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CONFECÇÃO DA PPR

Modelo de Estudo

O modelo de estudo é elaborado pelo dentista com moldeiras de estoque. A


impressão (moldagem) é feita com alginato vazado com gesso-pedra. A elaboração do
modelo de estudo requer um cuidado especial no sentido de se obter um ótimo modelo
de trabalho. É a partir dele que o dentista avalia o estado dos dentes remanescentes, das
mucosas e dos suportes ósseos, e faz o tratamento e a reabilitação.
O estudo dos grampos, o planejamento da PPR e a colocação do aparelho no
paralelômetro são etapas nas quais deve existir uma troca permanente de informações
entre o dentista e o técnico para se alcançar o melhor resultado final possível.

Modelo de Trabalho

Com base no modelo de estudo, o técnico confecciona uma moldeira


individual em acrílico que o dentista utilizará para efetuar nova impressão (moldagem)
com elastômeros. O dentista pode também realizar uma moldagem com moldeiras de
estoque, a partir da qual irá fazer uma impressão (moldagem) sem o uso da moldeira
individual.
Após a nova impressão, deve-se vazar o modelo de trabalho com gesso-pedra
tipo 3 ou 4.
Aguarda-se a presa do gesso e recortam-se os lados (de forma cônica) para
facilitar a remoção da massa de duplicação e a colocação na platina do delineador.

Planejamento

Para se executar o planejamento deve-se ter à disposição: o modelo de


trabalho; o delineador; lápis preto; instrumentos básicos de prótese e as ceras 7 e
utilidade.

Procedimentos
 Colocar o modelo na platina do delineador;
 Determinar o eixo de inserção (método dos três pontos):
1. Ponto anterior:
Superior (linha mediana, entre o terço médio e o incisal);
Inferior (linha mediana, borda incisa);
2. Pontos posteriores: Usa-se a crista transversal marginal mesial dos primeiros molares
ou, na ausência destes, constroem-se dentes (cubos) com cera utilidade.
 Determinar o eixo, fixar bem o modelo na platina e marcar com o grafite a linha
equatorial dos dentes-suportes;
 Desenhar o aparelho (já planejado no modelo de estudo) com lápis n° 2 (selas,
barras, grampos, etc.);
 Procurar, com a ponta exploradora, ângulos mortos (mesiais e distais) nos dentes
pilares e aliviar com cera7 (abaixo dos grampos);

Observação
Relembrar conceitos de calibragem da ponta ativa do braço de retenção do grampo .

 Fazer alívios nas selas e barras (tecido duto) com folhas de cera de
aproximadamente 3 mm ou ligeira camada de cera 7 (cera de 3 mm)
 Eliminar com cera as retenções ainda existentes no modelo, a fim de facilitar a
remoção deste da massa de duplicação (ver abaixo);
 Retirar o modelo da platina do delineador.

Duplicação do modelo de trabalho

A duplicação constitui um dos passos mais importantes do processo de


confecção da PPR, pois é a partir dela que se obtém o modelo de revestimento que se
tornará, mais tarde, a matriz da peça em cera.
Para se executar a duplicação, deve-se ter á disposição: o modelo de trabalho
(aliviado); cubeta; espátula; revestimento; massa de duplicação (agar-agar);
instrumentos básicos de prótese; cera utilidade e muflos.

Procedimentos
 Hidratar o modelo planejado por 5 minutos ou mais, dependendo do tipo de
gesso utilizado, em água fria, para se evitar a formação de bolhas de ar e, em
seguida, enxugá-lo (ar ou papel);
 Fixar e centralizar o modelo na base da mufla (aprender com cera utilidade)
mantendo-se formato expulsivo;
 Fechar o contramuflo e verter massa de duplicação (esta deve estar a 50° C);
 Aguardar a presa de massa duplicadora (não fazer têmpera);
 Remover, com cuidado, o modelo de massa;
 Analisar o negativo (controle da duplicação);
Vazar o molde com revestimento apropriado, deixando aproximadamente 2 a 3 cm de
base;
 Aguardar a presa do revestimento;
Separar o molde e recortar o modelo de revestimento.

Banho de cera

O Banho de cera é dado nos modelos de revestimento para aumentar sua


resistência e dar melhor fixação à futura ceroplastia.
A composição do banho é de:
100g de cera virgem
100g de parafina
20g de carnaúba
20g de breu
Procedimentos
 Desidratar o modelo de revestimento no forno, por 40 minutos a 300°C;
 Preparar o banho nas proporções corretas;
 Imergir o modelo de revestimento durante 5 segundos no banho a 80ºC;
 Esperar esfriar e secar.

