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Jaci Kieslich
Maristela Righi Lang
Rosita da Silva Santos
Taíse Neves Possani
leitura
e produção
textual
Catalogação na Publicação:
Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí
L533 Leitura e produção textual / Jaci Kieslich et al.. – Ijuí: Ed. Unijuí, 2014. – 90 p. – (Coleção
educação a distância. Série livro-texto).
ISBN 978-85-419-0098-0
1. Leitura. 2. Linguagem. 3. Produção textual. I. Lang, Maristela Righi. II. Santos, Rosita da
Silva. III. Possani, Taíse Neves. IV. Série.
CDU : 028.1
82.08
Sumário
CONHECENDO OS PROFESSORES..................................................................................................................................................... 5
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 7
UNIDADE 3 – A LEITURA.....................................................................................................................................................................29
3
UNIDADE 5 – A ARGUMENTAÇÃO COMO PRÁTICA DE LINGUAGEM..................................................................................59
Seção 5. 1 – O Texto Argumentativo..............................................................................................................................................60
Seção 5. 2 – Argumentos....................................................................................................................................................................62
Seção 5.3 – Gêneros Textuais da Ordem do Argumentar.......................................................................................................68
Seção 5.4 – Defendendo um Posicionamento por Meio da Expressão Oral....................................................................82
REFERÊNCIAS..........................................................................................................................................................................................89
Conhecendo os Professores
JACI KIESLICH
Professora, graduada em Letras pela Unijuí; pós-graduada em Literatura e
mestre em Educação nas Ciências pela mesma universidade, com apresentação
da Dissertação intitulada: “Práticas de leitura de professoras que atuam no Ensino
Fundamental”. Leciona o componente curricular Leitura e Produção Textual junto
ao Departamento de Humanidades e Educação da Unijuí. Também participa de
Projetos de Extensão desta universidade. Possui diversas publicações de textos
e artigos, abordando questões sobre a leitura e seu ensino.
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Apresentação
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Unidade 1
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uma mesma linguagem identificar aquilo a que determinado signo faz referência,
qualquer interação através da atividade da linguagem ficaria prejudicada, pois
não haveria comunicação (Abaurre; Pontara, 2006, p. 3).
A linguagem tem um valor social, pois tudo o que o ser humano alcançou
de crescimento cultural está ligado a ela. Sem a linguagem, a cultura não existiria,
e os conhecimentos não poderiam ser transmitidos de geração para geração. A
linguagem torna possível o desenvolvimento e a transmissão de culturas, bem
como o funcionamento eficiente e o controle dos grupos sociais.
A linguagem pode ser dividida em dois tipos; verbal e não verbal.
• VERBAL: aquela que utiliza a língua (oral ou escrita), que tem a pala-
vra, ou signos linguísticos, por sinal.
• NÃO VERBAL: aquela que usa qualquer código que não seja a pa-
lavra, como a música, que tem o som por sinal; a dança, que tem o
movimento por sinal; a mímica, que tem o gesto por sinal; a pintura,
a fotografia e a escultura, que têm a imagem por sinal, etc. Quem
está recebendo a mensagem pode expressar corporalmente diversas
manifestações de atenção, agrado ou desagrado. Um bocejo, o cenho
franzido de atenção, o olhar vago e distante, os olhos que se fecham,
a expressão de dúvida, são indícios significativos para quem quer
receber uma mensagem.
Sendo assim, entender a linguagem é essencial para poder usá-la de
forma efetiva, principalmente no que respeita à linguagem verbal, uma vez que
a existência humana se organiza em torno de relações de interações sociais, em
que questões históricas, sociais, econômicas e culturais estão envolvidas. No que
se refere ao contexto universitário, em que a linguagem verbal é amplamente
utilizada, o seu domínio deve ser um dos grandes objetivos e foco de formação
dos estudantes.
Seção 1.1
Variação Linguística no Português Brasileiro
O Brasil é o maior país falante de língua portuguesa no mundo:1 somos
200 milhões de habitantes, segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE – (Brasil, 2013). Sabemos que o português não surgiu
no Brasil, pois fomos colonizados por portugueses, e o português deriva do latim,
língua da civilização que teve como centro a Roma antiga. Por isso, o que deu
origem ao português não foi o latim literário, mas sim uma terceira variedade,
o chamado latim vulgar (ou vernáculo). O aprendizado de um vernáculo se dá
1
O português é língua comum em vários países, além do Brasil: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
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Leitura e Produção Textual
No século 20, o Brasil era muito influenciado pelos franceses, o que refletia
diretamente na língua. Neste período, foram incluídas, no português, palavras
como menu, abajur, chique, charme, dentre outras. Nos dias de hoje, podemos
observar que o inglês tem se incorporado às diferentes línguas dos países de todo
o mundo, e no Brasil não é diferente, visto que palavras como internet, windows,
hardware, mouse e muitas outras, já fazem parte de nossa língua.
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Disponível em: <http://emoxinha25.spaceblog.com.br/275382/Um-caipira-fazendo-declaracao-de-amor-
aos-amigos-leiaamm/>. Acesso em: 10 dez. 2013.
3
Disponível em: <http://variou.blogspot.com.br/2011/05/variacao-regional.html>. Acesso em: 13 dez.
2013.
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Seção 1.2
Norma Padrão e Preconceito Linguístico
A norma culta (ou padrão) é considerada um modelo de linguagem
a ser utilizado pelos falantes da língua portuguesa. Faraco (2002, p. 39)
afirma que norma culta é aquela que é falada por pessoas escolarizadas,
que se assemelha ou fica próximo de um português mais correto, o por-
tuguês padrão.
4
Disponível em: <http://espacoeducacaoriopreto.blogspot.com.br/2011/06/diversidade-linguistica.html>.
Acesso em: 13 dez. 2013.
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Leitura e Produção Textual
Seção 1.3
Linguagem Culta/Linguagem Popular
De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa formal, bus-
cará seguir as regras da norma culta de sua língua, e ainda procurará seguir, no
que diz respeito ao léxico, um repertório que, se não for erudito, também não
será vulgar.
