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CENTRO UNIVERSITÁRIO FIAMFAAM

CURSO DE MÚSICA

A PRÁTICA DO CANTO CORAL DENTRO DA FUNDAÇÃO CASA

THIAGO DENILSON PEREZ SIVILA

SÃO PAULO
2017
THIAGO DENILSON PEREZ SIVILA

A PRÁTICA DO CANTO CORAL DENTRO DA FUNDAÇÃO CASA

Monografia apresentada à Banca Examinadora


do CENTRO UNIVERSITÁRIO FIAMFAAM,
como exigência parcial para a obtenção do
título de Bacharel em Música sob a orientação
do Professor Sidney Molina.

SÃO PAULO
2017
Aos meus pais, que apesar dos pesares, me
ajudaram e acreditaram no meu futuro para
com a música e para todos os alunos do
Projeto Guri de Fundação CASA que passaram
por mim durante esta minha caminhada.
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos educadores Jairo Costa Júnior, Eunice Cabral, Lucas Mello,
Rodrigo Sanches e Sthéfano Reis, por nossa firme e forte parceria como equipe no
Projeto Guri; ao maestro Luis Bernardo Fróes Trindade, por acreditar em mim e pelo
apoio nesta minha trajetória acadêmica.
“Enquanto uns dormem tranquilos, outros
sonham com a liberdade.”
(Trecho do rap “Liberdade”, de autoria dos alunos de Canto Coral
do Projeto Guri – polo Juquiá – Fundação CASA, São Paulo/SP).
RESUMO

A primeira natureza do homem é aquela em que ele sente a vida: o primeiro choro, a
primeira respiração, a luz, a primeira deglutição, os primeiros sons, o primeiro
balbuciar e também os primeiros passos. A segunda natureza consiste em sua
evolução cultural e em seu contínuo acabamento intelectual. E a evolução de um
povo tem na arte o estuário natural onde desembocam todas as crenças,
conhecimentos expressos em seus costumes, versos, cantos, músicas, linguagens,
etc. A arte é formada por valores permanentes, e o ser humano é como o rochedo à
beira mar que fica marcado como que por cicatrizes pelos movimentos das ondas
que nele se arrebentam. Este trabalho vem apresentar ao leitor sobre a importância
da prática de Canto Coral e da música na integração dos jovens que fazem parte do
Projeto Guri da Fundação Casa. Será apresentada uma análise da experiência do
graduando junto às crianças que compõe esse projeto e os benefícios gerais
observados durante o período.

Palavras-chave: Fundação Casa; Projeto Guri; Canto Coral;


ABSTRACT

The first nature of man is that in which he feels life: the first cry, the first breath, the light,
the first swallowing, the first sounds, the first babbling, and also the first steps. The
second nature consists in its cultural evolution and in its continuous intellectual finishing.
And the evolution of a people has in the art the natural estuary where all beliefs,
knowledge expressed in their customs, verses, songs, songs, languages, etc., flow into
the art. Art is formed by permanent values, and the human being is like the cliff by the
sea that is marked as if by scars by the movements of the waves that break in him. This
paper presents to the reader the importance of the practice of Choral singing and music
in the integration of young people who are part of the Guri Project of the Casa
Foundation. An analysis of the student's experience with the children composing this
project and the overall benefits observed during the period will be presented.

Keywords: Home Foundation; Guri Project; Choral singing;


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................19
1.1 Justificativa............................................................................................................19
1.2 Objetivos..................................................................................................................9
1.2.1 Objetivo geral.......................................................................................................9
1.2.2 Objetivos específicos...........................................................................................9
1.3 Problema...............................................................................................................10
1.4 Metodologia...........................................................................................................10
2 FUNDAÇÃO CASA..................................................................................................11
3 PROJETO GURI......................................................................................................13
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................19
REFERÊNCIAS...........................................................................................................20
1 INTRODUÇÃO

