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cenas põem-se em movimento.

Na história do cinema,
Cinema e novos media não existe nada que o homem não possa imaginar,
Alexander Kluge mesmo não tendo visto filmes.
Mas, pelo facto de que estas experiências são
vividas em forma de imagens públicas, num
determinado lugar (a sala de cinema), enquanto
Não se fala de medium a propósito das relações observo que também os outros são espectadores como
imediatas que cada um contrai com os outros; de eu, tais experiências adquirem uma outra
resto, relativamente aos principais modos de permuta autoconsciência, uma linguagem suplementar, que se
de contactos, sentimentos, palavras, não se costuma reúne àquela que, quotidianamente, esmorece no meu
falar de «informação e comunicação», mas diz-se, por intimo.
exemplo, trabalhar, telefonar, aprender, contar, referir, Neste sentido, a invenção técnica do cinema imita
anunciar, duvidar, amar,confirmar, etc. As palavras somente o modo pelo qual, há milhares de anos,
artificiais «comunicação, informação» encerram já nasceram no homem experências de vida (Erlebniss),
uma determinada abstração, como se entre os homens imagens reflexas sempre formadas com uma imagem
existisse uma permuta isolada das relações concretas. de confronto (Gegenbild) que é algo mais do que um
É improvável que algo de imediatamente útil, algo espelho. Podem-se talvez utilizar os movimentos
que intervenha na vida e no quotidiano, possa produzidos pela música de modo mais livre e mais
continuar a ser definido por muito mais tempo por desvinculado dos lugares e das situações: os
uma expressão tão indefinida como medium. É universos de palavras da literatura, as fórmulas da
estranho dizer «passa-me o medium impresso», física, podem organizar massas maiores de
referindo-nos ao jomal. Ora, no entanto, instituições experiências; todavia, nada disso é mais semelhante
como a rádio, a imprensa ou o cinema são, de um ao principio do diálogo, à origem do pensamento, do
ponto de vista económico e de poder, anões em que estas permutas de imagens deste «filme interior»:
confronto com os chamados «novos media». Nesta experimento qualquer coisa, formo dela uma
pálida expressão - e já o próprio termo impede que perspectiva, vendo-a do ponto de vista de um outro, e
aquilo que deveria definir seja compreensível para então poderei, enfim, comunicá-la a um terceiro (se
uma maioria de pessoas mais consistente que, bem que só os meus nervos pudessem dizer com
todavia, são os seus utentes - estão compreendidos a certeza aquilo que sinto).
microelectrónica, os computadores, a digitalização, a Aquilo que nasce deste modo entre os homens,
linguagem artificial dos computadores, a tradução da numa determinada sociedade e num perfodo
multiplicidade de qualquer forma de vida em determinado, não pode ser recolhido. Com o
respostas digitais sim/não, os bancos de dados, a oto- surgimento da linguagem literária, do tempo do
electrónica, os sistemas de «cartéis» dos media. É espírito, da cultura, da concentração urbana, isto
toda uma cadeia de forças econômicas de novo tipo, surge como um «fluido», como uma «aura», palavras
de transformações do grande comércio e do mundo tão vagas quanto media. Esta escolha lexical
dos negócios, de mudanças revolucionárias do todo demonstra precisamente que não é claro o modo
cultural. O termo «novos media» representa, em como os «novos media» infrigem o princípio
relação a tudo isto, uma espécie de cortina mágica. fundamental segundo o qual a experiência humana se
Uma criança aprende a distinguir as coisas e as compreendia em linguagem, cultura, esfera pública e
pessoas no seu ambiente e, ao mesmo tempo, aprende colectividade. Eles produzem de facto as suas redes
a falar. Não faz tudo isto sozinha, mas usa como de ligação segundo um principio organizativo
modelo de referência a linguagem e os completamente diferente, que tem um efeito
comportamentos da mãe e das pessoas que estão ao destrutivo sobre as situações (lugares e tempos) em
seu redor. É aquilo que se define como anticipation of que a experiência humana permanece originária.
