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METODOLOGIA PROJETUAL

Metodologia de Bonsiepe
1) Problematização
2) Análise
2.1) Lista de Verificação
2.2) Análise Diacrônica
2.3) Análise Sincrônica
2.4) Análise Estrutural
2.5) Análise Funcional
2.6) Análise Morfológica
2.7) Análise do produto com relação ao Uso
3) Definição do Problema
3.1) Lista de Requisitos
3.2) Estruturação do Problema
3.3) Hierarquização de Requisitos
4) Anteprojeto/Geração de Alternativas
4.1) Brainstorming
4.2) Método 635
4.3) Mé todo de Transformação
4.4) Caixa Morfológica
4.5) Criação Sistemática de Variantes
4.6) Desenhos e Esboços
4.7) Maquete e Modelo
5) Projeto
1) Problematização
1.1) O que?
A situação ou coisa que se deve melhorar, os fatores essenciais do problema, os
fatores influentes.
1.2) Porque?
Os objetivos, a finalidade do projeto incluindo os requisitos/critérios que uma
solução boa deve ter .
1.3) Como?
O caminho – os meios, métodos, técnicas, recursos humanos e econômicos,
tempo disponível, experiência.

2) Análise
2.1) Lista de Verificação: serve para organizar de forma exaustiva as
informações sobre os atributos de um produto, servindo para detectar
deficiências de informações a serem superadas.

2.2) Análise do produto com relação ao uso: serve para detectar os pontos
negativos e criticáveis. Convém se utilizar da fotografia como técnica de
documentação para localizar detalhes problemas, em caso de
redesenvolvimento de um produto.

2.3) Análise Diacrônica: é a coleção de material histórico para demostrar a


evolução e as mutações sofridas por um determinado produto no transcurso do
tempo.

2.4) Análise Sincrônica: serve para reconhecer o universo do produto em


questão e para evitar reinvenções. A comparação e a crítica dos produtos requer
a formulação de critérios comuns. Convém incluir informações sobre preços,
materiais e processos de fabricação.
2.5) Análise Estrutural: serve para reconhecer e compreender os tipos e o
número dos componentes, dos subsistemas, princípios de montagem, tipologia
de uniões,e tipo de carcaça de um produto.

2.6) Análise Funcional: serve para reconhecer e compreender as


características de uso de um produto, incluindo aspectos ergonômicos
(macroanálise), e as funções técnico-físicas de cada componente ou subsistema
do produto (microanálise).

2.7) Análise Morfológica: serve para reconhecer e compreender a estrutura


formal (concepção formal) de um produto, sua composição, partindo de
elementos geométricos e sua transições (encontros). Incluindo também
informações sobre acabamento cromático e tratamento das superfícies.

3) Definição do Problema
3.1) Lista de requisitos: serve para orientar o processo projetual em relação
às metas a serem atingidas. Convém formular cada requisito separadamente, e
utilizar uma forma comum (frases positivas, sem negações).

3.2) Estrutura do problema: serve para ordenar os requisitos em grupos


segundo afinidades, facilitando o acesso ao problema. É possível, de forma
geral, representar essa estrutura através de uma árvore hierarquizada.

3.3) Hierarquização dos requisitos: serve para establecer prioridades no


atendimento dos requisitos, pois quase sempre os requisitos são antagônicos (a
otimização de um fator implica na subotimização de outro fator). A interação dos
fatores pode ser representada em forma de matrizes, indicando uma interação
positiva, neutra ou negativa.
4) Conceito do Projeto
Requisitos selecionados que o projeto deverá possuir e que irão definir a sua
configuração, funções, cores e materiais.