O canto coral se caracteriza pela realização de um fazer musical vivenciado


coletivamente, onde o instrumento sonoro utilizado é a voz dos músicos, que executam
repertório específico para este tipo de formação, conduzidos por um regente.
Há que salientar que, no mundo todo, os grupos corais são, em sua grande
maioria, amadores, ou seja, os cantores não são formados em música e nem têm
pretensões profissionais. Pouquíssimos são os grupos profissionais, que em geral são
os coros de teatros ou grupos independentes, ou coros sinfônicos. Neste sentido, o coro
é também um espaço de integração social. Sobre isso Junker (1999, p. 1) afirma que:

No ambiente social, o canto coral tem acontecido como uma


manifestação cultural onde pessoas de vários seguimentos da
sociedade se reúnem com um fim comum, em busca de
realização cultural pessoal que será manifesta através de
experiência ou vivência da sensibilidade estética. Felizmente, não
é discriminatória e se dá nos variados níveis sociais, dependendo
apenas da iniciativa de algum agente societário, seja uma
instituição, ou até mesmo indivíduos idealistas iniciadores da
própria atividade coral. Neste contexto, o canto é realizado de
forma amadorística.

Este trabalho vem apresentar ao leitor sobre a importância da prática de Canto e


Coral e da música na integração dos jovens que fazem parte do Projeto Guri da
Fundação Casa. Será apresentada uma análise da experiência do graduando junto às
crianças que compõe esse projeto e os benefícios gerais observados durante o período.

1.1 Justificativa

O canto coral, é o próprio exercício da complexidade, assim como em outras


linguagens artísticas. O fenômeno musical não é a soma das partes. Uma partitura
tem que ser entendida em seu todo. A execução de uma peça coral não é apenas o
somatório de vários naipes cantando em diferentes alturas, mas é esse conjunto de
simultaneidades que se complementam e se retroalimentam na conjunção de um
todo expressivo, onde estão presentes o contexto histórico em que a obra foi criada,
os dados estilísticos, dados formais, sintaxe musical, entre outros.
O coro exercita ainda dois elementos essenciais no processo de ensino-
aprendizagem, que são a emoção e o sentimento. O fazer artístico contempla estes
dois elementos como forças motrizes. Cada obra musical vivida tem sua carga
emocional, uma conjunção de sentimentos que, em conjunto com os elementos
técnicos próprios do cantar, culminam na expressão estética. Esta experiência é
também de grande valia para o estudante universitário. Sobre isso afirma Oliveira
(2011, p. 47):
A prática do canto coral é uma expressão coletiva onde todos
precisam ser empáticos com relação ao material a ser
apresentado. O que mantém o coralista e atrai outros é
principalmente o fato do repertório mover e comover o cantor.
Portanto implica uma relação subjetiva e emocional com a
música e com seus elementos. Porém, como intérprete, esta
emoção é vivenciada e resolvida de forma mais contínua e
detalhada, ou seja, no decorrer dos ensaios em meio às
emoções e interpretações dos outros. Este fenômeno passional
diante da obra vai determinar a forma com que ela será
comunicada ao público, e também influenciará a audição do
coral.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Conhecer sobre o Projeto Guri da Fundação Casa, apresentando o histórico


da prática de coro e de como o canto coral influencia as crianças no Projeto Guri.

1.2.2 Objetivos específicos

– Analisar a influência do canto coral com as crianças participantes desse


projeto.
1.3 Problema

Como espaço de inclusão social, o coro tem um papel relevante em uma


época em que a naturalização da exclusão se tornou um fato que se manifesta de
muitas maneiras na sociedade de hoje.
A inclusão social, é geradora de qualidade de vida, pois o acesso a atividades
culturais, a participação em manifestações artísticas é um direito de todos,
independente de raça ou classe social.
Salienta que, segundo Bochniak, “esse processo de inclusão social dá-se a
partir do momento da eliminação de quaisquer tipos de barreiras.” (apud AMATO,
2007, p. 80). Sendo assim, existe uma horizontalidade nas relações dos
componentes do coro, onde todos estão na condição de aprendizes. É nessa
perspectiva que se dá a inclusão social e a questão levantada nessa pesquisa é: a
prática de Canto Coral tem feito diferença na vida dessas crianças?

