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Índice
Prever o que irá acontecer no mercado da gestão de frotas daqui a um ano é difícil. Prever o que irá acontecer daqui
a vários anos é ainda mais complicado. No entanto, o meio empresarial deve antecipar a evolução do mercado, para
poder corresponder às suas necessidades futuras. Isto aplica-se tanto à gestão de frotas como aos próprios fabricantes
de veículos.
Roddy Graham, Director comercial da gestora de frotas britânica Leasedrive Velo e Presidente do Instituto de Gestão de
Frotas de Automóveis, consultou a sua bola de cristal e dá-nos uma previsão do mercado da gestão de frotas em 2015.
A Gestão de Frotas em 2015
Previsões sobre o futuro da Gestão de Frotas P3
O mercado da gestão de frotas irá crescer, e surgirá maior interesse em seguir carreira nesta área.
Frotas verdes
A obrigação de ter uma frota verde já está incluída na política de responsabilidade social das empresas. Espera-se que,
até 2015, os fabricantes lancem para o mercado veículos cuja emissão de carbono seja de 130g/km, ou menos.
Ter uma frota verde será a principal preocupação das empresas frotistas em 2015, superior ao custo de
vida de uma frota ou à gestão de riscos.
A Gestão de Frotas em 2015
Previsões sobre o futuro da Gestão de Frotas P4
Produtos e serviços
Pacotes criativos
No futuro, as empresas de gestão de frotas, Aluguer Operacional de Viaturas ou Aluguer de Longa Duração têm de
pensar em “pacotes” criativos, para atrair o mercado. Antes da actual crise, já se tinha assistido a uma descida de
500,000 viaturas de frotas na Grã-Bretanha.
Em 2015, haverá contratos a partir de 18 meses, até 48 meses. A duração dos contratos terá em conta os
custos de vida do veículo, questões ambientais e a legislação.
Alterações climáticas
As alterações climáticas irão continuar a dominar a agenda do mundo. Assim, os governos irão pressionar cada vez
mais as empresas a reduzir as emissões de carbono. Os motoristas serão pressionados a melhorar a sua condução, a
optimizar as rotas e planear melhor as visitas a clientes, de forma a reduzir o consumo de combustível e as emissões
de carbono.
Veículos a gasóleo
A Norma Euro 5, que visa a redução de emissões poluentes aos veículos rodoviários ligeiros, já está em vigor desde
Setembro de 2009. Os fabricantes de veículos já adoptaram as suas viaturas a esta norma, e preparam-se agora para
a Norma Euro 6, que entrará em vigor a partir de 1 de Setembro de 2014. Esta medida visa os veículos a gasóleo,
regulamentando uma redução suplementar de mais de 50 por cento de emissões de carbono, em relação à Norma Euro
5. Espera-se, assim, para 2015, veículos menos poluentes e mais “verdes”.
Futuros veículos
Os veículos de combustível alternativo incluem metano, gás natural comprimido, hidrogénio, gás natural liquefeito,
petróleo liquefeito, bio-diesel, entre outros. No entanto, os combustíveis alternativos do futuro são híbridos, eléctricos
e veículos a hidrogénio.
Híbridos
Toyota Prius
A Gestão de Frotas em 2015
Previsões sobre o futuro da Gestão de Frotas P5
Os veículos híbridos irão entrar no mercado de forma forte e incisiva. De facto, o Toyota Prius, o primeiro veículo híbrido
a ser comercializado, passou de um produto de nicho de mercado para o terceiro modelo da Toyota mais vendido nos
Estados Unidos.
Na Grã-Bretanha, o híbrido Toyota Prius foi o escolhido para renovar a frota do Governo.
Veículos eléctricos
A Renault acredita que a sua nova geração de veículos eléctricos irá atrair 30 por cento do mercado, já que permite
cargas rápidas de 30 minutos, enquanto as outras marcas obrigam a cargas de quatro a oito horas. A Renault prevê
que, em 2020, 15 a 20 por cento de carros serão eléctricos. As frotas irão alugar as baterias, devido ao seu preço inicial,
o seu valor residual e a possibilidade de beneficiar com as baterias de última tecnologia. A Bosch estima que serão
vendidos 500 mil veículos eléctricos em 2015.
A Bosch também estima que o custo das baterias estará entre 9 mil a 12 mil euros, em 2015. A produção em
larga escala pode reduzir o preço em dois terços, e criar uma bateria com tempo útil de vida de 12 anos ou 250 mil
quilómetros. É importante ressalvar que os veículos híbridos e eléctricos têm diferentes necessidades em termos de
baterias. Os veículos eléctricos exigem baterias com maior capacidade energética, para maiores distâncias, enquanto os
híbridos, com intervalos de armazenamento e descarga de energia, exigem baterias com maior densidade energética.
O sucesso dos veículos eléctricos depende de uma boa infra-estrutura de postos de carga, de maior
capacidade de duração da bateria entre cargas, e da redução do custo das baterias de lítio.
