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XXI Semana de História

Usos públicos e políticos da história


e o papel do historiador

CADERNO DE PROGRAMAÇÃO
E RESUMOS

Universidade Estadual Paulista


“Júlio de Mesquita Filho”
Campus de Franca
2017
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Apresentação

O Departamento de História da Universidade Estadual


Paulista (UNESP – Campus de Franca) realizará entre 16 e 19 de
outubro de 2017 a XXI Semana de História com o tema: “Usos
públicos e políticos da história e o papel do historiador”. O
objetivo mais geral dessa escolha temática é fomentar a
discussão em torno dos modos de pensar e fazer história na
atualidade.
O evento propõe debater: Quais relações
estabelecemos com a experiência passada? Qual a utilidade
da história? É possível aprender com a história? Quais os
possíveis usos políticos e públicos do passado e da história na
contemporaneidade? Qual o papel do testemunho? O que é
o direito à memória e à história? Como estabelecer uma
verdade histórica? Essas perguntas nos localizam teoricamente
em um quadro epistemológico que busca desnaturalizar
conceitos e problematizar as apreensões de mundo partilhadas
pela coletividade, bem como nos situam em um presente
marcado por uma busca incessante pela “preservação” e
“reavaliação” do passado.
Motivados pelas questões acima, os organizadores da
XXI Semana de História pretendem promover um espaço de
discussão e diálogo em torno das noções de escrita da história,
usos públicos e políticos da história, testemunho e memória.

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Sumário

Cronograma de atividades ........................................ 04

Súmula da programação ........................................... 05

Programa detalhado ................................................... 08


1. Conferências .......................................................08
2. Mesas .................................................................... 09
3. Minicursos ............................................................. 12
4. Simpósios Temáticos ........................................... 24
5. Resumos de comunicações.............................. 36

Cronograma de apresentações em STs .................... 99

Índice de autores........................................................ 100

Organização e Apoio ................................................ 101

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Cronograma de atividades

Segunda-Feira Terça- Quarta- Quinta-Feira


Feira Feira
(16/10) (18/10) (19/10)
(17/10)
8h às Credenciamento
11h e entrega de
materiais

9h30 Minicursos Minicursos Minicursos Minicursos


às
12h

14h Simpósios Simpósios Simpósios


às Temáticos Temáticos Temáticos
17h

15h30 Coffee Coffee Coffee


às Break Break Break
16h
Lançamento
de livros

19h30 Abertura do
Evento

19h45 Conferência Mesa Mesa Conferência


às de Abertura Redonda Redonda de
23h Encerramento

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Súmula da programação

16.10

8h às 11h Credenciamento e entrega de material


Local: Hall de entrada do bloco 1

9h30 às 12h Minicursos

1. Fontes históricas na sala de aula e a construção da


consciência histórica.
Prof. Dr. Ronaldo Cardoso Alves (UNESP/ Assis)
Local: Anfiteatro da Biblioteca

2. História Intelectual, percursos pessoais e “escritas de si”.


Profª Drª Daiane Vaiz Machado (Universidade Federal da
Fronteira Sul – UFFS)
Local: Sala 12 – Relações Internacionais (1º ano)

3. Tratamento de acervos arquivísticos: a teoria e a


prática.
Prof. Ms. Renato Crivelli Duarte (Arquivista do CEDAP-
UNESP/ Assis)
Local: Sala 13 – Relações Internacionais (2º ano)

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19h30 Abertura do Evento

19h45 Conferência de Abertura:

As esquerdas e o uso do passado no Brasil e na França


(2016-2017)

Prof.ª Drª Armelle Enders (Université Paris 8-Vincennes-


Saint-Denis / Institut d’Histoire du Temps Présent – França).

Coordenadora: Prof.ª Drª. Karina Anhezini.


Local: Anfiteatro II

17.10

9h30 às 12h Minicursos

14h às 17h Simpósios Temáticos (consultar salas na pág. 99)

19h30 Mesa Redonda: “Usos do passado e as


intervenções públicas dos historiadores”.

- Divulgação da História na Internet: uma reflexão sobre


os dez anos do Projeto Café História.
Prof. Dr. Bruno Leal Pastor de Carvalho (UFF)

- Culturas de passado e experiências de tempo.


Prof. Dr. Fernando Nicolazzi (UFRGS)

Coordenador: Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira


Local: Anfiteatro II

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18.10

9h30 às 12h Minicursos

14h às 17h Simpósios Temáticos (consultar salas na pág. 99)

16h Lançamento de livros


Local: Sala 25 – 5º ano Direito

19h30 Mesa Redonda: “Direito à história:


historiografia e patrimônio”.

- O que é o direito à história e qual o futuro da


historiografia?
Prof. Dr. Valdei Lopes de Araújo (UFOP)

- Patrimônio Cultural: Memória, História e Política


Prof. Dr. Jaelson Bitran Trindade (IPHAN)

Coordenadora: Prof.ª Drª Marisa Saenz Leme.


Local: Anfiteatro II

19.10

9h30 às 12h Minicursos

14h às 17h Simpósios Temáticos (consultar salas na pág. 99)

19h30 Conferência de Encerramento

La carga ética de la noción pragmatista de hecho


histórico.
Prof.ª Drª Verónica Tozzi (Universidad de Buenos Aires –
Argentina)
Local: Anfiteatro II
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Programa detalhado

1. Conferências

As esquerdas e o uso do passado no Brasil e na França (2016-


2017)
Prof.ª Dr.ª Armelle Enders - Université Paris 8-Vincennes-Saint-
Denis / Institut d’Histoire du Temps Présent – França.

O objetivo dessa apresentação é avaliar o uso das referências


históricas pelas esquerdas na França e no Brasil. O passado
continua sendo o melhor enredo para transformar um projeto
político em narração. Duas conjunturas serão contempladas
nesse trabalho: a do impedimento da presidente Dilma
Rousseff; a campanha eleitoral para a presidência da
República francesa de 2017.

La carga ética de la noción pragmatista de hecho histórico


Prof.ª Dr.ª Verónica Tozzi - UBA-UNTREF-CONICET

Las reflexiones de los filósofos pragmatistas clásicos, John Dewey


(1859-1952) y George Herbert Mead (1863-1931), en torno a la
naturaleza de la investigación histórica resultan hoy de suma
relevância y vigencia para lidiar con el aún presente- pasado-
reciente. Tendremos como punto de partida la crítica
pragmatista al dualismo representación-realidad y la

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consideración de la naturaleza práctica de la constitución del


contenido cognitivo de nuestras creencias científicas e
históricas. El objetivo apunta a mostrar que lo político es
intrínseco a toda consideración del pasado (sea académica o
de la esfera pública). El dictum pragmatista de William James:
qué diferencia haría en nuestra práctica (en nuestra acción
futura) si esta noción más que aquella otra fuera verdadera? no
es una reducción de verdadero a útil o conveniente sino una
advertencia de hacernos responsables de nuestras creencias.
El aporte pragmatista radical y específico de Dewey apunta a
señalar que no se trata de primero establecer la verdad de una
creencia y luego analizar qué consecuencias (usos) se pueden
extraer de aceptarla, sino que el contenido significativo o
significado mismo de una oración es práctico y moral. El caso
argentino de los 30000 desaparecidos de la última dictadura
cívico militar será un caso testigo de la vigencia de la
concepción pragmatista sobre la historia.

2. Mesas redondas

Usos do passado e as intervenções públicas dos


historiadores
Culturas de passado e experiências de tempo
Prof. Dr. Fernando Nicolazzi - Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS)

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O objetivo desta apresentação é oferecer algumas reflexões


sobre o estatuto do passado na cultura contemporânea e a
partir disso refletir sobre algumas de suas condições e
modalidades de uso. Em outras palavras, a intenção é discutir
o que poderia ser chamado por ora de culturas de passado em
sua relação íntima com certas formas de experiência do
tempo, considerando os modos de usos políticos do passado e
as intervenções públicas dos historiadores.

Divulgação da História na Internet: uma reflexão sobre os dez


anos do Projeto Café História
Prof. Dr. Bruno Leal Pastor de Carvalho - Universidade Federal
Fluminense (UFF)

Em janeiro de 2018, o portal Café História completa dez anos de


existência. O objetivo desta conferência é discutir os principais
momentos desta experiência de História Pública na internet,
visando problematizar desafios, dinâmicas, mudanças,
perspectivas e tendências no campo da divulgação científica
da história.

Direito à história: historiografia e patrimônio


O que é o direito à história e qual o futuro da historiografia?
Prof. Dr. Valdei Lopes de Araújo – Universidade Federal de Ouro
Preto (UFOP)

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Muito do debate tradicional sobre o valor do historiador e da


historiografia parece partir de problemas ligados ao valor do
conhecimento da história como realidade e representação,
sem abdicar dessa dimensão, gostaríamos de refletir sobre o
desafio contemporâneo de responder à percepção de que
“todos têm e fazem história”, inclusive no sentido das
apresentações. Nossa reflexão é um convite a repensar a
função do historiador de modo a entendê-la também, e
sobretudo, como respondendo ao direito humano de, sendo
histórico, poder ter essa condição reconhecida ao apresentar
suas próprias histórias. A historiografia poderia ampliar suas
funções tradicionais ligadas às expectativas de "aprender com
a história" a partir das apresentações privilegiadas dos
historiadores para se tornar um espaço de acolhimento,
curadoria, incentivo, apoio e amplificação das mais diversas
apresentações históricas produzidas pelos atores sociais. No
lugar de se pensar como um centro irradiador, o campo
historiográfico pode se projetar como espaço de acolhimento
e convergência da pluralidade de histórias.

Patrimônio Cultural: Memória, História e Política


Prof. Dr. Jaelson Bitran Trindade (IPHAN)

A questão patrimonial se coloca sempre em relação à


identidade e à memória, e essa relação se dá no evolver
histórico das sociedades, diante dos seus acervos – produtos e

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obras – e formas de apropriações/configurações do espaço,


dum território. O peso do político e do econômico, ou seja, das
relações e práticas sociais não pode ser eludido ou
emascarado nessas questões.

3. Minicursos

Minicurso 1: Fontes Históricas na sala de aula e a


construção de consciência histórica
Prof. Dr. Ronaldo Cardoso Alves (UNESP/Assis)

Objetivo:
O curso tem como objetivo refletir acerca do trabalho
com diferentes fontes históricas no ensino de História.
Todos os tipos de produção cultural podem ser
apropriados por professores-historiadores como fonte
para a construção do conhecimento histórico. Nesse
sentido, o curso pretende desenvolver, teórica e
metodologicamente, possibilidades de trabalho com a
diversidade tipológica documental em sala de aula
(imagética, audiovisual, sonora, escrita e da cultura
material).

Justificativa:

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O Ensino de História contemporâneo tem refletido acerca


da ação do professor-pesquisador, pois para ele não há
dissociação entre pesquisa e docência. Aos futuros e
atuais professores de História, portanto, se reserva o
desafio de desenvolver atividades que permitam aos
alunos a aprendizagem da História por meio da análise da
diversidade de fontes (escritas, imagéticas, sonoras,
audiovisuais, materiais, entre outras), pois é nessa ação
didática, mediada pela racionalidade histórica, que
reside a função de promover o embate com a produção
cultural, historicamente concebida, a fim de criar
possibilidades de reflexão. Nessa perspectiva, a
aprendizagem histórica ocorre por meio de um processo
gerador de habilidades que combina a seleção de
informações, o exercício hermenêutico e a criação de
perspectivas de orientação temporal no cotidiano vivido.
Finalmente, uma questão se coloca ao desenvolvimento
do curso: como o trabalho com fontes históricas no Ensino
de História, na perspectiva do professor-pesquisador,
possibilita a formação do pensamento histórico dos
estudantes de forma que possam, conscientemente,
enfrentar os desafios de seu tempo? Com base nesse
desafio, o curso visa desenvolver possibilidades de

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trabalho com fontes históricas em sala de aula, de forma


que tais ações didáticas possam promover maior
mobilização das operações do raciocínio histórico, por
parte dos estudantes, de forma que as representações
derivadas desse processo possam ser objeto de reflexão
constante de seus professores.

