulais; etc.);
 Ser humano = estado convencional, comunicação recíproca;
 Norma jurídica = pertence à vida social;
 Somente as normas de Direito podem asseguras as condições de equilíbrio na sociedade (fato, valor,
norma).

ANÁLISE DOS CONCEITOS PROCESSUAIS BÁSICOS


1º conceito – NECESSIDADE
 Traduz a situação de carência ou desequilíbrio (falta algo);
 Decorre do fato de que o homem depende de certos elementos, não só para sobreviver, mas para se
aperfeiçoar social, política e culturalmente;
 Homem é um ser dependente;
 Necessidade = relação de dependência;

2º conceito - BEM (bem da vida)


 Da relação entre dependência e necessidade nasce o conceito de BEM;
 Elemento capaz de satisfazer uma necessidade do homem;
 BENS – valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito;
 Objeto de Direito positivo = conduta humana;
 Objeto de Direito subjetivo = pode ser um bem sem valor economicamente;
 Bens Jurídicos de natureza Patrimonial – tudo que possa ser incorporado a nosso patrimônio (casa, carro,
livro, etc.);
 Bens Jurídicos não Patrimoniais – aqueles que NÃO são economicamente estiráveis, insuscetíveis de valor
pecuniário (vida, saúde, honra, liberdade, etc.);
 Toda relação jurídica entre sujeitos tem por objeto um BEM, sobre o qual recaem objetos e obrigações;
 De um lado: homem e suas NECESSIDADES; do outro: os BENS e sua utilidade;

3º conceito – INTERESSE
 UTILIDADE precisa se aliar a uma NECESSIDADE presente ou futura;
 Emerge daí o interesse;
 INTERESSE: reação, cuja palavra deriva de “quod inter est” – que está entre; o interesse está entre uma
necessidade e um bem apto a satisfazê-lo.
 Deriva de 2 espécies:
. Interesse Imediato: que se deve diretamente à satisfação de uma necessidade.
. Interesse Mediato: necessário realizar uma situação intermediária, para isso temos ainda os
interesses Individuais e os Coletivos.
 Interesse Primário: 1º Grau: quando o juízo de utilidade, ou valor, considera o bem em si mesmo como
apto diretamente para satisfazer uma necessidade;
 Interesse Secundário: 2º Grau: quando o juízo de utilidade ou valor considera como um meio para a
construção de outro bem que satisfaça a necessidade (dinheiro).

CONFLITO DE INTERESSES
 Surgem, pois, as necessidades são ilimitadas, mas os bem são limitados.
 Relativamente a determinados bens surge entre os homens choque de força que caracterizam o conflito de
interesses; são inevitáveis no meio social.
 Ocorre quando a satisfação de uma necessidade exclui a satisfação de uma outra necessidade.
 CONFLITO INTERSUBJETIVO – entre interesses; entre mais de um indivíduo.
 CONFLITO DE INTERESSES INDIVIDUAIS –
. Ex.: Tício e Caio têm uma necessidade de se alimentar, mas só existe alimento para um deles.
 CONFLITO ENTRE INTERESSES INDIVIDUAIS E COLETIVOS –
. Ex.: O interesse de Tício a segurança pessoal e o interesse coletivo à defesa do território que reclama a sua
exposição aos perigos da guerra.
 CONFLITO ENTRE DOIS INTERESSES COLETIVOS –
. Ex.: Conflito de interesses entra a instrução pública e o interesse à defesa pública, quando os meios à
disposição do Estado forem limitados de forma que não possam ser satisfeitos ao mesmo tempo.
 O conflito intersubjetivo de interesses tende a dividir-se no meio social, mas se isso não acontece, levam
os indivíduos a disputar um determinado bem da vida, estamos diante de uma PRETENSÃO (manifestação
de vontade).

