Por que filosofar? Qual o sentido de ficar procurando
respostas para tudo? Por que procurar porquês em tudo? Qual a necessidade de fazer perguntas sem ao menos saber se tem uma resposta? Se alguns momentos a filosofia não tem sentido, talvez viver sem ela seja muito pior. Qual o significado da vida se não procurarmos entender de onde viemos, pra onde vamos ou o porquê estamos aqui? Como surgiu o mundo? Como findará o mundo? As respostas dessas perguntas não são encontradas numa enciclopédia, mas são respondidas cada uma da sua forma, com o seu significado, com sua razão, segundo cada cultura. Cada cultura tem seu sentido de viver, de entender o mundo, de interpretar esse tipo de perguntas. A filosofia é uma ciência muito diferente, onde tudo é incerto e nada é exato. O interessante nisso é que não há uma verdade absoluta, você pode questionar um filósofo de dois mil anos atrás e dizer que tudo o que ele afirmou não passa de mitos. Falando em mitos, que tal questionar a própria filosofia? Filosofia em suas origens surgiu para destruir os mitos existentes na sociedade da época e mostrar a razão. Mas o que garante que a razão filosófica não passa de meros novos mitos criados para condenar os antigos mitos? O que nos diferencia dos animais é a razão, a capacidade de pensar, refletir, questionar, FILOSOFAR. Filosofar é ser humano. Mas com a globalização e o capitalismo estamos deixando de filosofar, e estamos nos transformando em meras máquinas fazendo movimentos repetitivos: levanta de manhã, toma café, vai ao trabalho, almoça, volta ao trabalho, por fim, a noite chega a casa e dorme. Isso se repetindo todos os dias da semana, todo mês, todo ano, acabando esse ciclo apenas quando morre. E nem paramos em algum momento para pensar qual o sentido disso, ou o porquê de se exaustar no trabalho para receber uma mínima recompensa no final do mês sem nem se quer se reconhecer no produto final. O primeiro passo para filosofar, como já foi falado, é fazer perguntas. Outro jeito é admirar as coisas. Observemos um recém-nascido, primeiramente ele quase não abre os olhos, mas logo quando abre, ele começa a admirar tudo em sua volta, tudo é novo, ele acabou de entrar em um novo mundo e o que resta é admirar tudo em sua volta. Por exemplo, quando ele encontra um cachorro e escutar seu latido ele irá repetir “au, au”, e todas as próximas vezes que encontrar um cachorro ele irá repetir, pois ele associou a imagem do cachorro ao latido. Com o passar do tempo pra ele isso vai ser normal, o cachorro não será algo admirável pra ele. E assim são as pessoas que não se interessam por filosofia, tudo é normal, tudo é como é, tudo está como deveria ser. Viver sem filosofar é ser como um animal.