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Bombas Hidráulicas
9.1. Introdução
Bombas são Máquinas Hidráulicas geratrizes ou operatrizes cuja finalidade é realizar o deslocamento de um líquido por
escoamento. Elas transformam o trabalho mecânico que recebe para seu funcionamento em energia, que é comunicada ao
líquido sob as formas de energia de pressão e cinética.
9.2. Classificação
As bombas podem ser classificadas pela sua aplicação ou pela forma com que a energia é cedida ao fluido. O quadro a
seguir mostra resumidamente a classificação dos principais tipos de bombas. Posteriormente serão apresentadas
subclassificações dentro de cada tipo específico de bomba.
Centrifugas
Dinâmicas Puras ( Radiais)
Fluxo Misto
ou turbobombas Tipo Francis
Fluxo Axial
Pistão
Alternativas Embolo
Volumé tricas Diafragma
ou deslocamento Engrenagens
positivo Lóbulos
Rotativas
Parafuso
Palhetas Desliz.
Especiais
São caracterizadas por possuírem um órgão rotatório dotado de pás (rotor) que exerce sobre o líquido forças que resultam
da aceleração que lhe imprime. A finalidade do rotor (impelidor ou impulsor) é comunicar à massa líquida aceleração, para que
adquira energia cinética e se realize assim a transformação da energia mecânica de que é dotado. Ele pode ser:
- aberto (figura 9.1): quando não existe esta coroa circular inferior.
a) Bombas Centrífugas
São aquelas em que a energia fornecida ao líquido é primordialmente do tipo cinética, sendo posteriormente convertida
em grande parte em energia de pressão. A energia cinética pode ter origem puramente centrífuga ou de arrasto, ou mesmo uma
combinação das duas, dependendo da forma do rotor.
Nas bombas centrífugas radiais puras toda energia cinética é obtida através do desenvolvimento de forças puramente
centrífugas na massa líquida devido ao movimento do rotor. O líquido penetra no rotor paralelamente ao eixo, sendo dirigido
pelas pás para a periferia fazendo com que o líquido saia numa direção perpendicular ao eixo (radial). Possuem pás cilíndricas
(simples curvatura), com geratrizes paralelas ao eixo de rotação, sendo estas pás fixadas a um disco e uma coroa circular (rotor
fechado) ou a um disco apenas (rotor aberto). A figura 9.10 mostra este tipo de bomba. São usadas quando se deseja fornecer
uma carga elevada ao fluido e as vazões são relativamente baixas. Ex: água suja e esgotos, indústria de papel, de celulose e
petroquímica.
Nas bombas centrifugas tipo Francis, as pás possuem curvaturas em dois planos. A região inicial das pás se apresenta
com a forma de superfícies de dupla curvatura, para melhor atender à transição das partículas líquidas, da direção axial para radial,
sem provocar choques (mudanças bruscas no sentido do escoamento) nem turbulências excessivas.
A figura 9.11 mostra este tipo de bomba.
Neste tipo de bomba toda a energia cinética é transmitida à massa líquida por forças puramente de arrasto. A trajetória das
partículas líquidas começam paralelamente ao eixo e se transformam em hélices cilíndricas (figura 9.12).
Possuem rotor tem o aspecto de uma hélice de propulsão e pode ter de 2 a 8 pás. As pás podem ser fixas como mostra a
figura 9.13 ou reguláveis como mostra a figura 9..14 (tipo Kaplan).
O bordo de saída das pás é uma curva bastante inclinada em relação ao eixo. O rotor
normalmente possui apenas uma base de fixação das pás com forma de um cone ou de uma
ogiva. A figura 9.20 mostra este tipo de bomba. São utilizadas para grandes descargas e
alturas de elevação pequenas e médias.
São aquelas em que o fluido é arrastado através de um rotor com paletas na sua
periferia, de tal forma que a energia cinética inicial é convertida em energia de pressão pela
redução da velocidade na carcaça. A Figura 9. 21 mostra esse tipo de bomba.
Elas são utilizadas em serviços de alimentação de caldeiras de pequena capacidade e
aqueles em que se deseja uma carga elevada com vazões baixas.
Quando a altura de elevação é grande, faz-se o líquido passar sucessivamente por dois
ou mais rotores fixados ao mesmo eixo e colocados em uma caixa cuja forma permite o
escoamento. A passagem do líquido em cada rotor e difusor constitui um estágio de
separação. O difusor de pás guias fica colocado entre dois rotores consecutivos. As pás do
distribuidor são fundidas ou fixadas à carcaça ou ainda podem ser adaptáveis à carcaça.