the other, ou seja, eu começo a identificar-me com os A presumível vantagem consistiria no facto de os
outros e agora aquilo que eu penso ou sinto, vejo-o do novos media terem adquirido uma mobilidade não-
exterior (pelos outros) e por isso posso percebê-lo. humana, mais rápida e omnicompreensiva do que a
Por conseguinte, adquiro experiência (Enfharung) dos homens no seu relacionamento imediato.
enquanto crio uma distância da minha experiência Tomemos o exemplo do telefone: a ligação entre dois
vivida (Erlebniss), e isso acontece apenas por aparelhos em nada modifica a comunicação verbal,
simpatia e antipatia, reflecte-se através das coisas e salvo o facto de se poderem superar, sem perda de
sobretudo através dos outros. tempo, as distâncias, e de aqueles que telefonam não
Aquilo que foi dito descreve, ao mesmo tempo, o se verem. De resto, com o telefone pode-se imitar
principio do cinema; traduzida do grego, a palavra qualquer faceta do contacto pessoal. Em essência,
significa «movimento»; as imagens movem-se, as

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pois, o meio telefónico não modifica a estrutura espectador se dá qualquer forma de contacto
original da comunicação. individual (à excepção de casos de avaria).
Enquanto prolongamento desta comunicação Um nível posterior, radical, de programação é
imediata, unicamente mediatizada por uma constituído pela decomposição das relações reais (isto
aparelhagem técnica, por principio, rádio e televisão é, vitais) em resposta sim/não (código binário).
não se diferenciam (relativamente ao elemento Através do método da digitalização, nasce sempre um
técnico). Dois grupos de astronautas vêem-se produto programado: ou seja, algo que não existe
reciprocamente nos monitores enquanto trabalham; a naquela forma, mesmo quando a unidade semàntica
mensagem-rádio e a resposta, que transmitem à (Zeichenwert) pode armazenar uma grande
distância a tradução dos impulsos imediatos, e quantidade de relações simbólicas substitutivas das
seguem-se numa relação de 1:1. Mesmo que a voz se relações reais. Na retradução dos simbolos em
tome nasalada, conservam-se na transmissão relações reais, obtém-se, inicialmente, uma
estruturas suficientes para permitirem a ambas as concordância extremamente grande. Na realidade,
partes um regresso à comunicação original. deste processo de tradução e retradução nascem
A diferença fundamental entre um programa perdas; no inicio, todavia, podem-se exprimir
televisivo e uma permuta imediata entre pessoas não binariamente e calcular em termos de mais e menos.
se funda em razões técnicas, mas sim no principio de Em todo o caso, para as estruturas das relações reais
um esquema abstracto de programa. Uma vez nasce um segundo mundo no qual os dados se podem
introduzido este esquema de programa, que insere na calcular sem perda, em prejuízo da sua autenticidade.
comunicação uma estrutura temporal especifica e, por Desde que não se acrescente nenhum quantum ao
exemplo, o principio de equilibrio político dos esquema de programa, e desde que os dois mundos, o
conteúdos, tem-se ainda por um instante a impressão das relações reais e o dos cálculos simbólicos, possam
de uma comunicação original que, pelo contrário, está manter-se separados, não resulta ainda qualquer
já determinada em pontos essenciais por uma alteração na comunicação.