PRETENSÃO
 Manifestação de vontade;
 Exigência de subordinação do interesse de outrem ao interesse próprio;
 Pedido ou a postulação que a parte deduz ao juiz;
 Processo – buscar sentença que reconheça o direito alegado e que sujeito o réu ao seu cumprimento;
 No processo se desenvolvem duas pretensões distintas do autor:
. 1ª – deduzida contra a parte adversa, correspondendo a exigência de subordinação ao seu
interesse, como a consequente entrega do bem da vida que se alega violado.
. 2ª – o autor tem um direito subjetivo em face do Estado-juiz, em deter uma tutela jurídica que afaste
a violação por ela suportada. Logo, o autor da demanda judicial também formula uma pretensão
contra o agente que exerce a jurisdição, a que consiste juntamente em obter o provimento
jurisdicional que obrigue o réu a entrega do direito material violado.

RESISTÊNCIA
 Oposição à pretensão;
 Pode ser que, diante de uma pretensão de um dos sujeitos, o titular do direito oposto decida pela
subordinação, caso em que basta a pretensão para determinar a resolução pacifica do conflito;
 Quando a pretensão do titular de um dos interesses em conflito, o outro oferece resistência, o conflito
assume funções de uma verdadeira Lide ou Litígio.
 Lide – modo se ser do conflito de interesses; é o conflito de interesses qualificado pela pretensão de um
dos interessados e pela resistência do outro; é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão
resistida ou insatisfeita.
. Elemento Material: conflito de interesses
. Elemento Formal: pretensão / resistência ou oposição

RESOLUÇÃO DE CONFLITOS DE INTERESSE


- Surgindo um conflito entre dois interesses contrapostos, pode ser resolvido por obra dos propósitos litigantes ou
mediante a decisão imperativa de um terceiro, tendo-se: no primeiro caso uma solução parcial do conflito por obra
das próprias partes; e no segundo caso uma solução imparcial por ato de um terceiro.

AUTOCOMPOSIÇÃO
 Solução, resolução, ou decisão do litígio por obra dos próprios litigantes;
 Aparece como uma solução “altruísta”, pois traduz uma atitude de renúncia ou reconhecimento a favor do
adversário;
 Quando a solução do problema é realizada de forma amigável, por ato de uma ou todas as partes;
 Formas:
. Renúncia ou Desistência – Solução do conflito partindo do atacante;
. Submissão ou Reconhecimento – Solução do conflito partindo do atacado;
. Transação do Conflito – Por ambas as partes.
 Essas formas de solução de conflito podem ocultar ou dissimular atos que levam a parte mais fraca a
renunciar, diante de sua desigual capacidade de resistência econômica.

AUTODEFESA
 Quando por ato de uma dessas partes que impõe sobre o direito da outra parte.
 Autodefesa ou Autotutela.
*Autotutela = Vingança Privada

PROCESSO JUDICIAL
 Quando a solução se dá por ato de terceiro estranho à relação;
 Defesa de Terceiro: Conciliação / Mediação / Arbitragem / Processo.

PROCESSO
 Meio que oferece maiores probabilidades de uma solução específica dos litígios, pois os conflitos são
resolvidos por um “terceiro sujeito”, a ele estranho, segundo determinadas regras;
 Para que o processo produza resultados, é preciso que o Estado (terceiro imparcial) seja mais forte que as
partes litigantes, para que possa impor coativamente a sua vontade;
 É o instrumento de que se serve o Estado para, no exercício da função jurisdicional, resolver os conflitos
de interesses, solucionando-os;
 Não se compõe de um único ato, mas de um conjunto de atos coordenados entre si e ligados pelo fim
desejado: obter justa composição da LIDE;
 Os atos processuais são praticados:
. Pelo juiz;
. Pelas partes;
. Pelos auxiliares de justiça;
. Pelos colaboradores eventuais;
. Pelos terceiros desinteressados.

MEDIAÇÃO
 Lei da mediação: 13.140/2015
 Visa-se recuperar o diálogo entre as partes;
 As partes que decidem;
 Terceiro imparcial AJUDA as partes a encontrar uma solução aceitável para ambas;
 O mediador NÃO julga; NÃO compõe o litígio;
 O mediador apenas estimula as partes a chegarem a um acordo;
 O mediador precisa ter conhecimento legal;
 É um mecanismo de AUTOCOMPOSIÇÃO, por isso tente a aumentar a possibilidade de as partes
manterem uma relação, mesmo após o surgimento do conflito;
 Amplamente utilizada na área de conflito de família (ex.: guarda de filhos);
 Princípios:
. Autonomia da vontade das partes;
. Credibilidade do Mediador;
. Sigilo / Confidencialidade.
 Deveres:
. Explicar às partes o que é a mediação;
. Buscar a solução;
. Lavras o termo da mediação.

