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Seis Sigma
White Belt
Prefácio
Esta é a mais nova versão da apostila para o nosso curso de White Belt.
A apostila foi formatada conforme a visão da FM2S de que as empresas só irão chegar à
excelência através da educação profunda e aplicada. As informações aqui apresentadas,
portanto, visam ensinar conhecimentos básicos nas áreas de melhoria e gerenciamento de
processos para os alunos que tiverem interesse em lê-la com calma e com a mente aberta
possa gerar melhorias concretas em sua organização.
Nas páginas a seguir, vocês vão encontrar explicações sobre a ciência da melhoria de
processos. De onde ela veio e como ela está hoje. Também irão encontrar discussões sobre
suas bases filosóficas e ferramentas aplicáveis que irão ajudá-lo a obter melhorias no seu
trabalho diário. Também serão explicadas vários termos dos jargões do Six-Sigma, conectando-
os com a vida real e suas bases históricas.
Essa apostila foi elaborada para ser usada juntamente com nosso curso de ensino a distância
de White Belt, disponível no link:
ead.fm2s.com.br
Esperamos que achem os conhecimentos aqui apresentados úteis e que possam, com eles,
revolucionar as organizações onde trabalham.
Um abraço,
Murilo F. M. Santos
Virgilio F. M. Santos
Maio de 2016.
Bem vindos!
www.fm2s.com.br
Muitos nos perguntam sobre o que se trata nosso curso de Green Belt, ou até mesmo o que é
a metodologia Seis Sigma. Dentre todas as definições possíveis, nós gostamos muito desta:
nosso curso de Seis Sigma Green Belt torna você capaz de melhorar processos.
Todos nós sabemos que melhorar é uma necessidade de qualquer organização, de qualquer
setor ou porte. Quem não busca a melhoria por conta própria, geralmente acaba buscando
quando sua sobrevivência é ameaçada por concorrentes melhores e mais preparados. E,
diante disto, todos devem concordar que aprender nadar quando a água chega na altura do
nariz, não é algo prazeroso.
O Seis Sigma nos ajuda a buscar a melhoria por meio de duas grandes portas: a porta dos
dados e a porta dos processos. Pela porta dos dados, nos são ensinadas ferramentas
estatísticas para analisa-los, bem como técnicas e conceitos para coletá-los. A metodologia nos
ensina a fazer análises melhores e a tomarmos decisões melhores de nossas conclusões. Ela
transforma dados em informação útil à tomada de decisão.
A segunda porta é a porta dos processos. Neste curso, vocês aprenderão várias técnicas para
enxergar as organizações como processos, ou seja, como uma série de atividades que
transformam insumos em produtos, agregando valor ao cliente a cada transformação.
◉ O processo é passado
adiante de mestre para
aprendiz
Durante a maior parte da história humana, desde que se começou a produzir bens de consumo
até a época da revolução industrial, a produção foi conduzida no sistema de “artesanal”. Cada
artesão possuía o seu ofício e o passava, de maneira tácita, para o seu aprendiz. O ensino era
prático: não havia métodos e padrões, todo o conhecimento era passado adiante por meio do
contato mestre-aprendiz.
Além disso, o artesão controlava as atividades de produção de um bem dentro de seu ofício.
Por exemplo, o criador de gado produzia peles, o curtidor, transformava a pele em couro, o
sapateiro transformava couro e madeira em botas. Cada trabalhador produzia um produto.
Cabia ao sapateiro saber quais couros escolher, como conforma-los, como aderi-los à sola da
bota e qual seria o uso que o cliente daria, ao bem produzido por ele. Cada um destes distintos
tipos de artesãos também trabalhava em espaços separados. Não havia uma grande fábrica
com diversos trabalhadores, apenas algumas corporações de ofício em que alguns artesãos
trabalhavam juntos. Uma empresa não controlava a totalidade da transformação das matérias-
primas em produto acabado.
Em outras palavras, a divisão do trabalho era social, focada nas atividades de todos os
indivíduos, não manufatureira, focada no produto final. Com a revolução industrial e a criação
de fábricas que reuniam diversos trabalhadores especializados (note que nas fábricas
modernas um trabalhador isolado não é capaz de produzir um produto sozinho), o sistema das
corporações de ofício chega ao seu derradeiro destino. É preciso integração do trabalho de
cada um. Tornam-se necessários processos, padrões e procedimentos, ou seja, a interação
homem-máquina agora é regulada por um conjunto pré-determinado de passos. É preciso um
sistema de comunicação e ensino melhor do que o existente, pois um operador experiente, já
não é mais capaz de produzir um produto.
A mudança da divisão social do trabalho para uma divisão manufatureira mudou a maneira de
se conduzir a produção pela primeira vez, em milênios.
A era das fábricas e o Taylorismo – séc. XVIII e 1875
◉ Aparecimento das
grandes fábricas
◉ Especialização do
trabalho
◉ Taylor: administração
científica
◉ Qualidade: produto
bom/produto ruim
Após a revolução industrial, aparece uma entidade totalmente nova na história humana: a
fábrica. Nesta fábrica, um grande número de trabalhadores é empregado em serviços
altamente especializados. Não há mais ofício, existem apenas atividades. A atividade de se
ajustar uma máquina, a atividade de se apertar um parafuso, a atividade de se carregar carvão
dentro de um vagão de trem, etc.
Com o passar do tempo, estes “coordenadores” começam a extrapolar o seu trabalho inicial.
Eles não apenas integram as atividades, mas passam a padroniza-las e avaliar de que maneira
elas podem ser realizadas de maneira mais eficiente. A condução da atividade não é mais do
trabalhador (antigamente materializado na figura do artesão). O coordenador da empresa,
mais capacitado, avalia como o operário deve conduzir o seu trabalho e o instrui para isso.
O Taylorismo é sempre considerado uma faca de dois gumes. Ele é extremamente positivo,
pois abre ao mundo a ideia de melhoria de atividades (o que eventualmente evolui em
melhoria de processos). Ao mesmo tempo, ele apresenta vários problemas graves: não foca a
melhoria na qualidade e sim na quantidade; depende muito do gerente; não respeita o
trabalhador, uma vez que deixa a cargo do gerente toda a responsabilidade de melhorar o
processo.
◉ Criação da linha de
montagem
◉ Padronização extrema
◉ Inicio da mentalidade de
qualidade do produto
◉ Popularização da
melhoria
Trabalhando na Ford Motor Company, Taylor tem uma brilhante carreira. Ele e seu
empregador desenvolvem o que hoje chamam de linha de montagem, que nada mais é do que
trabalhadores realizando trabalhos altamente especializados, num tempo determinado pela
velocidade das máquinas da linha, seguindo padrões muito bem pensados e definidos, em uma
sequencia lógica de atividades. A popularização da linha de montagem afeta a maneira como a
humanidade conduz a manufatura de tal forma que possibilita a massificação de produtos em
uma escala nunca antes vista. Produtos complexos (como é o caso do carro) são popularizados
e tornam-se acessíveis para uma grande quantidade de pessoas.
Nesta era, nasce a preocupação com a qualidade dos produtos. Após inúmeras perdas de
produtos pela falta de qualidade, se estabelece a criação de estruturas para se inspecionar se o
produto está de acordo com a norma antes que chegue ao consumidor. Além disto, buscam-se
maneiras de evitar que os funcionários cometam erros durante a condução de suas atividades
(é um “avô” dos poka-yokes modernos), causada pela alta rotatividade nas perigosas fábricas e
pela falta de capacitação do funcionário na operação pela qual ficou incumbido.
Todas as empresas a partir desta época adotam a linha de montagem, em algum aspecto. Isso
ajuda a popularizar a preocupação com a qualidade e a atenção para a melhoria.
Shewhart e a sofisticação da melhoria (1930)
Na década de 1930, acontece outro grande avanço na ciência da melhoria: inicia-se a utilização
das ferramentas estatísticas e do método científico na melhoria de processos. Esse avanço
aconteceu nos laboratórios Bell, uma das mais renomadas instituições de pesquisa da história
(8 prêmios Nobel foram concedidos a trabalhos realizados nestes laboratórios).
O protagonista desse avanço foi o estatístico Walter Shewhart. Ele trabalhava com a análise
dos processos do laboratório. Dentre suas inovações mais importantes, podemos citar o
controle estatístico de processo (CEP), que culmina com os Gráficos de Controle. O objetivo de
Shewhart ao desenvolver tais ferramentas era identificar quando um sistema estava em
estabilidade e quando ele tornava-se instável. Com isso, desenvolveu-se um dos pilares da
melhoria de processos como conhecemos hoje: O entendimento da variação. Saber se um
processo está estável ou instável é condição fundamental para escolher quais medidas se
tomar, frente à um problema.
Além dos métodos estatísticos, Shewhart também introduziu ao mundo fabril o método
científico, desenvolvendo um passo a passo para a geração e implementação de mudanças nos
processos. Esse “passo a passo” ficou conhecido como o ciclo de Shewhart e foi o embrião
para as técnicas modernas do PDSA e do PDCA (ferramentas que nos ajudam a desenvolver
conhecimento sobre os processos).
Shewhart, durante sua vida acadêmica, também pode orientar outro famoso estatístico:
Willian Edwards Deming. Deming, mais tarde, transformar-se-ia em um dos mais importantes
gurus da qualidade, sendo responsável pela transformação do Japão no pós-guerra.