O eixo pode ser horizontal ou vertical.
São próprias para instalações de alta pressão, pois a altura total a que a bomba recalca o
líquido é, não considerando as perdas, teoricamente igual a soma das alturas parciais que
seriam alcançadas por meio de cada um dos estágios (20 a 30 metros por estágio).
São utilizadas para alimentação de caldeiras, em poços de água profundos e na
pressurização de poços de petróleo.
Essa transfomação, como vimos, se realiza no difusor, de modo que esse critério
corresponde à indicação dos tipos de difusor. Temos assim:
1) Bomba de difusor com pás guias (diretrizes) colocadas entre o rotor e o coletor.
2)Bomba com coletor em forma de caracol ou voluta.
3)Bomba com difusor axial troncônico, com pás guias.
São utilizadas quando se deseja fornecer uma carga elevada ao fluido e as vazões são
relativamente baixas. Os tipos de aplicações:
- serviços gerais em indústrias de processos (papel, celulose, petroquímica).
- abastecimento de água.
- alimentação de caldeiras.
- serviços de alta pressão.
- extração de água em poços profundos
- outras.
A seleção de uma turbobomba hidráulica, tal como as Turbinas Hidráulicas, pode ser
feita em função das grandezas: ns (rotação específica), Q (descarga) e H (altura manométrica).
Baseado nos resultados obtidos com bombas ensaiadas e no seu custo, o qual depende das
dimensões da bomba, os fabricantes elaboraram tabelas, gráficos e ábacos, delimitando o
campo de emprego de cada tipo em função da velocidade específica, de modo a proceder uma
escolha que atenda as exigências de bom rendimento e baixo custo. Assim, segundo este
critério, podemos classificar as turbobombas em:
9.3.1.7 Funcionamento
- Características do Sistema
A curva "carga da bomba x vazão" nos diz claramente a energia por unidade de peso
que a bomba é capaz de fornecer ao fluido de trabalho em função da vazão.
Entretanto, para determinar o ponto de trabalho, torna-se necessário determinar qual a
energia por unidade de peso que o sistema solicitará de uma bomba em função da vazão
bombeada. A esta sua característica dá-se o nome de altura manométrica do sistema, que é
representada pelo mesmo símbolo (H) utilizado para carga da bomba.
Esta energia por unidade de peso solicitada pelo sistema é então, para cada vazão,
função da altura estática de elevação do fluido (h), da diferença de pressão entre a sucção e
descarga (Pd-Ps) e das perdas existentes no circuito.
onde:
P P
H = hd − hs = Zd + d + h fd − Zs + s − h fs
γ γ
hd= altura manométrica de descarga
hs = altura manométrica de sucção
hfd = perdas na linha de descarga para um Q
hfs = perdas na linha de sucção para um Q
Reescrevendo:
Pd − Ps
H =
γ
(
+ ( Z d + Z s ) + h fd + h fs )
H estático H dinâmico
(não varia com Q) (varia com Q)
8iy iuuh
- Ponto de Trabalho
Se colocarmos a curva do sistema, no mesmo gráfico onde estão as curvas
características das bombas, obteremos o ponto de trabalho na intersecção da curva Q x H da
bomba com a curva do sistema, como mostra a Figura 9. 27.
Figura 9.27 - Ponto de trabalho
Deve-se considerar que existem diversos recursos para modificar o ponto de trabalho e
deslocar o ponto de encontro das curvas Q x H da bomba e do sistema.
- Escorva
As turbobombas comuns, embora possam bombear fluido de um nível inferior ao do seu
bocal de sucção, necessitam para isto serem escorvadas.
Entende-se por escorva um processo de preparação da bomba para funcionamento, no
qual o ar e os gases contidos no seu interior e na tubulação de sucção são extraídos e
substituídos pelo fluido a ser bombeado.
Portanto, antes de começar a operação, a bomba bem como a tubulação de sucção
devem estar cheias de líquido.