CONCILIAÇÃO
 Há apenas a sugestão de uma solução;
 Causas trabalhistas costumam ser objeto de conciliação eficiente;
 O conciliador deve retirar a carga de tradições forenses;
 Acordos, flexibilização e prática de bom senso;
 Não se discute o mérito da causa (o que está certo e errado), só valores e obrigações;
 Se discutem questões relacionadas ao comportamento das partes que provocam um acordo (melhor
solução ao litígio).
ARBITRAGEM
 Lei da arbitragem: 13.129/2015
 As partes permitem que um terceiro, o ÁRBITRO, especialista na determinada matéria discutida, decida a
controvérsia;
 A decisão do Árbitro tem força de sentença judicial; é irrecorrível;
 As partes outorgam a uma pessoa ou a um grupo a tarefa de pacificarem um conflito; ou seja, as partes
escolhem a arbitragem;
 Esse árbitro tem a mesma força das situações judiciais;
 Requisitos Subjetivos (cumulativos):
. Só comtempla pessoas capazes;
. Só pode ter como objeto direitos DISPONÍVEIS.
 Princípios:
. Autonomia da vontade das partes;
. Devido processo legal;
. Obrigatoriedade de sentença;
. Competência (da atribuição), conhecimento da matéria.
 Como se submete um conflito ou um tribunal arbitral?
a) Cláusula Compromissória:
- Cheia: estipula a câmara de arbitragem.
- Vazia: prevê apenas a solução do conflito utilizando a arbitragem.
b) Compromisso Arbitral:
- Contrato entre as partes que optam pela arbitragem.
 Não existe recurso sem sentença arbitral;
 Sentença sem fundamentação é NULA;
 Sentença Arbitral independe da homologação judicial;
 Sentença Arbitral faz coisa julgada = Segurança jurídica. É equiparada a título executivo judicial;
 O descumprimento dessa sentença é levado ao Judiciário (475N, § único, CPC = ação de execução p/
cumprimento em 15 dias sob pena de multa prevista em 475);
 Cabe ação anulatória (Art. 32 da lei da arbitragem) com prazo decadencial de 90 a partir da certificação das
partes.
DIREITO PROCESSUAL
 Século XI – chamado de “práticas” ou “praxes”; estudos limitados ao aspecto pragmático da solução do
litígio, sem qualquer análise ou preocupação científica (era apêndice do Direito Natural);
Direito Judiciário – Judicialismo; posterior ao século XI, focado na figura do juiz; era mais técnico, porém
ainda insuficiente;
 Nem toda a atividade do judiciário é processual e não só o juiz, mas também as partes que participam do
processo.
 Meados do Século XIX – doutrina Alemã – surge a nomenclatura “Direito Processual”; O processo deixa de
ser realizado com o costume e passa a ter NA LEI a sua regulamentação.
CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL
 Ramo do Direito que estuda o conjunto de normas e princípios que regem a função jurisdicional no Estado
em todos os seus aspectos que fixam o procedimento que se há de seguir para obter a atuação do Direito
Positivo nos Casos Concretos, e que determinam que as pessoas devem se submeter a jurisdição do
Estado.

ENQUADRAMENTO DO PROCESSO NO BOJO DO DIREITO COMO UM TODO


1) Direito processual faz parte do Direito Público, já que regula a atividade jurisdicional do Estado;
2) Direito constitucional tem grande relação com o Processual, tendo em vista que a estrutura jurisdicional tem
assento na constituição e considerando que diversos princípios processuais são encontrados na
constituição (acesso à justiça e ao Direito Processual legal);
3) Direito processual cria e regula remédios jurídicos que tornem efetivo todo o ordenamento.
 Conclusão: Reconhecimento da efetividade do processo como meio de acesso à justiça.