Isso configura o que se entende por norma culta que, conforme Pretti
(1997), apresenta as seguintes características:
• é a variante de maior prestígio social;
• é realizada com certa uniformidade pelos membros do grupo social
de padrão cultural mais elevado;
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Leitura e Produção Textual
Seção 1.4
Diferenças Entre Oralidade e Escrita
Segundo Marcuschi (2002), a fala é uma atividade muito mais central do
que a escrita no dia a dia das pessoas, embora as instituições de ensino priorizem
a escrita como objeto central. Analisar a fala é uma oportunidade para esclarecer
aspectos relativos ao preconceito e à discriminação linguística, bem como suas
formas de disseminação. Além disso, é uma atividade relevante para analisar
em que sentido a língua é um mecanismo de controle social e reprodução de
esquemas de dominação e poder implícitos em usos linguísticos na vida diária,
tendo em vista suas íntimas, complexas e comprovadas relações com as estruturas
sociais (Marcuschi, 2002).
O que tem sido observado, no entanto, é a primazia do ensino da escrita,
uma vez que há a crença de que, aprendendo a escrita, haverá a aprendizagem
da fala. De certa forma, isso acontece, mas é necessário abordar questões relativas
à fala, posto que, na grande maioria das profissões, a oralidade prevalece. No
Quadro a seguir temos um comparativo entre a fala e a escrita, o qual nos ajuda
a entender tais diferenças:
Quadro 2 – Diferenças entre oralidade e escrita
Oralidade Escrita
O momento de produção e o de recep- Há defasagem entre o momento de produção
ção do texto são simultâneos. e o de recepção.
É possível negociar o sentido com o O autor deve antecipar possíveis dúvidas do
leitor e tratar de esclarecê-las ainda no mo-
interlocutor e, também, corrigir-se. mento de produção.
O texto é coconstruído: para se comuni- O autor produz o texto solitariamente e, de-
car melhor, os interlocutores interagem pois, o leitor deve reconstruir seus significados
o tempo todo, usando tanto a lingua- também sozinho.
gem verbal quanto a não verbal.
É impossível “voltar atrás” no que foi É possível revisar o texto quantas vezes forem
dito. necessárias.
O processo de produção é transpa- O processo de produção fica oculto: o leitor
rente: o interlocutor “vê” seus erros e tem acesso apenas ao texto final.
correções.
É impossível consultar outras fontes É possível consultar outras fontes e checar as
durante a produção. informações.
O planejamento é local: enquanto está O o
planejamento é global: a pessoa planeja
texto como um todo e, caso se desvie do
falando uma frase, a pessoa pensa na plano inicial, pode aceitar a nova ordem ou
próxima. voltar atrás.
Tende a haver maior tolerância a erros e, Tende a haver maior cobrança e, portanto, mais
portanto, mais informalidade. formalidade.
A obediência à norma padrão costuma A norma padrão costuma ser seguida com mais
ser menos rígida. Por exemplo: as mar- rigor, até porque é possível revisar o texto.
cas do plural, às vezes, desaparecem.
Predomínio de períodos curtos e sim- Predomínio de períodos longos e mais com-
ples. plexos.
Predomínio da voz ativa e da ordem Uso frequente da voz passiva e da ordem
direta: “Vamos revisar os fundamentos indireta: “Serão revisados os fundamentos de
de cálculo”. cálculo”.
Abundância de períodos com cortes
sintáticos, ou seja, aquele que aban- Maior linearidade na construção dos perío-
dona o que estava dizendo, como se dos.
houvesse uma mudança de rumo no
pensamento.
Fonte: Adaptado de Marcuschi, 2002.
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Síntese da Unidade 1
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Unidade 2
O TEXTO E A TEXTUALIDADE
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nalidades, ou seja, quando alguém produz um texto, seja ele escrito ou falado,
faz isso porque possui um objetivo (informar, perguntar, relatar, questionar,
causar o riso ou a indignação, etc.). Existindo intencionalidade(s), o locutor terá
de organizar suas ideias e demais elementos disponíveis de modo a permitir
ao outro o entendimento. Assim, um texto não é um “conjunto aleatório de
palavras ou frases”, é uma organização de conhecimentos que permite ao leitor
constituir sentido(s).
A fim de melhor entender as questões expostas, vamos ler o texto a
seguir:
O texto a seguir é uma charge retirada do Jornal Zero Hora de 13 de junho
de 2012, a qual foi produzida após um fato ocorrido na cidade de Caxias do Sul/
RS, em que uma senhora de 86 anos atira e mata um ladrão que invadiu seu
apartamento durante a madrugada. Percebe-se claramente a intencionalidade
do texto: promover humor a partir da situação.
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Seção 2.1
Textualidade e Seus Elementos
A textualidade, segundo Irandé Antunes (2010, p. 29), pode ser entendida
“como a característica estrutural das atividades sociocomunicativas (e, portanto,
também linguísticas) executadas entre os parceiros da comunicação”. Isso permite
afirmar que, quando alguém produz um texto (oral ou escrito), vai organizá-lo
em uma estrutura, que se configura em um ou outro gênero textual.
Gêneros textuais, segundo Bakhtin (apud Marcuschi, 2002, p. 29), são
tipos “relativamente estáveis” de enunciados produzidos nas mais diversas
esferas das atividades humanas. Eles se configuram como eventos linguísticos
que se caracterizam como “atividades sociodiscursivas”. Por isso, de acordo com
as questões histórico-sociais, os gêneros vão se modificando. Na atualidade,
por exemplo, dificilmente as pessoas se comunicam por meio de cartas; o mais
comum, existindo condições para isso, é o uso dos e-mails, mais fáceis e rápidos.
Este gênero, porém, mantém com o outro – a carta – características comuns: a
presença de interlocutores, um assunto a ser tratado, o desejo da comunicação
e, provavelmente, a intenção de uma resposta.
Vale repetir: o texto é a expressão de um processo de interação social – há
a presença de, no mínimo, dois sujeitos, o que fala/escreve e para quem se fala/
escreve –, no qual estão inseridos os sentidos linguísticos, a visão de mundo de
cada um dos interlocutores e a(s) intencionalidade(s). Sobre isso, Marcuschi (apud
Antunes, 2010, p. 31) afirmava que “não existe um uso significativo da língua fora
das inter-relações pessoais e sociais situadas”. Assim, pensar o texto exige inseri-lo
em contexto(s) de uso da língua, caso contrário não será possível compreendê-
lo, interpretá-lo, pois seu(s) sentido(s) não está(ão) apenas nas palavras, eles são
constituídos num processo de produção e também da leitura.
