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27/03/2018 “Cotia Retrô”: Há 30 anos Cotia ganhava seu 1º Fanzine, um marco na imprensa alternativa – jornalcotiaagora.com.

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“Cotia Retrô”: Há 30 anos Cotia


ganhava seu 1º Fanzine, um
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marco na imprensa alternativa


 4 de março de 2017  admin  fanzine press, fanzines

Por Beto Kodiak

A breve história começou naquele 26 de fevereiro de 1987. Foi o dia


de lançamento da primeira edição de um marco na imprensa
alternativa, não só de Cotia, mas do Brasil. Nascia o Fanzine Press,
publicação direcionada para a música, mais precisamente o rock
nacional.

Fanzine nos dias de hoje pode soar como uma palavra estranha, mas
era como os jovens da época faziam para divulgar seus trabalhos,
seja musical ou de cultura em geral, já que não havia internet e tudo
era na base do papel sul te, xerox ou o set e selos dos Correios.
Vinha de FAN (fã) e ZINE (de magazine, revista em inglês).

A ideia e o início
Em fevereiro de 1987, após car muitas vezes puto por não ver
algumas bandas alternativas e de underground nas páginas das
principais revistas da época, como a Bizz, Roll e Somtrês, passei a
procurar informações em fanzines que eram distribuídos em lojas de
discos do cento de São Paulo, mas mesmo assim, ainda faltava algo
neste “mercado”. Eu era um cara que gostava de rock e ia todos os
nais de semana (às vezes durante também) em shows de bandas
nacionais em todas as casas de shows, teatros e espaços da época.
Pensei: Tá na hora de eu fazer um fanzine e divulgar o trabalho do
pessoal que gosto. Pronto, nascia aí a ideia de criar um fanzine. O
nome veia na lata, Press (de imprensa), pois já era meu sonho ser
jornalista (naquele ano passei também a escrever para alguns
jornais) e queria um nome diferente dos mais alternativos e loucos
do mercado.

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Todas as capas do Press, de 1987 a 1989

O primeiro número do Press foi feito bem artesanal, sem arte, fotos,
apenas informações. Foi em xerox e uma tiragem de 100 exemplares
que sumiram rapidinho em Cotia. Era uma novidade, os roqueiro
todos falando e até que veio o primeiro reforço para a equipe, o
Eduardo Coruja, que já desenhava muito e deu o toque que faltava, a
arte, gravuras, desenhos e cartuns.

A tiragem do número 2 foi maior e começamos a distribuir nas lojas


de discos de rock de Sampa. Logo o Press passou a car conhecido e
recebíamos cartas de tudo que é canto do Brasil pedindo
exemplares. O número de fanzines que chegava para nós também
era grande e isso criou um grupo de amigos fanzineiros que agitava o
circuito underground musical e cultural de várias cidades do País.

A Galeria do Rock se tornou ponto de distribuição e não dávamos


conta de xerocar e distribuir, o custo começou a doer no nosso bolso
e passamos a contar com anunciantes, que davam um respiro nas
nossas despesas. Revistas como Chiclete com Banana (do Angeli) e
Geraldão (do falecido cartunista Glauco) foram essenciais para a
divulgação de nosso trabalho e exemplares do Press passaram a ir
para outros países, por pedido de colecionadores e também de
cotianos que moravam no exterior.

Com o crescimento, em alguns números seguintes tivemos a


colaboração do nosso falecido amigo Gersão, batizado de Gerson
Washington, que dava uma força nas cópias, agora no formato o set,
que ele conseguia clandestinamente em uma grande empresa que
trabalhava em São Paulo. O Amaury Torrezani também foi outro
parceiro que nos deu uma força na segunda edição e apoio cultural
nas demais.

Momentos emocionantes eram aqueles que eu encontrava as


bandas, cantores e conversava, apresentava o Press e tinha essa
aproximação com os artistas das bandas da época. Isso sem dizer de
algumas festas que entrava na faixa, inaugurações de bares e casas
noturnas em áreas VIP ao lado de pessoal do underground, ou
famosos como Pepeu Gomes, Barão Vermelho, entre outros.

