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Julgado excluído por ter menor relevância para concursos públicos: RMS 30548/DF.
ÍNDICE
DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITOS POLÍTICOS
Inconstitucionalidade das doações eleitorais feitas por pessoas jurídicas.
DIREITO ELEITORAL
FINANCIAMENTO DE CAMPANHA ELEITORAL
Inconstitucionalidade das doações feitas por pessoas jurídicas.
DIREITO PENAL
MAUS ANTECEDENTES
Cinco anos após o cumprimento ou extinção da pena, a condenação pretérita ainda poderá ser utilizada como
maus antecedentes?
DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITOS POLÍTICOS
Inconstitucionalidade das doações eleitorais feitas por pessoas jurídicas
Mandado de segurança
O Desembargador investigado impetrou mandado de segurança no STF contra o ato do CNJ invocando, em
síntese, duas teses:
1) A competência disciplinar do CNJ é subsidiária e, antes de o Conselho atuar, deveria ter sido dada
oportunidade para que o caso fosse apurado pela Corregedoria do TRF ao qual o Desembargador é vinculado;
2) As diligências determinadas pelo CNJ deveriam ter sido delegadas a um Juiz Federal, e não a um Juiz de
Direito, considerando que o CNJ é um órgão federal.
1) O STF já firmou posição no sentido de que a competência constitucional do CNJ é autônoma (e não
subsidiária).
2) É regular a designação de juiz auxiliar, seja ele originário do Judiciário estadual ou federal, para a
condução de sindicância, por delegação do Corregedor-Nacional de Justiça, ainda que o investigado seja
magistrado federal. A autoridade delegada atua em nome do CNJ, sendo irrelevante, portanto, se é Juiz
Estadual ou Federal.
Importante!!!
As contribuições de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais e partidos políticos são
inconstitucionais.
As contribuições de pessoas físicas são válidas e regulam-se de acordo com a lei em vigor.
STF. Plenário. ADI 4650/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 16 e 17/9/2015 (Info 799).
ADI 4650
O Conselho Federal da OAB ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4650) no STF pedindo que
sejam declarados inconstitucionais os dispositivos da legislação eleitoral (Leis nº 9.096/95 e nº 9.504/97)
que autorizam doações de empresas a candidatos e a partidos políticos.
Na ação, a entidade também pede que seja fixado um limite máximo para as doações feitas por pessoas físicas.
Para a OAB, existe uma infiltração do poder econômico nas eleições, o que gera graves distorções, como a
desigualdade política, na medida em que aumenta a influência dos mais ricos sobre o resultado dos pleitos
eleitorais, e, consequentemente, sobre a atuação do próprio Estado. Além disso, essa forte influência do
poder econômico inviabiliza a possibilidade de sucesso eleitoral dos candidatos que não têm patrimônio
para suportar os gastos de campanha nem acesso aos financiadores privados.
Essas modalidades de exercício da cidadania são inerentes às pessoas naturais e, por isso, é desarrazoado
estendê-las para as pessoas jurídicas.
Mesmo sem as doações de pessoas jurídicas, será possível a realização das campanhas
Vale ressaltar que o fim das doações feitas por pessoas jurídicas não prejudicará a sobrevivência dos
partidos políticos nem impedirá que os candidatos façam suas campanhas. Isso porque todos os partidos
políticos têm acesso ao fundo partidário e à propaganda eleitoral gratuita nos veículos de comunicação,
podendo assim promover suas ideais e propostas.
Mas as pessoas jurídicas poderão continuar doando para campanhas e partidos de forma escondida
("caixa dois")...
É verdade. Isso é possível. No entanto, tal realidade não pode servir como argumento para evitar que o
STF declare inconstitucionais as leis que autorizam a doação por pessoas jurídicas.
A possibilidade de que as empresas continuem a investir elevadas quantias — não contabilizadas (caixa dois) —
nas campanhas eleitorais não constitui empecilho para que o STF declare ser errado o atual modelo.
Violação à isonomia
O STF invocou ainda um último argumento para declarar inconstitucionais as doações por pessoas
jurídicas. Trata-se do fato de que o art. 24 da Lei das Eleições proíbe que determinadas pessoas jurídicas
façam doações. É o caso, por exemplo, das associações de classe, entidades sindicais e entidades do
Votos vencidos
Ficaram vencidos os Ministros Teori Zavascki, Gilmar Mendes e Celso de Mello.
DIREITO PENAL
MAUS ANTECEDENTES
Cinco anos após o cumprimento ou extinção da pena, a condenação pretérita ainda poderá ser
utilizada como maus antecedentes?