1.4 Metodologia

A metodologia empregada neste trabalho é uma pesquisa de campo, com os


alunos participantes do grupo de Canto Coral, além de uma pesquisa bibliográfica
que compreende a pesquisa em fontes como livros, publicações periódicas, páginas
de sites, artigos científicos, anais de congressos, teses.
De acordo com Cervo, Bervian e Silva (2007), a pesquisa bibliográfica é o meio pelo
qual se busca o domínio do estado da arte sobre o determinado tema. Marconi e
Lakatos (2005) esclarece que esse tipo de pesquisa coloca o pesquisador em
contato direto com tudo que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto.
2 FUNDAÇÃO CASA

As informações a seguir são dadas pela Fundação Centro de Atendimento


Socioeducativo ao Adolescente (CASA), é uma instituição ligada à Secretaria de
Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania, tem e busca aplicar medidas
socioeducativas que estão de acordo com as diretrizes e normas previstas no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (SINASE).
A Fundação CASA presta assistência a jovens de 12 a 21 anos incompletos
em todo o Estado de São Paulo. Eles estão inseridos nas medidas socioeducativas
de privação de liberdade (internação) e semiliberdade. As medidas — determinadas
pelo Poder Judiciário — são aplicadas de acordo com o ato infracional e a idade dos
adolescentes.
A fim de aprimorar a qualidade do atendimento, o Governo do Estado de São
Paulo apostou num programa de descentralização do atendimento. Em síntese, o
objetivo é fazer com que os adolescentes sejam atendidos próximos de sua família e
dentro de sua comunidade, o que facilita a reinserção social.
Para os jovens em medidas socioeducativas em meio aberto (liberdade
assistida e prestação de serviços à comunidade), o atendimento foi municipalizado
em 2010, sendo que os programas locais são supervisionados pela Secretaria de
Estado da Assistência e Desenvolvimento Social.
Para os jovens que precisam ficar privados de liberdade, em 2005, a
Fundação CASA iniciou a descentralização do atendimento e implantou, até maio de
2015, 72 pequenos centros socioeducativos em todo o Estado, principalmente no
interior e no litoral. Do total, 61 tem capacidade para atender até 56 adolescentes
(64 na capacidade estendida), sendo parte deles geridos em parceria com
organizações da sociedade civil dos municípios onde foram implantadas.
O novo modelo apresentou uma série de avanços. Dentre eles, a queda
expressiva nas taxas de reincidência e na ocorrência de rebeliões.
Em 2006, na época da antiga Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor de
São Paulo (FEBEM/SP), 29% dos jovens em internação reincidiam. Em 2015, a taxa
está em torno de 15%. As rebeliões caíram de 80 ocorrências em 2003 para apenas
uma, em 2009.
Com a descentralização, a Fundação CASA quer não apenas melhorar o
atendimento aos adolescentes, mas se tornar referência na aplicação das medidas
socioeducativas. Para tanto, desativou o antigo complexo do Tatuapé, em 16 de
outubro de 2007, e tem trabalhado numa eficiente política de descentralização.
Em 2005, 82% dos adolescentes do Estado estavam em grandes complexos
na Capital. Com a descentralização, a equação se inverteu: cerca de 43% estão no
Interior, 38% na Capital e os restantes distribuídos na Grande São Paulo (13%) e no
Litoral (6%). Esta distribuição foi possível por conta dos novos centros
socioeducativos que, junto com uma proposta de trabalho mais humanizada, têm
permitido à Fundação CASA escrever uma nova história.
3 PROJETO GURI