A reconstrução do Japão e o avanço da qualidade (1945 –
1980)
◉ Popularização da
qualidade
◉ Aplicação da estatística
◉ Popularização da
melhoria como vantagem
estratégica
◉ Desenvolvimento do
Sistema Toyota de
Produção
Após a segunda guerra mundial, uma mudança bastante interessante nos métodos de
produção começou a acontecer no Japão. O país precisava se reconstruir após a destruição
causada pela guerra e estava determinado a fazer isso da melhor maneira possível. Nesse
contexto, criou-se a JUSE em 1946 (Japanese Union of Scientists and Engineers, ou União
Japonesa de Cientistas e Engenheiros).
Essa entidade era composta pelos mais brilhantes e influentes personagens da indústria
japonesa. Dela fazia parte quase à totalidade dos presidentes das grandes empresas japonesas
da época e grande parte dos pesquisadores da indústria.
Um dos objetivos iniciais da JUSE foi desenvolver métodos de produção mais eficientes, para
isso, ela convidou Deming a ir ao Japão para dar palestras sobre a gestão da qualidade e o uso
de ferramentas estatísticas no desenvolvimento de processos. Essas palestras tiveram uma
adesão muito forte entre os engenheiros japoneses e o conteúdo disseminado por Deming (no
final da década de 1940 e nas décadas posteriores) fez com que o Japão se tornasse uma
referência mundial em manufatura.
◉ Da manufatura para o
resto da organização (a
padronização e a
qualidade tomam outra
proporção)
◉ A estatística também se
populariza
◉ A parte humana é
consolidada e
disseminada
◉ Criam-se metodologias
Nos anos seguintes até os dias atuais, os avanços desenvolvidos na reconstrução do Japão se
popularizam e se consolidaram. Hoje em dia, todos sabem o que é qualidade e a sua
importância para os negócios. As técnicas que inicialmente estavam limitadas a manufatura
penetram em todos os processos de todos os tipos de organização. De montadoras até
hospitais, todos começam a usar padrões e estatística para melhorar seus processos.
Além disso, nessa época surgem diversas metodologias que compilam os conceitos iniciais.
Dentre as mais famosas podemos citar o seis sigma, criado Bill Smith na Motorola e
popularizado por meio de seu presidente na década de 1980, Robert W. Galvin. Além do seis
sigma, a ISO (International Standarization Orgazition) ajuda a popularizar a padronização e o
Lean ajuda a popularizar as lições aprendidas pela Toyota.
Surge também nessa época o WCM e o Modelo de Melhoria, que compilam aprendizados,
roteiros e ferramentas para a aplicação disseminada da melhoria em larga escala.
Os conceitos
fundamentais
O saber profundo
Deming postula que a melhoria deve se
basear em 4 pilares:
ENTENDIMENTO DA PSICOLOGIA
VARIAÇÃO
Processos variam, indicadores variam. Empresas são feitas de pessoas. Cada
É necessário estudar e aprender com um tem seus objetivos e ambições.
essa variação. Entendê-los é vital para o sucesso da
organização.
Ter visão sistêmica é justamente ultrapassar essa dificuldade natural. É observar exatamente
como cada parte da organização se correlaciona com as demais, permitindo à este sistema
cumprir suas funções. Existem diferentes ferramentas para desenvolver essa visão, que serão
exploradas ao longo do curso. Alguns exemplos são a ferramenta do SIPOC e outras
ferramentas de mapeamento de processos.
O aprendizado, do ponto de vista da organização, nunca deve ficar restrito a uma pessoa ou a
um departamento. É preciso que toda a organização aprenda e continue aprendendo. Por isso,
todo o aprendizado gerado deve ser disseminado.
As ferramentas que nos ajudam na teoria do conhecimento são aquelas criadas para permitir a
utilização do método científico, como o ciclo PDSA e o Planejamento de Experimentos. Vamos,
mais a frente, explorar em detalhes como funciona o método científico e quais são suas etapas
para gerar conhecimento de maneira rápida e sólida.
Entendimento da variação: este pilar tem tudo a ver com as ferramentas estatísticas. Todos os
processos e resultados de uma organização variam. Às vezes vendemos mais, às vezes
vendemos menos, às vezes uma peça sai mais leve, às vezes mais pesada. Isso é perfeitamente
natural e por mais que trabalhemos para reduzir essas variações, nunca vamos acabar com
elas. O problema é a maneira como reagimos a essa variação. Imagine se todos os meses que
eu vendesse menos eu ficasse triste e começasse a tomar ações drásticas. Isso não
necessariamente faria com que eu vendesse mais no mês seguinte. Porém, se houvesse uma
causa clara para eu vender menos, se eu não tomar uma ação drástica sobre ela, meu negócio
estará ameaçado.
Entender a variação é saber quando uma mudança no meu indicador é natural e quando ela
não é natural (ou seja, tem uma causa clara). As ferramentas estatísticas nos ajudam
exatamente nesse quesito. Analisar um indicador no tempo com essas ferramentas nos
permite ver quando uma variação é significativa e quando ela é natural.
Para melhoramos nosso domínio deste pilar, existe algumas técnicas, principalmente
referentes à comunicação e ao alinhamento de cada um. Vamos discuti-la com mais
profundidade ao longo do curso.
Melhorias…
Como, na prática, implementar o saber
profundo?
UseOs requisitos
charts do método
to explain your ideas
Se a direção da organização não preza pela melhoria, ela não irá acontecer.
Dominar uma técnica de melhoria: isso é o que passaremos no curso de Green Belt, a técnica
(um roteiro e várias ferramentas) para fazer a melhoria acontecer. Essa técnica deve ser
dominada pelo agente que irá conduzir os esforços da equipe. Ele deve saber aplicar as
ferramentas e ensiná-las aos demais envolvidos.
Criar uma estrutura favorável para a melhoria: por fim, as organizações, juntamente com o
agente de melhoria devem torna-la um processo do dia a dia. Os operadores de cada atividade
devem possuir os meios necessários para gerar novas melhorias. Isso vem do trabalho da
organização em mudar e adaptar seu próprio ambiente.
Mudança e Melhoria
Conceitos que andam juntos
Mudança
Use charts e Melhoria
to explain your ideas
Requer
Melhoria ≠ Mudança
Um ponto central da ciência da melhoria é a sua relação com a mudança. Uma boa definição
de insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar por resultados diversos. É impossível
melhorar alguma coisa sem que seja feita uma mudança. Melhoria requer mudança.
Entretanto, muitas mudanças nem sempre resultam em melhorias. Algumas mudanças,
inclusive, pioram o desempenho de um processo.
Esse conceito, apesar de parecer óbvio quando exposto dessa maneira, é traiçoeiro. Em nossa
vida cotidiana, estamos acostumados a pensar sempre em mudar. É só observarmos as
campanhas políticas que vemos em épocas de eleições: mudança, mudança, mudança! Poucos
candidatos falam em melhoria... Ora, não queremos mudanças que não vão ser melhorias...
Há uma maneira fácil de estruturamos essas mudanças. Temos que responder às três questões
fundamentais da melhoria.
Mudança
Use charts e Melhoria
to explain your ideas
2. Como
3. Quais
saberemos que a
mudanças
mudança é uma
podemos fazer?
melhoria?
Responder a estas 3 perguntas fundamentais nos dão o que precisamos para realizarmos um
esforço de melhoria de sucesso. As perguntas têm como objetivo nos ajudar a mapear:
• O objetivo do esforço. A primeira pergunta nos faz refletir sobre o que queremos realizar.
Quando o objetivo é claro, nós podemos estruturar de maneira mais efetiva as nossas
ações. Além disso, podemos usar a definição de objetivo para alinhar a nossa equipe.
Iremos falar mais sobre isso nas próximas páginas.
• Quais mudanças podemos fazer? A terceira pergunta ajuda a definir o escopo. Quais
mudanças poderemos realizar para alcançar o nosso objetivo, ou seja, impactar nosso
indicador? Várias vezes, a resposta para esta pergunta aparece ao longo do projeto de
melhoria. Entretanto, tentar respondê-la no começo do projeto ajuda a equipe a entender
um pouco também suas restrições. Quais mudanças não poderão ser feitas? Podemos
contratar mais gente? Podemos colocar mais controles?
Antes de explorarmos mais a fundo cada uma dessas perguntas, precisamos fazer um
comentário prático. As 3 perguntas podem ser respondidas de maneira iterativa, ou seja, não
há uma ordem lógica para responde-las.
Gosto bastante de uma história relacionada a isso. Em uma empresa que tivemos a
oportunidade de trabalhar, os funcionários propunham a todo o momento realizar mudanças
no processo (e acho que isso não acontecia só lá). Muitas dessas mudanças eram iguais às
mudanças dos políticos que comentamos anteriormente, ou seja, sem um foco claro definido.
Algumas eram boas ideias, outras nem tanto, mas a grande maioria delas vinha embasada em
problemas reais da organização.
Para não desperdiçar as boas ideias e nem deixar passar os problemas, propusemos um
método: todas as mudanças seriam analisadas, contanto que para cada uma, as outras 2
perguntas fundamentais fossem respondidas.
