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Ano 10 | número 2180 | Maputo, Terça-Feira 3 de Abril de 2018

Director: Fernando Veloso | Editor: Matias Guente | Propriedade da Canal i, lda
Sede: Bairro Central, Av. Maguiguana, n.º 1049 | Casa n.º 65000 R/C | Registo: 18/GABINFO-DEC/2009
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“Caso Salema” e a mesma ladainha de sempre

“Estamos a trabalhar e ainda não há pistas”

Maputo (Canalmoz) – Uma se- do próprio trabalho que o Ser- foi socorrido por alguns cida-
mana depois do rapto e tortura viço Nacional de Investigação dãos, tendo sido levado para o
de Ericino de Salema, jornalista Criminal está a levar a cabo “Hospital Privado” de Maputo,
e jurista, a Polícia da Repúbli- neste momento. São detalhes onde se encontra internado.
ca de Moçambique diz que não de investigação que não pode- Ericino de Salema estava
tem qualquer informação sobre mos aqui referir”, disse, ontem, a ser vítima de várias amea-
os autores morais e materiais à imprensa, Orlando Muduma- ças devido ao teor dos seus
do crime, que aconteceu em ne, porta-voz da Polícia no Co- comentários no programa
pela luz dia, numa zona mo- mando da cidade de Maputo. “Pontos de Vista”, da STV.
vimentada da capital moçam- Foi assim com Gilles Cistac, Ericino de Salema foi assun-
bicana, a cidade de Maputo. com Jaime Macuane, com Jere- to nos últimos dias ao ter cri-
Tudo indica que a Polícia não mias Pondeca, com Manuel Bis- ticado abertamente o com-
fez rigorosamente nada para sopo, e com tantos outros. Até portamento desviante de

Capital
CAPITAL
poder ter a verdade sobre o hoje, a Polícia “está a trabalhar”. Florindo Nyusi, filho de Filipe
Av. do Bagamoyo, n.⁰ 611, 1.⁰ Andar Direito - Beira

sucedido. Há pessoas que já Ericino de Salema foi raptado Nyusi, Presidente da República.
deviam ter sido ouvidas pela por volta das 13h50 na Av. 24 CAPITAL
Florindo Nyusi que tem an-
Polícia, mas ainda não foram de Julho, numa zona muito mo-
Av. do Bagamoyo, n.⁰ 611, 1.⁰ Andar Direito - Beira
dado a violar regras de trânsi-
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ouvidas. Há muita gente pró- vimentada, onde estão situados to com os seus carros de luxo
xima de Ericino de Salema que o Ministério da Educação e o e sem chapas de matrícula.
indicou que este sofria amea- Ministério da Cultura, na cida-
ças, mas, até aqui, a Polícia de de Maputo. O jornalista saía Capital Depois do rapto, a única in-
formação divulgada pela Po-
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não fez nada, o que pode de- de um restaurante, no Sindicato lícia foi a de que
CAPITAL Ericino de
CAPITAL
nunciar falta de interesse em Nacional de Jornalistas, onde
Av. do Bagamoyo, n.⁰ 611, 1.⁰ Andar Direito - Beira Salema foi raptado por dois

tal
CAPITALFoi bru-
investigar e trazer a verdade. havia ido almoçar.
Av. do Bagamoyo, n.⁰ 611, 1.⁰ Andar Direito - Beira indivíduos que se deslocavam
“O caso está em investigação talmente espancado e depois numa viatura da marca “Toyo-
e, neste momento, não há nada abandonado na zona de Mon-
CAPITAL
que se possa dizer para o bem tanhane, em Marracuene, onde Capital
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ta Cami”, sem matrícula. (An-
dré Mulungo e Cláudio Saúte)
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Fórum de Monitoria do Orçamento exige

esclarecimento sobre o rapto de Ericino de Salema
Maputo (Canalmoz) – O Fórum
de Monitoria do Orçamento emi-
tiu uma nota de repúdio às acções
maléficas contra o Ericino de Sa-
lema, apontando as instituições
de administração da Justiça como
inoperantes no esclarecimento
de crimes de motivação política.
Na sua nota de repúdio, o Fórum
de Monitoria do Orçamento diz
que a demora no esclarecimento
de crimes de motivação política
e de atentado à vida de forma-
dores de opinião pública induz a
percepção colectiva de falência
e falta de confiança nas institui-
ções do Estado e a percepção da
sua incapacidade de garantir a se-
gurança como um bem comum.
O Fórum de Monitoria do Orça-
mento diz ainda que convida as
instituições da administração da
Justiça a colocarem em prática o
seu mandato, procedendo a uma
investigação célere, para que os
culpados sejam identificados, jul-
gados e punidos em conformida-
de com as leis vigentes no país.
Por seu turno, a organização
“Programa de Acções para uma Go-
vernação Inclusiva e Responsável”
(“AGIR”) considera que o ataque
a Ericino de Salema constitui uma
acção de violação da liberdade de
imprensa e de expressão, liberda-
des que Ericino de Salema tem de-
fendido, e tem lutado para que se-
jam respeitadas em Moçambique.
‘Nós acreditamos que não
existe democracia sem liber-
dade de expressão. Não existe
paz sem liberdade de expres-
são. Não existe desenvolvimen-
to sem liberdade de expressão.
Não existe estado de direito sem
liberdade de expressão’, diz a
“AGIR”, na sua nota de repúdio.
Ericino de Salema, na passada
terça-feira, 17 de Março foi rapta-
do e foi posteriormente abandona-
do algures em Marracuene, depois
de torturas físicas e psicológicas.
Uma semana depois do aconteci-
mento a Polícia diz que não tem
pistas, mas continua a investigar.
Ericino de Salema continua inter-
nado num hospital, na cidade de
Maputo, a receber cuidados médi-
cos. Várias entidades nacionais e es-
trangeiras já repudiaram este acto.
Esta não é a primeira vez que, em
Moçambique, um analista político
é torturado. (Eugénio da Câmara)