superstrutura, ou seja, pelas instituições. Não é já Uma tal situação pensada, todavia, não pode durar
como quando se fala ao telefone, é sim como se duas muito. No principio binário esconde-se já, por assim
pessoas que telefonassem só pudessem responder dizer, um esquema de programa: o principio do
uma à outra com os textos estereotipados dos terceiro excluido. Ao contrário, nas verdadeiras
telegramas de felicitações preparados pelos Correios. relações culturais vale, em vez disso o principio do
Este esquema fundamental realiza-se, em regra, numa terceiro incluido; por consequência, todas as
só direcção. programações binárias destroem as conexões vitais da
Em aparência, parece diferente: uma transmissão comunicação. Com a lógica binária pode-se produzir
televisiva mostra, por exemplo, uma documentação algo que funciona, evidentemente, mas mudàm
imediata, um directo; ela não é porém, de facto, radicalmente as relações autênticas da realidade: são
imediata, mas sim mutilada na sua duração original. menos os elementos acessórios. Para os novos media,
Em cada caso particular (por exemplo, as doze horas o avanço técnico está nas fibras de vidro. Estes canais
de um debate parlamentar) esta estrutura temporal comunicativos tomam possível a digitalização e são o
não se sobrepõe ao acontecimento; todavia, isso seu pressuposto. Só assim os computadores podem
constitui, em relação ao programa geral da emissora ligar-se a uma velocidade que pode atingir 2,24 Giga-
televisiva, uma tal excepção que é necessariamente bit por segundo (Giga=1 milhar de milhões). Para o
representado com um destaque que os homem, que com os sentidos individuais pode receber
acontecimentos, por si mesmos não têm. Mesmo para entre 1 e 8 bits por segundo, tal comunicação não é
as estações televisivas que transmitem apropriada.
unilateralmente «para quem está interessado», Na estrutura binária existe uma unidade
existem possibilidades de resposta por parte do pequeníssima, o elemento mais pequeno de que se
espectador. compõem as informações posteriores: ou é zero, ou é
Todavia, elas são igualmente padronizadas e um, pois na escr(ja binária existem no início apenas
comandadas pelos próprios programas. Assim, por estes dois elementos de expressão. Em inglês, esta
exemplo, nos números dos infratest (sondagens unidade chama-se binary digit (número binário),
regulares e representativas dos índices de audiência) o abreviado bit. Com seis bits podem-se já representar
número global dos grupos de auditores entra em 64 sinais. Se o bit é, por assim dizer, o átomo, os
contacto com o programa, sem que, porém, nenhum módulos de informação que podem formar um
individuo possa comunicar por palavras seja o que for conjunto são um byte.
nesta forma de expressão. Nunca é de mais sublinhar O cinema está, em relação a tudo isto, numa
que nem da parte do emissor, nem da pane do situação extraordinariamente antagónica. O modo de
se exprimir do cinema, ainda mais do que dos textos

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literários e da fotografia, trabalha com as chamadas unicidade no que diz respeito à velocidade e à
valências acessórias (Nebenvalenzen), com o exclusividade.
acréscimo de informação em partes minúsculas de Afirmámos que a televisão é um híbrido que transmite
imagens e movimentos, com os valores intermédios inumeráveis unicidades, mesmo contra a vontade do
entre as imagens, os sons, os conteúdos e os programa. Por isso, é um meio conservador. Pertence ainda
à esfera pública clássica, mas procura, à semelhança dos
movimentos. A diferença entre o mero produto de uso
novos media, dosear o imediatismo da experiência, moderá-
corrente e a arte cinematográfica encontra-se, em la e mesmo limitá-la. A televisão só faz parte da esfera
regra, nas chamadas valências intermédias, que não pública, quando não consegue impor a vontade de
são perceptiveis fora do produto cinematográfico e programa.
que, em grande parte, desaparecem na transmissão Nunca se poderá expò-la de modo suficientemente
televisiva de um filme. elementar; Heinrich von Kleist fala-nos dela assim:
O cinema pertence à esfera pública clássica. «Se queres saber qualquer coisa e não chegas lá com
Walter Benjamin, em A obra de arte na época da sua a meditação, então aconselho-te... a falar sobre isso
reprodutibilidade técnica, distingue, entre as artes com o primeiro conhecedor que encontrares» (1). A
clássicas, por exemplo, o teatro do cinema. Sustenta condição de estar em sociedade, independentemente
que o teatro ainda faz parte das artes clássicas, do facto de estar ocasionalmente só, ou de estar
enquanto o cinema ultrapassa esse âmbito, dado que efectivamente em sociedade, eis o que é exactamente
não possui uma «aura». Esta afirmação de Benjamin é a esfera pública.