Não se pode deixar de anunciar que quando alguém produz um texto –
indiferente de seu gênero – traz à tona um conjunto de saberes que foi construído
ao longo de sua trajetória de vida: pelas leituras feitas, pelo contato com outras
pessoas, pelas vivências experienciadas. Assim, um texto é composto por várias
vozes, é entrelaçado por ideologias, é dotado de intencionalidade(s). No processo
de produção, dependendo do público ao qual o texto é dirigido, são selecionadas
algumas ideias, pois só é dito/escrito aquilo que se acredita ser interessante dizer
naquele momento, a fim de atingir um objetivo. Bakhtin apud Antunes (2010) já
afirmava que o dialogismo – processo em que um “eu” e o “outro” sempre estão
presentes – é uma característica fundamental da linguagem. Ele informara tam-
bém que o “eu” se constitui na contraposição com o “outro”.
Outra questão fundamental quando se fala em texto é o tema. Ninguém
usa a língua de forma aleatória; há necessidade de tratar de um tema. Como
afirma Antunes (2010, p. 32), “o texto se constrói a partir de um tema, de um tó-
pico, de uma ideia central, ou de um núcleo semântico, que lhe dá continuidade
e unidade”. Se isso não for levado em consideração, simplesmente não haverá
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Leitura e Produção Textual
Vale salientar que tanto Marcuschi (2008) quanto Antunes (2010) levan-
tam a questão de que esses dois elementos não são propriedades intrínsecas
do texto, uma vez que dependem do autor e do interlocutor. Nas palavras de
Antunes (2010, p. 34): “Como se vê essas duas propriedades não são propriamente
do texto. Embora lá se reflitam, refletem para a disponibilidade cooperativa das
pessoas envolvidas na interação”.
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entre palestrante e público, a fim de discutir o tema ou tirar dúvidas que tenham
ficado ou surgido. Já dizia Marcuschi (2008, p. 129): “A situacionalidade pode ser
vista como um critério de adequação textual”.
A linguagem é usada num processo de interação social. O usuário da língua
faz uso da mesma a partir de um lugar, com o objetivo de executar um ato de lin-
guagem, independente de qual for: convencer, contar, demonstrar sentimentos,
opinar, etc. Antunes (2010, p. 35), em relação a isso, afirma: “fazemos, o dia todo
e todos os dias, inúmeras ações de linguagem, cada uma, parte constitutiva de
uma situação social qualquer”.
d) Informatividade – diretamente relacionada à quantidade de informações
presentes no texto que vão torná-lo legível. Para Marcuschi (2008, p. 132), “a
informatividade diz respeito ao grau de expectativa ou falta de expectativa,
de conhecimento ou desconhecimento e mesmo de incerteza do texto ofe-
recido”.
Para que um texto seja compreendido, é necessário que haja um equi-
líbrio entre informações já dadas e informações novas, pois se alguém ler um
texto em que todas as ideias colocadas sejam previsíveis, conhecidas, não vai
atender à expectativa. Da mesma forma se o grau de novidade do texto for total.
É necessário que haja um grau de novidades, de modo que cause certo “estra-
nhamento”, a partir do que seja possível à produção de novos conhecimentos.
Vale salientar que a quebra da previsibilidade necessária aos textos pode ser
tanto em relação à forma (modo como se diz alguma coisa) quanto ao conteúdo
(ideias e conceitos novos).
e) Intertextualidade – relativa à relação existente entre um texto e outro(s). É
corrente o entendimento de que a intertextualidade é uma característica ine-
rente a todos os textos, uma vez que a produção sempre se dá a partir daquilo
que já existe. Há textos em que tal característica fica explícita e é facilmente
reconhecida. Em outros, porém, a intertextualidade não é tão evidente. Assim,
existem variadas formas de inserir, em um texto, aquilo que faz parte de outro.
Há a intertextualidade marcada (por aspas, pela citação de nomes, pelo reco-
nhecimento dos textos) e a constitutiva (aquela que vem da memória, mesmo
que de forma inconsciente).
Antunes assegura que:
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Leitura e Produção Textual
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
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Disponível em: <http://redacaoressucat.files.wordpress.com/2010/02/monicalisa1.jpg>. Acesso em: 3
dez. 2013.
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Leitura e Produção Textual
Síntese da Unidade 2
Nesta Unidade procuramos destacar que é
impossível nos comunicarmos verbalmente a
não ser por algum gênero textual. Isso permite
dizer que cada vez que alguém abre a boca
para dizer alguma coisa, está produzindo
texto(s). A estrutura e organização dos tex-
tos, bem como a seleção vocabular, estarão
diretamente relacionadas à intencionalidade,
à situação de comunicação e ao conhecimen-
to dos usuários da língua, uma vez que é o
contexto que determina o seu uso.
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Unidade 3
A LEITURA
Seção 3.1
Leitura e Inclusão Social
Lemos para dar conta da realidade e de todos os desafios que dela rece-
bemos ou a ela impomos. A cidadania é a referência maior. Saber pensar inclui,
entre outros ingredientes, saber ler. Uma democracia de qualidade só é possível
com uma população que sabe pensar (Demo, 2006, p. 7).
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Segundo Hernández,
[...] o domínio da leitura e da escrita não é uma questão mecânica, mas concei-
tual, porque o sujeito tem capacidades cognitivas e competência linguística e
porque a língua escrita é um objeto de conhecimento em si mesma [...] o que
antes era um processo aprendido por repetição e por imitação mecânica, hoje é
um processo em que se aprende a partir do estabelecimento de relações entre
a experiência, o saber e o desejo de conhecer do aprendiz e sua necessidade
de dar sentido ao que o rodeia e a si mesmo (2001, p. 9).
Seção 3.2
Objetivos da Leitura
A perspectiva da formação de leitores inicia pela valorização de livros
e da cultura escrita, o que requer que se considere três propósitos de leitura
(Koch; Elias, 2006):
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Leitura e Produção Textual
a) ler para se informar: ler para buscar informações práticas para satisfazer curio-
sidades e para saber sobre o que acontece no mundo;
b) ler por prazer, para distrair-se;
c) ler para estudar, para construir conhecimentos, para cumprir determinada
tarefa.
Assim, pode-se desenvolver e aprender estratégias e procedimentos
de leitura para que nos tornemos leitores competentes. A autora destaca que
é possível trabalhá-la a partir de três propósitos. Os objetivos e interesses que
temos ao ler também determinam a compreensão da leitura.
Seção 3.3
Como Ler Para Cumprir Tarefa?