Em 2017

Naufrágios mataram 155 pessoas

Na maior parte dos casos foi por falta de meios de salvação.
Maputo (Canalmoz) – No ano pas- visto que, em 2016, houve 64 naufrá- Para alterar esse cenário, o Institu-
sado, 155 pessoas perderam a vida gios, que causaram 208 mortes e 20 to Nacional da Marinha vai entregar
em consequência de 58 naufrágios desaparecidos, o quadro é bastante meios circulantes marítimos e terres-
registados pelas autoridades maríti- preocupante, até porque, na maior tres às Administrações marítimas de
mas. Um número de 77 pessoas é parte dos casos, as pessoas morre- todo o país, com vista à melhoria das
dado como desaparecido. Apesar ram simplesmente porque faltaram condições de busca e salvamento.
de haver uma redução nos números, mecanismos de salvação imediata. A entrega será feita de forma gradual
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e em função das necessidades especí-
ficas de cada local. Neste ano, serão
contempladas as Administrações ma-
rítimas de Gaza, Ilha de Moçambique,
Nacala, Angoche, Inhambane, a Albu-
feira de Cahora Bassa e o Lago Niassa.
Esta informação foi revelada
pelo ministro dos Transportes e
Comunicações, Carlos Mesquita,
na cerimónia de abertura da Reu-
nião Nacional de Planificação do
Instituto Nacional da Marinha,
que decorreu na segunda-feira, 2
de Abril, na cidade de Maputo.
Na sua intervenção, Carlos Mes-
quita exortou os gestores do INA-
MAR para – na planificação, capa-
citação e organização – adequarem
a postura da instituição às novas
exigências do crescimento da ac-
tividade marítima e do desenvol-
vimento da indústria de recursos
minerais e de hidrocarbonetos.
“O novo contexto exige recursos
humanos e materiais em condições
afectos ao INAMAR, para participa-
rem activamente na promoção de
boas práticas, para que o transpor-
te marítimo ocorra num ambiente
seguro e livre da poluição”, disse o
ministro e acrescentou que estão s
ser envidados esforços para capa-
citar os técnicos do INAMAR e das
instituições afins em questões de
segurança, protecção e prevenção
da poluição por hidrocarbonetos.
“Os esforços do Governo visando
a criação de um ambiente atrac-
tivo para o desenvolvimento do
transporte marítimo no país deve-
rão ser complementados por uma
planificação correcta e criteriosa,
por parte do INAMAR, que permi-
ta dotar a instituição de quadros
especializados para intervir com
propriedade nas diversas frentes
no âmbito da regulação da ma-
rinha”, afirmou Carlos Mesquita.
Ainda no que respeita à melhoria
da capacidade de intervenção do
INAMAR, Moçambique tem estado
a aderir e a implementar conven-
ções internacionais, para munir a
área marítima de métodos de ins-
pecção, fiscalização, prevenção
e combate à poluição marinha e
costeira visando a atracção de mais
navios de carga e de passageiros.
É neste sentido que, no âmbito do
combate ao terrorismo nos portos,
“o Governo regulamentou o Código
Internacional de Protecção de Na-
vios e Instalações Portuárias (ISPS
CODE), um documento que contém
medidas conjuntas entre o Governo
e os gestores portuários para o in-
cremento da segurança e do cum-
primento de padrões internacio-
nais” nos portos do país. (Redacção)

Acordo de partilha de energia

O Malawi vai investir trezentos mil dólares

para usar energia de Moçambique
O valor vai servir para a construção de uma estação móvel do lado moçambicano,
para transportar 10 megawatts de energia para o Malawi.

Ainda não se sabe quanto é que o Malawi vai pagar ao Estado pelo consumo da energia.