Programa:
a) A Ciência da História como meio para a construção do
conhecimento histórico dos estudantes do ensino
fundamental e médio - relações epistemológicas entre a
Didática da História e a History Education (Educação
Histórica); b) Diferentes fontes históricas para a
construção do conhecimento histórico: a aprendizagem
histórica com Sentido para a Vida; c) Ensino de História e
Imagens; d) Ensino de História e Cinema; e) Ensino de
História e Música; f) Ensino de História e Cultura Material.

Referências:
ABUD, Katia Maria. A construção de uma didática da
História: algumas ideias sobre a utilização de filmes no
ensino. História São Paulo: UNESP, v. 22, n. 1, p.183-193,
2003.

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. Registro e representação do cotidiano: a música


popular na aula de História. Caderno Cedes. Campinas,
v. 25, n. 67, p. 309-317, set./dez. 2005.
. ; SILVA, André Chaves de Melo Silva; ALVES,
Ronaldo Cardoso. Ensino de História. São Paulo: Cengage
Learning, 2010.
ALVES, Ronaldo Cardoso. Das causas e consequências na
aprendizagem histórica: um estudo a respeito da
significância histórica. Revista Eletrônica
Documento/Monumento. Cuiabá: UFMT, v. 12, p. 165-191,
2014.
. Da Consciência Histórica (pré) (pós?) moderna:
reflexões a partir do pensamento de Reinhart Koselleck.
Saeculum. João Pessoa: UFPB, v. 30, p. 321-339, 2014.
. História e vida: o encontro epistemológico entre
Didática da História e Educação Histórica. História &
Ensino. Londrina: UEL, v. 19, p. 49-69, 2013.
. A transferência da família real portuguesa para o
Brasil: explicação histórica em estudantes brasileiros e
portugueses. Antíteses. Londrina: UEL, v. 5, p. 691-716, 2013.
BARCA, Isabel. Educação Histórica: uma nova área de
investigação. Revista da Faculdade de Letras – História.
Porto, III Série, v. 2, p. 13-21, 2001.

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KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à


semântica dos tempos históricos. Trad. Wilma Patrícia
Maas e Carlos Almeida Pereira. Rio de Janeiro:
Contraponto; Ed. PUC-Rio, 2006.
KOSSOY, Boris. Fotografia e memória: reconstituição por
meio da fotografia. In: SAMAIN, Etienne (Org.). O
fotográfico. São Paulo: Hucitec; CNPq, 1998.
MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo:
Companhia das Letras, 2001.
MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Como explorar um museu
histórico. São Paulo: Anais do Museu Paulista da USP, 1991.
. Do teatro da memória ao laboratório da História:
a exposição museológica e o conhecimento histórico.
Anais do Museu Paulista. São Paulo: USP, v. 2, 1994; v. 3,
1995.
. O patrimônio cultural entre o público e o privado.
In: O direito à memória: patrimônio histórico e cidadania.
São Paulo: DPH; SMC, 1991.
NAPOLITANO, Marcos. História e música: história cultural
da música popular. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes históricas. São
Paulo: Contexto, 2005.

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.; LUCA, Tania Regina de (Org.). O historiador e suas


fontes. São Paulo: Contexto, 2009.
RÜSEN, Jörn. Razão histórica: fundamentos da ciência
histórica. Trad. Estevão de Rezende Martins. Brasília:
Editora UnB, 2001.
. História viva: formas e funções do conhecimento
histórico. Trad. Estevão de Rezende Martins. Brasília:
Editora UnB, 2007.
. Reconstrução do passado: os princípios da
pesquisa histórica. Trad. Estevão de Rezende Martins.
Brasília: Editora UnB, 2007. –
SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Literacia histórica: um desafio
para a educação histórica no século XXI. História & Ensino.
Londrina: UEL, v. 1, p. 9-22, 2009.
.; BARCA, Isabel; MARTINS, Estevão de Rezende
(Org.). Jörn Rüsen e o Ensino de História. Curitiba: Editora
UFPR, 2010.

Minicurso 2: História Intelectual, percursos pessoais e


“escritas de si”
Prof.ª Dr.ª Daiane Vaiz Machado - Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS)

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Justificativa:
A eclosão de críticas dirigidas aos determinismos das
estruturas nas ciências humanas, decorrentes e
vinculadas ao esgotamento dos modelos interpretativos,
como o marxismo e o estruturalismo, nos oferece a
visualidade de um novo deslocamento epistemológico
posto em questão a partir dos anos 1970. Este processo,
lento, cuja difusão deve ser articulada à roupagem das
diferentes culturas historiográficas, entre elas a brasileira,
colocou em cena a valorização da ação, da
intencionalidade pessoal. A progressiva reconsideração
da dimensão individual, colocando o indivíduo como
“problema historiográfico”, instigou os pesquisadores a
incursionar por formas narrativas em que os sujeitos
expressaram subjetivamente suas experiências históricas.
Dentro deste nicho historiográfico, este minicurso está
particularmente interessado nas possibilidades
investigativas das chamadas “escritas de si”
(autobiografias, diários, testemunhos, correspondências),
com foco na exploração das potencialidades
interpretativas das narrativas epistolares. As “escritas de si”
são construídas na tensão entre a introspecção e as

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inspeções sociais, seus escritores formulam espaços de


significação para suas escolhas, de formulação da crítica,
explicitam como empregam o tempo, denunciam os
afetos e suas preferências. Como indicam Artières e Laé
(2011), a reflexibilidade, que consiste em elaborar um
espaço vazio entre seu próprio caminho e os ruídos da
sociedade, é intrínseca às “escritas de si”. A possibilidade
de tratamento das “escritas de si” será sistematizada a
partir da História Intelectual, domínio cruzado, que se
interroga, entre outras inquietações, do significado da
produção cultural, da circunstância de criação,
apropriação e circulação do conhecimento, permitindo,
assim, ao trabalhar com “percursos intelectuais”, fazer
convergir o autor, as obras e o seu contexto de produção
em uma dimensão sociológica, histórica e filosófica.

Programa:
Nosso ponto de partida será a História Intelectual e um
panorama das suas possibilidades investigativas, como a
abordagem da biografia intelectual e o cruzamento de
interesses com a História da Historiografia. Seguiremos
com a exemplificação do potencial heurístico das
“escritas de si”, com foco na correspondência (a missiva

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como registro de um instante de memória, crônica do


cotidiano, construção de si), o que significa, também,
refletir sobre o estatuto do “lugar” deste material, os
arquivos pessoais.

Referências:
ARTIÈRES, P. Arquivar a própria vida. Estudos Históricos, Rio
de Janeiro, v. 11, n. 21, p. 9-34, 1998.
; LAÉ, J.-F. Archives personnelles. Histoire,
anthropologie et sociologie. Paris: Armand Colin, 2011.
DELACROIX, C.; DOSSE, F.; GARCIA, P.; OFFENSTADT, N.
(Orgs.). Historiographies: concepts et débats I. Paris:
Gallimard, 2010.
DERRIDA, J. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Rio
de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
DOSSE, François. História e ciências sociais. Bauru: Edusc,
2004.
. Le marche des idées. Histoire des intellectuels,
histoire intellectuelle. Paris: La Découverte, 2003.
. O desafio biográfico: escrever uma vida. São
Paulo: USP, 2009.
GOMES, Â. de C. (Org.). Escrita de si, escrita da História.
Rio de Janeiro: FGV, 2004.

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. Nas malhas do feitiço: o historiador e os encantos


dos arquivos privados. Estudos Históricos, RJ, v. 11, n. 21, p.
121-127, 1998.
GONTIJO, R. História e historiografia nas cartas de
Capistrano de Abreu. História, São Paulo, v. 24, n. 2, p.159-
185, 2005.
LOPES, M. A. (Org.). Grandes Nomes da História
Intelectual. São Paulo: Contexto, 2003.
LORIGA, S. O pequeno x: da biografia à história. Belo
Horizonte: Autêntica, 2011.
MALATIAN, T. Narrador, registro e arquivo. In: PINSKY, Ca.
B.; LUCA, T. R. de. (Orgs). O historiador e suas fontes. SP:
Contexto, 2012, p. 195-221.
NOIRIEL, G. Sur la “crise” de l’histoire. Paris: Gallimard, 2005.
PROCHASSON, C. “Atenção: Verdade!” Arquivos privados
e renovação das práticas historiográficas. Estudos
Históricos, n. 21, p. 105-119, 1998.
ROUDINESCO, E. A análise e o arquivo. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 2006.
SILVA, H. R. da. Fragmentos da história intelectual: Entre
questionamentos e perspectivas. Campinas, SP: Papirus,
2002.

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TRAVANCAS, I.; ROUCHOU, J.; HEYMANN, L. (Orgs.)


Arquivos pessoais: reflexões multidisciplinares e
experiências de pesquisa. Rio de Janeiro: FGV, 2013.
VENÂNCIO, G. M. Presentes de papel: cultura escrita e
sociabilidade na correspondência de Oliveira Vianna.
Estudos Históricos, v. 2, n. 28, p. 23-47, 2001.
VINCENT-BUFFAULT, A. Da amizade: uma história do
exercício da amizade nos séculos XVIII e XIX. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

Minicurso 3: Tratamento de acervos arquivísticos: a teoria


e a prática.
Prof. Ms. Renato Crivelli Duarte - Doutorando em Ciências
da Informação (UNESP/Marilia) e arquivista do Centro de
Documentação e Apoio à Pesquisa (CEDAP), UNESP/Assis.

Objetivo:
Trabalhar em acervos requer conhecimento teórico e
prático e o minicurso Tratamento de acervo arquivístico:
a teoria e a prática buscará apresentar na XXI Semana
de História da UNESP/Franca os princípios teóricos e
práticos da arquivística por meio da discussão a respeito
da Arquivologia (disciplina) e da arquivística (técnica),

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suas técnicas de identificação e da análise documental,


análise diplomática e tipológica em documentos de
arquivos; a classificação de documentos de arquivo em
seu contexto e, por fim, a descrição de documentos de
arquivo e elaboração de instrumentos de pesquisa.

Programa:
a) Princípios da Arquivologia (disciplina) e da arquivística
(técnica); b) Identificação e análise documental, análise
diplomática e tipológica em documentos de arquivos; c)
Classificação de documentos de arquivo em seu
contexto; d) Descrição de documentos de arquivo e
elaboração de instrumentos de pesquisa.

Referências:
BELLOTTO, Heloisa Liberalli. Arquivos permanentes:
tratamento documental. Rio de Janeiro: Editora FGV,
2006.
. Como fazer análise diplomática e análise
tipológica de documentos de arquivo. São Paulo: Arquivo
do Estado de SP; Imprensa Oficial do Estado, 2002.

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CAMARGO, Ana Maria de Almeida; GOULART, Silvana.


Tempo e circunstância: a abordagem contextual dos
arquivos pessoais. São Paulo: iFHC, 2007.
DELMAS, Bruno. Arquivos para quê?: textos escolhidos.
São Paulo: iFHC, 2010.
FONSECA, Maria Odila. Arquivologia e Ciência da
Informação. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
PAES, Marilena Leite. Arquivo: teoria e prática. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2004.

4. Simpósios Temáticos

ST-1 Registros sobre gentes e costumes no Brasil colonial (1500-


1808)
Ana Carolina de Carvalho Viotti
(Doutora em História – UNESP/Franca; Historiógrafa do CEDAPH-UNESP)

Clara Braz dos Santos


(Doutoranda em História – UNESP/Franca)

Durante o período colonial, muitos foram aqueles que


procuraram anotar suas impressões sobre os costumes ou
prescrever regras de conduta para os habitantes do Brasil:
desde A Carta de Caminha, quando os primeiros portugueses
aportaram no Novo Mundo, até a vinda da corte portuguesa
para os trópicos, pessoas de diversas origens e ocupações, de

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passagem por essas terras ou fixados a ela, preocuparam-se em


colocar por escrito suas impressões, juízos, avisos e normas sobre
as diversas sortes de gentes – brancos, pardos, vermelhos,
pretos –, bem como a respeito de suas práticas religiosas,
alimentares, sobre as maneiras de vestirem-se e portarem-se nos
variados espaços e ocasiões. São fartas as notas e
recomendações acerca das relações hierárquicas
estabelecidas e como lidavam com as questões administrativas
e da governança, dos modos como cuidavam do corpo e da
alma, entre muitos outros aspectos cotidianos relacionados à
experiência nos trópicos, e que em grande medida eram
partilhados com a metrópole portuguesa. Em cartas ânuas,
catecismos, manuais de confissão e devoção, sermões,
panegíricos, descrições de festas e entradas, crônicas religiosas,
manuais de agricultura, obras médicas/cirúrgicas, regimentos,
ofícios, regulamentos, leis, cartas, relatórios de viagem, missões
científicas, entre tantos outros tipos de registros, é possível
identificar indicações e retratos sobre o cotidiano nos trópicos,
testemunhos sobre as condutas avistadas ou consideradas
desejáveis para o “Novo Mundo”. O que tais escritos dizem, por
exemplo, sobre os pactos morais aqui estabelecidos? Que tipo
de retrato intentam delinear sobre o Brasil e seus habitantes?
Nesse escopo, pretendemos discutir pesquisas em diferentes
fases de desenvolvimento que apresentem visões diversas das
histórias, memórias e testemunhos forjados sobre a então
colônia portuguesa nas Américas.