A escorva pode ser feita por meio de:
- válvula de pé;
- tanque de escorva;
- ejetor;
- bomba de vácuo;
1) Dados Básicos
- Q (m3 ): vazão para o ponto de trabalho
- H (m): altura de elevação nominal
- hs (m): altura máxima de sucção
2) Cálculos preliminares
- Trabalho específico ( y )
- Rotação específica ( nqa )
- Rendimentos ( nm,, nn,, nt)
- Potências (Pn, Pef)
- Correção da descarga Q
3) Escolha do tipo
- Baseada em nqa e hmax , levando-se em conta o coeficiente de cavitação ( γmin );
- Determinar o tipo de motor de acionamento;
- Determinar o tipo de rotor e o nº de estágios;
4) Cálculo do Rotor
- O gráfico 1 mostra os valores do coeficiente de pressão ϕ = y/(u2/2) relação entre os
diâmetros (que estão indicados na Figura 9.) em função da rotação específica, que servem
como elemento de orientação.
- Determinação de u4 e u2;
- Determinação de D4 e D5 ;
- Determinação de Cm4 e Cm5;
- Determinação de b4 e b5;
- Determinação dos triângulos de velocidade;
- Verificação dos Elementos de Orientação e recalculo dos parâmetros, se necessário;
- Determinação do nº e da espessura das pás;
5) Determinação das características do coletor
- velocidade de entrada;
- dimensões;
- outros;
6) Cálculos Suplementares
- Determinação do diâmetro do eixo;
- Determinação da velocidade crítica;
1) Dados Básicos
- Q;
- H;
2) Cálculos Preliminares
- Y
- nqa
- nm, nh,, nt
- Ph e Pef
- Q′
3) Escolha do Tipo
- Baseada em nqa e hsmax levando-se em conta γmin.
- Determinação do tipo de acionamento;
- Determinação do tipo de rotor;
4) Cálculo do Rotor
- O gráfico 2 mostra os valores do coeficiente de pressão ϕ e da relação entre os
diâmetros Di/De em função de nqa, que servem como elementos de orientação.
- Determinação de ue ;
- Determinação de De e Di;
- Verificação dos elementos de orientação e correção se necessário;
- Determinação do nº de pás;
9.3.2. Bombas Volumétricas ou de Deslocamento Positivo
São aquelas em que a energia é fornecida ao líquido já sob a forma de pressão, não
havendo a necessidade de transformação de Energia Cinética.
Assim sendo, a movimentação do líquido é diretamente causada pela movimentação de
um órgão mecânico da bomba, que obriga o líquido a executar o mesmo movimento de que
está animado.
O líquido, sucessivamente, enche e depois é expulso de espaços com volume
determinado no interior da bomba (daí o nome de bombas volumétricas ou volumógenas).
Nestas bombas, as forças transmitidas ao líquido têm a mesmo direção do movimento
geral do líquido.
Uma das características mais importantes destas bombas é o fato de manterem a vazão
média praticamente c de trabalho e da viscosidade do fluido bombeado, mesmo mantendo a
rotação constante.
São utilizadas para pressões elevadas e descargas relativamente pequenas.
- Bomba Alternativa de Diafragma: neste tipo de bomba o órgão que fornece a energia
ao líquido é uma membrana acionada por uma haste com movimento alternativo (figura 9..
30). Há casos de construção mais complexa em que a haste age em um fluido (normalmente
óleo) que por sua vez atua na membrana (figura 9.. 31).
Figura 9.32 - Representação esquemática de uma bomba de ação direta(acionada por vapor)
Figura 9.33 - Bomba de êmbolo, de potência, horizontal, simples efeito, simplex.
Neste tipo de bomba, o líquido recebe a ação de forças provenientes de uma ou mais
peças dotadas de movimento de rotação que, comunicando energia de pressão, provocam seu
escoamento. A ação das forças se faz segundo a direção que é praticamente a do próprio
movimento do escoamento do líquido.
Podem ser classificadas do seguinte modo:
1) Bombas de um só rotor
- Bombas de Paletas no Rotor (figura 9. 36)
Figura 9.36 - Palhetas deslizantes no rotor
Possuem um cilindro giratório elíptico que desloca uma paleta que é guiada por uma
ranhura na carcaça da bomba. O peso da própria palheta, auxiliado pela ação de uma mola, faz
com que a palheta mantenha sempre contato com a superfície do rotor elíptico,
proporcionando o escoamento.
- Bombas de Pistão Radial (figura 9. 38)
O eixo motor possui dois excêntricos (C) defasados de 180 graus que movimentam,
cada qual, um tambor contendo um êmbolo (A) que se desloca num pino rotativo articulado
(P). Ao girar o tambor, o êmbolo oscila, ora subindo, ora abaixando, funcionando como uma
válvula de controle do líquido, da boca de aspiração até a de recalque da bomba.