O Projeto Guri, atualmente com 51 mil alunos no estado de São Paulo,


oferece cursos de iniciação e teoria musical, canto coral, instrumentos de cordas
dedilhadas e friccionadas, sopro e percussão, para crianças e jovens de 06 a 18
anos. Sua principal missão é promover, com excelência, a educação musical e o
ensino coletivo da música, tendo em vista o desenvolvimento humano de gerações
em formação.
O Projeto, iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, é atualmente
administrado por duas organizações sociais ligadas à Secretaria de Estado da
Cultura. Responsável pela administração de 370 polos distribuídos em 316
municípios no interior e litoral do estado, a Associação Amigos do Projeto Guri
(Amigos do Guri), compartilha com a Secretaria de Estado da Cultura a gestão do
Projeto Guri desde 2004 e atende aproximadamente 35 mil alunos por ano.
De 2011 a 2013, a Ipsos realizou as três ondas do estudo, para avaliação de
resultados do Projeto Guri. Com este intuito de avaliar o Projeto, bem como avaliar
seu impacto sobre os jovens beneficiários, a Associação Amigos do Projeto Guri
encomendou uma pesquisa quantitativa com beneficiários e seus pais, grupos de
controle e lideranças comunitárias. A pesquisa foi realizada em três etapas anuais
(2011, 2012 e 2013) para monitoramento.
Durante o ano de 2017 foi solicitado aos alunos que participam do projeto, dar
sua opinião sobre o que o projeto significa e qual a importância na sua vida pessoal.
Serão descritas a seguir a opinião dos alunos de sua experiência.
Uma grande dificuldade encontrada pelos alunos é o tratamento recebido
atualmente, que ainda é embasado no conhecimento que os funcionários tinham da
antiga FEBEM, um tratamento mais rude, mais violento que é sentido pelas crianças.
O entrevistador tem contato direto om os alunos, assumindo em muitas
situações as aulas e a educação dos alunos atendidos pelo Projeto Guri.
A questão levantada para o trabalho é se o Projeto faz diferença na vida
desse aluno. Para preservar as identidades, os alunos serão identificados pelas
suas iniciais e seus depoimentos são os seguintes:
“Meu nome é O. A. N. e eu adoro o trabalho que essa instituição faz no
internato de Pirituba que dá a oportunidade do adolescente aprender a fazer uma
batucada e também é uma aula que faz a gente ficar com os pensamentos mais
favorável através do som e da cultura brasileira e eu como já havia tocado em
arquibancada e escolas de sambas já toquei com mais facilidade, mais como o
mestre ensina e fácil e ele é um professor muito exigente que gosta de ver o samba
redondo. Obrigado ao Guri. Se lá no mundão tiver como eu me reencontrar com
você vamos batucar até mais horas se Deus quiser. Viva o samba!”
O próximo aluno explica que:
“Meu nome é J.P.A.M. e eu acho interessante, gosto de tocar, mas
infelizmente deu um desacerto mas é isso mesmo professor, sua parte você fez, me
ensinou bastante muitos instrumentos. Gostei muito e tenho interesse de continuar
porque a percussão ela é interessante, te deixa calmo pra não ficar pensando muito
lá fora. É esse o segundo ciclo que eu fiz e se tiver pretendo continuar aí. É isso
professor, dahora conhecer você é nóis. Só agradeço por tudo, e espero que você
consiga muitas coisas com o Guri. É nóis.”
“Meu nome é B.S.S. O que eu acho do Projeto Guri. Eu demorei pra aprender
a tocar mais depois que eu aprendi eu gostei, é muito bom pro coração a música. O
professor R. me ensinou certinho e comecei a gostar do Guri.”
Para o aluno K.A.S “Eu acho que esse projeto é bom pra mim mas o que eu
tenho para falar é que estar tocando me faz bem um pouco mais e eu vou continuar
tocando na escola de samba da Rosas de Ouro.”
O aluno P.H.V. “O que eu achei do Projeto Guri é que é muito legal e
