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RESUMO
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
esta causada pela qualidade cobrada pela indústria. Para a autora, faltariam estudos
e aprofundamento de todos, e de cada um, em questões relativas à humanidade, à
sociedade. Na verdade de nada adianta uma pesquisa feita em uma determinada
escola para sua aplicabilidade em outra. São realidades totalmente diferentes e
contraditórias. Temos que conhecer o contexto histórico, a concepção de mundo, de
homem e de sociedade que se pretende alcançar para definir com precisão o
direcionamento a ser tomado por cada unidade escolar. Precisamos passar por uma
pesquisa mais metodológica e coletiva. Nela provavelmente aparecerão as
contradições presentes na escola, que depois de discutidas e acordadas,
proporcionariam um novo redimensionamento aos propósitos das práticas
pedagógicas ali ocorridas.
Hoffmann (2003), em uma reflexão conjunta com professores sobre os
princípios que fundamentam a avaliação nas escolas, conclui que ela favorece a
convivência com diferentes perspectivas individuais, e possibilita ampliação da
compreensão coletiva sobre as dimensões do ser escola, do ser educador e do ser
educando. O avaliar para promover se fundamentaria nestas reflexões.
Para a compreensão da situação das escolas, houve a necessidade de um
trabalho voltado para a ação – reflexão – ação. As leituras referentes ao tema
avaliação trouxeram um número elevado de definições de avaliação, defendidas por
diferentes autores. A escolha Freitas (1995), Hoffmann (2001, 2003 e 2005) e Saul
(1995) foi essencial, para estreitar e aprofundar a discussão numa perspectiva de
encaminhamento para uma avaliação mais mediadora e emancipatória.
É do conhecimento da maioria dos professores que a avaliação pode ser
definida ou classificada como diagnóstica, classificativa, somativa, cumulativa entre
outros termos. O que provocou a escolha por Saul, Freitas e Hoffmann foram os
pontos convergentes e a proximidade de tais autores com o previsto na LDB que
“Considera a capacidade individual, o desempenho do aluno e sua participação nas
atividades realizadas” (PPP, 2008, p.133).
Os autores trabalhados defendem a prática de uma avaliação que estimule o
estudante e observe suas diferenças. Os três autores são categóricos quando
destacam e diferenciam a importância da interação, no processo avaliativo de todos
os envolvidos, e da necessidade urgente de compromisso pelo educador com a
qualidade de suas práticas avaliativas e educacionais. Vêem o aluno como sujeito
ativo e participativo em todo o processo.
Os autores buscam a qualidade na aprendizagem, capaz de provocar
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Olhando por este ângulo, observamos que o professor e a escola são reféns
de um sistema maior, inibidor de decisões democráticas sobre o ensino ou
insuficiente para transformar positivamente todo o sistema avaliativo e/ou
educacional. O que frequentemente observamos em relação ao papel do aluno, é
uma prática avaliativa, seletiva e classificatória, reflexo do que ocorre no âmbito
geral do sistema avaliativo “oficial” quando essa avaliação não possui nenhum
caráter democrático.
Assim, o conhecimento da escola como um todo, e não por partes, deve ser
levado em conta com a definição da concepção filosófica, política, econômica e
social, através de seu PPP, para que a escola possa desenvolver uma educação de
excelência. Deve estar atenta às relações de poder existentes em seu interior, e
definir com muita clareza o papel de cada um na escola. Precisa também descrever
em seu PPP de forma objetiva, precisa e compartilhada todo o seu sistema
avaliativo, tornando-o explícito para todos. Neste sentido a avaliação poderá sugerir
pistas para futuros encaminhamentos pedagógicos, quando os resultados forem
socializados com os seus envolvidos.
Pudemos vislumbrar mudanças significativas na implementação no colégio.
Alguns educadores relataram a ampliação de seus conhecimentos sobre os autores
trabalhados durante a implementação. Houve também a confirmação de algumas
práticas diferenciadas de avaliação, analisadas neste artigo como significativas.
Quatro situações são observadas com clareza e frequência em seus relatos,
combinando agentes avaliadores com a natureza da avaliação. Situações estas,
confirmadas por Freitas (1995, p.125): “juízos depreciativos feitos pelos professores
sobre os alunos, juízos depreciativos feitos pelos alunos sobre outros alunos, juízos
positivos feitos pelos professores sobre os alunos e juízos positivos feitos pelos
alunos sobre os alunos”.
Tais constatações evidenciam a natureza ético-política da avaliação. A
subjetividade caracteriza-se como inerente ao ser humano. O poder de decisão
também precisa ser revisto para que possa sinalizar atitudes mais democráticas,
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quadro.
A educação, e em especial a prática avaliativa passa a ter um sentido mais
amplo quando há o coletivo realmente integrado à escola. Todos os envolvidos no
sistema avaliativo teriam a garantia de uma proteção maior, uma vez que ninguém
estaria planejando e executando sozinho suas ações pedagógicas.
Um fato observado pelos professores na implementação, é que o grande
número de reuniões, o preenchimento de cadernetas e livros pontos, acabam
levando o educador algumas vezes, ao desanimo em discutir com o coletivo, talvez
por cansaço ou não perceber a significância desses momentos ímpares, no dia a dia
escolar. Destacaram também, aqueles educadores que estão com aulas em várias
escolas, tornando quase inviável mesmo para estes educadores, acompanhar e se
aprofundar nas discussões nas especificidades de cada escola em que trabalha.
Muitos deles perdem no início do ano, a Semana Pedagógica, devido ao seu regime
de contrato PSS, Processo Seletivo Simplificado, no qual o educador só é
contratado, após a distribuição de aulas para os professores pertencentes ao
Quadro Próprio do Magistério, QPM. Por mais que os educadores busquem depois a
Equipe Pedagógica, quase sempre não conseguem se interar de tudo, pois o
momento real com o grupo maior foi perdido.
Entendemos como Freitas (1995), que a discussão ou reformulação do PPP
e do Regimento são momentos únicos vividos pela comunidade escolar, mas que
muitos educadores profissionais ou não, ainda não cientes da força empreendedora
que tais documentos podem vir a possuir, baseados na originalidade e na
praticidade que os mesmos educadores lhes caracterizarem, ainda desprezam ou
ignoram seu momento de (re)construção se negando a se “doar” por inteiro. São, na
maioria das vezes, indiferentes. A impressão que se tem é que poucos valorizam tais
momentos, e consequentemente, a maioria se descompromete a executar o que foi
acordado.
Compreendendo a escola na sua complexidade, o momento atual exige
colocar o aluno no eixo central de todo o processo educacional, deixando que sua
individualidade e dificuldade pessoais componham o quadro avaliativo. É o momento
de os educadores também se somarem aos futuros resultados, assumindo uma
melhor parceria entre os profissionais da educação. No colégio 14 de Dezembro,
abolir a semana de provas, e executar um trabalho mais diagnóstico para a reversão
de um resultado indesejado, constatado pelo alto número de reprovação, será talvez
um dos pontos de partida. Assim, de forma mais contínua de observação da
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
______. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 35. ed. Porto
Alegre: Mediação, 2005.