Veículos a hidrogénio
A Honda lidera o caminho para o desenvolvimento de veículos a hidrogénio com o Honda FCX Clarity, que foi nomeado
“World Green Car” em 2009 (O Carro Mais Verde do Mundo), por 59 júris de 25 países.
A única emissão do veículo é água, e a sua eficiência é três vezes superior à de um veículo moderno a combustível, e
duas vezes melhor a que de um veículo híbrido.
A Honda considera que os veículos híbridos podem ser a solução a médio prazo, mas a longo prazo a melhor aposta serão
os veículos a hidrogénio. A marca acredita que os veículos a hidrogénio vão tornar-se uma alternativa prática em 2020.
A Gestão de Frotas em 2015
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Tal como com os eléctricos, sucesso dos veículos a hidrogénio depende de uma boa infra-estrutura de
postos de abastecimento.
Entretanto, ainda se discutem as vantagens dos híbridos, eléctricos e veículos a hidrogénio, e o seu verdadeiro impacto
no ambiente. Actualmente, tenta-se calcular o que irá custar ao ambiente o abastecimento destes veículos, e se as
suas vantagens serão superiores a esse gasto.
Em 2015, esperamos que as frotas sejam compostas predominantemente por veículos de combustíveis
alternativos, e que emitam entre 90 g/km a 130 g/km.
Carros recicláveis
A nova legislação da União Europeia determina que em 2015 os automóveis devem ser 95 por cento compostos por
material reciclável. Actualmente, a maioria dos fabricantes de veículos usam fibra de vidro não reciclável reforçada por
polipropileno (plástico) para fazer peças como o pára-choques.
O preço dos veículos irá continuar a aumentar, já que os fabricantes sofrem cada vez mais com leis rígidas em relação à
construção, ao ambiente e à segurança dos automóveis.
A aerodinâmica irá continuar a ter um papel importante na eficiência automóvel, à medida que os combustíveis se
tornarem mais caros. No entanto, com a sinistralidade a ter como principal responsável o homem, em cerca de 90 por
cento dos acidentes, há uma série de tecnologias na calha, que irão afectar as futuras especificações dos veículos.
Previsão de Colisão
A partir de sinais visuais e acústicos, o sistema de Previsão de Colisão (Predictive Collision Warning) prevê uma
potencial colisão e prepara o sistema de travagem para uma paragem de emergência.
Visão nocturna
Como a visão noctura usada pelas forças militares, esta tecnologia, adaptada para o automóvel, pode detectar
movimentos de indivíduos a mais de 300 metros, garantindo a segurança dos peões. Melhora também a visão do
condutor durante a noite.
Limites de velocidade
Esta tecnologia informa o condutor dos limites de velocidade do local em que se encontra, e também pode mostrar
informação relevante sobre a estrada.
Limitar a velocidade
Esta funcionalidade impossibilita o condutor de ultrapassar uma velocidade definida.
Alertas de voz
No futuro, teremos mais vozes personalizadas nos carros, para nos avisarem para fecharmos as portas, ou para dar dicas
de eficiência, como não acelerar tanto e fechar as janelas. Será também possível programar mensagens de boas-vindas
ao condutor.
Comando de voz
Os painéis vão tornar-se coisas do passado quando forem introduzidos comandos de voz. A Seat já está a trabalhar
nesta tecnologia. Este será um avanço muito importante para melhorar a segurança rodoviária.
A Gestão de Frotas em 2015
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Sistemas de navegação
Os sistemas de navegação do futuro irão não só guiar os condutores pelas estradas com menos trânsito e mais
eficientes, como também avisá-los de obstáculos que surjam na estrada, e alterar a velocidade da viatura conforme o
estado do trânsito. Poderão ainda alertar para a proximidade de uma curva.
Óleo
O desenvolvimento do óleo irá permitir aumentar a vida do motor e a eficiência do combustível. A Shell já apresentou
um novo tipo de óleo, sintético, o Helix Ultra U, o qual reduz o consumo de combustível em mais de dois por cento,
minimiza a fricção das peças do motor e as emissões de carbono. Esperam-se novos desenvolvimentos da parte de
outros produtores de óleo.
O céu é o limite no que respeita a novas tecnologias automóvel. No entanto, a crise económica pode
prejudicar as expectativas dos fabricantes, que vêem os seus orçamentos reduzidos todos os anos.
A Gestão de Frotas em 2015
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Roddy Graham
Roddy Graham, um profissional de negócios com uma longa experiência no aluguer de veículos e na indústria
de leasing, é o Director Comercial da Leasedrive Velo. É também Presidente do Instituto de Gestão de Frotas de
Automóveis.
Antes de se juntar à equipa da Leasedrive, Roddy Graham foi Director de Marketing e Vendas da britânica Budget Rent
a Car durante seis anos.