importante para quem quiser continuar. O professor é muito legal e ensina muito. Ele
incentivou os que não gostavam e os alunos escutou ele e pegou jeito nos
instrumentos e agora não quer largar os instrumentos.”
Para o aluno J.F. “Ao tocar aprendi muitas coisas e aprendi a respeitar o
próximo. Eu amei o curso demais e quero aprender cada vez mais com o curso e
minha vida está melhor agora. Eu gosto demais da oficina do professor R. Obrigado
professor pelo trabalho, por tudo e não vou esquecer de você. Você me ensinou a
ser uma pessoa melhor, fica com Deus R.”
Para a aluna R.V.S.M. “Aprendi além de tocar, respeitar as outras culturas e
conheci muitos outros cantores. Gostei de aprender, amei fazer percussão e vou
continuar. Eu gosto de tocar, é uma coisa prazerosa e além de passar a minha
caminhada. Professor, foi muito bom fazer o curso com o senhor e me ensinar a
desenvolver minhas habilidades. Muito obrigado professor e eu amo tocar e quero
continuar pra mim foi uma experiência muito boa.”
“De princípio venho através desse simples pedaço de papel para te agradecer
por tudo me desculpa se não fui uma boa aluna mas, pelo menos, tentei o meu
melhor me desculpa se algum dia falamos palavras mal colocadas te peço desculpa
ao geral. Obrigado, até o próximo curso. Agente agradece.”
A aluna T.A. “Aprendi a me expressar e me comportar e uma apresentação,
gostei de aprender e minha vida melhorou, gosto das oficinas do PG e foi legal tocar
ao vivo e sentir aquele friozinho na barriga, fiquei com medo também de errar na
frente de um monte de gente mas foi legal.”
A aluna M.S. “Aprendi varias coisas, a ouvir a se expressar o principal é tocar
e etc. Gostei muito de aprender, amei. Minha vida melhorou muito pois é uma coisa
que eu gosto. Gosto muito das oficinas do PG.”
A aluna A.G.E. “Gostei de aprender a tocar músicas brasileiras e a ter mais
atenção. Aprendi a tocar surdo e é muito legal e aprendi a ter mais paciência e
atenção.”
As alunas D.C. e N.C “Nóis aprendemos a tocar pandeiro a ‘ganzar’
aprendemos a conviver uma com a outra aprendemos a dar valor nas coisas, na
vida, seja ela qual for e podemos utilizar conhecimento. Foi muito bom esse curso
temos que agradecer o professor pois sem o professor R. não conseguiríamos
chegar ao nosso objetivo e posso praticar la fora.”
O aluno D.S.S “Olha, falando por mim sobre a percussão eu gostei muito de
ter tocado sim o instrumento porque é algo muito bom e gostoso de se tocar e cada
vez mais eu queria continuar tocando porque até mesmo dá até pra mim mudar a
minha e até mesmo ser um pagodeiro mas eu gostei muito sim de ter aprendido a
tocar. E sobre eu tocar com a Leci Brandão eu achei muito gostoso de se tocar com
ela e também queria tocar mais vezes com ela.”
A aluna K.V.S. “Além de aprender a tocar instrumento aprendi a arte brasileira
da nossa música aprendi a gostar de outros ritmos que nunca tinha ouvido antes…
(além desses ganhos aprendi a respeitar o músico e a sua arte seja qual for que
independentemente do lugar que me encontro existem pessoas que acreditam no
meu potencial e na minha capacidade de aprendiz…) gostei muito de aprender e é
muito gratificante para mim conhecer história do samba, foi um ganho para mim e
levarei para minha vida toda, tenho certeza que vou tocar la fora para demonstrar o
que aprendi. Obrigado. Bom eu posso levar tanto para minha vida profissional
quanto pessoal, tocar pra mim é um momento que posso me expressar de um jeito
diferente onde me sinto muito bem é um momento que espero é o dia de apresentar
é o dia de sorrir. Gostei muito das oficinas e depois que comecei não consegui parar
agradeço o professor R. por acreditar em nós…”
A aluna D.S. “Aprendi a tocar instrumento, gostei de aprender minha vida
continua a mesma e gostei da oficina.
O aluno A.D.S. “Gosto do projeto guri e aprendi muito com o professor.