excessiva: no cinema, desaparece parte da aura Este conselho elementar já não é fácil de seguir
clássica, mas novas formas desta são reintroduzidas quando se tem de trabalhar com uma emissora de
pelos espectadores na sala de cinema. Além disso, televisão de direito público. Não se consegue, sequer,
não se pode explicar, através de uma comparação fazê-lo passar da portaria. O esquema de programa
entre estatutos artísticos diferentes, aquilo que as não me permite falar quando lá estou. Os especialistas
esferas públicas clássicas possuem. podem fingir que improvisam; qualquer pessoa que
Que o teatro e a literatura tenham invadido o tenha participado num debate televisivo conhece a
cinema e, em particular, o cinema sonoro, só situação na qual, um quarto de hora após o final da
prejudicou, em vez de aumentar, a aura do filme. O transmissão, vêm à mente da maior parte dos
núcleo da questão emerge, ao invés, se compararmos participantes as frases que teriam sido mais
a situação do cinema, a relação do espectador com as adequadas.
imagens em movimento no écran e na sua cabeça, Numa atmosfera vivaz, a transmissão acabou.
com o original: o modo como ele entra na sociedade Uma tal situação é algo de natural numa conversa, e é
para toda a vida, como fala, como usa as imagens e imediata. Fala-se durante uma hora e meia e um dos
como as esquece. A riqueza de experiências e o narrar participantes cala-se; ao fim de uma hora, abre a
histórias são os fundamentos da esfera pública boca. Isto dá uma volta à discussão. Que a duração
clássica. não seja limitada, é mais importante do que qualquer
A partir do momento em que exista um acesso conteúdo. Conhecemos transmissões televisivas como
imediato a estes fundamentos, podemos falar de a do Club 2 (debates livres, diários, na televisão
esfera pública clássica. Neste caso, valem os critérios austnaca) em que o falar imediato pode ser imitado
de Unicidade e Duração (Walter Benjamin, op. cit.). como se acontecesse realmente: é possível passar de
Se se destrói a duração, se se constitui a unicidade a um argumento a outro, tem-se a impressão de
partir da diafonia, perde-se a ligação com este unicidade, de duração natural. É exactamente nisso
principio humano e nascem esferas públicas que pensamos quando definimos a televisão como um
derivadas, que já não são clássicas. hfbrido. Para além disso, no futuro grupo industrial
A fronteira entre novos media e esfera pública do «cartel dos media», a industrialização da
clássica está, pois, de sobremaneira entre o cinema e a comunicação não vingará: teremos um substituto, mas
televisão; é de presumir, porém, que esteja também não uma esfera pública.
para lá da própria televisão, no limiar da digitalização O homem em cuja cabeça não está a recondução a
e da combinação da técnica dos media de novo tipo um ordenamento industrial (que continua a valorizar,
com a iniciativa privada que nela se baseia (devido à por assim dizer, unicidade e duração), tomar-se-à o
veia expansiva contida nesta segunda componente, só limitador artesanal de qualquer tentativa dos media.