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ST-2 História e mídias eletrônicas: fontes, objetos e aspectos


teórico-metodológicos

Eduardo Amando de Barros Filho


(Doutorando em História – UNESP/Assis)

Wellington Amarante Oliveira


(Doutorando em História – UNESP/Assis)

A segunda metade do século XX foi palco da expansão dos


meios de comunicação. O pleno desenvolvimento do rádio, a
expansão da indústria cinematográfica, o surgimento da
televisão, o lançamento dos satélites, a explosão dos
videogames, o advento da Internet, alteraram hábitos,
costumes e imprimiram uma nova velocidade à comunicação.
Todavia, há uma gama de práticas, rotinas e experiências, que
se recriam e se renovam. Em meio a multiplicidade de
plataformas, formatos e muitas vezes um presentismo excessivo
dos profissionais ligados à comunicação, a História pode
colaborar para assentar alguns fundamentos sólidos para o
conhecimento das relações sociais entre os meios.
Compreender historicamente o papel das mídias eletrônicas na
contemporaneidade é lançar luz aos temas que ainda nos
afligem no tempo presente. O presente Simpósio Temático tem
por objetivo reunir pesquisadores ocupados com investigações
sobre as mídias eletrônicas na contemporaneidade no Brasil e
no mundo. Contemplando dois caminhos teórico-
metodológicos possíveis, o primeiro relacionado a uma história
social da mídia, por meio do qual é possível pensar o papel dos

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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meios de comunicação considerando sua especificidade


institucional e sua condição enquanto agentes sociais plenos
de historicidade. Numa outra perspectiva, espera-se discutir as
representações e usos do passado pelos meios de
comunicação social. Entre as mídias eletrônicas destacamos o
cinema, o rádio, a televisão, o videogame, o computador, em
sua interface com a Internet, sempre considerando as relações
de cada um desses meios entre si e com outros agentes
midiáticos como a imprensa escrita.

ST-3 Autoria e biografia na História: perspectivas em debate


Marina Tonon
(Doutoranda em História – UNESP/Franca)

Aline Michelini Menoncello


(Doutoranda em História – UNESP/Assis)

A História da Historiografia tem privilegiado como objetos de


análise os autores e suas obras. A partir da década de 1960,
Roland Barthes (1915-1980) e Michel Foucault (1926-1984)
movimentaram o campo historiográfico problematizando a
categoria “autor”. Este estaria ou não morto? Qual era a sua
importância? Seria possível compreender um texto a partir,
apenas, da biografia do autor? Além deste debate, durante o
século XX, temas ligados à biografia e sua relação com a
história também ganharam novo fôlego renovando questões
como: Qual a relação entre biografia e história? Qual a
contribuição individual para o desenvolvimento histórico? Esses

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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e outros questionamentos guiam as mais diversas pesquisas,


logo, entendendo que são inúmeras as possibilidades de se
investigar as experiências humanas esse Simpósio Temático
propõe aos participantes a problematização das categorias
autor e obra e buscará dialogar com estudos da História
Política, da História Intelectual, da História da Historiografia e da
Teoria da História que partam de destas categorias para narrar
trajetórias intelectuais, participação do indivíduo em um
determinado grupo, as redes de sociabilidades, a análise da
produção historiográfica e, ainda, aqueles que analisam as
ferramentas conceituais oferecidas por algum autor ou
corrente teórica.

ST-4 A escrita da história nos reinos ibéricos (séculos XIII- XVI)


Maria Emília Granduque José.
(Doutora em História – UNICAMP)

Danielle Oliveira Mércuri


(Doutora em História – UNESP/Franca; Pesquisadora da Fundação Biblioteca
Nacional)

Muitos foram aqueles que, na Idade Média, se dedicaram a


obras históricas, malgrado poucos tenham sido os que se
consagraram exclusivamente a essa tarefa e bem raros os que
receberam apenas a designação de historiadores. A maioria
daqueles que escreveu história no medievo realizou essa tarefa
secundariamente e paralelamente a outras funções. Essa
tendência geral nos reinos europeus é perceptível também no
espaço castelhano e português, uma vez que, nesses reinos,

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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não foi raro que os letrados, por ocuparem funções mediadas


pela escrita, acabassem aplicando-se à atividade de
cronista/historiador, e igualmente conjugassem essa tarefa a
outras que já desempenhavam. Se os clérigos tinham sido os
grandes responsáveis pelo preparo das crônicas em Castela
até o século XIII e em Portugal até o século XIV, os cortesãos da
Chancelaria, no primeiro caso, e do Arquivo Régio, no segundo,
passaram a ser os responsáveis por esse ofício nesses reinos no
final da Idade Média. Nos séculos XV e XVI, porém, o registro
dos acontecimentos passa a ser elaborado também de forma
significativa fora dos espaços régios por autores não oficiais que
em seus gabinetes particulares se ocuparam da narrativa dos
fatos ocorridos naquela época, especialmente dos eventos
relacionados às conquistas de além mar. Tendo em vista que
esses escritores oficiais e não oficiais cumpriram a tarefa de
eternizar no papel as conquistas alcançadas sob o cetro dos
reis ibéricos, a fim de pôr em evidência as boas ações
empreendidas, a proposta desse simpósio é discutir os usos da
história na construção da boa imagem da sociedade ibérica e
na elaboração de seus padrões morais entre os séculos XIII e
XVI. Mais precisamente, o objetivo é, por um lado, refletir em
que medida a história atuou para erguer, conservar e transmitir
para as demais gerações um quadro positivo dos reinos ibéricos
e, por outro, analisar os perfis daqueles que se consagraram a
essa tarefa.

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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ST-5 Produção escrita no Brasil imperial e republicano (1808-


1930)

Amanda Peruchi
(Doutoranda em História – UNESP/Franca)

Caio Cesar Vioto de Andrade


(Doutorando em História – UNESP/Franca)

Uma das questões mais frequentes entre os historiadores é a de


como reunir e abordar os registros do passado. Pensando nos
pesquisadores de história do Brasil, principalmente os que
estudam o recorte temporal conhecido como Império e
Primeira República, muitos são os vestígios documentais que
podem ser trabalhados como, por exemplo, os periódicos, os
romances, as narrativas de viagens, os discursos políticos, os
relatórios ministeriais, os debates parlamentares, as mensagens
presidenciais, os manifestos políticos, os programas partidários,
entre tantos outros que foram legados por essa época. Nesse
sentido, este simpósio temático tem como proposta abrir
espaço para que os pesquisadores de história Brasil do século
XIX e das primeiras décadas do século XX possam apresentar as
suas pesquisas a fim de fomentar discussões sobre a produção
escrita e sobre as formas de abordagem da documentação
desse período, além de também questionar o papel dos
diferentes testemunhos no estabelecimento de uma verdade
histórica.

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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ST- 6 Do essencial e do natural: questões sobre o viver na Idade


Média

Rafael Afonso Gonçalves


(Doutor em História – UNESP/Franca)

Thiago Henrique Alvarado


(Doutorando em História – UNESP/Franca)

Em sua glosa do célebre “Regimento dos Príncipes” de Egídio


Romano, frei Juan García de Castrojeriz destacou uma ideia
que se tornara uma tópica no período medieval, a de que o
homem, para o bem viver, teria quatro “necessidades naturais”:
“comida, vestiduras, proteção e doutrina”. Tais aspectos,
segundo o frade franciscano do século XIV, sustentavam uma
necessidade humana ainda mais essencial: a de termos de
“viver em companhia” uns dos outros. Ao definir quais eram
carências humanas indispensáveis ou as características que lhe
eram “naturais”, esses escritos – tratados, leis, narrativas de
viagens, manuais de confissão, entre outros – deixam entrever
uma maneira de conceber diferentes facetas do viver a partir
de uma hierarquia de crenças e valores, sobretudo aqueles
ligados à fé cristã. Isto é, ações como alimentar-se, vestir-se,
proteger-se ou procriar, por exemplo, não são destituídas de
significado simplesmente por serem consideradas necessidades
essenciais. Ao contrário, tais “necessidades” implicam em
práticas e deveres que são frequentemente alvo da atenção
dos letrados da época. Este simpósio temático tem como

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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objetivo reunir pesquisas já concluídas ou em andamento, que


tratem do período medieval, e que de algum modo reflitam
sobre os diferentes sentidos e significados atribuídos para
práticas e necessidades consideradas essenciais e naturais.

ST-7 Expectativas da modernidade e vivências políticas nas


sociedades americanas

Marisa Saenz Leme


(Docente do Departamento de História – UNESP/Franca)

Abner Neemias da Cruz


(Doutorando em História – UNESP/Franca)

A compreensão das dinâmicas da modernidade nas diversas


regiões americanas, a partir da segunda metade do século
XVIII, estendendo-se para o século XIX e além, é tema que
desafia os entendimentos historiográficos, incrementando a
renovação da sua história política, ao abrir um grande leque de
possibilidades temáticas, em que se entremeiam a diversidade
das vivências culturais, sociais e políticas. Implicando a
modernidade, conforme a concepção de Koselleck, numa
profunda transformação da vivência sociocultural – que passou
a se focar nas expectativas de futuro – e numa ampla
renovação político-conceitual, trata-se de observá-la não
como um todo acabado, mas numa elaboração, muitas vezes
inconclusa, impregnando de modo diverso, em diferentes
temporalidades, diferentes segmentos de uma mesma

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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sociedade. Para tanto, tem-se revelado muito profícua a


exploração das linguagens e conceitos que circulavam
naqueles espaços, incorporando-se muitas vezes diferentes
significados num mesmo termo (Pocock). Com base nessas
referências, no presente simpósio objetiva-se pensar como as
sociedades americanas, no espectro cronológico apontado,
perpassaram diferentes interações culturais e políticas –
manifestadas em projetos, visões, conflitos ou contradições –
em que se observam conflituosas vivências da modernidade.

ST-8 Narrativas da História: o espaço fronteiriço entre história e


literatura

Crhistophe Barros dos Santos Damazio


(Doutorando em História – UNESP/Franca)

A partir das novas propostas teóricas e metodológicas


promovidas pela Escola dos Annales, os horizontes dos
historiadores se ampliaram consideravelmente. A
interdisciplinaridade com outros campos das ciências humanas
e a utilização de fontes até então menosprezadas pela
historiografia positivista e metódica de períodos anteriores,
expandiram os campos de trabalho do historiador para áreas
como cultura e mentalidades e, concomitantemente,
revitalizaram áreas “antigas”, como economia e política. No
concernente às novas fontes, interessa-nos neste simpósio
temático, explorar como a literatura foi “redescoberta” pelos

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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historiadores como uma fonte importante para o estudo das


estruturas sociais e das formas de fazer político do homem.
Esquecida por historiadores do século XIX por não ser
considerada, de acordo com os padrões de cientificidade da
época, uma fonte confiável para se obter a verdade, a
literatura começou a tomar lugar destacado nos trabalhos
historiográficos interessados na análise da memória de
determinado período histórico. Assim, romances, contos,
crônicas e diversas formas de escrita literária passaram a
compor o corpus documental de pesquisas voltadas para o
estudo de como os indivíduos e a sociedade eternizaram na
memória determinados fatos ocorridos em contextos históricos
específicos. Desde então, a relação estreita estabelecida entre
história e literatura fomenta um debate teórico e acadêmico
acirrado para estabelecer claramente as fronteiras entre os dois
campos. Neste simpósio temático, pretendemos discutir como
historiadores têm utilizado as fontes literárias no estudo de
diferentes períodos históricos e, concomitantemente, perceber
qual o lugar desses estudos na historiografia. Conforme
mencionado anteriormente, trabalhos voltados a diferentes
períodos da história serão bem-vindos, desde que utilizem fontes
literárias ou discutam como os historiadores vêm tomando a
literatura como forma de narrativa histórica.