Para Solé (1998), o ensino da leitura deve ocorrer em todas as etapas de
sua realização, ressaltando-se o ensino de estratégias de leitura para cada uma
dessas etapas:
a) Antes – predições iniciais sobre o texto e objetivos de leitura – durante a
pré-leitura ocorre o estabelecimento de previsões sobre o texto. Para estabe-
lecer previsões, o leitor baseia-se nos aspectos do texto como: superestrutura,
títulos, ilustrações, cabeçalhos, etc. E atém-se, também, em suas próprias
experiências e conhecimentos sobre o que estes índices textuais permitem
antever sobre o conteúdo do texto.
b) Durante – levantamento de questões e controle da compreensão – Fou-
cambert (1994) analisa que, em relação ao aspecto semântico da leitura,
podemos refletir de que maneira ela pode informar, acrescentar, provocar,
inserir ideias na mente do leitor. Ler é explorar a escrita de uma maneira não
linear... jamais se chega ao significado de um texto pela soma do sentido das
sucessivas palavras que o compõe. Não lemos de maneira linear, isto é, não nos
comportamos como um autômato, mas interagimos e criamos interferências
no processo de leitura, imaginamos, raciocinamos, lembramo-nos de algo,
envolvemo-nos, comovemo-nos com o que está sendo lido; o ato de ler como
um exercício de ir, avançar e retornar no corpo físico do texto, um exercício
voluntário e dinâmico, no qual o leitor atribui sentido ao texto.
c) Depois – construção da ideia principal e resumo do texto – esse também
é um momento de abstração, quando o leitor relaciona a ideia principal e o
conteúdo do texto lido com o universo extratextual.
Seção 3.4
Estratégias Para Compreensão de Textos
Para que a leitura realmente seja compreensiva, precisamos levar em
consideração alguns aspectos importantes:
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Leitura e Produção Textual
– Produção de inferências globais: nem tudo está dito ou posto num texto. O
texto tem seus implícitos ou pressupostos que também têm de ser compreen-
didos numa leitura efetiva. Para fazê-lo, o leitor lança mão, ao mesmo tempo,
de certas pistas que o autor deixa no texto, do conjunto da significação já
construída e de seus conhecimentos de mundo, inclusive lógicos. Analisemos,
por exemplo, o texto a seguir:
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Leitura e Produção Textual
Seção 3.5
A Leitura do Texto Literário
De acordo com Salvatore D’Onofrio, em sua obra Literatura ocidental:
autores e obras fundamentais (1990), a literatura é uma forma de conhecimento
da realidade que se serve da ficção e tem como meio de expressão a linguagem
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Leitura e Produção Textual
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literário tem uma função estética. Quem escreve um texto literário não quer
apenas dizer o mundo, mas recriá-lo nas palavras, de forma que, nele, importa
não só o que se diz, mas também o modo como se diz. É conotativo, isto é, cria
novos significados e novas relações entre as palavras, buscando revelar novas
maneiras de ver o mundo.
Já o texto não literário tem uma função utilitária (informar, convencer,
explicar, responder, ordenar, etc.). Aspira à denotação e busca ter um único sig-
nificado. Está atrelado às práticas sociais, surge com uma função e atrelado a um
uso específico da linguagem. Como vemos, o primeiro é conotativo e o segundo
denotativo; mas o que isso significa?
Seção 3.6
A Plurissignificação da Linguagem Literária:
denotação e conotação
Em determinados contextos, as palavras ganham um sentido novo,
figurado, diferente daquele encontrado nos dicionários. Esse novo sentido é,
geralmente, carregado de valores afetivos, ideológicos ou sociais.
dfasdfasdfas- Quando a palavra é utilizada no seu sentido usual, dizemos que está em-
pregada denotativamente. Quando é usada em um sentido diferente daquele
que lhe é comum, dizemos que ela está empregada conotativamente. Vejamos
o poema a seguir trazido e analisado por Cereja e Cochar (2009):
DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
1. Palavra com significação res- 1. Palavra com significação ampla,
trita. dada pelo contexto.
2. Palavra com o sentido co- 2. Palavra com sentidos carregados
mum, aquele encontrado no de valores afetivos, ideológicos ou
dicionário. sociais.
3. Palavra utilizada de modo 3. Palavra utilizada de modo criativo,
objetivo. artístico.
4. Linguagem exata, precisa. 4. Linguagem expressiva, rica em
sentidos.
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Leitura e Produção Textual
Assim, é preciso sempre estar consciente de que quando lemos uma obra
literária entramos no jogo dos sentidos múltiplos, o que não significa de todos os
sentidos. A literatura desafia o leitor, o impulsiona para o não explícito, o velado,
o ambíguo, além de mostrar-lhe os caminhos da criação via palavra. Sem sombra
de dúvida, é por meio da arte, e no caso da literatura, a arte em palavras, que o
jovem universitário poderá refinar seu gosto, sua escrita e sua visão de mundo
acerca dos problemas sociais humanos. Por isso da importância da leitura literária
nos bancos universitários, para que a juventude não perca seu brilho, seu sonho,
sua capacidade inventiva e propositiva da realidade.
Seção 3.7
A Literatura e suas Funções
Como vemos, a literatura é uma linguagem especial, carregada de sentidos
e capaz de provocar emoções e reflexão no leitor. Não se estreita, entretanto,
jamais, possuindo funções amplas de entendimento e explicação do mundo a
nossa volta. Dentre algumas de suas funções estão:
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[...] tomar certa distância em relação ao mundo das urgências imediatas, a fim
de construir homens e mulheres interiormente preparados para conhecerem
a si mesmos e se desenvolverem em todas as circunstâncias, quer privadas ou
profissionais. (Fumaroli, 2010, p. 277).
Síntese da Unidade 3
Nesta Unidade percebemos que lemos para dar
conta da realidade e de todos os desafios que
dela recebemos ou a ela impomos. Ao ler, o leitor
ressignifica seu “estar” no mundo: desvenda as
formas de organização social, desenvolve uma
consciência crítica que lhe possibilita fazer parte de
certas práticas políticas de mobilização e de orga-
nização. Percebemos, também, que a perspectiva
da formação de leitores inicia pela valorização de
livros e da cultura escrita, o que requer que con-
sideremos diferentes propósitos e estratégias de
leitura. Além disso, vimos que o texto literário nos
fornece um prazer estético e uma de suas funções
sociais é a de induzir o homem a refletir sobre os
problemas existenciais. É por isso que a atividade
literária, oral ou escrita, primitiva ou evoluída, é
consubstancial à sociedade humana, não existindo
povo sem literatura.