Desta maneira, quando um funcionário pensasse em uma mudança, ele era forçado a
entender o objetivo dessa mudança e a propor um indicador ou uma métrica para identificar
se ela seria uma melhoria. O resultado foi fantástico. Assim que uma mudança surgia na
cabeça do trabalhador, ele logo identificava o real objetivo dela. Com o objetivo claro na
cabeça, ele podia aperfeiçoar a mudança ou até mesmo propor uma alternativa até melhor
que a ideia original.
A seguir, vamos explorar melhor cada uma dessas perguntas (e fornecer alguns bons
exemplos)...
OInque
twoqueremos
or three columns
realizar?
CONTEXTUALIZE
Para responder à primeira pergunta, vale a pena seguir estas boas práticas:
• Entenda o contexto em que sua organização está inserida. Converse, discuta o que está
acontecendo com os demais envolvidos, buscando concretizar o que queremos fazer. É
muito difícil sair com um objetivo concreto de uma situação, é como se houvesse uma
“fumaça” na cabeça de cada um dos envolvidos. O que temos que fazer, como gestores de
melhoria, é condensar essa fumaça em algo concreto, um objetivo. Para isso, precisamos
entender o sentimento e as impressões de todos os envolvidos mais próximos. Não há
maneira melhor para esse entendimento do que conversando com todos.
• Defina um objetivo. Se o passo anterior era muito aberto, este deve ser muito fechado.
Após as discussões, force a equipe a sair com um objetivo claro. Objetivos claros tem uma
estrutura padrão:
Verbo no infinitivo (diminuir ou aumentar) -> indicador -> em quanto -> onde -> até
quando.
Exemplos:
3. Por fim, coloque as restrições necessárias. Alguns exemplos de restrições são: não contratar
mais pessoas ou não aumentar os gastos. Além desses, podemos ter restrições de escopo
como, por exemplo, não fazer nenhuma mudança nos processos de vendas.
Uma vez feito isso, o seu time de melhoria está pronto para começar a trabalhar. Iremos falar
mais sobre essa etapa inicial de definições quando explorarmos a fase Define do DMAIC.
Exercício!
In two or three columns
Um departamento de compras
A melhor definição de objetivo teria que atacar o cerne do incômodo: “Reduzir o tempo para
conseguir novos fornecedores de 20 dias para 2 dias até o próximo trimestre”. Essa definição
ataca justamente o problema e abre a criatividade para as pessoas começarem a analisá-lo da
forma correta. Perguntas melhores começarão a serem feitas, como: “Onde podemos
encontrar melhores fornecedores?”; “O que é um bom fornecedor?”, “Por quais canais vamos
contatar esses fornecedores?”; “Como faremos esses fornecedores chegarem até nós?”. É
justamente esse tipo de discussão que queremos que nossa equipe tenha ao trabalhar em um
projeto de melhoria.
USE DADOS
CONFIÁVEIS
Na hora de verificar se uma mudança deu errado ou certo, não basta o nosso feeling. Muitas
pessoas desenvolvem ao longo do projeto uma verdadeira história de amor pelas mudanças
que propõem e, como sabemos, tanto amor pode afetar nosso julgamento. A segunda
pergunta só pode ser respondida com a coleta de dados.
Iremos, ao longo do curso, comentar bastante sobre como se coletar bons dados, entretanto,
algumas considerações iniciais são muito importantes:
• Dados nem sempre são confiáveis. É preciso gastar um bom esforço na definição do padrão
sobre como coletamos nossos dados. Existem várias ferramentas para a boa coleta de
dados, como por exemplo, folhas de verificação, definições operacionais e avaliação
estatística do sistema de medição. Iremos comentar mais sobre estas ferramentas.
• Dados possuem variação (lembrem-se dos pilares fundamentais!). Temos que entender
quando uma mudança no indicador é significativa e quando ela não é. Só podemos fazer
isso analisando a variação natural do processo. Comparações do tipo um mês contra o
outro são, em geral, armadilhas perigosas.
6
CYCLE
4 M UDANÇA
0
Medida Antes Medida Depois
NEWVAR3
M edida na sem ana 11
M edida na sem ana 4
Para entender um pouco melhor a variação, temos este exemplo. Observando o gráfico acima
e tendo em mente que o objetivo do projeto de melhoria era diminuir o tempo de ciclo, é
possível dizer que a mudança (realizada entre a primeira e a segunda medição) foi uma
melhoria?
In two
Objetivo: or three
reduzir columns
o tempo de ciclo
Intuitivamente diríamos que a mudança do slide anterior é sim uma melhoria. Entretanto,
vamos analisar estes 6 cenários propostos. Todos eles poderiam representar aquele gráfico
anterior: tempo na semana 4 = 8 e tempo na semana 11 = 3.
Cenário 1:
Aqui podemos ver claramente que a mudança foi uma melhoria. Temos um bom indicativo da
variação do tempo de ciclo antes da mudança (ele ficava entre 6 e 9) e depois da mudança (ele
agora está entre 2 e 4).
Cenário 2:
A mudança neste caso não representou melhoria alguma! A diferença entre a semana 4 e a
semana 11 está completamente dentro da variação natural do processo. O tempo de ciclo
assume vários valores entre 2 e 9. Qualquer variação neste patamar é dita ser uma variação
atribuídas as causas comuns, naturais ao processo.
Não se deixem enganar por estes cenários! Não façam comparações um período contra o
outro!
In two
Objetivo: or three
reduzir columns
o tempo de ciclo
Cenário 3:
Aqui também não temos uma melhoria. Apesar do processo ter de fato mudado o seu patamar
de variação, o comportamento do processo pouco tem a ver com a mudança. A menos que a
mudança tenha começado a dar resultado antes de ser colocada em prática (o que é
impossível), neste cenário não temos um caso de melhoria pela mudança.
O que os dados do cenário 3 nos mostram é que algo aconteceu no processo que fez com que
ele mudasse de comportamento. Ele já vinha mudando de comportamento quando fizemos a
mudança, e esta foi sem efeito.
In two
Objetivo: or three
reduzir columns
o tempo de ciclo
Cenário 4:
Aqui novamente não temos uma melhoria. Sim, a mudança causou uma variação significativa
no indicador, mas não foi uma melhoria.
Isso porque melhorias devem ser perenes, duradouras. Neste caso temos a mudança causando
uma queda temporária no indicador, entretanto o mesmo volta a subir após algum tempo.
Este comportamento é típico de campanhas de conscientização, que funcionam por um curto
período, mas melhoram de fato. Não é esse o tipo de resultado que devemos buscar em
nossos projetos.
In two
Objetivo: or three
reduzir columns
o tempo de ciclo
Cenário 5:
Neste cenário temos um caso muito parecido com o cenário 3. Não temos uma melhoria
gerada pela nossa mudança. Algo aconteceu que mudou o patamar de trabalho do processo,
porém não teve nada a ver com a nossa mudança.
Cenário 6:
Por fim, temos mais um caso de não-melhoria. Esse caso é interessante, pois a diferença entre
a semana 4 e a semana 11 foi causada por um “ponto fora da curva” na primeira medição.
Isso acontece bastante, e tais pontos são o que definiremos futuramente como causa especial.
Algo aconteceu na semana 11 que fez o tempo de ciclo explodir naquela semana, mas depois
dela, o indicador retornou à estabilidade e o processo continuou estável.
Vamos ver mais pra frente que quando isso acontece, nem sempre é uma boa estratégia
analisar todo o processo. Temos que analisar apenas a causa especial e identificar o que pode
ter acontecido ali.
Definição de
melhoria
Na foto temos um exemplo clássico de “implementação do 5S”, que é uma das técnicas do
Lean Manufacturing. Trabalhamos com diversos desses programas de arrumação em nossa
história profissional. No exemplo dado podemos mostrar que houve uma mudança: antes
estava desorganizado e agora está organizado. Mas, podemos falar que isso é uma melhoria?
Exercício!
In two or three columns
Mudança ou melhoria?
Isso acontece, pois as pessoas geralmente não se preocupam com o “processo” de arrumação,
e sim com a arrumação em si. O Lean (e o Seis Sigma) tem tudo a ver com a maneira pela qual
enxergamos e agimos nos processos a fim de realizar melhorias. Se fizermos tudo direito, esse
tipo de coisa não vai acontecer.
Sobre o caso específico do 5S, recomendamos nosso curso grátis, hospedado em nossa
plataforma EAD. O link direto é ead.fm2s.com.br/curso/curso-de-5s/
In two or –
Indicadores Temos
three columns3 tipos
INDICADORES DE
RESULTADO
Indicadores de resultados nos dizem onde vamos chegar. São elas que respondem
diretamente a segunda pergunta e nos diz se as mudanças estão de fato levando à melhoria.
Estes são os indicadores que você quer impactar. Elas dizem como está desempenhando o
sistema: qual o resultado final.
Indicadores de processo são aqueles que nos dizem se estamos fazendo o que planejamos
para chegar aos resultados. Para chegar onde queremos com nossos sistemas, devemos
executar as mudanças em nossos processos, não apenas planejá-las. Estaria o processo se
comportando de maneira correta? É isso que vai nos dizer os indicadores de processo. Iremos
discutir mais a fundo a questão de sistemas, processos e procedimentos na etapa do Measure,
do Define.
Exemplos de indicadores de processos:
• Para a vida pessoal: vezes que coloca seu despertador para despertar.
Por fim, indicadores de equilíbrio são nossos contra indicadores. Não podemos melhorar uma
parte do sistema e piorar outra. Temos que ter boas medidas que nos vão dizer se não
estamos afetando negativamente o sistema.