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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ST-09 Dimensões do Império: administração, sociedade e


política no Atlântico português

Monique Marques Nogueira Lima


(Doutoranda em História – UNESP/Franca)

William de Andrade Funchal


(Mestre em História – UNESP/Franca)

Há, pelo menos, quase duas décadas, a historiografia luso-


brasileira vem investigando o processo de constituição das
instituições de poder público nos domínios ultramarinos. Tais
instituições foram tanto as de caráter local, como as câmaras
municipais, quanto aquelas relacionadas aos poderes
intermediários, como governadores, ouvidores, provedores,
juízes de fora, corregedores, etc. Na condição de uma
monarquia católica, o Império português também se apoiou
em instituições religiosas, como as paróquias, as Santas Casas
de Misericórdia e as visitações do Santo Ofício para normatizar
a ocupação e administrar os territórios coloniais. Logo, as
estruturas burocráticas e a defesa do catolicismo formaram um
grande alicerce para o projeto de expansão marítima de
Portugal. Nesse sentido, atas e registros das câmaras,
correspondência dos governadores e de diversas autoridades
enviadas ao Conselho Ultramarino, bem como autos
inquisitoriais e demais documentos eclesiásticos (do Tribunal
episcopal, por exemplo) são fontes essenciais para desvendar
as características das instituições políticas e da sociedade

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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portuguesa no ultramar. A proposta do presente simpósio


temático é reunir trabalhos acadêmicos em diferentes níveis de
pesquisa e fases de elaboração dedicados a compreender o
Atlântico português nos séculos XVII e XVIII em seus aspectos
políticos e sociais (estabelecimento de redes governativas,
atuação da governança local, mobilidade e projeção social,
estratégias de evangelização e repressão das heresias, por
exemplo) e que possibilitem a reflexão sobre a perenidade da
Monarquia portuguesa, mas também as características
específicas que sua estrutura alcançou no ultramar.

5. Resumos de comunicações
(Em ordem alfabética por Simpósio Temático)

ST 01 - Registros sobre gentes e costumes no Brasil colonial


(1500-1808)

PRESCRIÇÕES DE UM MÉDICO HOLANDÊS SOBRE O BEBER


COTIDIANO NO BRASIL DO SÉCULO XVII
Autor: Gabriel Ferreira Gurian
Orientador: Prof. Dr. Jean Marcel Carvalho França
Financiamento: CNPq

Durante seu domínio dos territórios setentrionais da América


portuguesa, os holandeses dissertaram em vários contextos a

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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respeito do espaço natural dessas terras. Muitos de seus relatos


incluem notas sobre a vegetação, os rios, as águas, os frutos e
os animais, preocupados em expor os benefícios, malefícios e
utilidades desses elementos no cotidiano da conquista. Dentre
esses textos, encontram-se os escritos médicos de Willem Piso,
que, além de tratarem da aplicação de vários desses
elementos locais nos procedimentos de cura e na boa
manutenção da saúde, também trazem prescrições quanto à
ingestão habitual ideal para aqueles que se encontrassem nos
trópicos. O objetivo desta apresentação é conduzir uma breve
exposição sobre os apontamentos do douto a respeito de um
beber cotidiano ideal ao cenário do Brasil, abordando notas
sobre o consumo de água, de sucos dos frutos e de bebidas
alcoólicas.

*
REVISITANDO AS CIDADES COLONIAIS BRASILEIRAS
Autor: Leonardo Soares dos Santos
Prof. de História da UFF/Campos

Este trabalho discute a natureza, o papel e o perfil das cidades


coloniais no Brasil, em especial o Rio de Janeiro. Entre as
questões aqui analisadas estão a forma de organização e
ordenamento das cidades e as influências urbanas grego-
romana, medieval, árabes e renascentistas. Nosso principal
intuito é demonstrar que tais cidades não foram concebidas

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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em função de um “urbanismo caótico”, pelo “improviso” e


“desprezo pelas cidades”. Elas foram, sim, produto de uma
vigorosa e complexa cultura urbana, tipicamente portuguesa.

*
A CRENÇA EM MILAGRES NA VIDA COLONIAL NO BRASIL (SÉC.
XVI, XVII E XVIII)
Autor: Lucas de Almeida Semeão
Orientador: Prof. Dr. Jean Marcel Carvalho França
Financiamento: FAPESP

A crença em milagres e, portanto, na interferência direta de


Deus no mundo dos homens, durante os três primeiros séculos
de colônia, foi um habito muito comum no dia a dia das gentes
do Brasil. O objetivo deste artigo é investigar o que se falou
sobre esses acontecimentos milagrosos em terras brasílicas em
diferentes momentos através de narrativas em língua
portuguesa, enxergando-os como um instrumento de
ratificação e reafirmação da fé católica no novo mundo, pois
serviam como um mecanismo moralizante que ditavam
determinadas condutas cotidianas e justificavam pensamentos
e ações taxando-os como corretos.

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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ATIVIDADE COM TABULEIRO: TENSÕES EM VILA RICA NO XVIII
Autora: Viviane dos Santos Dias
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira

O presente trabalho tem como objetivo abordar normas e


transgressões relacionadas com a vida de mulheres escravas e
libertas que, nos principais núcleos urbanos do Brasil da primeira
metade do século XVIII, se encarregavam do comércio
ambulante de gêneros alimentícios e outros produtos. Durante
o exercício de suas funções, tais mulheres frequentemente
enfrentavam prisões, castigos e até mesmo respondiam a autos
policiais e judiciários por serem acusadas de práticas, à época,
tidas como clandestinas e reprováveis. Assim, a partir da análise
de autos de infração produzidos, nos Setecentos em Vila Rica,
o presente trabalho busca compreender e interpretar as
tensões sociais vividas por essas mulheres no cotidiano do
universo colonial.

ST 02 – História e mídias eletrônicas: fontes, objetos e


aspectos teórico-metodológicos

ROLANDO BOLDRIN: PERCEPÇÕES, EXPERIÊNCIAS E


PREOCUPAÇÕES ESTÉTICAS DA MÚSICA RURAL
Autor: Alessandro Henrique Cavichia Dias
Orientador: Prof. Dr. Newton D’Angelo

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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A pesquisa tem por objetivo examinar a relevância e as


contribuições do papel do mediador cultural para a
“construção” do cenário da música popular brasileira, tendo
como objeto de estudo a atuação de Boldrin, pois muitos de
seus trabalhos artísticos musicais são influenciados pelas suas
percepções, experiências e preocupações sobre a estética da
“tradicional” música popular nacional, e pelas transformações
que esses gêneros musicais vinham sofrendo, em especial a
música rural, devido, principalmente, a influência das músicas
estrangeiras nos ritmos nacionais. A militância de Boldrin
demonstra essas transformações, levando em consideração a
sua proposta de autenticidade e pureza. Assim como essas
mudanças ocorreram e levaram a uma reconfiguração do
modo de compreender o que era música caipira e o que seria
música sertaneja. Com isso, ainda vale investigar
profundamente as relações entre os interpretes de cada um
dos gêneros elencados acima, e as concessões realizadas por
cada um para que se encaixasse em uma tradição musical.

*
HISTÓRIA NA REDE: REFLEXÕES SOBRE A NARRATIVA HISTÓRICA
NO CIBERESPAÇO
Autora: Bruna Carolina Marino Rodrigues
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Renata da Cruz Duran

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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Nos últimos 30 anos a configuração de redes virtuais de


interação e comunicação por meio da internet fez com que
novos desafios fossem colocados à escrita da História. Assim
como os meios de comunicação, o cinema, rádio e a televisão
engendraram discussões sobre a natureza do conhecimento
histórico e seus objetos, os avanços tecnológicos e a internet
têm possibilitado que historiadores ao redor do mundo
problematizem os modos de produção do conhecimento na
cultura digital. Destarte, nosso objetivo é compreender como a
dinâmica do ciberespaço tem propiciado mudanças no
campo da História e na forma de narrar o passado, partindo de
uma revisão bibliográfica dos trabalhos de Bruno L P de
Carvalho (2016), Anita Lucchesi (2014) e Serge Noiret (2015) a
fim de investigar em que medida a internet e as tecnologias
digitais tem configurado um novo espaço para pesquisa e a
divulgação da História no Brasil.

*
AS MÍDIAS ELETRÔNICAS NO ENSINO DA HISTÓRIA DA ARTE
Autora: Diana Silveira de Almeida

Contemporaneamente, o acesso à informação e ao


conhecimento se tornou uma via democrática, cujos diversos
tipos de conteúdos se encontram disponíveis em diferentes
dispositivos eletrônicos. Contudo, o fácil acesso acaba, muitas
vezes, por obscurecer o critério para discernir quais fontes são

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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seguras e quais são informações duvidosas. Em razão disso, o


objetivo deste trabalho é investigar qual a relação entre o tema
das mídias eletrônicas e o ensino de história da arte e das
imagens. O intuito é o de discorrer sobre a utilização dessas
mídias em sala de aula, a fim de pensar tanto em possibilidades
de ensino de história da arte quanto incitar o debate sobre a
utilização de fontes midiáticas sobre este tema.

*
A INSTITUIÇÃO DA FUNDAÇÃO CENTRO BRASILEIRO DE TV
EDUCATIVA, 1964 – 1967
Autor: Eduardo Amando de Barros Filho
Orientador: Prof. Dr. Áureo Busetto

Com a ascensão dos militares ao poder, via golpe civil-militar


de 1964, inicia-se uma segunda fase para a televisão brasileira
que se encontrava em um processo de profissionalização,
expansão e avanço tecnológico. No que tange o uso da
televisão de forma educativa, o governo vai encampar
algumas iniciativas e possibilidades, buscando alternativas para
a programação apresentada pelas emissoras comerciais e
para os problemas enfrentados pelo país no campo da
educação. Com o intento de sistematizar as iniciativas em
relação ao uso educativo da televisão, logo em 1964,
começara a ser concebido o projeto que resultou na Fundação
Centro Brasileiro de TV Educativa (FCBTVE). Portanto, esta

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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comunicação objetiva analisar o plano e as ideias investidos


para a criação da FCBTVE, desde a primeira comissão formada
para estudar sua viabilidade, em 1964, até sua inauguração em
1967.

*
RAP E HISTÓRIA: UMA DISCUSSÃO COM VIDEOCLIPES
Autor: Gabriel Passold
Orientador: Prof. Dr. André Fabiano Voigt

Este trabalho tem por objetivo debater a abordagem de


músicas de rap na universidade, analisando conceitos e
princípios utilizados em alguns trabalhos, ao mesmo tempo em
que abordamos elementos de alguns videoclipes de rap. Se por
um lado é comum a análise das letras das músicas de artistas
considerados engajados para uma possível emancipação das
ideologias da dominação, em detrimento de outras músicas,
artistas e elementos supostamente não ajustados a alguns
conceitos e princípios teórico-metodológicos, partimos do
pressuposto de que videoclipes disponibilizados em mídias
eletrônicas são formados por um tecido estético com múltiplas
possibilidades interpretativa, e portanto subjetivas.

*
O CINEMA ESTADUNIDENSE NO BRASIL DURANTE A SEGUNDA
GUERRA MUNDIAL

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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Autora: Tatiana de Carvalho Castro


Orientador: Prof.ª Dr.ª Edna Mara Ferreira da Silva

Este texto procura entender a necessidade de criar um


personagem que pudesse representar o Brasil no contexto de
Segunda Guerra Mundial, como as produções fílmicas de Walt
Disney Alô Amigos e Você já foi à Bahia? conseguiram fazer isto
enquanto eram usadas para criar um relacionamento o
próximo entre os governos Americano e Brasileiro naquele
período, servindo como dois dos principais mecanismos de
difusão da chamada "Política da Boa Vizinhança".