O que é reincidência?
A definição de reincidência, para o Direito Penal brasileiro, é encontrada a partir da conjugação do art. 63
do CP com o art. 7º da Lei de Contravenções Penais.
Com base nesses dois dispositivos, podemos encontrar as hipóteses em que alguém é considerado
reincidente para o Direito Penal (inspirado no quadro contido no livro de CUNHA, Rogério Sanches.
Manual de Direito Penal. Salvador: Juspodivm, 2013, p. 401):
Informativo 799-STF (24/09/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 5
Se a pessoa é condenada E depois da condenação Qual será a consequência?
definitivamente por definitiva pratica novo(a)
CRIME
CRIME REINCIDÊNCIA
(no Brasil ou exterior)
CRIME CONTRAVENÇÃO
REINCIDÊNCIA
(no Brasil ou exterior) (no Brasil)
CONTRAVENÇÃO CONTRAVENÇÃO
REINCIDÊNCIA
(no Brasil) (no Brasil)
NÃO HÁ reincidência.
CONTRAVENÇÃO
CRIME Foi uma falha da lei.
(no Brasil)
Mas gera maus antecedentes.
NÃO HÁ reincidência.
CONTRAVENÇÃO
CRIME ou CONTRAVENÇÃO Contravenção no estrangeiro
(no estrangeiro)
não influi aqui.
Assim, diz-se que, em tema de reincidência, o Código Penal adota o sistema da temporariedade, uma vez
que os efeitos negativos da reincidência duram apenas por determinado período de tempo.
Curiosidade: na redação original do Código Penal (antes da Reforma de 1984), vigorava o sistema da
perpetuidade, ou seja, os efeitos negativos da reincidência duravam para sempre.
Exemplo:
Douglas praticou um furto, foi condenado e terminou de cumprir sua pena em 02/02/2010. Em
03/03/2015, ele comete um outro crime. No julgamento desse segundo delito, Douglas não poderá ser
considerado reincidente, porque já se passaram mais de cinco anos desde o dia em que terminou de
cumprir a pena pelo primeiro crime.
Obs.1: o tema será pacificado pelo STF no RE 593818 RG, que foi afetado para julgamento pelo Plenário
sob a sistemática da repercussão geral.
Obs.2: cuidado. Alguns livros de Direito Penal fornecem uma explicação em sentido contrário ao que vem
sendo decidido pelo STF.
Determinado réu foi condenado por sonegação fiscal (art. 1º, I, da Lei 8.137/90).
O STF considerou correta a sentença do juiz que, na 1ª fase da dosimetria da pena, aumentou a
pena-base com fundamento em dois argumentos:
1) Na análise das circunstâncias, o magistrado aumentou a pena sob a alegação de que o réu
omitiu seu nome do quadro societário da empresa com o objetivo de esconder que era ele
quem realmente administrava a empresa.
O STF afirmou que o ardil utilizado pelo réu (omissão do seu nome do quadro societário da
empresa) teve como objetivo acobertar sua real condição de administrador da empresa
investigada e, com isso, furtar-se de possível aplicação da lei penal. Essa omissão do nome do
réu no quadro societário não é a mesma omissão de que trata o inciso I do art. 1º.
A omissão que é elementar do tipo é a omissão para suprimir ou reduzir tributo. A omissão do
nome do réu foi para evitar que ele fosse descoberto. Logo, punir a omissão do nome do réu
não significa punir o condenado duas vezes pelo mesmo fato.
2) No exame das consequências do crime, o juiz também majorou a pena argumentando que o
crime praticado gerou um grande prejuízo ao erário (mais de 2 milhões de reais), o que
autorizaria a elevação da pena-base. Segundo entende o STF, em se tratando de infrações
penais contra a ordem tributária, a extensão do dano causado pode ser invocada na 1ª fase da
dosimetria como critério para exasperação da pena-base, sem que tanto implique bis in idem.
STF. 2ª Turma. HC 128446/PE, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 15/9/2015 (Info 799).
Critério trifásico
A dosimetria da pena na sentença obedece a um critério trifásico:
1º passo: o juiz calcula a pena-base de acordo com as circunstâncias judiciais do art. 59, CP;
2º passo: o juiz aplica as agravantes e atenuantes;
3º passo: o juiz aplica as causas de aumento e de diminuição.
1º) Na análise das circunstâncias, o magistrado aumentou a pena sob a alegação de que o réu omitiu seu
nome do quadro societário da empresa com o objetivo de esconder que era ele quem realmente
administrava a empresa.