• Para a vida pessoal: nível de cansaço proveniente de acordar mais cedo todos os dias.
Para se desenvolver mudanças que gerem melhoria, podemos usar basicamente 4 estratégias,
que serão mais aprofundadas na etapa do Analyze. São elas:
Nesta, usamos uma série de ferramentas para entender o processo em seus detalhes e, com
base neste conhecimento, desenvolver maneiras de melhorá-lo. As ferramentas que usamos
são as mais variadas possíveis. Elas podem ser desde ferramentas de análise de indicadores,
como gráficos de controle, tendência e frequência, quanto ferramentas de análise de
processos, como a busca por desconexões, a utilização de diagramas de causa e efeito e os 5
porquês. Durante o curso de Green Belt, iremos nos aprofundar bastante em cada uma delas.
Uso da tecnologia
Usar a tecnologia é uma boa maneira de se desenvolver mudanças que gerem melhoria. Por
exemplo, em uma fábrica: podemos trocar uma máquina antiga por uma máquina nova e mais
produtiva e, com isso, aumentar a produtividade geral daquela planta. Entretanto, muitas
vezes o uso da tecnologia é uma estratégia cara que pode ser desastrosa. Se a máquina que
trocamos não for o gargalo daquela fábrica, apesar do investimento, não iremos afetar
positivamente o sistema como um todo. Na parte do Analyze iremos aprofundar esta
discussão sobre o uso de tecnologia.
Uso da criatividade
Muitas vezes a análise crítica se torna limitada na geração de novas ideias de mudanças.
Saímos sempre com sugestões do tipo “mais do mesmo” e nos sentimos limitados, travados. É
aí que entra a criatividade! Mas não a criatividade no sentido de uma genialidade espontânea
que sai do nada e sim o uso de técnicas sistemáticas que irão ativar a nossa criatividade. A
partir da utilização destas técnicas, podemos enxergar além e surgir com soluções úteis e
inovadoras.
Iremos discutir criatividade mais a frente, na parte do Analyze, entretanto, os alunos que se
interessarem podem acessar nosso curso completo e gratuito sobre criatividade. O link direto
é: http://ead.fm2s.com.br/curso/curso-de-criatividade-principios-e-abordagens/
Os conceitos de mudança
Outra estratégia para se buscar boas mudanças é apostar no que já deu certo (não precisamos
reinventar a roda, não é mesmo?). Pensando nisso, algumas instituições compilaram inúmeros
projetos de melhoria pelo mundo, de maneira a estudar as soluções empregadas com sucesso
e extrair o conceito de cada uma delas. Com estes resultados, elaboraram o que chamamos de
conceitos de mudança. Estes, são dicas para que você, dependendo do seu objetivo, elabore
uma mudança que muito provavelmente se tornará uma melhoria.
Iremos comentar mais sobre esta técnica na parte do Analyze, porém se gostou da ideia, pode
baixar nosso e-book que te ensina a trabalhar com esta técnica. O link direto é:
http://downloads.fm2s.com.br/e-book-conceitos-de-mudanca
O Ciclo PDSA
Além das 3 perguntas fundamentais, o Modelo de Melhoria é formado pelo ciclo PDSA. O ciclo
PDSA é um roteiro iterativo de aquisição de conhecimento inspirado no método científico. Ele
nos permite adquirir conhecimento específico sobre o que estamos fazendo.
Ora, estamos aqui falando de melhoria de processos. Como melhorar um processo de “apertar
parafusos” sem saber uma maneira melhor de se apertar parafusos do que a já praticada. Essa
maneira, só vem com um conhecimento maior da tarefa específica “apertar parafusos”. É
justamente este conhecimento que o ciclo PDSA nos ajuda a obter.
É importante, neste ponto, não confundirmos o ciclo PDSA com o ciclo PDCA, popularizado
pela Toyota e difundido por inúmeras consultorias no Brasil e no mundo. O ciclo PDSA é um
método para a geração de conhecimento, enquanto o ciclo PDCA é como se fosse um roteiro
de melhoria. Ao longo de um projeto de melhoria, realizamos inúmeros ciclos PDSA. O PDCA,
por usa vez, equivale em geral a dois ciclos PDSA, pois ele busca entender a causa do problema
e testar uma possível solução. Utilizando o PDSA, costumamos fazer um ciclo de verificação e
coleta de dados para entender a causa e depois, um ciclo de teste para verificar se a mudança
proposta é uma melhoria.
Vamos falar um pouco mais sobre a geração de conhecimento e íntima relação com a
melhoria.
A Use
construção da your
charts to explain melhoria
ideas
Conhecimento profundo
Capacidade
de gerar
melhorias
aumentada
Vamos aprofundar mais sobre o método científico por meio do aprendizado do ciclo PDSA?
O charts
Use método científico
to explain your ideas
Em ciência, esse fato ou fenômeno pode ser a trajetória das estrelas no céu (que inspirou os
astrônomos no desenvolvimento das mais importantes teorias), a manifestação de uma
doença, um comportamento estranho em um conjunto de dados, etc.
O charts
Use método científico
to explain your ideas
Frente ao fato, começamos a analisá-lo e tentar entendê-lo. Ao final desta análise, temos
sempre uma teoria que explica o que está acontecendo. Na prática, em um projeto de
melhoria esse desenvolvimento poderia acontecer da seguinte forma:
• Vemos que o problema é um risco grande e profundo que acontece apenas em um dos
componentes da peça;
F Fp
O bom é que uma hipótese pode ser extrapolada e gerar predições em diferentes áreas,
inclusive naquelas que não foram usadas para a formulação original da hipótese. Em outras
palavras, saber que sujeiras provocaram o risco naquela peça, pode nos dar a predição de que
a mesma máquina suja pode produzir outros tipos de peças defeituosas. Pode além disso, nos
abrir os olhos para entender outros problemas que são causados por outros tipos de máquinas
sujas.
Entretanto, predições podem ou não ser reais. A predição é uma coisa apenas da nossa
cabeça, por isso precisamos realizar um experimento para saber se ela vai ou não se
concretizar.
O charts
Use método científico
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F Fp FR
Em nosso exemplo, tínhamos a predição: “se limparmos a máquina, o risco irá sumir”. Um bom
experimento para verificar isso é, selecionar uma máquina semelhante, limpá-la de uma
maneira padronizada (esse padrão poderá, inclusive, ser usado depois, caso o experimento
seja bem sucedido), e observar, após uma amostragem de 1000 peças, se há alguma com
aquele risco previamente reportado.
Se não houver, aumentamos a convicção de que a nossa hipótese era boa, portanto podemos
extrapolá-la (levar para outras máquinas, etc.). Caso ainda apareçam riscos, temos que rever a
hipótese e as condições do experimento (será que o risco não tem nada a ver com a sujeira ou
será que apenas o nosso procedimento de limpeza não era adequada?). De qualquer maneira
(se o experimento der certo ou errado) ganhamos conhecimento específico e sólido sobre o
que estamos trabalhando.
Notem que um bom experimento testa mais de uma predição ao mesmo tempo. No caso
acima, testamos duas: a de que o risco era causado pela sujeira e de que o procedimento de
limpeza iria remover a sujeira. Se vamos testar mais de uma predição, em geral precisamos
coletar mais de um dado, por isso é bom deixar claro todos os dados que iremos coletar
durante a condução do experimento. Experimentos custam, por isso temos que explorá-los ao
máximo.
O charts
Use método científico
to explain your ideas
F Fp FR
H H2
Em nosso exemplo com a peça, após o experimento podemos ter os seguintes fatos:
Com isso, temos uma nova hipótese: a sujeira é gerada ao longo das rodadas e está
relacionada com o defeito.
Para testar essa hipótese, podemos pensar em um novo procedimento que limpe a máquina
ao longo de seu funcionamento. Podemos também direcionar a nossa análise para tentar
entender “Por que a sujeira se forma?”. Essa pergunta, irá gerar outras hipóteses bem
sofisticadas e novas predições. Em geral, predições são formuladas por meio de perguntas
bem feitas.
O charts
Use método científico
to explain your ideas
F Fp FR
...
H H2 Hs
Devemos lembrar, entretanto, que projetos de melhoria usualmente possuem começo meio e
fim. Portanto, normalmente paramos as ações intensivas uma vez que encontramos a solução
para o problema inicial, ou uma boa estratégia para abraçar a oportunidade inicial. Isso
também não nos impede de passar o “espírito” da melhoria por meio da geração de
conhecimento específico (PDSA) para as pessoas permanentemente envolvidas naquele
processo. Se eles souberem tocar o método científico, irão melhorar mais e mais o processo,
possivelmente até gerando inovações radicais na maneira como as coisas são feitas, modelo
este utilizado e propagado pela Toyota.
O ciclo
Use charts PDSA
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O ciclo PDSA padroniza a aplicação deste método em projetos de melhoria. Ele consiste na
execução de 4 etapas para conseguirmos gerar conhecimento específico sobre um assunto.
Nele, também colocamos todas as questões que fizemos (sempre baseadas em nossa hipótese
atual sobre o problema) e as predições para as respostas à elas. Um exemplo, para o nosso
caso seria:
• Predição 1: Sim, acreditamos que o risco está diretamente relacionado com a sujeira na
máquina. Acreditamos que se não aparecer sujeira na corrida, não haverá um risco sequer
nas peças produzidas.