ORIGEM HISTÓRICA
 O Processo Civil teve sua origem desde tempos remotos, mas nessa época não haviam as divisões de
ramos do Direito como temos atualmente.
BRASIL:
 Adotamos num primeiro momento as ordenações ofensivas, Manuelinas e Filipinas;
 Regulamento 737: foi de grande importância até a edição do Código de Processo Civil; até então foram
editados regulamentos para entrarem em vigor juntamente com o Código Comercial de 1850;
 Código de Processo Civil de 1939 – princípio da oralidade (com algumas concessões à tradição,
especialmente no que diz respeito aos sistemas de recursos e a multiplicação dos processos especiais);
 CPC 1973 – Código dividido em 1220 Artigos e 5 livros.
I. Processo de Conhecimento;
II. Processo de Execução;
III. Processo Cautelar;
IV. Dos Procedimentos Especiais;
V. Das Disposições Finais e Transitórias.
 CPC 2015 – Resultado da própria evolução da sociedade e da necessidade de mecanismos judiciais que
a acompanhe. Composto de 1072 artigos divididos em VI livros e uma parte especial dividida em 3 livros.

ATUALMENTE, O PROCESSO BUSCA:


1. FACILITAÇÃO DO ACESSO À JUSTIÇA: A Lei deve adotar mecanismos que permitam que todos possam
levar ao judiciário os seus conflitos reduzindo-se a possibilidade da chamada litigiosidade contida, em que
a insatisfação não é levada em juízo e permanece latente.
2. DURAÇÃO RAZUÁVEL DO PROCESSO: A demora na solução de conflitos traz ônus gravosos àquele
que ingressa em juízo, o que estimula o adversário a tentar prolongar indefinidamente o processo.
3. INSTRUMENTALIDADE: O processo é instrumento que deve ser sempre o mais adequado possível para
fazer valer o Direito Material.
4. TUTELA DE INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS: É decorrência direta da garantia de acesso à justiça.
Há direitos que estão pulverizados entre os membros da sociedade, o que traz risco à sua proteção, se
esta não for atribuída a determinados entes.
5. UNIVERSALIZAÇÃO: Busca de democratização e universalização da justiça, única situação em que o
judiciário cumprirá idealmente o seu papel, que é o de assegurar a todos a integral proteção de seus direitos.
6. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL: As normas devem ser interpretadas sob a ótica
constitucional, o que permite falar em um Direito Processual Constitucional.
7. EFETIVIDADE DO PROCESSO: O processo deve ser instrumento eficaz de solução de conflitos. O
jurisdicionado deve recebe-lo de forma adequada, pronta e eficiente. A técnica não deve ser um fim último,
mas estar a serviço de uma finalidade, qual seja a obtenção de resultado que atenda ao que se espera do
processo, do ponto de vista ético, político e social.
NORMAS DE DIREITO MATERIAL: Criam, modificam ou extinguem relações jurídicas. O Direito Material visa as
relações jurídicas com conteúdo eminentemente espontâneo.

NORMAS JURÍDICAS DE DIREITO PROCESSUAL: Disciplinam aquilo que acontece em juízo, visando a solução
da lide. É o instrumento do Direito Material junto ao Poder Judiciário. Por meio do Processo é que se consegue dar
efetividade à norma jurídica material desrespeitada por um dos sujeitos da lide.

As Normas Jurídicas Processuais constituem o critério de proceder, enquanto as Normas de Direito Material
constituem o critério de julgar.

NORMA PROCESSUAL: Quanto à Obrigatoriedade


Congentes ou de Ordem Pública: Caracterizam-se pelas circunstâncias de deverem ser cumpridas sempre,
independentemente da escolha daquele que as deva cumprir. São regras inderrogáveis pela vontade das partes.
Art. 1521, CC.
Dispositivas: Imperatividade relativa; embora devam ser cumpridas, podem ser afastadas nos limites permitidos
pela própria lei ou pela vontade das partes.

- A Norma Processual possui natureza de Direito Público, normalmente congente com caráter eminentemente
técnico.