2º) No exame das consequências do crime, o juiz também majorou a pena argumentando que o crime
praticado gerou um grande prejuízo ao erário (mais de 2 milhões de reais), o que autorizaria a elevação da
pena-base.
Segundo sustentou a defesa, quando o magistrado aumentou a pena pelo fato de o réu ter omitido seu
nome do quadro societário, houve bis in idem. Isso porque "omitir informação" é uma elementar do crime
do art. 1º, I. Assim, se é uma elementar do tipo penal, não pode servir para aumentar a pena-base.
Quanto ao segundo aumento, a defesa afirmou que o montante do prejuízo ao erário não serve para
majorar a pena.
O juiz poderia ter aumentado a pena-base com fundamento na omissão do nome do réu do quadro
societário?
SIM. O STF afirmou que o ardil utilizado pelo réu (omissão do seu nome do quadro societário da empresa)
teve como objetivo acobertar sua real condição de administrador da empresa investigada e, com isso,
furtar-se de possível aplicação da lei penal. Essa omissão do nome do réu no quadro societário não é a
mesma omissão de que trata o inciso I do art. 1º.
A omissão que é elementar do tipo é a omissão para suprimir ou reduzir tributo. A omissão do nome do
réu foi para evitar que ele fosse descoberto.
Logo, punir a omissão do nome do réu não significa punir o condenado duas vezes pelo mesmo fato.
O ardil considerado, portanto, não seria aquele inerente ao tipo penal do crime contra a ordem tributária.
REPERCUSSÃO GERAL
DJe de 14 a 18 de setembro de 2015
CLIPPING DO D JE
14 a 18 de setembro de 2015
ADI N. 3.926-SC
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO
PROJETO DE LEI – INICIATIVA EXCLUSIVA DO EXECUTIVO – EMENDA PARLAMENTAR – DESVIRTUAMENTO. A ausência de
pertinência temática de emenda da casa legislativa a projeto de lei de iniciativa exclusiva do Executivo leva a concluir-se pela inconstitucionalidade
formal.
CARGO PÚBLICO – PROVIMENTO – INADEQUAÇÃO. A teor do Verbete nº 685 da Súmula do Supremo, “é inconstitucional toda modalidade de
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público, em cargo que não integra a carreira na qual
anteriormente investido”.
*noticiado no Informativo 793
AG. REG. NO ARE N. 903.790-RJ
RELATORA: MIN. ROSA WEBER
EMENTA: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO
TRIBUTÁRIO. MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA E JULGADA. RE 566.621 (REL. MIN. ELLEN GRACIE).
ACÓRDÃO RECORRIDO CONFORME O PRECEDENTE. PREVIDÊNCIA PRIVADA. IMPOSTO DE RENDA. RESGATE. REPETIÇÃO DE
INDÉBITO. PRESCRIÇÃO. VERIFICAÇÃO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE
BENEFÍCIO DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR APÓS A LEI 9.250/95. EVENTUAL OFENSA REFLEXA NÃO VIABILIZA O MANEJO
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ART. 102 DA LEI MAIOR. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 06.05.2015.
1. Ao exame do RE 566.621, Rel. Min. Ellen Gracie, esta Suprema Corte declarou a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/2005,
considerando válida a aplicação do novo prazo prescricional de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou
seja, a partir de 9 de junho de 2005. O entendimento adotado pela Corte de origem não divergiu dessa orientação.
2. A controvérsia não alcança estatura constitucional. Não há falar em afronta aos preceitos constitucionais indicados nas razões recursais.
Compreender de modo diverso exigiria a análise da legislação infraconstitucional encampada na decisão da Corte de origem, a tornar oblíqua e
reflexa eventual ofensa, insuscetível, como tal, de viabilizar o conhecimento do recurso extraordinário. Desatendida a exigência do art. 102, III, “a”,
da Lei Maior, nos termos da remansosa jurisprudência desta Suprema Corte.
3. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada.
4. Agravo regimental conhecido e não provido.
AG. REG. NA AC N. 932-AP
RELATOR: MIN. LUIZ FUX
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CAUTELAR. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. FINANCEIRO. INSCRIÇÃO DE
ESTADO-MEMBRO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. ATOS DECORRENTES DE GESTÕES
TRANSCRIÇÕES
Com a finalidade de proporcionar aos leitores do INFORMATIVO STF uma compreensão mais
aprofundada do pensamento do Tribunal, divulgamos neste espaço trechos de decisões que tenham
despertado ou possam despertar de modo especial o interesse da comunidade jurídica.