Feito isso, ainda no Plan, devemos detalhar satisfatoriamente como iremos coletar dados reais
que respondam às perguntas. Este plano de coleta de dados deverá estar claramente
declarado, visto que qualquer pessoa envolvida no projeto possa ler o plano e realizar o
experimento. É recomendável, ligar cada dado específico à questão que ele vai responder. No
nosso caso, uma sugestão seria:
“Para responder à questão 1, um operador da manufatura (quem) irá limpar a máquina no dia
25/04 utilizando o novo procedimento e trabalhar normalmente (como) até o dia 27/04
(quando). Nesse período, há a estimativa de produzir-se 1000 peças do tipo A, que já deu
problema anteriormente. Ele irá olhar cada uma das peças e analisar se há ou não risco na
parte superior da mesma (o quê). Caso haja algum risco, ele deverá preencher este indicador
na planilha X, criada especialmente para este propósito e disponível para uso pela área da
manufatura.
Para responder à questão 2, o mesmo operador irá verificar a máquina a cada 2 horas e avaliar
a sujeira na parte Y da máquina, onde esperamos que ela possa aparecer. A instrução de
trabalho XYZ (como) detalha claramente o que é sujeira e como um operador pode identifica-
la. Se houver sujeira, vamos acreditar que o procedimento proposto é incapaz de manter a
máquina limpa.
Ao final do dia 27, será elaborado um gráfico de tendência para mostrar a quantidade de peças
com risco. Para cada período, também iremos anotar se foi ou não verificada sujeira na
máquina.”
A segunda etapa é a etapa do Do (fazer). Nela vamos executar o plano listado acima e
acompanhar o experimento. Caso algo aconteça que não havíamos previsto, iremos anotar
cuidadosamente o que aconteceu. Por exemplo, a máquina pode ter sido danificada pelo novo
procedimento de limpeza ou o operador ter realizado incorretamente o procedimento
proposto. Quebra da máquina ou ausência do operador são itens que devem ser relatados
também.
A terceira fase é a do Study (estudar). Nesta fase que iremos analisar os dados coletados. Aqui
mostramos gráficos e digerimos os resultados. Também comparamos os resultados obtidos
com as predições. Essa comparação é extremamente enriquecedora, pois é nela que o
aprendizado realmente acontece. As vezes, ao analisar um problema bolamos uma predição
do tipo: ao misturar dois líquidos, a solução irá ficar verde e, quando realizamos o
experimento, a solução transforma-se em uma banana! Isso prova que a nossa teoria sobre o
fenômeno estava completamente equivocada. Frente ao equívoco, vamos buscar
conhecimento (seja em livros, artigos científicos ou consultando especialistas sobre o assunto)
para aprimorar nosso entendimento.
Nesta fase também (como a ciência não tem fim), anotamos quais outras ideias de
experimentos tivemos que poderão nos ajudar a aprofundar ainda mais nosso conhecimento
sobre aquele processo. Qual será o objetivo do próximo ciclo?
O ciclo
Use charts PDSA
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Conhecimento
Tempo
A aplicação dos ciclos PDSA é contínua. Quando se acaba um ciclo, começa-se outro, o que
chamamos de “conectar” seus ciclos PDSA.
Por que não realizar apenas um? Porque a cada teste, se gera um conhecimento novo. Sabe-se
o que funcionou e o que falhou, além do que se deve fazer na próxima vez. E, quando
encerramos um ciclo, surgem novas perguntas, novos questionamentos. No decorrer de vários
ciclos, todas as dificuldades dos ciclos iniciais acabam-se dissipando-se. Aprende-se de
maneira iterada e só implementam-se as mudanças quando se está pronto.
Vale lembrar que realizar vários testes pequenos, desenvolvendo a solução final, reduz
severamente a resistência das pessoas à mudança.
Com isto em vista, temos alguns conselhos para você que quer começar na vida da melhoria de
processos:
• Adiante-se: você já sabe que terá de rodar diversos ciclos, então planeje-os bem. Muita
coisa também vai dar errado, por isso sempre pense um passo adiante e faça testes
avaliando melhorias nas condições dos próprios testes.
• Comece pequeno: não complique as coisas logo no começo! Teste em pequena escala (por
exemplo com poucas máquinas) e vá aumentando a escala conforme aumenta a sua
convicção nas mudanças.
• Comece! Não espere mais. Quais testes você já pode fazer amanhã?
O ciclo
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Quer exemplos?
3. Quais mudanças
podemos fazer?
Novos produtos
Melhorar um sistema
Novos processos
Produtos Processos
Novos
procedimentos Procedimentos
As técnicas aqui comentadas até agora, ou seja, o Modelo de Melhoria (3 perguntas e ciclo
PDSA) nos ajudam de duas maneiras:
• Quando queremos mudar o sistema como um todo, ou seja, provocar uma mudança
radical em nosso sistema. Como veremos detalhadamente a frente, um sistema
normalmente, entrega um produto (ou serviço) que é feito por processos (uma séries de
atividades que transformam as matérias-primas em produtos). Cada processo é
operacionalizado por procedimentos (que dita como se dá a interação entre pessoas e
máquinas para a realização das etapas do processo). O ciclo PDSA nos ajuda a desenvolver
ideias além da melhoria incremental, permitindo a criação de mudanças radicais em cada
uma destas etapas do sistema.
Qual abordagem usar depende muito da empresa em que trabalha, da equipe de melhoria, do
tempo e recursos que tem disponível para o projeto.
As habilidades detoum
Use charts agente
explain de melhoria
your ideas
Lidar com
dados
Trabalhar Entender a
em equipe situação atual
Disseminar Desenvolver
mudanças mudanças
Implementar Testar
mudanças mudanças
Sete habilidades são fundamentais para se trabalhar com melhoria de processos no Lean-Seis
sigma e no Modelo de Melhoria. São exatamente estas habilidades que trabalhamos com
nossos alunos de White, Green e Black Belt. São elas:
• Habilidade em lidar com dados: um agente de melhoria deve saber coletar e interpretar
dados. Ele deve entender a variação de seus processos e aprender com ela. Só assim ele
estará ligado ao mundo real e não em especulações de sua mente ou colegas. Como diria
Deming: “Sem dados, você é apenas mais um sujeito com uma opinião”. O desenvolvimento
dessa habilidade se dá por meio do ensinamento de ferramentas simples como os gráficos
de Controle, Frequência e Tendência, além de ferramentas mais complexas como a análise
do sistema de medição, a regressão linear e a regressão logística.
• Entender a situação atual: para melhorar, é necessário saber o que está acontecendo. É
preciso olhar para um sistema e saber para que ele existe, além de entender como seus
processos e procedimentos estão conectados. Entender a situação atual é não olhar apenas
para os indicadores de um sistema, mas também saber mapear seus processos. Ao longo do
curso de Green Belt, ensinaremos ao aluno como mapear processos, conectar este
mapeamento com indicadores e procedimentos, a fim de melhorá-lo. Demonstraremos
importantes ferramentas para a visão sistêmica simplificada, como é o caso da ferramenta
do SIPOC.
• Implementar mudanças: é necessária uma boa carga de psicologia para fazer com que
mudanças sejam implementadas em organizações. Por mais que tenhamos a convicção de
que uma mudança é uma melhoria, sem convencer os envolvidos ninguém irá trabalhar no
que estamos propondo. Saber fazer essa implementação com maestria é trabalho do
agente de melhoria.
• Trabalhar em equipe: ninguém faz nada sozinho, por isso o agente de melhoria deve saber
liderar equipes (muitas vezes multidisciplinares) para a obtenção dos resultados propostos.
Trabalhamos bastante a parte de gestão de equipes no Black Belt, pois quanto mais
complexos os projetos, mais pessoas temos envolvidas.
Uma vez que o agente desenvolve cada uma destas sete habilidades, ele certamente será um
mestre da melhoria.
OsUse
roteiros de melhoria
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O que esta história nos ensina? Ela nos ensina que temos que diferenciar produto de
necessidade. No caso, o aparelho tocador de CD e o de MP3 são produtos, ouvir música é uma
necessidade. Temos sempre que trabalhar na necessidade.
DMAIC
Kaizen 7 passos
Os 8 passos do TBP
Etc.
PRODUTOS OU NECESSIDADE?
Você certamente já ouviu falar do famoso DMAIC, tão ensinado como a solução para todos os
males em uma empresa. Assim como o DMAIC, existem outros. Mas o que são esses roteiros?
Mas, não devemos cair no merchandising que tem por aí. Roteiros de melhoria, são produtos
para suprir a necessidade das organizações por melhorias. Eles são úteis, muito úteis,
entretanto, não podem ser vistos como dogmas fundamentais ou fórmulas mágicas.
OsUse
roteiros de melhoria
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Melhor desempenho.
Não importa qual é o roteiro, pois todos eles passam por 4 passos básicos para realizar o
projeto de melhoria:
• Compreender a situação atual, por meio das mais diferentes estratégias e ferramentas.
Aqui normalmente se busca mapear o processo e medir seus indicadores.
Aqui temos 3 roteiros muito famosos: os 8 passos para a resolução de problemas práticos da
Toyota, o Roteiro DMAIC (em amarelo) e o CSI – 7 steps for improvement (The continous
service improvement – que parece um secador de cabelo).