o empresariado tem a tendência para agarrar o todo). Mas estas contramedidas individuais já não serão
Os pólos contrários da duração e da unicidade - que sustentadas, já não se unificarão como podia
produzem a aura - são a fugacidade e a repetibilidade; acontecer na esfera pública clássica. Por isso,
Benjamin não as considera como conceitos negativos. remetem-se, a partir daqui, ao lugar dos pólos
São apenas inconciliáveis com a duração e a políticos, das lutas pelo conteúdo e pela forma, dois
princípios de organização antagónicos. O partido do

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cinema e o partido dos novos media pertencem a Durante algum tempo, o emergir de novos media e
constelações diferentes. os hábitos visuais que deles resultam, não foram
À primeira vista, isso não se nota. Dado que o significativos para os media já existentes. Segundo o
princípio de dispersar o tempo, de eliminar a duração, principio da tendência para a multiplicidade de
de substituir a unicidade pela repetibilidade, existe interesses dos sentidos, inicialmente, a variedade
em grande quantidade também no cinema, não se pode realmente favorecer a oferta tradicional dos
toma evidente que o espectador de cinema esteja a media. Isto vale para a frase em que o tempo
aproveitar o tempo, que não o esteja a perder. estruturado extensivamente passa a tomar-se um
Os espectadores pagam com dinheiro; e pagam tempo utilizado intensivamente. Deste ponto em
com tempo de vida (2). E a este último ponto que se diante, já não existe a possibilidade de aumentar o
liga a expressão orçamento de tempo - uma expressão tempo julgamos que nasça a altemativa: ou, com as
que, por parte do meio, controla o potencial do esferas públicas clássicas, uma vida imediata; ou
espectador e calcula as possibilidades do medium então uma atribuição do tempo a media estranhos. A
singular. Todos os media estão interessados no partir de um determinado momento após a
orçamento de tempo, tanto os velhos, como os novos. distribuição do tempo, isto não poderá coexistir no
Até hoje, tinha-se a impressão de que o orçamento de mesmo quantum temporal: faço uma coisa ou outra,
tempo das pessoas (do seu ponto de vista: os tempos ou então altemo tempos e atenções diferentes - um
nos quais se está atento ao exterior, se está disponível modo de passar o nosso tempo, que para alguns
para receber) era flexível. Devido à presença de novas media é inofensivo, mas que é mortal para todas as
gerações, devido ao facto de a maioria dos media formas da esfera pública clássica.
formarem ilhas, preenchem-se zonas intensamente
determinadas de concentração da população e de
interesses humanos, enquanto se cobrem outros (') Uber die allmàhliche Verbertingung der gedanken beim
Reden (Sobre as graduais produções de pensamentos durante a
campos apenas de modo periférico - até há pouco, fala) in Heinrich von Kleist, Sàmtliche Werke und Briefe
existiam ainda orçamentos de tempos livres. A organizado por Helmult Sembder, Munique, 1961.
concorrência dos media, a conquista do tempo livre, «f...J Uma forma particular de entusiasmar aquele que fala,
não estão ainda concluidas. consiste num vulto humano que se lhe contraponha; f...J dado
que como sabemos, essa é a primeka de determinadas condições
Esta afirmação esquece, porem, o facto de que o que nos ajudam a conhecer.»
orçamento de tempo, em si, não pode ser aumentado.
O tempo de vida não poderá ser muito mais (2) A compra da fantasia realiza-se no cérebro. Modifica uma
prolongado. Também a penúria de terrenos na cidade parte da ecologia interior. Por isso, os espectadores pagam com a
restruturação da sua vivência, da sua consciência, mesmo quando
não deixa de existir só pelo facto de no campo, nos adiam continuamente esses pagamentos, que nunca são definitivos,
desertos ou noutros continentes existir ainda mas que podem durar toda vida. Neste sentido, todos os mass
suficiente terreno disponível. Seja como for, os media são demasiado caros.
orçamentos de tempo para os media não se podem
aumentar. Esse problema é uma constante, se bem
que para os individuos o orçamento de tempo não Referência Bibliográfica
represente uma grandeza fixa. Aristarco, Guido e Teresa, O Novo Mundo das
Em relação ao cinema, foi determinado que Imagens Eletrônicas, Edições 70, Lisboa, 1990
aqueles que vêem filmes frequentemente têm
objectivamente menos tempo à disposição do que
aqueles que não os vêem.
Em ambos os casos, o tempo de vida não
aumenta, mas aquele que é activamente interessado,
aquele que seja como for preenche o seu tempo em
maior medida (e que por isso abrevia o seu tempo
livre), está em condicões de reservar um maior tempo
útil para ir ao cinema, do que quem utiliza de um
modo menos estruturado o seu tempo e nunca presta
atenção ao cinema. Para ambos - quer a atenção
(orçamento de tempo) subjectivamente estruturada,
quer a não estruturada de espectadores e não
espectadores - é válida a concorrência dos novos
media emergentes em relação aos clássicos, incluindo
o cinema.

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