Aprendi e até respeito mais e aprendi a ter paciência. Gostei de aprender as coisas
que não sei. Professor. Obrigado por tudo que eu aprendi com você eu quero
continuar na sua oficina fica com Deus, até mais. Tamborim obrigado por me ensinar
a zabumba e valeu por tudo que eu aprendi.”
O aluno W.O.S “Gosto do projeto guri e aprendi a tocar muitos instrumentos,
que tudo tem sua hora certa. Gostei de tocar o surdo de primeira.”
O aluno V.M.C “Gosto do projeto guri porque é algo importante na minha vida
pessoal. Aprendi algo nas oficinas aprimorei bastante conhecimentos no projeto guri
aprendi a tocar diversos instrumentos. Gosto de tocar, dialogar e etc. Acho o
professor gente boa, so venho agradecer o educador R. por ter nos ensinado a tocar
todos os tipos de instrumentos.”
O aluno C.M. “Sim gosto muito do projeto, aprendi a tocar instrumentos,
aprendi a ter postura e qui mesmo tocando instrumentos e erramos mesmo e
errando continua porque ninguém nasce acertando e qui errando noiz vamos
sempre acertar. Gosto de todas as aulas gosto de tocar instrumentos e etc. o que
não gosto. Quando atrapalham a aula e acho o professor legal ensina bem, tem
muita paciência e para ensinar porque nem todos tem uma cara honesta é gente
boa e tem uma cara da hora.”
O aluno L.FS. “Sim gosto do projeto no meu dia a dia vim aprimorando muitas
coisas aprendi a tocar diversos instrumentos. Aprendi a respeitar o próximo, ser
educado com as pessoas, ser paciente, isso vim adquirindo no projeto e no meu dia
a dia e gosto do jeito que o professor ensina. Acho o professor uma boa pessoa
percebi que ele tem boas virtudes e uma pessoa competente.”
O aluno N.V.S.D. “O que eu mais gosto no projeto guri é de aprender e mais e
mais cada dia. Isso pra mim não tem coisa melhor. Eu aprendi a ter paciência e ter
mais respeito aprendi que a música não é somente um som. Sim uma coisa
harmônica e boa de ser ouvida. Gosto de tocar o instrumento que mais me
identifiquei, demorou mas eu aprendi agogô um instrumento ótimo. O que eu menos
gosto é do barulho e de pessoas impacientes.”
O aluno H.R.A.S. “Sim gosto do projeto guri e venho se aperfeiçoando cada
vez mais aprendendo muitas coisas interessantes. Aprendi muita coisa interessante
e quero se aperfeiçoar cada vez mais e aprendi a ter postura aprendi a ter paciência,
disposição e acreditar na minha capacidade. Gosto do ritmo do toque do instrumento
e de se aperfeiçoar mais ainda pra aprender mais e mais. Não gosto de bagunça na
aula. O professor é muito respeitoso dá mol atenção, nota 10.”
O aluno M.F.D. “Acho muito interessante o projeto guri da forma dos
ensinamentos profissionais que os professores ensinam. Aprendi a ter mais
paciência, analisar e (chaguario) “ganzá”. O respeito de quem tem no grupo e nos
ensinamento que recebemos. O professor é um excelente homem e nos ajuda
muito, parabéns professor e satisfação, poder ter aula com o senhor.”
O aluno V.A.S. “Aprendi a tocar vários ritmos e também a tocar vários
instrumentos como surdo, pandeiro e tamborim. Gostei de aprender e minha vida
melhorou quando estou tocando os batuques que aprendi.”
O aluno R.S. “Então, quando eu cheguei aqui na unidade eu vi outros
adolescentes tocando no projeto guri. Eu achei bastante interessante quando eu
estava na reunião. Nunca tive um contato com instrumentos musicais e até que um
certo dia por vontade própria resolvi fazer parte desse grupo e estou aprendendo
bastante com o professor R. que é muito bom no que faz e tem potencial e
demonstra ser bem competente em ensinar seus alunos. No projeto guri também
uso para distrair muito minha mente e passo um pouco do tempo em um curso que
me identifiquei bastante e se eu tiver oportunidade de tocar quando eu sair daqui eu
pretendo bastante.”