Notem que todos eles passam pelas etapas básicas. Nos 8 passos da Toyota, por exemplo, a
etapa 1, 2 e 3 visam compreender a situação atual. As etapas 4 e 5 o desenvolvimento de
mudanças. As etapas 5 e 6 o teste destas mudanças (e a verificação do resultado) e por fim, na
etapa 8 se padroniza e estabelece o controle do processo, que é a implementação.
No curso, iremos explorar as ferramentas por meio do roteiro DMAIC, porém incentivamos
nossos alunos a conhecer mais sobre os outros roteiros existentes. O que eles tem em
comum? Quais as peculiaridades? Descubram e conte para a gente!
O DMAIC e suas
Use charts to explainferramentas
your ideas
Define Analyze
• Definir o problema, os objetivos e os • Criticar o processo atual
benefícios • Determinar relações causais baseado em dados
• Determinar os requisitos dos clientes e as • Identificar os maus conceitos presentes processo
CTQ’s • Buscar explicações para o desempenho atual
• Identificar o proprietário do projeto, • Identificar mudanças
champion e o time Improve
• Fazer o SIPOC do processo • Desenvolver mudanças
• Definir os recursos, fronteiras e restrições • Testar as mudanças em pequena escala
• Fazer o contrato com a equipe • Avaliar os riscos e benefícios das mudanças
• Implementar as mudanças que resultem em
melhoria
Measure
• Fazer o mapa detalhado do Processo Control
(Fluxograma) • Desenvolver um plano de implementação
• Determinar os X’s e os Y’s críticos • Determinar necessidades de comunicação e
• Validar o Sistema de Medição treinamento
• Desenvolver plano para coletar dados • Estabelecer um plano de controle do novo
• Avaliar o desempenho atual:estabilidade e processo
capabilidade • Fechar o projeto e comunicar os resultados
• Ajustar o foco do projeto • Celebrar os resultados alcançados com todos
O roteiro DMAIC é composto por 5 fases: Define (ou definir), Measure (ou medir), Analyze (ou
analisar), Improve (ou melhorar) e Control (ou controlar):
• A árvore CTC (critical do customer) ou CTQ (critical to quality), que nos ajuda a
transformar ideias abstratas em indicadores concisos.
• Para processos:
• A criação de fluxogramas;
• Para dados:
• Gráficos de tendência;
• Gráficos de controle;
• Análises de capabilidade;
• Para dados:
• Para processos:
• Os 5 por quês;
• Diagramas de árvore;
• Análise de Valor;
• Criação de Poka-Yokes;
• Análise de desconexões;
• As técnicas de criatividade;
• Os conceitos de mudança;
O Define é o primeiro passo do roteiro DMAIC. É por ele que começamos o nosso projeto de
melhoria. Nele, todas as nossas ações vão ter o objetivo simples de definir o objetivo do nosso
esforço de melhoria. Essa definição deve ser feita de maneira clara e objetiva, seguindo a
filosofia do Modelo de Melhoria, ou seja, respondendo as 3 perguntas fundamentais
(especialmente as duas primeiras).
No Define, ouvimos todos os envolvidos e coletamos suas impressões. Qual é o real problema
da empresa? Usamos aqui várias ferramentas muito úteis para transformar essas ideias e
impressões abstratas em objetivos claros, expressos por indicadores. É um trabalho árduo,
como condensar fumaça em rocha, mas temos várias ferramentas que nos ajudam nessa
missão.
Objetivo:
Definir o foco e os indicadores do projeto e
comunica-los à equipe.
Atividades:
◉ Determinar os requisitos dos clientes (VOC) e
identificar as características críticas à qualidade.
◉ Fazer o SIPOC do processo.
◉ Preencher o contrato de melhoria.
O VOC (Voice of Customer)
Muitos projetos de melhoria estão baseados na interface com o cliente. Em outras palavras,
eles aparecem para resolver problemas dos clientes ou então para encantá-los. Para tanto,
precisamos escutar o que eles tem para falar e mais, precisamos também traduzir o que estão
falando para uma linguagem palatável ao nosso projeto de melhoria. Precisamos, portanto,
extrair informações subjetivas deles e sair com indicadores mensuráveis. Vamos ver como
fazemos isso!
Coletando informações dos clientes (internos e
externos)
Fontes reativas
Fontes ativas
Para coletar informações dos clientes (aqui estamos falando tanto de clientes externos quanto
de clientes internos), nós temos basicamente duas estratégias:
• A segunda maneira são as fontes ativas de informação, ou seja, aquelas que temos que
fazer alguma coisa para conseguir as informações. Exemplos de fontes ativas vão desde as
mais simples, como formulários de pesquisa enviados por e-mail até as mais complexas,
como a elaboração de grupos focais, passando pelas mais convencionais, como entrevistas
com os clientes, conversas informais e até ligações de feedback. A vantagem das fontes
ativas de informações é que, através delas, podemos obter a informação como quisermos.
Qual fonte escolher depende muito do tipo de projeto. Podemos, inclusive, escolher as duas
fontes de informações no momento do Define. Podemos partir de fontes reativas (compilando
as nossas reclamações no Reclame AQUI, por exemplo) e depois seguir para as fontes ativas
para a complementação das informações passivas (por exemplo, ligar para cada cliente para
entender melhor os problemas apresentados).
O importante é, ao final da pesquisa, termos um objetivo claro para agradar o cliente.
Exemplos:
• Os clientes gostam de agilidade na entrega, por isso temos que entregar o produto até eles
em, no máximo, 3 dias úteis.
• Os clientes gostam abominam falhas em seus produtos, por isso apenas 1 em cada 10.000
produtos fabricados pode ter algum tipo de falha.
• Os clientes presam o conforto térmico em seus carros, por isso, quando o ar condicionado
do carro é ligado e a temperatura externa é de 40°C, em até 5 minutos o carro precisa ter
seu interior climatizado em 22°C.
Chegar em objetivos como estes não é fácil. Quando estamos coletando informações dos
clientes, para chegar a estes objetivos, devemos tomar alguns cuidados, que vamos discutir a
seguir.
Coletando informações dos clientes
◉ Seja específico
◉ Expresse os requerimentos em
fatores mensuráveis
Durante a coleta de informações, temos que entender que os clientes não possuem os
mesmos pensamentos que nós, envolvidos com melhoria, possuímos. Eles não estão
interessados em definir um objetivo claro para melhorar nossos produtos, por isso eles vão ser
relativamente vagos em suas exposições. Irão exprimir-se muitas vezes de maneira
sentimental e inconsciente: sabem que não gostam de algo do produto, mas não sabem
exatamente o porquê. Cabe a nós, tentar entender o porquê com perguntas inteligentes.
Outra coisa que pode acontecer (e vai acontecer) é o cliente comparar seu produto com coisas
que ele está acostumado. Você irá escutar respostas do tipo:
• “Eu gosto que a minha entrega seja rápida. O pessoal da concorrência entregou muito
rápido” (Ok, mas em quantos dias? Qual a definição de rápido para você?).
• “O ar condicionado do carro de vocês é uma porcaria, ele demora 1 ano para esfriar! Eu
moro no Rio de Janeiro, aqui faz muito calor! Meu amigo tem o carro da concorrência e ele
gela rapidinho” (Maravilha, mas quantos graus lá fora é calor? Quantos graus é confortável?
O que é “rapidinho” em minutos?).
Notem que, as perguntas “inteligentes” seguem uma lógica: elas devem induzir os clientes a
serem específicos, identificar suas vontades em requerimentos mensuráveis (em uma escala
definida) e dizerem o que é “aceitável” e o que é “inaceitável”. A óptica pela qual induzimos o
cliente também é muito importante. Devemos induzi-lo a pensar na sua necessidade, e não na
solução que ele gostaria. Um exemplo disso é a célebre frase de Henry Ford, sobre a invenção
do carro: “Se eu perguntasse ao meu cliente o que ele queria, iria me responder que precisava
de um cavalo mais rápido”.
É papel do agente de melhoria, direcionar a conversa com o cliente de maneira a extrair as
informações necessárias. Alinhar, claramente com o cliente o objetivo da reunião, explicando
calmamente todo o esforço de melhoria, é uma ótima maneira de coletar as informações de
maneira eficiente. A ferramenta da árvore CTC (critical to customer) ajuda muito nessas
situações. Vamos conhecê-la melhor...
A árvore CTC
Variável (Y2)
Produto/Serviço
Direcionador 2 Definição/forma de medir
com Qualidade Especificação (*)
Variável (Y2)
Direcionador 3 Definição/forma de medir
Especificação (*)
Geral Específico
A árvore CTC, ou CTQ é um diagrama que nos ajuda a extrair indicadores dos clientes, a partir
de suas percepções abstratas. Ela tem, basicamente, 4 níveis:
• Formular o problema: o que estamos analisando? Podemos estar, por exemplo, querendo
ver a qualidade do nosso processo de faturamento, ou então a qualidade de um carro que
produzimos.
• Por fim, definimos os indicadores para as variáveis. Cada variável poderá ter um ou mais
indicadores, dependendo da situação. Em nosso exemplo, a variável “tempo de entrega”
pode ter dois indicadores: tempo médio de entrega das faturas e % de faturas não
conformes. Eles nos dão informações diferentes.