Aliás, o Press deu furos de reportagens, batendo até a TV Globo


quando o tecladista do Barão Vermelho, Maurício Barros, saiu da
banda. Demos na edição número 7 e o restante da mídia somente
uma semana depois. A crítica ácida sobre as bandas ruins do rock e
pop e a música brasileira, também eram um ponto de destaque.

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Tinha a seção PAWNOCU, onde não poupávamos quem era notícia


negativa no Brasil e no Mundo.

Uma característica que todos apontavam era a proximidade com as


bandas e a informação em primeira mão que dávamos.
Listar o número de amigos que apoiaram o Press, caria uns três dias
escrevendo, mas foram muitos colaboradores. O Press durou 11
edições durante exatos dois anos de circulação, de 1987 a 1989. Com
ele, conquistamos amigos, respeito e eu, particularmente, tive meu
início no jornalismo naquele longínquo 1987.

Fazer fanzine não era fácil, tinha custo, deixava de comprar roupas,
sair, passear, namorar, pois o dinheiro que eu ganhava trabalhando
no escritório de uma antiga empresa da Granja Viana era todo
consumido.

Valeu a pena cada dinheiro gasto, cada noite sem dormir, horas
dentro de ônibus e metrô. Faria tudo de novo. Hoje os dias são
outros e basta criar um blog ou site para poder divulgar seu trabalho.
Para os artistas, tem todas as ferramentas da internet e as redes
sociais.

O orgulho de ter feito parte deste movimento fanzineiro do Brasil


não tem preço que pague.

Edições e seus destaques: 


Nº 1: Fellini, Smack, Barão Vermelho
Nº 2: Azul 29, May East, Zero, Voluntários da Pátria, Frank Zappa
N° 3: Cabine C, The Doors, Laura Finocchiaro, The Who, Combatentes
da Cidade, Akira S
Nº 4: Bruhahá Babélico, UHF, Reggae, Television
Nº 5: Beijo AA Força, Vírus 27, Peter Tosh, Natura Neon, Desordeiros,
Defalla
Nº 6: Luni, Pupilas Dilatadas, Itamar Assumpção, Luís Otávio e os 4
Olho
Nº 7: Jamp, Dialeto
Nº 8: Maria Angélina não Mora Mais Aqui, James Dean, Patife Band,
Vultos
Nº 9: Gang 90, Rock em Cotia, Tutti Frutti, Rastafaris
Nº 10: Chance, Símbolo, O-Kotô, Kafka, Harry, Cocteu Twins
Nº 11: Sexo Explícito, Klébi Nori, Nei Lisboa, Cascavelettes, Black
Future

Anunciantes: Jornal da Cidade, Manu’s Discos, Lanchonete Famel


(Zaracho), Rodrigues Baterias, Mopyr Academia, Outros Modos
Discos.

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Mais edições do Cotia Retrô e as histórias antigas de Cotia, clique


AQUI

Os “Contos & Causos de Cotia” também podem ser vistos no LINK

Encontro de fanzineiros em Santos, 1987. Edu Coruja (Press),


Jânio (Auto Gestão), Carla (colaboradora do zine Absurdo), Janete
e Sandro (Auto Gestão), Zé (Ilha Porchat), Bird (radialista), Beto
Vandenbrande (irmão da Paula), Kiko (poeta), Paula Prata
Vandenbrande (Zine Absurdo), Beto Kodiak (Press)

Zineiros em Cotia no reveillon 1988: Silvio (amigo), Carla (parceira


zine Absurdo), Sandro (Auto Gestão), Paula (Absurdo), Giba
Marcelino (tinha o zine Liberdade Já, em Cotia), Jânio e Janete
(Auto Gestão), Beto Kodiak (encoberto), Marquinhos e Carlinhos
(colaboradores do Press) e João Massler (Fanzine Colisão,
também de Cotia).

 
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Santos…87. Kodiak, Kiko, Paula, Coruja, Beto, Janete, Bird,


Sandro, Carla, Jânio     

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