*
O "ATENTADO DA RUA TONELERO" PELAS PÁGINAS DO JORNAL
ULTIMA HORA (UH)
Autor: Thiago Fidelis
Orientador: Prof. Dr. Ângelo Del Vecchio
Financiamento: CAPES

Em 1951, começou a circular o jornal Ultima Hora (UH).


Organizada por Samuel Wainer, essa publicação serviu de
espaço para as ações positivas do governo de Getúlio Vargas,
pois os principais periódicos desse contexto faziam intensa
oposição ao presidente. Um de seus principais críticos, Carlos
Lacerda, foi alvejado a tiros quando voltava para seu
apartamento, na Rua Tonelero em Copacabana. A vítima foi

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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ferida, enquanto que o militar Rubens Vaz, que acompanhava-


a, faleceu. Tal fato causou intensa comoção nacional e, a partir
desse acontecimento, a imprensa em geral passou a pedir a
saída de Vargas, já que esse fora apontado como responsável
pelo acontecimento. Assim, essa comunicação tem por
objetivo apresentar como a UH abordou o atentado, assim
como seus desdobramentos, mantendo uma linha bastante
distinta das principais publicações do período.

*
A TV EDUCATIVA NA FRANÇA E NO BRASIL: A LA CINQUIÈME E
O CANAL FUTURA
Autor: Wellington Amarante Oliveira
Orientador: Prof. Dr. Áureo Busetto
Financiamento: FAPESP

Este trabalho tem por objetivo analisar de forma comparativa o


papel das emissoras educativas no campo televisivo francês e
brasileiro entre os anos de 1994 e 2002, tendo como eixo-central
as relações sociais que tornaram possível a criação da La
Cinquième (1994) e do Canal Futura (1997). Buscamos
confrontar a hipótese de que as duas emissoras, ainda que de
naturezas distintas (público e privado), enfrentaram, ao longo
de suas trajetórias iniciais, os mais variados desafios, muitas
vezes com práticas semelhantes, o que confirma a inserção das
emissoras no debate internacional sobre as formas de

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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potencializar os usos educativos da televisão na superação das


desigualdades socioeconômicas e na exploração do
audiovisual educativo como um nicho de mercado durante a
última década do século XX.

ST 03 – Autoria e biografia na História: perspectivas em


debate

O CONCEITO DE PROGRESSO NO INSTITUTO HISTÓRICO


PAULISTA (1909-1942)
Autor: Gerson Ribeiro Coppes Jr.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini de Araújo

A descentralização política após a proclamação da República


levou a formação de falas regionais valorizando as
características locais das províncias. Em São Paulo, a
construção de uma identidade paulista estava associada ao
predomínio econômico do estado neste período. Neste
trabalho propomos discutir as características desta identidade
a partir da análise do conceito de progresso na Revista do
Instituto Histórico paulista: Qual definição os trabalhos dão a
esse conceito? Quais elementos são associados a ele? Como
ele contribui para definir esta identidade? Podemos verificar
nos trabalhos a importância dada a dimensão material deste
conceito estando associado, por exemplo, a obras de
infraestrutura e a chegada da ferrovia. Porém, na constituição

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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de uma certa experiência de tempo e desta identidade, o


progresso também seria associado a ideia de modernização
presente no fim do século XIX.

*
PEDRO CALMON: HISTORIOGRAFIA E PERCEPÇÃO DO TEMPO
Autora: Gueise de Novaes Bergamaschine
Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Pereira de Jesus
Financiamento: CAPES

Pedro Calmon é o autor de duas biografias de D. Pedro II


publicadas em um intervalo de aproximadamente quatro
décadas. Tendo sido membro do IHGB por mais de meio século,
a obra de Calmon não raro recebe o rótulo do
conservadorismo que caracterizou essa instituição. No entanto,
Calmon foi um homem de intensa atividade intelectual e
acadêmica cuja obra perpassa todo o século XX. É razoável
considerar que aspectos de sua escrita tenham se alterado,
refletindo a complexidade do período e as grandes alterações
ocorridas na historiografia brasileira. Propomos o estudo das
biografias de D. Pedro II através de uma abordagem detalhada
da trajetória do autor, considerando seu posicionamento nos
debates historiográficos do século XX e sua forma de perceber
a história e equacionar as temporalidades. Tal análise constitui
espaço privilegiado para uma aproximação com os conceitos
de autor e obra.

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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*
PEDAGOGIA INACIANA: O EXEMPLO NA AUTOBIOGRAFIA E O
AUTOEXAME NOS EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
Autor: Leandro Lente de Andrade
Orientador: Prof. Dr. Marcos Roberto de Faria

Tendo em vista a dimensão educacional dos jesuítas na Europa


e a expressiva ação dos homens de preto nas terras além-mar,
marcando por mais de dois séculos o período colonial brasílico;
o trabalho analisa dois documentos do fundador da ordem
religiosa Companhia de Jesus, Inácio de Loyola: a
Autobiografia e os Exercícios Espirituais. Nesse sentido, são
tomadas as características pedagógicas singulares presentes
nos dois documentos. A Autobiografia como uma obra
elaborada com a finalidade de expor um exemplo a ser
seguido e, portanto, norteadora do modus procedendi
jesuítico. Os Exercícios Espirituais como um manual de imersão
espiritual possibilitando a conversão e a alteração radical na
conduta moral, religiosa e prática do exercitante por meio do
autoexame.

*
A VISÃO SELETIVA DE CLIO: O NEGRO COMO OBJETO DE
ESTUDO NA RIHGB
Autor: Luís Roberto Manhani
Orientação: Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini de Araujo

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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Financiamento: FAPESP

A presente proposta de comunicação visa apresentar os


resultados preliminares do projeto de Iniciação Científica,
inserido na área de estudos da História da Historiografia, que
busca investigar os saberes histórico e etnográfico voltados
para a delimitação do negro como objeto de estudo no Brasil.
Analisando as publicações da Revista do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro de 1839 a meados do século XX,
mapeamos 20 artigos que possuem o negro como objeto ou
apontam a necessidade de toma-lo como objeto. Buscamos
compreender os saberes praticados pelos letrados do Instituto
em seus estudos sobre o “outro”, considerando sua possível
inclusão ou exclusão, política e histórica do projeto de nação.
Serão abordados nesta comunicação os 20 artigos
selecionados com enfoque no lugar e na temporalidade
destinados ao negro no período estudado.

*
NA TRAMA DOS VAGARES DO OFÍCIO: UMA CONSTRUÇÃO DA
HISTORIOGRAFIA PAULISTA NO ITINERÁRIO DOCUMENTAL DA
RIHGSP (1895 – 1905)
Autor: Nelcivan Francisco de Sousa
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini de Araújo
Financiamento: FAPESP

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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O final do século XIX caracterizou-se pela regionalização da


produção do conhecimento histórico no Brasil. Esse não era
mais o tempo de histórias nacionais, mas o momento
adequado para a realização de estudos localizados. Nesta
concepção moderna de história chama a atenção certo
aspecto: a importância dada à busca e a divulgação de
documentos. Partindo desta problematização, a presente
comunicação visa apresentar os resultados inicias da pesquisa
que desenvolvo acerca dos documentos publicados na RIHGSP
entre os anos de 1895 e 1905. O que se pretende é demonstrar
a maneira pela qual a produção desta trama documental
atuou na concepção historiográfica paulista de fins do século
XIX e início do século XX, por meio da construção de padrões,
de lugares comuns, e de ideias naturalizadas em verdades. Um
intelectual característico desse período, Antônio de Toledo Piza
e Almeida, será aqui utilizado como vetor para essa análise.
Neste sentido, procura-se evidenciar a singularidade de uma
formação histórica pautada pela seleção, transcrição e
publicação de documentos históricos.

*
A ARTE E A CRÍTICA SEGUNDO UM PORTUGUÊS EXILADO NO
BRASIL (1963 – 74)
Autor: Thales Reis Alecrim

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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João Apolinário, um português exilado no Brasil – mais


conhecido pela interpretação de seus poemas pelo conjunto
musical de seu filho, o Secos & Molhados –, produziu cerca de
500 criticais teatrais para o Última Hora de São Paulo entre 1963
e 1974. O presente trabalho faz parte de uma pesquisa que visa
compreender a obra de desse autor que transmite muito bem
os dilemas de um recorte de efervescência cultural. Nesse
sentido, aqui apontares as principais referências teóricas e
estéticas do autor, assim analisaremos sua representação de si
enquanto crítico e sua leitura sobre o papel da arte na
sociedade. Para atingirmos nosso objetivo, situaremos suas
críticas dentro das amplas redes culturais e intelectuais que
alinhadas à contracultura, correram pelo ocidente e
mobilizaram manifestações na arte e na vida cotidiana.

*
O SÉCULO XIX ACABOU DE TERMINAR
Autor: Thiago Augusto Modesto Rudi
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini
Financiamento: FAPESP

Esta comunicação realiza o estudo de escritos sobre história


publicados nas primeiras décadas do século XX. Na leitura
desses textos, estarei acompanhado da seguinte questão:
como eles se relacionavam com o passado dos estudos
históricos, especialmente, com o passado oitocentista dos

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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estudos históricos? Por meio desta apresentação, espero


discutir como o início do século XX foi um dos momentos nos
quais o passado historiográfico oitocentista estava prestes a
terminar, a nunca acabar, a completar 100 anos e a se tornar
passado. Em outros termos, esta comunicação é uma pequena
parte de uma coleção de momentos nos quais nosso passado
mudou.

*
A NARRATIVA HISTÓRICA DE FRIEDRICH GUNDOLF: O INDIVÍDUO
COMO GESTALT
Autora: Walkiria Oliveira Silva
Orientador: Prof. Dr. Estevão Chaves de Rezende Martins
Prof. Dr. Stefan Berger
Financiamento: CNPq/ CAPES

Entender a relação entre a escrita da história e a importância


do indivíduo significativo foi a problemática central do
germanista alemão Friedrich Gundolf (1880-1931). Friedrich
Gundolf foi um importante intelectual alemão durante o final do
século 19 e as três primeiras décadas do século 20. Membro do
Círculo de Stefan George e professor da Universidade de
Heidelberg, Gundolf travou diálogos intelectuais com os irmãos
Weber, Georg Simmel, Wilhelm Dilthey, dentre outros. Na busca
por estabelecer as formas e funções do conhecimento histórico
- uma forma de resposta à crise do historicismo - Gundolf tentou

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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compreender o lugar do indivíduo na narrativa histórica e sua


função para o desenvolvimento de uma narrativa histórica de
caráter pragmático entrelaçada à construção de uma
identidade nacional alemã. Neste simpósio tento apresentar a
articulação proposta por Gundolf entre biografia e história
mediante seu conceito de Gestalt. Ao longo de sua carreira,
Gundolf dedicou-se a escrever biografias. A mais bem sucedida
delas foi Goethe, de 1916.

ST 04 – A escrita da história nos reinos ibéricos (séculos XIII


– XVI)

FREI LUCAS DE SANTA CATARINA E A HISTÓRIA DOS


DOMINICANOS EM PORTUGAL: O CONVENTO DE SÃO
DOMINGOS DAS DONAS
Autor: Alex Rogério Silva
Orientador: Prof. Dr. Yllan de Mattos
Financiamento: FAPESP

Frei Lucas de Santa Catarina nasceu em Lisboa no ano de 1660


e faleceu na mesma cidade aos 80 anos de idade. Professou
em 1680 na Ordem dos Pregadores no Convento de São
Domingos de Benfica, iniciando uma longa vida monástica que
faria dele um homem de muitas experiências e um rico
testemunho de sua época. Foi escolhido para suceder o Frei Luís
de Sousa como cronista da província dominicana portuguesa,

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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produzindo nesta função a Quarta Parte da História de S.


Domingos Particular do Reino e Conquistas de Portugal. Esta
comunicação tem por objetivo analisar o escrito do Frei Lucas
de Santa Catarina no tocante a História da Ordem Dominicana
em Portugal, na qual mapearemos as boas ações
empreendidas pelas religiosas do Convento de São Domingos
das Donas de Santarém de modo a construir uma boa imagem
dos conventos femininos dominicanos, mas também disseminar
em seus escritos os padrões morais cristãos de forma a legá-los
a posteridade.