Esta árvore é uma ferramenta maravilhosa na tradução das necessidades de clientes (tanto
internos quanto externos). Veja como fica o exemplo completo do projeto de faturas:
A árvore CTC
Tempo (dias)
- Tempo par enviar a fatura (dias)
Tempo Menos que 2 dias
- % de faturas enviadas fora do prazo
úteis
Fatura
Controle - % de faturas registradas
registrada(Y/N)
:
O SIPOC
Direcionamento
Fornecedores
Clientes
Produção
Saídas
Entradas
Suporte
Uma das grandes contribuições de Deming para a administração de empresas foi abrir os olhos
dos gestores para a visão sistêmica. Parte de ter visão sistêmica é poder enxergar a empresa
como um sistema, que transforma entradas em saídas, por meio de processos: uma sequência
de atividades bem definidas. Estes processos também têm suas entradas e saídas, que muitas
vezes são esquecidas.
Analisar os processos sob esta ótica é uma atividade muito importante no Define. Ao fazer
isso, percebemos qual necessidade é atendida por meio daquele processo. Cuidado para não
ficarem apaixonados pela maneira com que as atividades estão sequenciadas (o que pode ser
considerado um erro ao elaborarmos fluxogramas ou estudarmos processos).
Existe uma ferramenta, chamada de SIPOC, que nos permite enxergar o processo exatamente
desta maneira. Vamos ver como preenchê-la.
O SIPOC
FORNECEDORES
CLIENTES
Entradas Processo Saídas
Passos do Processo
SIPOC é um anagrama onde cada letra representa uma palavra da língua inglesa: S (Supplier,
ou fornecedor), I (Inputs, ou entradas), P (Process, ou processos), O (Outputs, ou saídas), C
(Customers, ou clientes).
Após definir as saídas e os clientes, devemos fazer o mesmo para as entradas e seus
fornecedores. O que entra em nosso processo para produzirmos nossas saídas? Entram
instruções de trabalho? Entram matérias-primas? Informações? Quem nos fornece essas
entradas? Como elas são? Para se produzir as saídas, são necessárias algumas informações que
não chegam? Onde elas são obtidas?
Notem que ao fazer isso, estamos começando a mapear o processo que estamos analisando.
Mais para frente, iremos destacar como usar essa ferramenta para se mapear com perfeição
qualquer tipo de processo.
Vamos praticar?
Exercício!
In two or three columns
Um exame de sangue
Requisição
Álcool
Outros materiais
Passos do Processo
Segue um pequeno exemplo de como funciona o processo de coleta de sangue. A saída mais
importante do processo é o resultado do exame de sangue, que é consumido pelo médico (ou
pelo paciente, caso esse seja curioso e tenha um computador com acesso ao Google...). A saída
não é o sangue. Aliás, esse nem aparece no SIPOC. Ele surge e é consumido inteiramente
dentro do processo, portanto não é uma entrada nem uma saída.
Notem também que o processo pode não ser realizado da mesma maneira de um laboratório
para outro. Por exemplo, a atividade de “preparar o paciente” pode ser realizada das mais
diversas maneiras, seguindo os mais diversos procedimentos.
Por que usar o SIPOC no Define?
◉ Entendimento macro do
processo
Lembrem-se: no Define discutimos e discutimos para sair com um foco claro para atacarmos
com nosso projeto de melhoria. Temos que: entender as visões de cada uma das pessoas e
bolar um indicador que nos balize durante o resto do projeto de melhoria. O SIPOC é útil para
se conseguir fazer as duas coisas!
Quando utilizamos o SIPOC, começamos a analisar o nosso problema de uma forma útil para a
melhoria. Começamos a entender com muita clareza onde está inserido o processo que
queremos analisar, pois entendemos seu início, término e quais são os seus limites. Além
disso, temos declaradas todas as etapas do processo. Podemos então, com a ajuda do resto do
time de melhoria, analisar criticamente as etapas propostas, tentando identificar nas
discussões os direcionadores críticos para a qualidade.
O SIPOC também permite identificar pontos para a coleta de dados. Podemos pensar em
indicadores diversos para as saídas, para as entradas e para cada etapa do processo. Por
exemplo: como medir se a saída está com qualidade? Quanto tempo demora toda a etapa de
processamento? Quanto de rejeito esta etapa está gerando? Quanto se aproveita de cada
entrada? Todas estas perguntas, elementares a se observar um SIPOC, podem levar a
indicadores bastante úteis em projetos de melhoria.
Por fim, essa visão segmentada e clara do processo ajuda-nos a enxergar possíveis mudanças
no processo. Temos alguma entrada que não precisamos? Deixamos de ter alguma entrada
que precisamos? Na etapa “preparação do paciente”, qual é o procedimento que estamos
seguindo? Podemos fazer melhor?
Essas técnicas de aperfeiçoamento das atividades serão discutidas com mais profundidade na
etapa do Analyze.
O Contrato de Melhoria
O Contrato de Melhoria
Além disso, é usual em projetos de melhoria se descrever de maneira sucinta o incômodo a ser
tratado, antes de definirmos os objetivos. A descrição do incomodo ajuda a contextualizar o
esforço de melhoria e a definir a abordagem mais adequada ao projeto (lembre-se do exercício
que fizemos nas aulas anteriores, que dizia do departamento de compras).
O contrato é útil, pois ele nos ajuda a estabelecer papeis e responsabilidades, além de deixar a
equipe focada no objetivo. Sempre que a equipe começa a divergir do que foi acordado, é
comum o líder do projeto lançar mão do contrato para chamar a atenção do time para os
objetivos iniciais.
◉ O escopo muda;
◉ A equipe muda;
◉ Os recursos mudam;
◉ Eventos externos “ acontecem” .
O contrato é apenas uma fotografia de como estão às coisas no início do projeto. Obviamente,
muito pode mudar. O contrato deve então ser revisto de maneira a incluir estas mudanças.
As mudanças vão acontecer de maneira natural. Às vezes, mesmo após todas as discussões do
Define, achamos que o problema está em um lugar e quando começamos as medições iniciais,
tudo muda. O escopo é geralmente um caso clássico desse tipo de mudança.
Lembro-me bem de um projeto característico: o diretor de uma empresa nos contratou para
rever um de seus processos administrativos. A empresa tinha filiais em várias cidades
brasileiras e o diretor ficava em uma delas. Ele nos disse: “o processo aqui na filial X é muito
lento! Eu vejo uma série de desperdícios e não vejo solução para eles. Na cidade Y, o mesmo
processo acontece de maneira muito mais rápida, muito mais eficiente! Eu gostaria de estudar
as boas práticas de Y para que possamos implantar aqui.” O contrato então, foi desenhado
para ser um projeto de benchmark interno, em que estudaríamos as boas práticas em Y para
aplica-las em X, de maneira melhorada. Acontece que nunca havia sido feita uma medição fiel
do tempo destes processos. Quando fizemos isso, uma surpresa: o processo na cidade X era
realizado em um quinto do tempo que demorava na cidade Y (que o Diretor achava ser
adequado). Neste caso, reavaliamos todo o projeto, e começamos a procurar melhorias para
ambas as filiais.
A moral dessa história é justamente a de que podemos nos enganar no momento em que
fazemos as definições do contrato. Rever o contrato não é vergonha nenhuma.
Nome do projeto:
Integrantes:
Patrocinador:
3. Restrições
4. Cronograma
O modelo de contrato pode variar de lugar para lugar ou de equipe para equipe. Nesta
apostila, faremos um exercício extenso em que apresentaremos uma proposta de contrato.
Entretanto, alguns pontos são muito importantes e devem estar presentes:
Exemplo
Exemplo
“Reduzir as perdas na pintura devido à batida irá diminuir a carga de trabalho e aumentar a
produtividade.”
“Reduzir esta perda fará com que o cliente receba a sua encomenda mais rápido e de maneira
integral.”
Exemplo
Objetivo:
“Reduzir as perdas na pintura por batidas de 30% para menos de 1% até o mês que vem.”
• Como saberemos que a mudança é uma melhoria? Nesta parte, identificamos todos os
indicadores e contra indicadores que queremos trabalhar, bem como colocamos uma
meta para a sua redução. Sim, sabemos que colocar metas é um assunto polêmico, por
isso ele será discutido mais a frente nessa apostila.
• Cronograma. Por fim, colocamos uma sequência lógica no tempo do que vamos
trabalhar. No cronograma, podemos relacionar as próximas atividades com as etapas do
roteiro DMAIC, por exemplo: na primeira semana, iremos fazer a definição das metas, na
segunda semana, iremos medir o processo, e assim por diante.
Atribuição de metas
Quando alguém não consegue bater a meta “jogando limpo”, começam a acontecer algumas
cosias:
• As pessoas podem distorcer os dados (colocar uns zeros a mais na planilha do Excel);
• Distorcer o sistema de medição (colocar aquela “balança viciada” para parecer mais
magro);
• Distorcer o sistema como um todo (como o vendedor que, para vender mais, começa a dar
descontos em excesso).
Apesar destes problemas, nós na FM2S acreditamos em metas numéricas. Algumas das
mentes mais competentes e ambiciosas, inclusive, só se motivam através da atribuição de
metas numéricas bem definidas. Por isso, temos algumas dicas que podem ser úteis:
Metas devem ser SMART, ou seja: específicas (ligadas a um indicador), mensuráveis (é preciso
saber exatamente como ela será avaliada), possíveis (metas muito fantasiosas desmotivam a
equipe), relevantes (ou seja, devemos entender a variação do indicador para atribuir a meta) e
adequadas ao tempo do projeto (Time-bound).