Desde o primeiro depoimento é possível observar que muitos alunos acham


que a música auxilia a mudança de foco, tirando os pensamentos dos problemas.
É possível também observar a influência da música na vida do aluno que
explica que ela auxilia a distrair da situação em que o aluno está vivendo e que quer
seguir tocando.
Também existem alunos bem concisos e é possível neste caso perceber uma
leve resistência do aluno. É importante ressaltar que essas crianças passam por um
processo difícil, e são em muitos casos tratados de forma rude e por isso em
resposta ao tratamento recebido, se abrir a novas experiências é difícil e por isso
quando uma criança começa a cantar, a tocar, a fazer parte do projeto, ela se abre
um pouco mais e isso é refletido nos casos acima.
Alguns alunos criam expectativas para o futuro, pensando que ao sair dali
tocarão numa escola de samba. Isso mostra que a música está fazendo diferença na
vida desses alunos e que eles querem continuar tocando e continuar no mundo
musical.
Os alunos também tem a percepção da importância do projeto, não só para si,
mas para o grupo e como a influência do professor auxiliou o grupo a aprender.
O aluno acima fala do respeito que aprendeu no projeto e da importância da
educação que recebe. No caso do professor do Projeto Guri, ele não apenas ensina
a música, mas também auxilia na educação das crianças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível observar durante este estudo que o Projeto Guri na Fundação
Casa trata crianças e adolescentes e busca através da música dar um pouco mais
de conhecimento e qualidade de vida a essas crianças.
Foram apresentadas entrevistas com essas crianças que do seu jeito
mostraram que o Projeto Guri influencia sua vida e traz conhecimento não só
musical mas os ensina a ter paciência e respeito para com os outros.
A partir do momento em que passam a integrar o Projeto Guri, os alunos
recebem uma atenção que vai muito além do ensino musical. Os trabalhos possuem
metas específicas relativas ao acompanhamento social das crianças, adolescentes e
jovens atendidos, observando todas as condições que afetam a vida e o bem-estar
de cada um – incluindo educação, assistência social, saúde, habitação, cultura,
lazer, trabalho e outros.
Para concretizar esse acompanhamento, as áreas de educação e de
desenvolvimento social do Projeto Guri atuam de forma integrada, por meio de
ações complementares à prática musical, promovendo a integração dos alunos
dentro de suas comunidades. Parcerias com prefeituras municipais e entidades do
terceiro setor fizeram com que a atuação do Projeto Guri se ampliasse
consideravelmente ao longo dos anos. Dessa forma, ele passou a fazer parte do
cotidiano de milhares de crianças e jovens.
Ao ingressar no Projeto Guri, o aluno opta pelo aprendizado de um
instrumento musical, de canto coral ou de ambos os cursos. Nas aulas são
trabalhados os mais variados gêneros musicais, desde canções populares e
músicas folclóricas a composições eruditas. Além de apresentar aos alunos novos
estilos de música e manifestações culturais, a variedade de repertório trabalhada
nos polos mantém viva as raízes culturais da própria comunidade.
REFERÊNCIAS

JUNKER, David. O Movimento do Canto Coral no Brasil: breve perspectiva


administrativa e histórica. Anais do XII Encontro Anual da Associação Nacional de
Pesquisa e PósGraduação em Música (ANPPOM): Salvador, 1999.

OLIVEIRA, Fernando Martins Mourão. Construindo o Canto Coral. A construção dos


conhecimentos musicais no ensaio coral a luz da teoria sócio histórica de Vigotski.
2011.

FUNDAÇÃO CASA. Histórico. Disponível em


http://www.fundacaocasa.sp.gov.br/View.aspx?title=a-funda
%C3%A7%C3%A3o&d=10

PROJETO GURI. Histórico. Disponível em http://www.projetoguri.org.br/novosite/wp-


content/uploads/2014/06/ipsos_p2.pdf

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