*
HANS STADEN E MICHEL DE MONTAIGNE: UM OLHAR SOBRE A
CULTURA DO NOVO MUNDO
Autora: Chrislaine Janaina Damasceno
Financiamento: CAPES

Este artigo aborda questões referentes ao século XVI, onde a


relação entre nativos e europeus desenrolava-se em um
conflito físico e cultural. A partir dos textos Hans Staden,
testemunha ocular que passou nove meses em contato com os
nativos e Michel de Montaigne, que teve contato com os
habitantes do Novo Mundo na França, é proposta uma relação
entre esses dois autores europeus, que viveram na mesma
época, mas que estabeleceram pensamentos divergentes
sobre os nativos portugueses. Nessa aproximação, pretende-se

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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discutir a recepção e transmissão das diferenças culturais por


ambos os autores para seus contemporâneos através da escrita
e das representações imagéticas sobre as diferenças culturais.

*
A HISTÓRIA A SERVIÇO DOS REIS. OS CRONISTAS E A COROA
NOS REINOS DE CASTELA E LEÃO (SÉCULO XV)
Autora: Danielle Oliveira Mércuri
Pesquisadora da Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro

Desde o reinado de Afonso X (1252-1284), a importância dada


aos registros escritos exigiu que se conferisse maior atenção ao
perfil dos escolhidos para exercer as atividades escriturárias. A
Chancelaria régia, por reunir letrados aptos aos afazeres
ligados à justiça e à administração, colocou os escrivães,
notários, chanceleres, e outros que nela trabalhavam, sob a
mira dos monarcas interessados, dentre outras coisas, em
regular o regimento do reino e registrar os eventos presentes e
passados. Não obstante os oficiais da chancelaria e outros
membros da casa real tenham atuado como escritores das
histórias do reino, a oficialização do cargo de cronista só veio a
ocorrer durante o reinado de Juan II, momento em que o ofício
se tornou especializado e exigiu denominações específicas. As
plumas não tiveram menos relevância nos reinados de dos filhos
desse monarca, Enrique IV e Isabel. Marcados por diversos
conflitos nobiliárquicos e disputas pela sucessão do poder, esses

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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reinados foram palco de uma proliferação de crônicas,


evidenciada pela avalanche de relatos concorrentes, às vezes,
escritos por cronistas adversários. Nesse sentido, pretendemos
nessa comunicação analisar em que medida a composição
desses relatos e a troca de cronistas são representativos de
como o apanágio da verdade foi uma arma importante nos
jogos de poder no reino.

*
OS PARADIGMAS DA ESCRITA HISTÓRICA LAICA NO REINADO
DE EDWARD III (C. 1340 – C. 1360)
Autor: Fernando Pereira dos Santos
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França
Financiamento: CAPES

A escrita da história por laicos na Inglaterra entre as décadas


de 1340 - 1360 teve dentre seus produtores homens ao mesmo
tempo versados na ordenação das palavras e experientes no
manejo das armas, dentre os quais destacaram-se Geoffrey le
Baker, Jean le Bel e Thomas Gray. Mais do que lugar de
disseminação de informações sobre os conflitos contra
franceses e escoceses, suas narrativas configuram-se como
escritos onde ideais cavaleirescos destacavam as realizações
do rei Arthur em seus tempos de governança, pretensamente
continuadas sob os auspícios de Edward III. Na presente
comunicação, discorreremos acerca de tal parâmetro

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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naquelas crônicas seculares, considerando-se sua relação


entre o desejo de exposição social da nobreza e o amparo a
escrita de história permeada por feitos belicosos.

*
A HISTÓRIA E A CRÔNICA NA ESPANHA DO SÉCULO XVI
Autora: Maria Emília Granduque José

O objetivo desta comunicação consiste em esquadrinhar os


critérios que os cronistas espanhóis do século XVI,
nomeadamente aqueles que se dedicaram à narrativa dos
descobrimentos americanos, estabeleceram para a
confecção do gênero história-crônica. Mais precisamente,
como nesse período os termos “história” e “crônica” eram
empregados de forma equivalente para classificar os escritos
históricos, a proposta é analisar como esses dois gêneros eram
definidos por esses letrados. Além dessa questão central, este
trabalho também busca destacar de que maneira a escrita
desses textos, ora chamados de história ora chamados de
crônica, estava em harmonia com as ordenações emitidas pela
coroa a respeito da descrição dessas novas terras.

*
OS OFICIAIS DE MUITAS GUISAS QUE VIAJARAM PARA A ÁFRICA
NO SÉCULO XV
Autora: Paula Sposito Almeida

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Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França


Financiamento: FAPESP

A presença dos cronistas na vida pública portuguesa tornou-se


fundamental durante o século XV. Preocupados em registrar os
feitos portugueses e exaltar a imagem dos reis e infantes que se
colocaram à frente das conquistas, alguns se deslocaram para
a África para conferir estes eventos. Todavia, à medida que
avançava o século, outros homens seriam contratados pela
coroa na exploração do território, passando também a receber
designações régias para registrar os prestígios das conquistas e
relacionar o conhecimento das terras. Tendo em vista os
similares propósitos dessas crônicas e relatos, este estudo busca
interrogar de que maneira esses escritos contribuíram para a
afirmação do reino português e de suas conquistas em África,
e por outro lado, refletir sobre as transformações de uma corte
que, no final daquele século, incorporou a serviço régio homens
de distintas posições e origens.

ST 05 – Produção escrita no Brasil imperial e republicano


(1808-1930)

A IMPRENSA FRANCESA DO RIO OITOCENTISTA SEGUNDO OS


JORNAIS BRASILEIROS
Autora: Amanda Peruchi

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Orientador: Prof. Dr. Jean Marcel Carvalho França


Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Milena da Silveira Pereira
Financiamento: CAPES

Em abril de 1827, Pierre Plancher publicou o primeiro periódico


escrito em francês na cidade do Rio de Janeiro, o
L’Indépendant, e abriu espaço para o aparecimento de muitas
outras folhas francesas na capital do Império. Foram produzidos,
no século XIX, mais de vinte títulos franceses, dos quais alguns
duraram meses enquanto outros permaneceram por muitos
anos no cenário dos impressos da corte. Independentemente
da durabilidade das folhas francesas, elas fizeram parte da
imprensa carioca dessa época e abordaram diversos assuntos
em suas páginas como, por exemplo, sobre as transformações
urbanas ocorridas na cidade, sobre as dinâmicas da vida
política do Império e até mesmo sobre a vida social dos
moradores. Os jornais brasileiros, por sua vez, não deixaram de
notar a grande participação dos periódicos franceses na
imprensa carioca e, por isso, legaram diversos comentários,
elogios e críticas sobre esses impressos. Nesse sentido, o
principal objetivo desta comunicação é mapear, a partir das
anotações dos jornais brasileiros, o que eles disseram acerca
dessa imprensa francesa produzida no Rio imperial a fim de
analisar como as folhas francesas foram recebidas pelas
brasileiras.

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 60

*
O GURU DE PAPEL: LIVROS DE IOGA NO MERCADO EDITORIAL
PAULISTA 1907-1920
Autor: Bruno Guaraldo de Paula Silveira
Orientadora: Prof.º Dr.ª Valéria dos Santos Guimarães
Financiamento: CAPES/CNPq

Os leitores paulistas do início do século XX tiveram à sua


disposição uma significativa oferta de livros sobre ioga, que
começaram a aparecer no mercado por volta de 1910. A
Editora e Livraria Pensamento, fundada em 1907, exerceu papel
pioneiro na tradução, edição e difusão destes livros e era,
então, a única especializada no ramo na cidade de São Paulo.
A Editora já contava, em 1920, com um catálogo diversificado,
uma rede de distribuição nacional e uma tiragem anual de pelo
menos 25.000 exemplares, e além dos livros, publicava a revista
mensal "O Pensamento" desde 1907 e o periódico anual
"Almanach d’O Pensamento", editado ininterruptamente desde
1913. O objetivo central da apresentação é tentar, com base
na metodologia da História da Leitura, estabelecer um quadro
geral desta produção escrita e da publicação de livros sobre
ioga em São Paulo entre 1907 e 1920.

*
A LINGUAGEM DAS OLIGARQUIAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA
Autor: Caio César Vioto de Andrade

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Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rita de Cássia Biason


Financiamento: CAPES

O presente trabalho pretende tratar das disputas entre as


oligarquias republicanas, expressas por meio de documentos
como os anais do Congresso Nacional, relatórios ministeriais e
mensagens presidências, no contexto da crise dos preços
internacionais do café entre 1895 e 1906, em que se debatia a
necessidade de intervenção do Estado na economia. Tendo
como norte teórico-metodológico o contextualismo linguístico,
intentamos analisar como os atores políticos envolvidos
procuravam justificar e legitimar a ação estatal no âmbito
econômico, e como se davam as relações entre as esferas
econômica, política e social na construção das linguagens.

*
A ARTICULAÇÃO ENTRE IMAGENS E TEXTOS NO JORNAL A
LANTERNA (1909-1916)
Autor: Carlos Henrique Neres dos Santos
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valéria dos Santos Guimarães
Financiamento: CAPES

O jornal A Lanterna – folha anticlerical e de combate, foi um


periódico libertário paulistano que esteve inserido no
movimento de expansão da imprensa operária no Brasil
durante a Primeira República. Publicado com maior

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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regularidade entre os anos de 1909 a 1916, sua principal


bandeira era a luta contra o clero e possuía como
característica a presença marcante das ilustrações, utilizada
como instrumento na estratégia de combate ao clericalismo.
Assim, essa comunicação terá por intuito demonstrar de que
maneira imagens e textos se articulavam nas páginas do jornal,
buscando entender quais eram seus atributos, como se dava o
diálogo e as funções que cada ferramenta desempenhava em
meio à economia do jornal. O estudo terá como referencial
teórico a História da Leitura, em que a história da imprensa é
compreendida como um campo de interesse onde se cruzam
os âmbitos da produção, difusão e recepção dos impressos.

*
“ESTUPENDOS ACONTECIMENTOS”: AS NARRATIVAS CURIOSAS
DA IMPRENSA OITOCENTISTA
Autor: Estevão de Melo Marcondes Luz
Residente Pós-doutoral no PPGH | UFMG

A presente comunicação pretende lançar alguns


apontamentos iniciais acerca da pesquisa que venho
desenvolvendo sobre aspectos da imprensa periódica brasileira
de meados do século XIX. Os “estupendos acontecimentos”,
termo retirado das fontes, serão o foco central da pesquisa que
aqui se apresenta. Trata-se de um panorama bastante

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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interessante de narrativas “curiosas” divulgadas nas páginas da


imprensa do período, um objeto ainda pouco explorado,
composto por histórias extraordinárias do cotidiano imperial,
como crimes, enfermidades, notícias ficcionais, propagandas,
anúncios e outras narrativas. Por meio destas pretendo, ao
longo do desenvolvimento da pesquisa, levantar alguns indícios
sobre os aspectos culturais daquela sociedade e, assim,
contribuir para a compreensão da formação da incipiente
imprensa periódica brasileira no Oitocentos.

*
“ESCRAVOS DA NAÇÃO”: O JOGO ENTRE A VERSÃO DO
ESTADO E A DO ESCRAVO
Autora: Ilana Peliciari Rocha
Docente na UFTM

Os “escravos da nação” foram originários do confisco dos bens


dos jesuítas, em 1759. Estavam distribuídos em várias localidades
do Brasil colonial e imperial e foram libertados com a Lei do
Ventre Livre. A sua compreensão decorre de diferentes
documentos históricos, apresentados aqui numa seleção para
um diálogo que confronta ou distingue as perspectivas e visões
do Estado e do escravo. Essa opção leva a identificar as formas
de abordagem, estabelecendo o papel das fontes no
estabelecimento de uma visão histórica sobre os escravos da

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nação. Assim, torna-se fundamental pontuar os limites e as


possibilidades das fontes.