Ceroplastia e Escultura

A ceroplastia de uma PPR deve ser considerada na sua globalidade. É preciso


ter em conta os grampos planejados devem adaptar-se aos dentes respectivos, bem como
estar de acordo entre si, com direção de inserção comum e simultânea.
Para se executar a ceroplastia deve-se ter à disposição os seguintes itens: o
modelo (já com o banho de cera); instrumentos básicos de prótese; fios de escultura nº.
1, 2, 5 e 18; sprues nº. 3; e cera 7 e utilidade.
Eis um esquema básico para ceroplastia:
 Esculpir grampos em molares (fio 5);
 Esculpir grampos em pré-molares (fio 18);
 Esculpir grampos de Roach (fio 1);
 Esculpir as selas (fios2 e 1);
 Contornar a barra (fios 2 e 1);
 Preencher os conectores e a barra com cera corrida.
Existem também no mercado vários tipos de pré formados para retenções,
linha de acabamento, grampos, perfis, etc.
Em ambos os casos, devem-se sempre dar o acabamento final na ceroplastia
evitando-se estrangulamentos e observando oclusão.

Canais de alimentação

A colocação correta dos canais de alimentação irá resultar em fundições sem


poros ou deficiências. Por isso deve-se estudar em cada caso os pontos estratégicos
(colocação de sprues) para melhorar distribuição do metal (escoamento do metal na
fundição).
Em casos de esqueletos grandes e com muitos grampos, deve-se recorrer ao
uso de canais auxiliares de alimentação:
Para a colocação de canais de alimentação, deve-se ter à disposição: o modelo
com a PPR esculpida; sprues médio nº. 3; fios 2 e3; ceras 7 e utilidade; instrumentais
básicos de prótese; cone de borracha ou cilindro plástico.

Procedimentos
 Prender o sprues na barra e fios 2 e 3 nos grampos e conectores;
 Unir os fios ao cone (sendo opcional o uso de canais de escape).
Preparação e Inclusão da escultura

A inclusão pode ser feita com ou sem anel de fundição. Ao se optar pelo anel,
é necessário lembrar de colocar folha de amianto (expansão térmica do revestimento)
em suas paredes. Sem o anel, obtém-se a expansão livre do revestimento, podendo-se
usar cilindro plástico e papel. Deve-se deixar 5 mm da extremidade livre e encaixar fita
plástica ou papel na base do modelo.

Procedimentos
 Aplicar antibolhas em toda a ceroplastia e secar;
 Preparar o revestimento na proporção correta (os melhores resultados são
obtidos pelo processo a vácuo);
 Preencher cilindro com revestimento sob média vibração (lentamente);
 Aguardar a presa final do revestimento (30 minutos);
 Após a presa, cortar ligeiramente o topo para melhor desgaseificacão.

Observação:
Se usado cone plástico, deve-se retirá-lo e verificar a posição do cone do anel
na centrífuga antes de levar a peça ao forno (cabe sempre observar as instruções dos
fabricantes do revestimento, do metal, do forno, etc.).

Fundição

Procedimentos
 Colocar o cilindro de revestimento no forno à temperatura ambiente, com o
cadinho;
 Elevar a temperatura do forno:

0 a 400ºC 60’ médio


400 a 900ºC 45’ máximo

 Armar a centrífuga (mínimo de três voltas);


 Posição do anel na centrifuga
 Posicionar o cadinho e o metal na centrífuga
 Ativar o maçarico;
 Fundir a liga com movimentos (pequenos e circulares) do maçarico;
 Disparar a centrifuga (ato contínuo);
 Deixar o anel esfriar lentamente (TTE);
 Desincluir o cilindro de revestimento;
 Limpar peça com jateamento de areia.
Usinagem e Polimento

A usinagem e acabamento da peça fundida (PPR) deve ser feita com todo o
cuidado (ajustando-se constantemente a armação no modelo).

Procedimentos
 Cortar os canais de alimentação com disco de carburundum;
 Remover rebarbas, limpar a PPR por dentro e alisar os grampos e conectores
com pedra montada (cinza, rosa, branca);
 Alisar toda a PPR com pontas e discos de borracha, sempre de forma plana e
controlando a peça firmemente;
 Passar pastas de polimento e feltro para um alto brilho;
 Lavar com água e sabão, e escova de dente.

Observação
Utiliza-se o polimento eletrolítico visando às partes que estarão em contato
com os tecidos bucais. Esse tipo de polimento é realizado antes do polimento com
abrasivo (borracha). As ligas de cromo-cobalto caracterizam-se por uma dureza bastante
grande, exigindo para seu acabamento não apenas abrasivos muito duros, como também
tornos de alta velocidade de rotação.

Confecção da Resina

Uma boa montagem de dente começa sempre com um bom rolete de


articulação.

Procedimentos
 Isolar o modelo na área da sela com isolante (cera/gesso);
 Colocar a armação (PPR) no modelo;
 Fundir a cera e vertê-la na região da sela para que esta copie a região da mucosa
(pode-se também adaptar uma pequena lâmina de cera 7 e fundi-la);
 Preencher toda a sela e os limites da futura região acrílica com cera fundida
(cera 7);
 Confeccionar um rolete de cera 7 e adaptá-lo sobre a sela, observando a altura
dos dentes e a curvatura do arco;
 Retirar a PPR do modelo com rolete, checar a cera fundida (região de contato
com a mucosa) e colocar a peça novamente no modelo para que seja enviada ao
cirurgião-dentista para a prova clínica no paciente.