5) Anteprojeto/Geração de Alternativas
Para proceder a esta etapa várias são as técnicas que podem ser
utilizadas, cujo objetivo é facilitar a produção de um conjunto de idéias básicas,
como respostas prováveis a um problema projetual, entre elas:
4.1) Brainstorming
O brainstorming é um termo cunhado por Alex Osborn em 1953, autor do
livro Applied Imagination ( traduzido em português como O Poder Criador da
Mente ), responsável pela grande difusão dos métodos de criatividade, em todos
os ramos de atividades.
O brainstorming ou sessão de “agitação” de idéias é realizado em grupos,
composto de um líder e cerca de cinco membros regulares e outros cinco
convidados. Os membros regulares servem para dar ritmo ao processo e os
membros convidados podem ser especialistas, que variam em funcão do
problema a ser resolvido. De qualquer maneira, é importante haver também
alguns não-especialistas no grupo, de modo a fugir da visão tradicional dos
especialistas.
O líder deve estar preparado para orientar o grupo. Ele deve explicar qual
é o problema. Também pode lançar desafios ao grupo, fazendo
questionamentos pertinentes. As sessões de brainstorming devem ser
gravadas, ou deve haver alguém para anotar as idéias.
A etapa de Ideação é a fase criativa, propriamente dita, quando são
geradas as alternativas para a solução do problema. Nesta fase é importante o
papel do líder, estimulando a geração de idéias na direção pretendida e coibindo
os julgamentos, que devem ser adiados.
Freqüentemente a ideação entra numa fase de frustração, quando a
fluência das idéias vai diminuindo. Nesse ponto, a sessão pode ser suspensa
para um afastamento deliberado do problema, por um período de um dia ou
mais. Após esse período de relaxamento pode surgir a iluminação, quando a
solução poderá aparecer mais facilmente.
A etapa de síntese consiste em analisar as idéias, juntando as soluções
parciais em uma solução completa do problema.
Finalmente, na etapa de avaliação, as idéias são julgadas, fazendo-se
uma seleção das mesmas com o uso dos critérios iniciais.
Há três tópicos importantes a serem destacados:
a) A qualidade das idéias depende de uma boa preparação,
considerando-se todos os aspectos pertinentes ao problema. De
preferência, deve existir um ou dois membros do grupo que tenham
familiaridade com o problema, a fim de esclarecer as dúvidas dos
demais participantes da sessão. A visão de não especialistas também
é importante para se fugir dos pensamentos tradicionais.
b) A quantidade de idéias é maior quando se separa a fase de Ideação
daquela de Avaliação, de modo que a geração de idéias se processe
livre de julgamentos. Contudo, o líder pode reposicionar o grupo,
quando houver um desvio grande em relação à orientação inicial.
Considerando que a criação segue um processo aleatório, a
qualidade da solução depende da quantidade de idéias geradas, pois
aumenta a chance de se selecionar uma boa idéia.
c) É importante conceder um tempo ao grupo para a incubação, com
duração de pelo menos um dia (retornar no dia seguinte). Esse
período de relaxamento e de desligamento voluntário do problema é
importante para que a própria mente reorganize as idéias.
O brainstorming baseia-se no princípio: “quanto mais idéias, melhor”. É
possível conseguir mais de 100 idéias em uma sessão de duas horas. As idéias
iniciais geralmente são as mais óbvias e aquelas melhores e mais criativas
costumam aparecer na parte final da sessão. Se eles forem consideradas
insatisfatórias, deve-se retornar ao processo, após um período de incubação.
Tem-se criticado o brainstorming justamente poeque gera muitas idéias, mas se
tem dito que elas são superficiais e torna-se difícil fazer a avaliação posterior
das mesmas. Entretanto, ela é bastante útil em alguns casos, quando se quer
uma pesquisa ampla, mesmo sem muita profundidade.
4.2) Método 635
Cada participante anota num formulário três propostas em forma de
esboços ou descrições verbais. Depois passa para o próximo colega, e esse
trata de agregar três outras propostas. Depois de cinco minutos, troca-se
novamente os formulários. O processo termina quando os formulários tiverem
passados por todos os participantes (seis participantes).
4.3) Método de Transformação
Ou também método de busca de analogias, serve para aumentar a
variedade de soluções, utilizando casos similares em outras áreas, por exemplo,
na natureza, ou submetendo os componentes a transformações (verbos de
manipulação). Por exemplo: utilizar em diferentes maneiras, adaptar casos
paralelos, modificar, aumentar, minimizar, reduzir, substituir, recompor, inverter,
combinar.
4.4) Criação Sistemática de Variantes
Serve para cobrir o universo de possíveis soluções, identificando
princípios básicos e as possíveis combinações.

Bibliografia:
BONSIEPE, Gui e outros. Metodologia Experimental: Desenho
Industrial. Brasília: CNPq/Coordenação Editorial, 1986.
BAXTER, M. Projeto de Produto: guia prático para o desenvolvimento
de novos produtos. São Paulo: Edgard Blücher, 1998.

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