*
O ATO DE PINTAR NO RIO DE JANEIRO OITOCENTISTA
Autora: Iris Cristina Fabri Paiva
Orientadora. Prof.ª Dr.ª Milena da Silveira Pereira
Financiamento: CAPES/CNPq

Pensar a arte de pintar para o século XIX no Brasil é


compreender a importância que os homens oitocentistas
atribuíam ao estilo denominado como neoclassicismo. A
preocupação para com determinadas regras estilísticas
exigidas pela Academia Imperial de Belas Artes do Rio de
Janeiro era constantemente cobrada para os alunos
pertencentes a ela. Esta importância pode ser notada tanto no
estatuto da própria Academia, como também em críticas
publicadas nos periódicos da época acerca dos Salões
oferecidos pela mesma. De tal maneira, o estatuto, ou até
mesmo as atas de reuniões, podem nos ajudar na
compreensão da elaboração interna do Instituto, enquanto
que os periódicos nos permitem pensar o recebimento do
público sobre as exposições e o progresso dos alunos. A
apresentação tem como objetivo dissertar sobre como
determinados documentos se complementam e ajudam na
compreensão do período.

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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*
O AUXILIADOR DA INDUSTRIA NACIONAL E AS REFORMAS
URBANAS NO OITOCENTOS
Autora: Janaina Salvador Cardoso
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Milena da Silveira Pereira
Financiamento: FAPESP

O Auxiliador da Industria Nacional foi uma revista mensal


produzida pelos membros da Sociedade Auxiliadora da
Indústria Nacional (1828) entre os anos de 1833 e 1892. Este
periódico veiculou notícias e conhecimentos relacionados aos
novos cultivos e maquinários que poderiam ser introduzidos nas
práticas agrícolas brasileiras. Os redatores do Auxiliador
também publicaram sobre as diferentes reformas urbanas
realizadas no Rio de Janeiro ao longo do século XIX. A partir da
análise dos diferentes escritos que circularam nas páginas deste
periódico buscaremos apresentar as notícias sobre os novos
meios de transportes, iluminação das vias públicas e
arborização da capital fluminense, e deste modo, abordar
como estas medidas de urbanização do Império contribuíram
com a formação de uma agricultura moderna e renovada,
assim como foi almejado pela Sociedade Auxiliadora.

*
A IMPRENSA JUDAICA NO BRASIL
Autora: Julia Souza Oliveira

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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Orientadora: Prof.ª Dr.ª Virginia Célia Camilloti

A história da imprensa judaica no Brasil ainda se encontra em


vias de ser feita. Embora haja alguns trabalhos que se
debrucem sobre jornais em iídiche, pouco ou quase nada foi
escrito sobre os periódicos publicados em português. Sendo
assim, nos incumbimos a tarefa de trabalhar com o primeiro
periódico judaico publicado em português no Brasil, A Columna
que circulou entre janeiro de 1916 e dezembro de 1917.
Buscaremos na presente comunicação traçar algumas das
características dessa imprensa, além de procurar ressaltar a
importância deste tipo de fonte para o estudo das
comunidades judaicas radicadas no Brasil nos primeiros anos do
século XX.

*
IDENTIDADES MUÇULMANAS NO BRASIL OITOCENTISTA: UM
RELATO DE VIAGEM.
Autor: Luiz Henrique Souza da Silva
Orientador: Prof. Dr. Jean Marcel Carvalho França

Parte das fontes escritas que se tem acerca do Brasil durante o


século XIX correspondem a importantes narrativas de viagem.
Estes relatos de viajantes são fontes indispensáveis para a
investigação dos processos de construção sobre a imagem do
Brasil e dos brasileiros. Assim, pretendo discutir neste trabalho a

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 67

narrativa “Deleite do estrangeiro em tudo o que é espantoso e


maravilhoso”, feita em terras brasileiras entre os anos de 1866 a
1869 pelo viajante bagdali Abdulrrahman al-Baghdádi. Este
relato traz importantes contribuições ao conhecimento que se
tem sobre as relações entre religião e escravidão, a partir da
perspectiva da comunidade muçulmana do Brasil oitocentista.

*
A MODA (D)ESCRITA E ILUSTRADA NAS FOLHAS FLUMINENSES
OITOCENTISTAS
Autora: Mariana de Paula Cintra
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Milena da Silveira Pereira
Financiamento: FAPESP

O Rio de Janeiro, no ano do desembarque da família real nos


trópicos, assistiu ao surgimento da primeira tipografia oficial em
solo brasileiro. Desde então, a palavra impressa ganhou as ruas
em busca de pessoas ávidas por informações de toda ordem.
Os primeiros jornais, no entanto, não contribuiu apenas para
uma maior disseminação de ideias e notícias como também
foram peças centrais para a propagação de aspectos do
cotidiano, sobretudo da gente abastada. A criação de
periódicos fluminenses dedicados às mulheres confirma essa
afirmação, visto que seus redatores procuravam justamente
levar diversão e os padrões do bom tom às suas leitoras.
Partindo da seção intitulada “modas” das folhas femininas,

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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procuramos pensar em que medida a indumentária ajudou a


compor aquelas páginas e, ao mesmo tempo refletir sobre o
lugar da roupa e da mulher que a vestia na imprensa carioca
da época.
*
FONTES PRIMÁRIAS NA RELEITURA DA POLÍTICA EXTERNA
IMPERIAL
Autor: Pedro Gustavo Aubert

O estudo da política externa imperial a partir da leitura crítica


de fontes primárias permite uma série de releituras sobre o
período. Os Relatórios Ministeriais, disponíveis online, são um
grande manancial para pesquisa. Todavia, eram também uma
vitrine dos gabinetes para o Poder Legislativo. Porém,
despachos, notas secretas, reservadas e reservadíssimas não
eram ali publicados. Também não são encontrados nos
arquivos oficiais, pois muitos ministros guardavam consigo
documentos confidenciais dado o temor de que caíssem em
mãos erradas. O visconde do Uruguai saiu do governo em 1853
e continuou articulando politicamente nos bastidores. Quando
Uruguai começou a perder influência política, escreveu uma
autobiografia (1860) afirmando que saíra da política em 1853.
Tal visão foi reproduzida por seus biógrafos e chegou à
produção historiográfica recente sem grande questionamento.

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RELATOS MÉDICOS NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO XX:


POSSIBILIDADES DE PESQUISA
Autora: Priscila Bermudes Peixoto
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Valéria Guimarães

Essa comunicação tem por objetivo abordar a investigação e


o uso de fontes históricas relacionadas às práticas de medicina
no Brasil da primeira metade do século XX. O pesquisador
interessado na História da saúde, das ciências ou da medicina
pode valer-se de uma vasta pluralidade de registros e relatos
do passado. Além dos suportes especializados, como jornais e
revistas médicas, o historiador encontrará na grande imprensa
entrevistas, inquéritos e anúncios que podem contribuir para
melhor compreensão de seu objeto de pesquisa e do contexto
analisado. A intenção é destacar principais aspectos do
discurso médico do período e também apontar a possibilidade
de articulação entre os diversos tipos vestígios históricos.

ST 06 - Do essencial e do natural: questões sobre o viver


na Idade Média

AS MULHERES NOBRES NA SEGUNDA CRUZADA: A INFLUÊNCIA


DE ELEANOR DA AQUITÂNIA
Autora: Amanda Claudiano Francisco
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França
Financiamento: PIBIC

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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No século XI, com a aclamação do Papa Urbano II para que os


fiéis da Igreja Católica socorressem o povo do Oriente e
retomassem para si a Terra Santa, deu-se o início um dos
maiores movimentos de peregrinação armada e expansão
européia conhecido como Cruzada. Tal movimento, o qual
empregou homens, mulheres e crianças, além dos objetivos de
peregrinação aos lugares sagrados, para oração e redenção
de pecados, fundava-se na ideia de expansão da fé pela força
armada. Nosso objetivo neste estudo é examinar o papel da
mulher em tal cenário, principalmente das mulheres nobres, as
quais tomavam as estradas com seus maridos. O foco do
estudo é a Segunda Cruzada, mas partindo de uma figura
específica. Examinaremos a obra Histoire de la croisade de Louis
VII, escrita por Odon de Deuil, o qual relata a Cruzada
estabelecida por Luís VII e como esta teve influência de sua
esposa, Eleanor da Aquitânia.

*
IMPRESSÕES DOS MISSIONÁRIOS FRANCISCANOS ACERCA DOS
CULTOS DO ORIENTE (SÉC. XIII E XIV)
Autora: Amanda Mantoan Sabino
Orientador: Prof. Dr. Leandro Alves Teodoro
Financiamento: CAPES

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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Tendo como alvo as terras do oriente entre os séculos XIII e XIV,


muitos viajantes teceram narrativas que continham não só
descrições do itinerário que percorriam, mas, igualmente,
contavam suas impressões sobre diversos aspectos dos
costumes dos povos de lá. Entre esses viajantes, os missionários
da Ordem dos Frades Menores também apontaram em seus
escritos detalhes a respeito da alimentação, das gentes, dos
hábitos na guerra, mas também descrições sobre os cultos dos
homens e mulheres. Nesse sentido, franciscanos como João de
Pian dei Carpine, Odorico de Pordenone, entre outros irmãos,
demonstraram grande interesse de conhecer os cultos
partilhados pelos povos que viviam na extensão do império
tártaro-mongol. Partindo dessas descrições, a proposta da
apresentação será avaliar como esses religiosos, que tinham um
mesmo referencial cristão, viram as demais religiões das terras a
leste.

JEAN GERSON E A TEOLOGIA MÍSTICA NA SOLUÇÃO DOS


EMBATES DE SEU TEMPO: A CRÍTICA AOS TEÓLOGOS (SÉCULO
XV)

Autora: Letícia Gonçalves Alfeu de Almeida

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França

Financiamento: CNPq

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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No limiar do século XV, em meio ao cisma que dividia o papado
entre Roma e Avignon, o teólogo chanceler da Universidade de
Paris, Jean Gerson (1363-1429), recolheu-se da agitação de seu
alto posto para um exílio autodeclarado, em Bruges, onde se
voltou para o estudo da contemplação, ou da teologia mística,
que dizia respeito à modalidade direta e mais elevada de
contato com Deus, um saber legado pelos padres e definido
como uma sabedoria que dispensava o intelecto e o
conhecimento racional, as palavras e a escrita. O objetivo
principal deste letrado, também um pregador, era prover aos
laicos ensinamentos em vernáculo sobre a contemplação,
projetando e traduzindo para o mundo dos “simples” um modo
de vida ascético até então próprio dos religiosos. Sendo assim,
o intuito desta comunicação é avaliar como a visada de
Gerson para os textos místicos do passado, de Dionísio
Areopagita aos exegetas do século XII, como Hugo ou Ricardo
de São Victor, pretendia não apenas conduzir as práticas
devocionais dos leigos, mas também reformar o próprio saber
teológico e a conduta dos teólogos da Universidade, ou
melhor, como a defesa da contemplação para os simples
amparou-se na crítica aos teólogos, no sentido de pregar que
a virtude era mais importante para a vida do cristão do que o
conhecimento ou erudição.

ENSINAR AOS MENINOS CASTELHANOS NAS PARÓQUIAS DOS


SÉCULOS XIV E XV
XXI Semana de História – UNESP/ Franca
P á g i n a | 73
Autor: Rodolfo Nogueira da Cruz

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França

Financiamento: FAPESP

Durante o século XIV e XV, os prelados castelhanos,


responsáveis pelos sínodos e concílios eclesiásticos, ordenavam
que os demais clérigos do reino atentassem para a educação
dos meninos das paróquias. Muitas vezes esses homens
atribuíam ao sacristão o dever de ensinar – dentro das igrejas e
em determinadas horas do dia – a ler, escrever e cantar nas
missas os meninos que tinham até quatorze anos. Também
estabeleciam nessas reuniões penas para o não cumprimento
das aulas e recomendações aos laicos para que enviassem os
mais novos às escolas paroquiais para que tomassem
conhecimento da doutrina e da gramática. A partir de livros
sinodais, escritos pelos bispos de Toledo, Cuenca, Ávila e
Segóvia nos séculos XIV e XV, é possível mapear algumas
questões sobre o viver e o cotidiano da prática de ensinar a
doutrina cristã no reino de Castela e em suas fronteiras.