Montagem em articulador

Procedimentos
 Ajustar modelo (com a PPR) e antagõnico em oclusão;
 Preparar o articulador semi-ajustável;
 Centralizar modelos no articulador com cera utilidade;
 Fixar com gesso comum o modelo à bolacha superior (aguardar a presa);
 Fixar com gesso comum o modelo à bolacha inferior

Montagem dos dentes

A montagem de dentes em uma PPR requer alguns cuidados, pois às vezes é


preciso fazer desgaste nos dentes artificiais para que estes se posicionem melhor dentro
de todo o conjunto. Essa montagem deve ser feita observando-se estética e princípios de
oclusão nos espaços protéticos. Às vezes a colocação de dentes artificiais revela-se
impossível. Em tais situações, eles são esculpidos em cera na própria sela e acrilizados
na cor dos correspondentes.
Montados os dentes, encera-se a parte gengival (ceroplastia gengival),
respeitando-se o limite de acabamento, com cera 7, e a montagem é encaminhada para o
dentista para a prova clínica no paciente (verificação da cor, estética, oclusão, etc.).

Acrilização da PPR

Pode-se incluir a PPR na mufla para acrilização com ou sem modelo.


Será abordada aqui a inclusão sem modelo.

Procedimentos

 Retirar a PPR do modelo e passar antibolha na cera e nos dentes;


 Isolar a mufla n; 6 com vaselina;
 Preparar gesso-pedra e fazer uma boneca sobre os dentes e ceroplastia pelo lado
externo;
 Preparar gesso comum, colocar na base da mufla a PPR com a boneca de pedra,
direcionando-a para baixo e deixando a canaleta do rebordo livre de gesso;
 Alisar o gesso, deixando a mufla livre de retenções;
 Aguardar a presa, isolar o gesso com cel-lac ou vaselina;
 Passar antibolha novamente no rebordo alveolar;
 Fazer boneca com gesso-pedra sobre o rebordo alveolar;
 Fazer boneca com gesso-pedra sobre o rebordo alveolar;
 Colocar a contramufla, preencher o restante com gesso comum e aguardar a
presa por 40 minutos;
 Após a presa do gesso, remover a cera;
 Colocar a mufla em água fervente por 6 minutos;
 Abrir a mufla e a contramufla e lavar com água fervente (ambas);
 Jatear com ar comprimido a mufla e a contramufla (leve esfriamento);
 Furar os dentes (com broca esférica) para retenção;
 Isolar a mufla com isolante de resina (cel-lac);
 Preparar a resina (observar fases);
 Colocar a resina (fase plástica) nos espaços protéticos;
 Colocar celofane úmido, ou plástico, sobre a resina;
 Fechar a contramufla;
 Pensar lentamente até o fechamento da mufla;
 Abrir a mufla, remover o plástico ou o celofane e recortar os excessos;
 Isolar a contramufla (com Cel-lac) e esperar secar;
 Fechar a mufla (com parafusos ou prensa de cocção);
 Fazer a prensagem final.

Cocção

Embora existam várias técnicas de polimerização de resinas, tal como a de


Tomaz Gomes, serão referidas aqui apenas as duas mais conhecidas e empregadas.
Tempo longo (8 horas a 73ºC)
Tempo mais curto (técnica Tuckfield/Worner e Guerin = 3 horas:
 Meia hora para aquecimento da temperatura ambiente até 65ºC;
 Manutenção da temperatura a 65ºC por mais 1 hora;
 Meia hora para elevá-la de 65ºC a 100ºC;
 Manutenção da mufla por 1 hora a 100ºC (o esfriamento é natural,
não sendo aconselhável a têmpera).

Demuflagem

Procedimentos
 Abrir a mufla da contra mufla (com tesoura para outro, chave de fenda, etc.).
 Remover o gesso dos rebordos alveolares (com chave de fenda);
 Retirar o gesso da mufla;
 Separar com cuidado o gesso da prótese acrilizada, em pequenos pedaços, com
tesoura para ouro.

Acabamento e Polimento

A etapa de acabamento e polimento finaliza o processo de confecção


propriamente dita.

Procedimentos
 Limpar bem a resina (colocar no ultra-som com dissolvente de gesso por 5
minutos);
 Recortar os excessos com pedra branca (pêra/trimmer);
 Dar acabamento à resina com pedra montada fina com movimentos circulares;
 Passar lixa 150, 180 e 200, lixa d’água para alisar a resina (com cuidado, para
não riscar os dentes e a armação);
 Preparar pedara-pomes e branco-de-espanha, no torno de polimento com escova
e rodas de pano e feltro;
 Lavar a peça, colocar no modelo e enviar para o dentista.

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