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Unidade 4
NOÇÕES DE ESCRITA
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Seção 4.1
Propósito Comunicativo
Quando se produz um texto, seja oral, seja escrito, há um objetivo; o sujeito
almeja algo com aquilo que está formulando. Como afirma Antunes (2010, p. 69),
“Esse propósito, que é parte de qualquer atividade de linguagem, pode ser apon-
tado como expor, explicar, convencer, persuadir, defender um ponto de vista...”.
1
A charge anterior tem como objetivo fazer uma reflexão sobre o fato de
que, mesmo depois de morto, Mandela continua conciliando adversários polí-
ticos, pois juntar Obama, FHC, Sarney, Lula e Collor não é algo comum. Apenas
alguém com um perfil muito especial para conseguir esse feito.
1
Disponível em: <http://www.chargeonline.com.br/>. Acesso em: 11 dez. 2013.
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Leitura e Produção Textual
Seção 4.2
Estratégias Argumentativas
O desenvolvimento da argumentação torna necessário o uso de estraté-
gias que enriqueçam o texto, demonstrando que se tem capacidade de mobilizar
e relacionar diferentes ideias, a fim de convencer o leitor sobre aquilo que se
quer defender. Isso também é importante no momento da leitura, pois conseguir
perceber as estratégias usadas pelo autor é fundamental para o entendimento
do texto. Entre as estratégias existentes estão:
a) Alusão histórica – consiste em fazer menção a fatos ocorridos ao longo da
História humana, como forma de estabelecer relações que possam explicitar
a ideia defendida e os motivos de tal defesa.
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Sua última morte não foi em sentido figurado. Foi sem aspas,
desta vez. Mas, sei não. Talvez seja prudente deixar uma cuia com
mate quente perto da sepultura, por via das dúvidas.”
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Leitura e Produção Textual
Pelourinho moderno
Superlotado e em condições precárias, sistema prisional brasileiro é
símbolo dos equívocos da Justiça criminal e precisa de urgente revisão.
Como se deu com a escravidão, que somente décadas após o seu
fim passou a ser vista de maneira unânime como verdadeira aberração,
há de chegar o dia em que quase ninguém entenderá como o Brasil de
hoje pôde conviver com o atual sistema carcerário.
Enquanto esse futuro não chega, são ainda poucas as vozes que se
levantam contra o horror das cadeias brasileiras. Vez ou outra a prisão de
um cidadão mais ilustre rompe a pasmaceira, mas críticas pontuais não
bastam; logo o silêncio ressurge e se impõe, cúmplice.
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Leitura e Produção Textual
Cerca de 20% dos lares não têm água corrente, e 10% vivem sem
luz. Quase 100% dos pobres são negros – isso não mudou. Mas há também
muitos brancos na miséria. Segundo o Conselho de Pesquisas de Ciências
Humanas da África do Sul, a proporção de pessoas na pobreza na África do
Sul não mudou de forma significativa desde 1994. “Na realidade, a camada
mais pobre está mais pobre e a diferença social entre pobres e ricos aumen-
tou”, diz a entidade. Mandela fez sua parte ao reconciliar negros e brancos. É
hora de começar a batalha para reduzir a desigualdades entre ricos e pobres.
Surgirão novos líderes capazes dessa façanha? Mais silencioso do que a cisão
racial, o apartheid econômico continua a segregar o país de Mandela.
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Seção 4.3
Adequação Vocabular
Possuir vocabulário diversificado e amplo é um dos requisitos para que as
pessoas conquistem um bom desempenho comunicativo, principalmente para
aquelas que usam a variedade formal e socialmente privilegiada. Quanto maior
o acervo de palavras, melhor será a atuação linguística entre seus pares.
Por isso, a leitura deve ser uma constante, pois ela permite o acesso a um
maior número de palavras e aos seus diferentes significados. Isso vai permitir
também que as pessoas ampliem seu conhecimento acerca de tudo o que o
homem produziu e produz.
Antunes (2010, p. 178), ao abordar a questão do léxico, assegura que a
seleção lexical contribui de forma contundente “para o estabelecimento, para a
definição de sua unidade semântica”. Afirma também que:
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Leitura e Produção Textual
Dar atenção aos aspectos lexicais, além das questões de coesão, vão
permitir textos melhor elaborados e mais ricos.
Em qualquer situação de interação, a seleção vocabular constitui-se um
elemento importante, pois a imagem que se tem do “outro” é definida pelo que
é dito e vai balizar o que cada “eu” vai dizer. A constituição do sentido, assim, está
intimamente relacionada à seleção feita.
2
Disponível em: <http://www.chargeonline.com.br/>. Acesso em: 10 dez. 2013.
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Seção 4.4
Coesão e Coerência Textuais
Coerência – o processo de leitura e produção textual envolve a questão
da produção de sentidos. Frequentemente, ao ler algo, mesmo que de forma
inconsciente, o sujeito vai se perguntando se aquilo faz sentido ou não. Isso
acontece porque o conhecimento que se tem de um tema e as relações que
podem ser estabelecidas são mobilizadas (ou não – às vezes, pelo fato de não
ter determinados conhecimentos o sujeito acredita que o texto lido é incoeren-
te), auxiliando na construção da unidade semântica. Percebe-se, então, que a
coerência não está unicamente no texto. Sobre essa questão, Koch e Elias (2006,
p. 184) asseveram:
Isso nos faz afirmar que a coerência não está no texto, não nos é possível
apontá-la, destacá-la, sublinhá-la ou coisa que o valha, mas somos nós, leitores,
em um afetivo processo de interação com o autor e o texto, baseados nas pis-
tas que nos são dadas e nos conhecimentos que possuímos, que construímos
a coerência.
A coerência pode ser entendida como aquilo que garante a unidade
semântica, estabelecendo correspondências entre elementos do texto e refe-
rências ao mundo real, inseridos em um contexto comunicativo. Assim, fatores
de ordem semântica, cognitiva, pragmática e interacional são a base sobre a
qual a coerência se efetiva.
Há, então, a necessidade de que haja um “amarramento” entre as ideias
do texto, formando uma unidade que se liga ao tema e ao título. Tudo o que for
usado no texto precisa apresentar uma relação lógica, caso contrário o mesmo
ficará incoerente.