Maputo (Canalmoz) – Moçambi-
que tem disponíveis 10 megawatts
de energia para fornecer ao Ma-
lawi. A informação foi divulgada,
ontem, em Maputo, pelo ministro
dos Negócios Estrangeiros e Coo-
peração de Moçambique, José Pa-
checo, no final de um encontro
que manteve com o seu homólogo
do Malawi, Emmanuel Fabiano.
“Existe disponibilidade para o Ma-
lawi de 10 megawatts de energia,
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de imediato, que pode ser trans-
mitida já para o Malawi a partir de
Mandimba. As duas companhias de
electricidade estão a trabalhar para
viabilizar este projecto o mais rapi-
damente possível. Tudo indica que
que, ao longo deste ano, vamos con-
cluir este projecto”, disse o ministro
moçambicano dos Negócios Estran-
geiros e Cooperação, José Pacheco.
“A região da SADC tem fontes de
energia em que cada país da região
está conectado. O Malawi ainda não
está conectado. E gostaríamos de es-
tar conectados”, disse o ministro dos
Negócios Estrangeiros e Coopera-
ção do Malawi, Emmanuel Fabiano.
Para usar a energia de Moçambi-
que, o Malawi deve pagar 300.000
dólares para a construção de uma es-
tação móvel do lado moçambicano.
“O Malawi está numa situa-
ção de emergência, em termos de
energia. Para podermos ajudar de
imediato o Malawi, precisamos de
trezentos mil dólares para instalar-
mos uma estação móvel do lado
Acidentes e roubos durante a Semana Santa
Maputo (Canalmoz) – Um óbito,
sete feridos e catorze roubos em es-
tabelecimentos comerciais e resi-
dências é o balanço das ocorrências
registadas pela Polícia na cidade de
Maputo durante a semana de Páscoa.
Os dados foram divulgados, ontem,
em conferência de imprensa, pelo
porta-voz da Polícia no Comando
da cidade de Maputo, Orlando Mu-
canalipdfs@gmail.com ou graficocanalmoz@gmail.com
Telefone: (+258) 82 36 72 025| (+258) 82 30 53 185 | (+258) 84 31 35 996
moçambicano”, disse Alberto Au-
gusto, director para África e Médio
Oriente, no Ministério dos Negó-
cios Estrangeiros de Moçambique.
Na ocasião, Alberto Augusto ex-
plicou que os 10 megawatts são
para serem usados a curto prazo.
A médio e longo prazo, há vários
projectos em carteira, nomeada-
mente, o uso do carvão de Tete e
o uso do gás de Cabo Delgado.
“Olhamos para outras fontes de
produção de energia. Existe a pos-
sibilidade do uso do carvão de Tete,
numa operação que, em princípio,
será tripartida entre Moçambique, o
Malawi e a Zâmbia, para gerarmos
energia a partir de carvão para os três
países e para os países da região”,
afirmou José Pacheco e acrescen-
tou que os técnicos estão a traba-
lhar neste projecto de médio prazo.
“Até 2020, a nossa capacidade
na região, de produção de energia
a partir de Inhambane vai aumen-
tar, o que cria a oportunidade para
Na cidade de Maputo
dumane, que informou que o óbito
foi causado por um atropelamento.
A vítima foi um jovem de 17 anos.
O automobilista pôs-se em fuga.
Ainda segundo Orlando Muduma-
ne, no mesmo período a Polícia de-
senvolveu as seguintes actividades:
fiscalizou 1378 viaturas, apreendeu
27 viaturas, por apresentarem diversas
irregularidades, aplicou 139 multas,
Anuncie no
Contacte-nos:
disponibilidade de energia para
o Malawi e para a região. E olha-
mos a longo prazo para os hidro-
carbonetos do Norte, em Palma,
que poderão trazer os níveis de
produção de energia mais susten-
táveis para tornarmos realidade o
projecto africano de industrializar-
mos África”, afirmou o ministro.
Sobre o plano de longo prazo, José
Pacheco disse que estão criadas as
condições para que o Malawi e Mo-
çambique possam estabelecer par-
cerias público-privadas ou parcerias
privadas, para a produção e trans-
missão de energia mais sustentável.
Os dois países têm interesse em
cooperar na área dos transportes.
“O desafio é como relançarmos o
Corredor da Beira, mais concreta-
mente a linha férrea de Sena, para
que possa beneficiar directamente o
Malawi. Mas também temos o Cor-
redor de Nacala. Falámos do porto
de Macúzi, que pode ser alternati-
va para a saída de recursos”, disse
José Pacheco. (André Mulungo)
apreendeu 79 cartas de condução no
conjunto de 319 automobilistas que
foram submetidos ao teste de álcool.
“Durante a semana da Páscoa, a
Polícia registou catorze furtos qua-
lificados, em estabelecimentos co-
merciais e residências, de onde os
malfeitores roubaram televisores,
telemóveis e viaturas”, disse Or-
lando Mudumane. (Cládio Saúte)
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