Outra coisa que vale a pena ser dita sobre metas é que, como gestores, nunca devemos dar
uma meta para uma pessoa, sem dar-lhe o método para alcança-la. Isso é uma grande
crueldade. Devemos priorizar a dedicação da pessoa e a sua conformidade em relação ao
processo, ao invés de meramente os resultados obtidos. Como dizem na Toyota: é melhor (e
mais fácil) ter um processo brilhante do que pessoas brilhantes.
Como saber o método para chegar até a meta? Essa é uma pergunta complicada com uma
resposta simples: benchmarking. Procure conhecer outras empresas que bateram metas
similares às suas. O que eles fizeram? Qual foi a estratégia adotada? Como eles programaram
as mudanças? Entenda o que já aconteceu e trace seu caminho até a sua meta, sempre
utilizando as técnicas de geração de conhecimento específico para que o seu caminho seja
mais suave que o da empresa consultada.
De maneira geral, não use metas para implantar a cultura da cenoura e do chicote. Se uma
meta não for batida, não procure culpados, procure erros no processo.
Estudo de columns
In two or three caso!
7. É possível dizer que houve integração entre os responsáveis pelo serviço? Justifique
brevemente.
8. Você concorda que houve uma melhoria no serviço? Qual ferramenta permitiu
concluir que a mudança foi uma melhoria?
Essa organização possuía oito centros de coleta de plasma. Nestes centros, um biomédico
extrai sangue dos doadores, retirando de setecentos a oitocentos gramas de plasma líquido. O
principal objetivo do coletor de plasma era minimizar o trauma no tecido da pele e maximizar
o montante de sangue coletado. O principal problema acontecia em pacientes com veias
inadequadas, o que ocasionava a retirada de uma quantidade menor do que 700 gramas de
plasma, resultando na chamada parcial. Uma vez que uma tentativa tinha sido feita para
puncionar um doador, a pessoa era paga mesmo se o resultado fosse uma parcial.
Dados sobre reclamações foram coletados nos oito centros. Esses dados indicavam que a
maioria das reclamações vinha de novos doadores. As principais reclamações eram
relacionadas ao tempo de espera e problemas com a extração de sangue. Um time foi formado
em um dos centros para explorar como eliminar os problemas de qualidade no processo de
coleta de plasma sanguíneo. O foco foi na redução de parciais.
15.0
12.5
N reclam.
10.0
7.5
5.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Dia
15.0
12.5
N parciais
10.0
7.5
5.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Dia
Sim
Não Sim Não
Doador Veias Saúde Doador Veias
rejeitado OK? OK? rejeitado OK?
Não Sim
Doador Plasma é
rejeitado extraido do
doador
2. Uma avaliação médica, pelo próprio médico, era realizada sobre todos os novos
doadores. Frequentemente havia uma demora em ver o médico.
O novo fluxograma é mostrado na Figura 8.2. A maior mudança foi conseguir que o médico, o
biomédico e outros funcionários no centro trabalhassem juntos. Um grupo de biomédicos
experientes também foi selecionado para fazer as inspeções nas veias usando procedimentos
documentados. Estes biomédicos usavam pagers para que eles pudessem responder
rapidamente. O time usou vários ciclos para testar e implementar as mudanças.
Ciclo 5: testar as mudanças no processo de seleção de novos doadores.
Planejar
Objetivo: estar mudanças no processo de seleção de novos doadores.
Questões e predições:
Q1: As mudanças nos procedimentos para verificação de novos doadores com veias adequadas
reduzirão o número de parciais?
P1: Sim, as mudanças devem quase eliminar parciais porque a maioria das parciais origina-se
quando o puncionamento das veias é tentado sobre pessoas com veias inadequadas. A
ocorrência de tais tentativas deve diminuir porque as mudanças permitirão que o médico, o
biomédico e outros funcionários no centro trabalhem juntos para avaliar os pacientes
adequadamente.
Q2: As mudanças nos procedimentos para verificação de novos doadores com veias adequadas
diminuirão o número de reclamações de clientes?
P2: Sim, o montante do desconforto dos pacientes e o tempo de espera serão reduzidos.
Fazer
Os dados coletados estão apresentados na tabela abaixo. Nenhum problema foi encontrado
enquanto os dados estavam sendo coletados.
12
10
N reclam.
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Index
12
10
N parciais
0
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Index
Estudar
Analise os dados. O que foi aprendido? Qual a resposta para as questões do Planejar?
Agir
O novo fluxograma será parte do livro de procedimentos e políticas.
No próximo ciclo, o processo será testado em outro centro. Os centros restantes serão
informados dos progressos dos testes.
3. Se inspeção é utilizada, ela deve ser feita antes da restrição. A capacidade de um sistema é
determinada pela capacidade da restrição. Portanto, os recursos da restrição não devem ser
usados para trabalhar sobre alguma coisa que será rejeitada mais tarde no processo. A
restrição neste processo era a avaliação médica feita pelo próprio médico. No processo
original, alguns doadores eram rejeitados depois que a avaliação era feita. Com o biomédico
verificando as veias dos doadores antes da avaliação médica, permitiu-se que os doadores
fossem rejeitados antes de alcançar a restrição.
4. Coletar dados sobre indicadores é uma boa forma de aprender sobre o processo. Neste
estudo, dados foram coletado antes e depois das mudanças. A informação sobre a variação e a
média do processo antes e depois das mudanças permite separar impacto de variação e
aumentar a convicção de que as mudanças efetuadas causaram impacto positivo sobre os
indicadores.
5. Ciclos devem ser usados para implementar mudanças bem sucedidas. Não é suficiente que
melhorias apareçam durante o teste da mudança. Melhorias devem ser mantidas. Para que
isso aconteça, a mudança deve ser implementada. Neste estudo de caso, documentação,
treinamento e monitoramento das mudanças foram conduzidas durante o ciclo de
implementação.
CONTRATO DO PROJETO
1. O que queremos realizar?
Objetivo do projeto:
(Indicadores devem estar diretamente conectados aos objetivos – para cada objetivo pelo
menos um indicador).
S I P O C
Outras ferramentas úteis para o Define
O que vem da gestão de projetos que pode nos ajudar a organizar nossas
ideias e nossos projetos de melhoria?
Matriz de
In two Stakeholders
or three columns
Participantes Chaves
Nível de compromisso P1 P2 P3 P4
Atual Desejado
Uma das atividades mais importantes em qualquer projeto é gerir a expectativa dos
envolvidos. Uma ferramenta que nos ajuda a fazer isso é a Matriz de Stakeholders.
Diversas pessoas podem ter interesse em nosso projeto de melhoria e, certamente, cada uma
irá se relacionar com ele de uma maneira. Entre alguns envolvidos clássicos temos: o dono do
processo no qual estamos trabalhando (gerentes, etc.); o patrocinador; os clientes; os
operadores do processo, etc. Cada um tem um nível de apoio, que pode variar desde um
“apoio entusiástico” até uma “hostilidade declarada”. Muitas vezes, caso não tenhamos o
apoio necessário, o projeto não sai do lugar.
A Matriz de Stakeholders nos ajuda a fazer isso. O seu preenchimento é muito fácil:
• Marcamos como eles estão atualmente com relação ao projeto (de hostil a entusiasmado,
conforme é apresentado no slide);
• Marcamos como eles precisam estar para que o projeto aconteça em sua plenitude;
• Colocamos uma seta para ilustrar o caminho;
Notem que, a grande mágica não está na planilha em si, mas sim nas setas. Saber qual
estratégia usar para o convencimento das pessoas é a parte mais difícil e trabalhosa deste
planejamento.
Matriz deorcomunicações
In two three columns
Projeto:
Data:
Equipe:
A Matriz de comunicação é uma ferramenta que deixa claro quem irá comunicar o que e
quando. Ela, portanto formaliza os eventos de comunicação dentro do projeto. Também
podemos colocar como será feita a comunicação e por quê.
• Plano de implantação;
• Divulgação de resultados para o cliente;
• Etc.
Coletar dados
qualitativos
Agrupar
dados afins
Nomear os
agrupamentos
Na fase do Define, em geral realizamos uma série de atividades de brainstorming, que nos
gera uma grande quantidade de dados verbais, geralmente pouco estruturados. Agrupar esses
dados verbais por afinidades nos permite entender melhor o que acontece e nos ajuda a traçar
um plano de mudanças para cada afinidade. Fazer esse agrupamento significa preencher um
Diagrama de Afinidades.
Esses dados podem ser originados de uma variedade de fontes incluindo brainstorm, feedback
do cliente, análise de reclamações, problemas de produção e etc.
Benefícios:
• Ajuda a superar a imobilidade da equipe, que pode ser gerada pela quantidade
excessiva de dados e pela inexistência de consenso;
Como fazer?
Preparação
• Um facilitador para a equipe; (essa ferramenta é mais útil quando for utilizada em
grupo)
1. Identifique a questão:
• Dicas:
2. Faça um brainstorm:
• Dicas:
3. Agrupe os resultados.
Dicas:
Analise os dados:
Dicas:
Avaliação do sucesso:
Para medir o sucesso quanto à utilização desta ferramenta, reveja as seguintes perguntas:
• Os membros conseguem definir com facilidade qual é o tema comum que relaciona
os itens em cada categoria?