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Figura 1 – A coerência
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Obs.: Há autores, como é o caso de Adilson Citelli (1994), que preferem usar a
nomenclatura operadores argumentativos, uma vez que são elementos
linguísticos muito importantes no processo argumentativo. Koch (1993)
assegura que os operadores argumentativos servem para orientar as se-
quências discursivas, ou seja, para determinar os encadeamentos possíveis
com os demais enunciados. A autora entende que as conjunções, as pre-
posições, os advérbios e as palavras denotativas constituem os operadores
argumentativos.
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Seção 4.5
O Parágrafo
Além dos elementos apresentados anteriormente, para escrevermos bons
textos, garantindo a progressão do tema, bem como a clareza e organização das
ideias, é preciso escrevemos bons parágrafos. O parágrafo confere estrutura ao
texto, sendo que a maioria dos gêneros textuais organiza-se por meio deles.
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DESENVOLVIMENTO
CONCLUSÃO
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• unidade: cada parágrafo deve ter apenas uma ideia principal à qual
as demais ideias devem estar relacionadas, sem desvios que possam
quebrar a unidade;
São muitos os aspectos que decorrem de um único tema gerador, por isso
é sempre necessário deixar muito claro na proposta inicial do texto qual aspecto
será abordado e sobre que ponto de vista. Uma vez delimitado o assunto, é hora
de eleger que ponto será desenvolvido em cada parágrafo do texto; assim, será
preciso recortá-lo ainda mais.
1) Declaração inicial: a qual abre o parágrafo por meio de uma frase curta, que,
logo em seguida, é justificada.
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Síntese da Unidade 4
Nesta Unidade estudamos acerca do processo
de produção textual e vimos que escrever exige
conhecimentos sobre o tema a ser abordado,
mas também conhecimentos de outras ordens,
como propósito comunicativo, clareza, coerên-
cia, coesão, estratégias argumentativas, uso de
vocabulário adequado e correção gramatical.
Estudamos, também, que o desenvolvimento da
argumentação torna necessário o uso de estraté-
gias que enriqueçam o texto, fazendo com que o
produtor demonstre sua capacidade de mobilizar
e relacionar diferentes ideias, a fim de convencer
o leitor sobre aquilo que se quer defender. Além
dos elementos apresentados anteriormente, para
escrevermos bons textos, garantindo a progressão
do tema bem como a clareza e organização das
ideias, é preciso escrevermos bons parágrafos. O
parágrafo confere estrutura ao texto, e a maioria
dos gêneros textuais organiza-se por meio deles.
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Unidade 5
A ARGUMENTAÇÃO COMO
PRÁTICA DE LINGUAGEM
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Seção 5. 1
O Texto Argumentativo
Entre as várias maneiras de organizar um texto temos a argumentação
como uma das mais desafiantes. Isso se dá pelo fato de que argumentar não é
impor uma ideia ou posicionamento a respeito de um assunto, mas desenvolvê-lo
de forma clara, estruturada e com base em informações e ideias relevantes sobre
a temática a ser comunicada, além do uso de estratégias argumentativas, como
as vistas anteriormente na Unidade sobre a estrutura textual.
Inicialmente, é preciso considerar que a forma de nos relacionarmos com
a linguagem está intimamente relacionada à maneira de nos relacionarmos com
o mundo a nossa volta. Não utilizamos a escrita e não falamos aleatoriamente,
mas fazemos isso como prática social, ou seja, sempre falamos ou escrevemos
algo com um fim claro, um objetivo, mesmo que, muitas vezes, não tenhamos
consciência disso. Assim, os textos que produzimos, falados ou escritos, cumprem
diversas funções sociais, tais como: informar, vender, instruir, persuadir, convencer,
sensibilizar, chocar, contar, opinar, etc.
Logo, a prática social está toda organizada por meio de textos. Assim,
para estarmos atuantes no universo social em que nos inserimos, precisamos
comunicar nossas ideias e convicções por meio de diferentes estruturas textuais,
as quais são denominadas gêneros textuais ou gêneros do discurso, como fora
conceituado anteriormente.
É importante que o usuário de uma língua tenha clareza de que o fenô-
meno da linguagem se dá para que possamos interagir socialmente. É ele que
estrutura nossas relações e organiza nossa prática social.
Por isso, saber comunicar algo que deseja e interagir com alguém em um
determinado contexto sociodiscursivo, é de extrema importância para o nosso
trânsito em um mundo textualizado. De fato, “a língua só se atualiza a serviço da
comunicação intersubjetiva, em situações de atuação social e através de práticas
discursivas, materializadas em textos orais e escritos” (Antunes, 2003, p. 42).
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Figura 1
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Seção 5. 2
Argumentos
Dentre as práticas textuais realizadas na universidade, a argumentativa e
opinativa encontra-se no centro das produções. Isso porque as práticas discursi-
vas na universidade não podem ser ingênuas, superficiais. Diferente disso, elas
devem contribuir pelo viés da reflexão para problematizar e buscar solucionar
assuntos polêmicos e de difícil resolução advindos do entorno social.
Quando temos uma polêmica instaurada, temos também várias formas
de conceber, explicar e pensar tal assunto, o que se deve ao fato de que cada um
de nós tem um ponto de vista diferenciado sobre o mesmo. Pode-se atribuir a
formação de pontos de vista diferentes a, no mínimo, três aspectos: a bagagem
cultural, o lugar ou grupo social a que se pertence, e as relações entre o que se
pensa e o que as outras pessoas pensam (Goldstein; Louzada; Ivamoto, 2009).
Como se vê, é natural que tenhamos maneiras diferentes de ver e enten-
der os assuntos a nossa volta, mas jamais poderemos impor algo a alguém na
tentativa de termos sua adesão. Precisamos argumentar e, para isso, conhecer
estratégias textuais próprias ao discurso argumentativo e opinativo é de extrema
importância, assim como conhecer e utilizar esquemas argumentativos, tendo
clareza de como se estrutura o discurso argumentativo.
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TEMA
TESE
ARGUMENTOS
Tipos de argumentos:
1. Argumento de autoridade
Caracteriza-se pela citação de autores conhecidos no assunto, autorida-
des naquele domínio de saber, a fim de validar nossa tese. Ao aliarmos o que
pensamos ao pensamento de alguém renomado no assunto, fortalecemos nosso
discurso, é como se o autor que lemos e estudamos “assinasse embaixo” do que
estamos dizendo. Esse é um dos argumentos mais utilizados nas práticas textu-
ais universitárias, como em monografias, artigos científicos, dissertações, teses,
palestras, etc. Mesmo sendo um dos argumentos de grande força, contudo, é
preciso ter cuidado para que a colocação citada esteja realmente “costurada”
com nossas ideias e nossa proposta textual.