PROCESSO
 É a operação por meio da qual é obtida a composição da lide: significa resolvê-la conforma a vontade da lei
reguladora. É função da jurisdição.
 É o meio de que se vale o Estado para exercer a sua função jurisdicional.
 É o instrumento da jurisdição.
 Como operação, o processo se desenvolve numa série de atos, obedecendo a uma certa ordem, tendo em
vista o fim a que visam:
. Jurisdicionais;
. Dos sujeitos da lide;
. Do terceiro desinteressado.
 É a disciplina dos atos coordenados, tendentes ao fim a que visam.
 É o complexo de atos coordenados, tendentes ao exercício da função jurisdicional, à atuação da vontade da
lei às lides ocorrentes, por meio dos órgãos jurisdicionais.

Norma Jurídica Material ou Substancial


. Constituem o critério de julgar, de modo que, não sendo observadas, dão lugar ao “error in judicando” –
erro no julgamento.

Norma Jurídica Processual ou Instrumental


. Constituem critério de proceder, uma vez que desobedecidas ensejam a ocorrência do “error in procedendo”
– não teve a oportunidade de se manifestar.
. É uma espécie de gênero da norma jurídica.
. 3 Grupos:
 Normas Processuais em Sentido Estrito: regulam o processo como tal, atribuindo poderes e deveres
processuais as partes e órgãos judiciais.
 Normas Processuais de organização Judiciária: regulam a criação e estrutura dos órgãos judiciais
e seus auxiliares.
 Normas Processuais Estritamente Procedimentais: regulam o modo como se devem conduzir o juiz
e as partes no processo, bem como a coordenação dos atos que compõem o procedimento.
. Natureza:
 Integra-se ao direito público;
 A relação jurídica que se estabelece no processo NÃO é uma relação de coordenação, mas sim de
poder e sujeição predominando sobre os interesses divergentes dos litigantes.
 A natureza do direito público da norma processual NÃO significa dizer que ela seja necessariamente
obrigatória, pois em certas situações, a aplicação fica na dependência da vontade das partes,
havendo então normas processuais dispositivas.
. Objeto:
 É a disciplina do modo processual de resolver os conflitos mediante a atribuição ao juiz dos poderes
necessários para resolvê-los, às partes, de faculdade e poderes destinados à eficiente defesa de
seus direitos, além da correlativa situação à autoridade do juiz.
. Fontes Abstratas:
 Lei;
 Usos e costumes;
 Princípios gerais de direito;
 Jurisprudência.
. Fontes Concretas:
 Fontes Constitucionais;
 Fontes da legislação complementar à constituição;
 Fontes Ordinárias.
. Eficácia da Lei Processual:
 É a produção dos efeitos jurídicos, ou seja, a aptidão para produzir fatos jurídicos;
 Toda norma jurídica tem eficácia limitada no tempo e no espaço, isto é, aplica-se apenas dentro de
dado território e por um certo período de tempo;
 Tais limitações aplicam-se inclusive à norma processual;
. Lei Processual no Espaço:
 Territorialidade – Lei do Foro;
 Princípio da territorialidade: regula a eficácia espacial das normas de processo, limitando-se o juiz
a aplicar a lei local (“Lex fori”). Por ser direito público, o processo representa parcela de soberania
estatal, motivo pelo qual não se admite, como regra, a aplicação de normas estrangeiras no território
nacional. A exceção é a regra do art. 13 da LINDB, referente à obrigatoriedade de utilização dos
ônus e meios de prova do local onde o negócio jurídico material foi firmado.
. Lei Processual no Tempo:
 Tempus regitactum; estando as normas processuais limitadas também no tempo, em geral, são as
regras que compõem o direito processual intertemporal:
 As leis processuais brasileiras estão sujeitas às normas relativas à eficácia temporal das leis,
constantes na LINDB;
 Dada a sucessão das leis no tempo, incidindo sobre situações idênticas, surge o problema
de estabelecer qual das leis – se a anterior ou a posterior – deve regular uma determinada
situação concreta (art. 14, NCPC; art. 1046, NCPC).
. Lei Nova:
 Nos processos findos não se aplica Lei Nova, pois a lei é irretroativa;
 A questão coloca-se no caso dos processos em curso, por ocasião do início de vigência de lei Nova.
. Sistema de Isolamento dos atos Processuais:
 Por esse critério, afasta-se a aplicação de Lei Nova em relação aos atos já encerrados, aplicando-
se apenas aos atos processuais a serem ainda praticados.
 Esse sistema assegura que a norma processual NÃO tenha efeito retroativo, provendo apenas para
o futuro, para atos ainda não realizados.
. Interpretação da Lei Processual:
 Métodos (Interpretar a lei consiste em determinar o seu significado e fixar o seu alcance):
 Método Gramatical (Literal): se ocupa de como as leis se expressam por meio de palavras.
É a pior de toda as interpretações.
 Método Lógico Sistemático (Teleológico): exame em suas relações com as demais normas
que compõem o ordenamento e à luz dos princípios gerais que o informam. Visa
compreender o espírito das leis, a finalidade do legislador.
 Método Histórico: analisa as mudanças sociais de que resultou e as aspirações a que
correspondeu.
 Método Comparativo: os ordenamentos jurídicos, além de interpretarem problemas
idênticos ou análogos, avizinham-se e se influenciam mutualmente.
 Espécies:
 Declarativa: atribui à lei o exato sentido proveniente do significado das palavras que a
expressam.
 Extensiva: considera a lei aplicável a casos que não estão abrangidos pelo seu teor literal.
O intérprete amplia o sentido e o alcance das palavras da lei.
 Restritiva: limita o âmbito de aplicação da lei a um círculo mais estrito de casos do que o
indicado pelas suas palavras.
 Integração:
 Lacunas na Lei: sempre haverá no ordenamento jurídico para solucionar conflitos;
 Por mais imaginativo que o legislador seja, jamais conseguiria prever todas as situações que
a vida social provocará;
 O preenchimento dessas lacunas se dá pela INTEGRAÇÃO.

PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL


 Os princípios orientam a formação dos sistemas que compõem o Direito Processual Civil.
 Acesso à Justiça:
. Art. 5º XXXV, CRFB/88;
. Esse acesso à justiça se dá, dentre outras formas, através das Defensorias Públicas.
 Princípio do Devido Processo Legal:
. Art. 5º LIV, CRFB/88;
. “Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”;
. Conjunto de garantias constitucionais que asseguram às partes o exercício de suas faculdades e
poderes processuais;
. É o direito ao procedimento adequado que legitima o exercício da função jurisdicional.
 Assistência Jurídica Integral e Gratuita:
. Art. 5º LXXIV, CRFB/88;
. Permite reduzir obstáculos financeiros que privariam o economicamente hipossuficiente ao adequado
acesso à justiça;
. Acesso à justiça + Assistência integral e gratuita = conscientização jurídica da sociedade;
. O estado assume os custos inerentes ao exercício da função jurisdicional.
 Princípio da Imparcialidade do Juiz:
. Garantia de justiça para as partes;
. Para que o processo seja justo e válido, é preciso que o juiz atue de forma imparcial (não ser
tendenciado para nenhuma das partes);
. O juiz coloca-se entre as partes e acima delas (primeira condição para que possa exercer a sua função
dentro do processo;
. A imparcialidade do juiz é pressuposto para que a relação processual se instaure validamente: art. 95,
I, II, III, CRFB/88.
 Princípio da Igualdade (Isonomia):
. As partes e seus advogados devem ter igual tratamento pelo juiz;
. Art. 5º, CRFB/88;
. As partes e seus procuradores devem merecer tratamento igualitário, para que tenham as mesmas
oportunidades de fazer valer, em juízo, as suas razões;
. Art. 37 e 150, II, CRFB/88.
 Princípio Contraditório e de Ampla Defesa:
. Art. 5º LV, CRFB/88;
. Todas as partes no processo devem ter direito de se manifestar sobre o processo e de se defender de
todas as afirmações que lhe foram atinentes.
 Princípio da Ação:
. Princípio da demanda;
. Indica a atribuição à parte da iniciativa de provocar o exercício da função jurisdicional;
. Denomina-se ação o direito de ativar os órgãos jurisdicionais, visando a satisfação de uma pretensão;
. A jurisdição é inerte e para sua movimentação exige a provocação do interessado.
 Princípio da Disponibilidade e da Indisponibilidade:
. Art. 2º e 141, NCPC;
. Chama-se “poder dispositivo” a liberdade que as pessoas têm de exercer ou não os seus direitos;
. Em direito processual, tal poder é configurado pela possibilidade de apresentar ou não a sua pretensão
em juízo, bem como de apresentá-la da maneira que melhor lhe aprouver e renunciar a ela ou a certas
situações processuais;
. Esse poder dispositivo é quase absoluto no processo civil.
 Princípio Dispositivo e Princípio da Livre Investigação das Provas:
. Art. 371, NCPC;
. Princípio Dispositivo consiste na regra de que o juiz depende, na instrução da causa, da iniciativa das
partes quanto às provas e às alegações em que se fundamentará a decisão.
 Princípio da Economia e Instrumentalidade das Formas:
. Art. 283, NCPC; Art. 5º, LXXVIII, CRFB/88;
. Se o processo é um instrumento, não pode exigir um dispêndio exagerado com relação aos bens que