Consiste de uma roda excêntrica, dotada em certos casos de dois ou três coletes
diametralmente opostos, que comprime um tubo de borracha muito flexível e resistente.
A passagem dos rolos comprimindo tubo determinam um escoamento pulsativo do
líquido contido no tubo, razão pela qual é também conhecida como bomba peristáltica. O
líquido passa ao longo do tubo sem contato com qualquer parte da bomba. Por isso, são
utilizadas para líquidos corrosivos, abrasivos e tóxicos, entre outros. São usadas também para
circulação extra-corpórea.
Consiste de duas rodas dentadas, trabalhando dentro de uma caixa com folgas muito
pequenas em volta e dos lados das rodas. Com o movimento das engrenagens, o fluido
aprisionado nos vazios entre os dentes e a carcaça, é empurrado pelos dentes e forçado a sair
pelo lado oposto e assim sucessivamente. Destinam-se ao bombeamento de substâncias
líquidas e viscosas, lubrificantes ou não, mas que não contenham particulados ou corpos
sólidos granulados.
Figura 9.43 - Bomba de engrenagens
Possui um roda dentada exterior presa a um eixo e uma roda dentada livre interna
acionada pela externa. A cada rotação do eixo da bomba, uma determinada quantidade de
líquido é conduzida ao interior da bomba, enchendo os espaços dos dentes da roda motora e
da roda livre quando passa pela abertura de aspiração. O líquido é expelido dos espaços entre
os dentes em direção à saída da bomba pelo engrenamento dos dentes numa posição
intermediária entre a entrada e a saída. São aplicáveis ao bombeamento de água, óleos, ácidos,
álcool, asfalto, e etc.
- Bombas de Lóbulos (figura 9. 45)
Constam de dois ou três parafusos helicoidais que têm movimento sincronizados através
de engrenagens e equivalem teoricamente a uma bomba de pistão com curso infinito. O fluido
é admitido pelas extremidades e, devido ao movimento de rotação e aos filetes dos parafusos,
é empurrado para a parte central onde é descarregado. Os filetes dos parafusos não têm
contato entre si. São utilizadas para transporte de produtos de viscosidade elevada.
-Bombas de Fuso (figura 9.48)
São bombas com um rotor que desenvolve energia de pressão pela recirculação do
líquido numa série de palhetas radiais (40 a 80) dispostas do dois lados do rotor.
Equivalem a uma bomba centrífuga convencional de Múltiplos Estágios.
Cada trajeto completo que as partículas líquidas fazem, do fundo à periferia, e
novamente das pás corresponde a um estágio. No trajeto do fundo à periferia, o líquido é
impulsionado pela força centrífuga do movimento de rotação, havendo o aumento da energia
cinética e de pressão.
O trajeto de volta ao fundo das pás e o movimento de rotação são causados pelo impulso
da força centrífuga sobre novas partículas que tendem a desalojar as primeiras, produzindo os
referidos movimentos.
São utilizadas em serviços de alimentação de caldeiras de pequena capacidade e aqueles
e que se deseja uma carga elevada com vazões baixas. Exemplo: lavador, água potável,
refinarias, cervejarias, etc.
a) Quanto a vazão
Bombas Volumétricas:
- Há uma proporcionalidade entre a descarga e a velocidade da bomba (que por sua vez
é proporcional ao órgão mecânico que impulsiona o fluido).
- Além disso, a vazão bombeada praticamente independe da altura e/ou pressões a serem
vencidas.
- As BombasVolumétricas alternativas possuem vazão de bombeamento variável com o
tempo, as rotativas não.
Turbobombas:
- A vazão bombeada depende das características de projeto da bomba, rotação e das
características do sistema que está operando.
- A vazão de bombeamento é constante com o tempo.
Turbobombas:
- Embora os dois movimentos sejam relacionados entre si, não são absolutamente
iguais.
Turbobombas:
- A energia transmitida pelo órgão mecânico (rotor) sob a velocidade de pressão.
d) Quanto ao Funcionamento
Bombas Volumétricas:
- Podem iniciar o seu funcionamento com a presença de ar no seu interior.
Turbobombas:
- O início do funcionamento deve ser feito sem a presença de ar na bomba e no sistema
de sucção, isto é, deve ser cheia de líquido.