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[...]
Um recente estudo do IPEA (leia aqui) mostrou que, em 2011,
último ano avaliado, quase R$ 16 bilhões de reais deixaram de ser arreca-
dados pelo governo, por dedução no imposto de renda de pessoas físicas
e jurídicas e desoneração fiscal da indústria farmacêutica e de hospitais
filantrópicos. O que é, de fato, renúncia fiscal? Um pagamento feito pelo
Estado: ele não desembolsa, mas paga, ao deixar de receber. Assim, quase
R$ 16 bilhões, o equivalente a 22,5% do gasto público federal em saúde,
deixaram de ser investidos no SUS para serem transferidos para o setor
privado, numa espécie de distribuição de renda para o topo da pirâmide.
Para ter uma ideia do impacto, é mais do que os R$ 13 bilhões que o mi-
nistro da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que o governo está investindo
em unidades básicas de saúde, pronto-atendimento e hospitais. Não é
a toa que, entre 2003 e 2011, o faturamento do mercado dos planos de
saúde quase dobrou e o lucro líquido cresceu mais de duas vezes e meia
acima da inflação.
[...]
Fonte: Ricardo Russowsky – presidente da Federasul – Jornal Zero Hora, 13 dez. 2013.
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No texto, o autor faz uso de uma expressão com base no consenso geral
sobre o assunto: “Sabe-se que a educação e a produtividade são irmãs siamesas.
Com baixo investimento em educação, o Brasil não consegue avançar”. Diante
dessa colocação, dificilmente alguém contestará o que ele afirma, uma vez que,
como ele mesmo mostra, “Sabe-se” que a educação necessita de investimento,
isso já está dado, já é aceito pela maioria.
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Ei, amizade!
(Vídeo exibido na Casa de Detenção, em São Paulo, realizado pela
agência Adag e pela Tv Cultura)
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1. alusão histórica
2. comparação/analogias
3. citação ou argumentos de autoridade
4. dados estatísticos
5. causa e consequência
Seção 5.3
Gêneros Textuais da Ordem do Argumentar
Os gêneros da ordem do argumentar variam de acordo com os domínios
discursivos em que são produzidos. Assim, os textos produzidos em um domínio
podem não ser produzidos em outro. A universidade configura-se como um
domínio discursivo específico, e é por isso que muitos textos que circulam no
âmbito universitário não transitam e não são elaborados fora dele. Exemplo disso
são as dissertações e teses, muito próprias às práticas acadêmicas.
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Leitura e Produção Textual
1. Artigo de Opinião
Presente na maioria das revistas e jornais, o artigo de opinião é um gênero
breve que possibilita ao autor opinar sobre assunto polêmico e atual. Organizado
em parágrafos e escrito geralmente com uma linguagem cuidada e formal, o
que possibilita maior aproximação com os leitores diversos, aparece em seções
como “opinião”, “ponto de vista”, “ensaio”, etc. As colocações e informações feitas
pelo colunista são de sua inteira responsabilidade, o que difere do editorial, o
qual traz a opinião do jornal ou revista, e não de um autor.
De acordo com Goldstein, Louzada e Ivamoto,
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2. Resenha
A fim de entendermos a estrutura desse gênero de texto e sua função
social, é preciso saber, de antemão, que existe também o resumo, e quais as
diferenças entre eles. Vejamos:
Resumo
Caracteriza-se pela concisão de informações. É o processo de reduzir um
texto qualquer aos seus principais tópicos e elementos, sem alteração alguma em
seu conteúdo e sem avaliações críticas e comentários por parte de quem resume.
Resumir é voltar ao plano do texto, ao eixo que estrutura sua proposta, deixando
de lado informações mais detalhadas que compõem o seu desenvolvimento.
Para fazer um bom resumo é preciso ter capacidade de síntese e seleção
de conteúdos, posto que resumir não é meramente copiar partes de um texto,
mas reelaborá-las com palavras próprias, como em uma paráfrase, selecionando
quais as informações são essenciais e quais são secundárias. Algumas estratégias
para a elaboração de bons resumos podem ser seguidas, tais como:
• leitura integral do texto, anotando as informações mais importantes,
procurando assimilar as ideias do autor e eliminando tudo que não
for essencial;
• seleção das ideias ou informações mais importantes: assunto, obje-
tivo, conclusão;
• produção de um texto conciso, objetivo e claro, mantendo-se fiel ao
original (Pereira; Neves, 2012, p. 22).
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Resenha
Separemos, para fins de estudo, a resenha em resenha crítica e resenha
acadêmica, segundo a proposta trazida por Goldstein; Louzada; Ivamoto (2009).
Embora a resenha acadêmica também seja uma resenha de cunho crítico e ava-
liativo, é preciso perceber as diferenças de uso e função social entre as resenhas
realizadas na universidade e aquelas destinadas à avaliação de uma obra, seja
um livro, um filme, um disco, um evento, etc. É importante destacar, também,
que além dessas existem outras possibilidade de resenha, como a descritiva e a
temática, as quais não serão foco desta abordagem.
A resenha crítica é um gênero textual encontrado em jornais, revistas,
blogs. Geralmente traz temáticas de cunho artístico-cultural, uma vez que ava-
lia objetos culturais, tais como filmes, peças teatrais, shows, livros, exposições,
eventos. Sua função é apresentar informações sintetizadas sobre o objeto rese-
nhado, ampliando, contudo, as colocações para a avaliação crítica e a valoração
do que está sendo resenhado (Goldstein; Louzada; Ivamoto, 2009). Quanto a
sua função social:
A resenha exerce uma importante função social: formar opinião e, até mesmo,
delinear valores estéticos sobre diferentes manifestações artísticas e campos
do conhecimento. É um tipo de texto muito procurado pelos leitores que
consideram a opinião da crítica especializada antes de se decidir por um
espetáculo, um livro, um evento, um filme, etc. (Goldstein; Louzada; Ivamoto,
2009, p.113).
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Sinopse:
A história da família Terra Cambará e de sua rival, a família Amaral,
durante 150 anos, começando nas Missões até o final do século 19. Sob o
ponto de vista da luta entre essas duas famílias, o filme retrata a formação
do Rio Grande do Sul, a povoação do território brasileiro e a demarcação
de suas fronteiras, forjada a ferro e espada pelas disputas entre as coroas
portuguesa e espanhola.