estão em disputa;
. Deve haver uma necessária proporção entre fins e meios para que haja equilíbrio quanto ao binômio
custo-benefício;
. A celeridade processual é uma garantia constitucional pela razoabilidade na duração do processo.
 Princípio do Duplo Grau de Jurisdição:
. Art. 496, NCPC; Art. 92 e 126, CRFB/88;
. Indica a possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau
(primeira instância), que corresponde à denominada instância interior;
. Garante assim um novo julgamento por parte dos órgãos da “jurisdição superior”, ou de segundo grau
(segunda instância);
. Funda-se na possibilidade de a decisão do primeiro grau ser injusta ou errada, daí decorrendo a
necessidade de permitir sua reforma em grau de recurso;
. O acesso aos órgãos recursais, em regra, se dá por iniciativa da parte vencida.
 Princípio da Publicidade:
. Art. 189, NCPC; Art. 5º, LX, CRFB/88;
. Constitui uma precisa garantia do indivíduo no tocante do exercício da jurisdição;
. A presença do público nas audiências e a possibilidade do exame dos autos por qualquer pessoa
representam o mais seguro instrumento de fiscalização popular sobre a obra dos magistrados,
promotores públicos e advogados;
. Visa permitir o controle da opinião pública sobre os serviços da justiça.
 Princípio da Motivação das Decisões Judiciais:
. Art. 93, IX e X, CRFB;
. Assim como o da publicidade, é voltado ao controle popular sobre o exercício da função jurisdicional, é
o da necessária motivação das decisões judiciais;
. A CF exige dos órgãos da jurisdição a motivação explícita de todos os seus atos decisórios; tal garantia
assegura às partes o convencimento do juiz e o porquê da conclusão exarada em sua decisão,
possibilitando a interposição de recursos pela parte vencida;
. A obrigatoriedade de motivação preserva interesses públicos e particulares de um lado, para que se
possa aferir em concreto a imparcialidade do juiz e a justiça de suas decisões; de outro lado, é essencial
às partes o conhecimento das razões da decisão.
 Princípio do Impulso Oficial:
. A jurisdição só age se provocada, o que se dá mediante o exercício do direito de ação;
. Uma vez provocada age por impulso oficial, independentemente de qualquer vontade das partes, o que
se justifica ante o caráter público da função jurisdicional;
. O juiz não deve indagar às partes o que fazer;
. Apresentada a petição inicial em juízo cabe ao magistrado promover a continuidade dos atos
procedimentais até a solução definitiva do litígio.
 Princípio da Cooperação:
. Art. 321, NCPC;
. Dirigido especificamente ao juiz que não pode agir com mero fiscal da lei;
. Deve se portar como agente colaborador do processo;
. Orienta o “agir” do juiz, trazendo consigo três deveres:
 Esclarecimento – esclarecer às partes quanto as dúvidas, pedidos e posições em juízo;
 Consulta – obrigação do juiz ouvir previamente as partes sobre questões de fato ou de direito
que influenciarão o julgamento da causa;
 Prevenir – deve de apontar as deficiências das postulações das partes para que possam ser
supridas.

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