Resenha:
Ultimamente, a indústria cinematográfica tem lançado cada vez
mais adaptações de livros para as telas. Muitos são sucessos de bilhete-
ria, mesmo quando o livro é péssimo. Outros são tão ruins como o livro.
Existem os que são perfeitos: livro e filme. E tem aqueles filmes que não
conseguem superar a genialidade de seu livro pois, geralmente, não foi
feito para ser visto, e sim para ser lido. O tempo e o vento faz parte deste
último grupo.
A história se passa no Rio Grande do Sul, final do século XIX. As
família Amaral e Terra-Cambará são inimigas históricas na cidade de Santa
Fé. Quando o sobrado dos Terra-Cambará é cercado pelos Amaral, todos
os integrantes da família são obrigados a defender o local. Entre eles está
Bibiana, matriarca da família que, junto com seu falecido esposo, Capitão
Rodrigo, relembram a história não apenas de seu amor, mas de como
nasceu a própria família Terra-Cambará.
Uma obra tão significante para a literatura brasileira conta com
um elenco de grandes talentos. Na pele da matriarca Bibiana temos Mar-
jorie Estiano e Fernanda Montenegro. O boa praça Capitão Rodrigo é
interpretado por Thiago Lacerda. Cleo Pires e Suzana Pires dividem a
personagem Ana Terra, uma mulher que sobreviveu a grandes perdas e
conseguiu reconstruir sua vida em Santa Fé. Luiz Carlos Vasconcelos
interpreta o pai de Ana, Maneco Terra. Ainda contamos com Paulo Gou-
lart, Leonardo Medeiros e José de Abreu que representam a família
inimiga: os Amaral.
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É preciso perceber que, nesta resenha, o resenhista faz uma crítica des-
favorável ao filme, elencando diversos fatores para comprovar e dar base a sua
avaliação. A crítica, portanto, está embasada em argumentos, não é aleatória,
superficial. Geralmente quem se propõe a resenhar um objeto artístico ou
cultural possui domínio no assunto. Outra característica da resenha crítica é a
autoria declarada, uma vez que a opinião e avaliação do objeto são de inteira
responsabilidade do resenhista. Vejamos outra resenha do mesmo objeto a fim
de observarmos a diferença de ponto de vista:
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3. Artigo Científico
De acordo com Motta-Roth e Hendges (2010), podemos conceituar o
artigo científico da seguinte forma:
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1. Introdução/Considerações iniciais
2. Metodologia
3. Resultados
4. Discussões
5. Considerações finais
1
Professora das Faculdades Integradas de Taquara (FACCAT); doutoranda em Linguística Aplicada –
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos); revisora do Núcleo de Revisão de Textos (NRT), Unisinos;
pesquisadora dos projetos DCEROT (Divulgação Científica: Estratégias Retóricas e Organização Textual.
julianaacs@gmail.com
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Seção 5.4
Defendendo um Posicionamento
por Meio da Expressão Oral
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pessoas lembra-se apenas do texto escrito, não considerando a fala como texto.
É preciso considerar, no entanto, que ambos são textos e que basicamente o que
difere um de outro é a forma como a interação ocorre.
Isso nos mostra que, diferentemente do que muitos acreditam, a fala não
é unicamente informal e mais fácil de ser produzida, nem a escrita é unicamente
formal e mais difícil, mas ambas possuem graus de formalidade e informalidade,
assim como de necessidade maior de planejamento e organização textual. Por
exemplo, um bilhete e um e-mail familiar aproximam-se mais da fala, mesmo
sendo textos escritos, enquanto uma palestra e uma entrevista profissional estão
próximas ao grau de formalidade de gêneros escritos.
A hipótese que defendemos supõe que: as diferenças entre fala e escrita se dão
dentro do continuum tipológico das práticas sociais de produção textual e não
da relação dicotômica de dois pólos opostos (sic) (2010, p. 37).
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É claro que o texto falado possui características próprias que devem ser
consideradas, principalmente quando estamos diante de produções formais
por meio da fala, o que ocorre frequentemente na universidade e no espaço
profissional.
Por fim, no texto falado, por termos a interação imediata, temos também
o que Koch e Elias (2012) definem como pressões de ordem pragmática, as quais
dão origem a falsos começos, truncamentos, correções, hesitações, inserções,
repetições e paráfrases. Isso ocorre, seja para ganhar tempo, como nas pausas
e hesitações, seja para fazer esclarecimentos, como nas repetições e paráfrases.
Como se vê, o texto falado não é completamente caótico como muitos imaginam
e, dependendo do grau de formalidade da situação comunicativa, ele exigirá de
seu produtor planejamento e atenção a sua estrutura. Vejamos a seguir como se
dá a estrutura textual de uma exposição oral, seja ela uma palestra, uma plenária,
um debate, etc., em uma situação formal.
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2) O olhar – o orador deve sempre olhar nos olhos de seu interlocutor; caso não
consiga, deve olhar para o fundo da sala, mas sempre evitar olhar para o teto
e para o chão, uma vez que o diálogo é estabelecido e reafirmado pelo olhar.
9) Uso de Data show – deve ser usado com muita cautela! Muitas pessoas têm
utilizado erroneamente esse recurso, fazendo slides muito longos, repletos de
imagens e palavras (poluição visual), assim como exageram no seu número.
Também é importante observar que o orador NÃO pode ler slides simples-
mente, mas usá-los unicamente como um ROTEIRO para a sua fala. O bom é
utilizarmos esse recurso como apoio, levando conosco mídias, como músicas,
vídeos, fotos, gráficos, etc.
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Por fim, deve-se estar atento ao fato de que argumentar não é jamais impor
a opinião a alguém, considerando que todos nós pensamos de forma diferente.
Argumentar, portanto, é usar nossa inteligência para convencer o outro de que
o nosso modo de ver as coisas é logicamente mais adequado do que outros. É
usar estratégias, exemplos, citações, alusões, dados, estatísticas para convencer
o interlocutor, levando-o à mudança de comportamento e pensamento. Para
isso, seja no texto oral ou escrito, deve-se usar de silogismos, raciocínio lógico,
deduções, não imposições meramente. Principalmente para a vida acadêmica e
profissional, saber se posicionar com clareza e propriedade fará toda a diferença,
por isso é preciso trabalhar para isso, lembrando que a prática de linguagem diz
muito do sujeito e de sua atuação social.
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Síntese da Unidade 5
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