A ÁGUA COMO SUSTENTO E AMEAÇA NAS VIAGENS


CASTELHANAS QUATROCENTISTAS
Autor: Waslan Saboia Araújo
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França
Financiamento: FAPESP

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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No decorrer do século XV o reino de Castela foi cenário de um
aumento de escritos que tratavam sobre viagens de homens
por terras alhures das fronteiras do habitual. Através da leitura
desses relatórios é possível notar como a prática do deslocar-se
por outras bandas constituiu uma atividade que impunha
desafios e percalços aos viajantes, principalmente no âmbito
do sustento físico ao longo dos trajetos. Uma vez dito isto, o
intuito desta apresentação é de sopesar o papel legado a
água dentro dessas viagens que, muitas vezes, levaram os
indivíduos a se deslocar por sítios ermos e inóspitos, nos quais
essa provisão era extremamente necessária. A proposta é a de
perscrutar menções sobre a água tanto como fator
indispensável para o prosseguimento dos périplos, como
também notar possíveis matizes onde esse recurso poderia ser
visto como ameaça para a viagem bem como para os
viageiros.

*
A ARTE DE ENSINAR OS FILHOS NOBRES NA CASTELA DOS
SÉCULOS XV E XVI
Autora: Yasmin de Andrade Leandro
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Susani Silveira Lemos França
Financiamento: FAPESP

Entre o final do século XV e o início XVI, mostrou-se crescente o


interesse dos letrados e dos reis de Castela pela educação dos
nobres, em grande parte devido às leituras de obras que

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 75
vinham da Itália e da ida frequente de letrados para aquele
território. Através de alguns tratados contendo exemplos
virtuosos, foram estabelecidas pelos letrados castelhanos regras
para a educação dos filhos e filhas. Nosso objetivo principal,
nesta comunicação, é examinar esses tratados em que o
diálogo é estabelecido entre o pai e os filhos, procurando
ressaltar quais as ações que deveriam ser mais destacadas e
cuidadas ao longo da vida dos rapazes, com ênfase sobre
como tais noções novas ou retomadas foram recorrentes no
período. Os tratados selecionados sobre a educação dos
homens são: “Manera de criar a los hijos” e “De liberis
educandis”. Além da riqueza do seu conteúdo, tais tratados
foram escolhidos em razão da sua larga difusão na Península
Ibérica e por se apresentarem como uma espécie de “arte da
vida” destinada a projetar ideais de boa conduta.

ST 07 - Expectativas da modernidade e vivências políticas


nas sociedades americanas

O BRASIL DIMENSIONADO PELO FUTEBOL


Autor: Agnaldo Kupper
Orientador: Prof. Dr. Claudinei M. Magre Mendes

Não há como negar que, particularmente no Brasil, a prática


futebolística está inserida nas relações sociais e, como tal,
sujeita a novas participações, a novos sentidos e a novos
significados. Desta forma, é parte integrante das mudanças
XXI Semana de História – UNESP/ Franca
P á g i n a | 76
engendradas pelo processo histórico brasileiro. Certo é que o
futebol é um reflexo do que somos e de como temos olhos ao
mundo. O futebol desenhou e desenha o Brasil, seja no
imaginário, seja no esvaziamento da luta sindical do primeiro
quartel do século anterior, seja nos planos diretores de cidades,
seja na integração do negro na sociedade brasileira (não sem
percalços e guinadas), seja sendo usado para afirmar a
ditadura militar, seja como ensaio para a abertura
democrática, seja ensaiando o “lulismo” (edificado nos jogos
de almoço das fábricas), seja representando a imagem do
Brasil nas Copas que venceu ou perdeu. Seja num 7 a 1.

*
DZI CROQUETTES E LAS YEGUAS DEL APOCALIPSIS:
HOMOSSEXUALIDADE, ARTE E POLÍTICA NAS DITADURAS
BRASILEIRA E CHILENA
Autor: Andrei Chirilã
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marisa Saenz Leme e
Prof.ª Dr.ª Onilda Alves do Carmo

Este artigo busca compreender e analisar as semelhanças e


diferenças relativas às vivências da comunidade homossexual
brasileira e chilena durante o período de governos ditatoriais
nos dois países por meio do estudo de dois grupos artísticos, as
Dzi Croquettes (Brasil) e Las Yeguas del Apocalipsis (Chile),
realizando uma reflexão não apenas de como os
questionamentos das noções tradicionais de gênero,

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 77
sexualidade e performatividade se fizeram presentes no meio
artístico em um período de extrema violência e
conservadorismo, mas também sobre o uso das manifestações
artísticas e da corporalidade como espaços e instrumentos de
atuação política e crítica ao autoritarismo.

*
CONSTITUCIONALISMO E MODERNIDADE POLÍTICA NO BRASIL
DA INDEPENDÊNCIA
Autor: Gustavo Garcia Toniato
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marisa Saenz Leme

Esta comunicação pretende apresentar a forma pelo qual o


discurso em torno de um ideal de constituição aparece nos
discursos das cartas publicadas na Imprensa Portuguesa que de
alguma forma circulou na América Portuguesa nos anos de
1820 à 1823, momento tanto de acelerada construção de um
espaço público de debates no Império Português quanto de
transformações políticas profundas, que acabaram por levar a
desagregação do Reino Unido. As cartas que utilizaremos estão
reunidas na coleção de panfletos Guerra Literária Panfletos da
Independência (1820-1823) Volume I Cartas, organizado por
José Murillo de Carvalho Lúcia Bastos e Marcello Basile.

*
A GUERRA DOS DEZ ANOS E A INDEPENDÊNCIA DE CUBA: UMA
ANÁLISE EM RAFAEL MARÍA MERCHÁN

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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Autor: Igor Henrique Batistella

Orientador: Prof. Dr. Marcos Alves de Souza

Voltada ao estudo da Guerra dos Dez Anos (1868-1878), conflito


que inaugura os grandes movimentos de luta pela
independência cubana, esta pesquisa visa compreender com
maior profundidade os acontecimentos ocorridos no
crepúsculo colonial da ilha. Para melhor retratar o momento,
trabalharei com o livro “Cuba: justificación de su Guerra de
Independência”, publicado nos primeiros anos da guerra final
de libertação (1895-1898) pelo jornalista Rafael María Merchán
(1844-1905). Em um trabalho marcadamente crítico, Merchán
denuncia os abusos e desgovernos da burocracia espanhola
na antilha, bem como a relação de exploração estabelecida
entre Madri e Havana. Busca-se compreender como o trabalho
de Merchán pode ter influenciado os rebeldes derrotados de
1878 a voltarem às armas, tendo-o como provável elemento
influenciador da separação junto a outros intelectuais cubanos
de fins do século XIX.

*
TEMPORALIDADE E EXPECTATIVA: O PERU DE MARIÁTEGUI E
FLORES GALINDO
Autor: Marcus Vinícius Furtado da Silva Oliveira
Orientador: Prof. Dr. Alberto Aggio
Financiamento: CAPES

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 79

O ensaísmo latino-americano marca a constituição de uma


temporalidade específica ao continente, fundada no
amálgama entre o tempo indígena e espanhol. Nessa
justaposição, a América Latina emerge como um espaço no
qual os traumas retroalimentam a expectativa do vir a ser
(FREDRIGO, BITTENCOURT, 2014). Nesse sentido, esse trabalho
procura pensar as expectativas peruanas do século XX tendo
como fonte os trabalhos de José Carlos Mariátegui, Sete Ensaios
de Interpretação da Realidade Peruana, de 1928, e de Alberto
Flores Galindo Buscando Um Inca, de 1986. Com isso,
pretendemos demonstrar como ambos os autores, dentro de
suas singularidades, partindo de uma leitura histórica acerca da
sociedade peruana, constroem uma expectativa para a
realização da modernidade peruana, marcada pela
possibilidade de um amálgama entre as tradições incaicas e
aquelas advindas da modernidade Ocidental.

*
LA IMPLEMENTACIÓN DEL ORDEN EN LA POLICÍA FISCAL DE
VALPARAÍSO - VALPARAÍSO (CHILE) 1896-1920
Autor: Vania Luz Cárdenas Muñoz
Universidad Nacional de La Plata, Argentina

La exposición se concentrará en los resultados de la


investigación efectuada en el marco de Magíster de Historia y
Ciencias Sociales denominado El orden Gañán: organización y

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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composición de la policía de Valparaíso, 1890-1920. En la


exposición se abordará la creación de las Policías Fiscales
(1896) el primer cuerpo policial chileno que funcionó bajo la
dependencia Estatal y las principales funciones desempeñadas
por los funcionários subalternos o guardianes en Valparaíso
hacia finales del siglo XIX e inicios del XX. Se revisarán las
principales funciones a cargo del personal encargado de la
vigilância poblacional en el principal puerto chileno de estos
años y las principales tensiones que se presentaron para la
organización de estos cuerpos policiales por parte del Estado.
Para la investigación, se consultaron comunicaciones oficiales
efectuadas entre la Intendencia y la Prefectura policial de
Valparaíso, ubicadas en el Fondo de Archivos de la Intendencia
de Valparaíso (Archivo Nacional, Santiago de Chile) y una
publicación oficial denominada Revista de Policía de
Valparaíso.

A SUBVERSÃO CONTRA O RECRUTAMENTO MILITAR NA


PROVÍNCIA DE SÃO PAULO (1875-1889)
Autor: Vinícius Tadeu Vieira Campelo dos Santos
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marisa Saenz Leme
Financiamento: CNPq

O presente trabalho visa problematizar a questão do


recrutamento militar na província de São Paulo durante o

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 81

Período Imperial. O recrutamento militar, tinha como


característica ser forçado e irregular, sendo destinado a uma
determinada parcela pobre da população (mendigos, libertos,
lavradores, criminosos e etc.) que não possuía alguma profissão
ou ofício bem determinado. Com a criação da Lei 2556 de 26 de
setembro de 1874 se institui que o recrutamento militar para o
Exército e Armada teria como base o sorteio universal. Com isso
a nova Lei alterou radicalmente a lógica que se tinha de
recrutamento até então, gerando assim uma reação popular
intensa em várias localidades do Império. Dentro disto,
analisaremos as notícias referentes às sedições na província de
São Paulo, desde relatórios de presidentes da província, jornais
que circulavam na época e uma autuação contra os sediciosos.

*
AS FERROVIAS NO CENTRO-SUL BRASILEIRO DE UMA
PERSPECTIVA DA GLOBAL HISTORY
Autor: Welber Santos
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Andréa Lisly Gonçalves

Este artigo tem como objetivo a leitura contextual da


construção de ferrovias no Centro-Sul do Império do Brasil a
partir de uma perspectiva que extrapole os limites do Estado
Nacional. A partir de tal perspectiva, o caráter internacional e
as relações internacionais, as influências atlânticas no que

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 82

concerne à expansão dos avanços da chamada "revolução


industrial" e temas afins a serem observados num jogo de
escalas que conecta o industrialismo e a expansão do
capitalismo industrial oitocentista e como se dão suas
influências regionais e as conexões entre agentes que se
movimentam num espaço que vai além das fronteiras
nacionais. A expansão técnica ferroviária no século XIX de uma
perspectiva global e as variações nas relações internacionais
num âmbito regional a partir da observação de como se dão
as mudanças nos contratos de mão-de-obra em setor
altamente especializado e com demandas de novo tipo, que
demandam novas perspectivas de mercado financeiro, de
associação, de administração pública e de contratos
internacionais.

ST 08 - Narrativas da História: o espaço fronteiriço entre


História e Literatura

HISTÓRIA, LITERATURA E LÍNGUA: REFLEXÕES SOBRE O PASSADO


BRASILEIRO
Autora: Beatriz Rodrigues
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Naxara
Financiamento: CAPES

Por meio de registros literários, proponho analisar algumas


discussões suscitadas em torno da língua portuguesa no Brasil

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 83

entre os anos de 1880 e 1930. José de Alencar, Mário de


Andrade, Monteiro Lobato, Olavo Bilac e José Verissimo são
apenas alguns dos escritores que trataram da língua em suas
produções. Temas como a alteridade entre Brasil e Portugal, a
influência estrangeira, a estética, o vocabulário e a ortografia
nos fazem refletir sobre aspectos importantes da cultura
brasileira, tais como: as tensões entre o popular e o erudito na
prática cotidiana, os aspectos identitários, as noções de
progresso, civilidade e civilização, dentre outros. Trata-se,
portanto, de uma proposta de trabalho que procura integrar
história, literatura e língua para refletir o passado brasileiro.

*
O PRIMEIRO ROMANCE DE GILBERTO FREYRE: CARACTERÍSTICAS
E IMPLICAÇÕES
Autor: Bruno Cesar Cursini
Orientador: Prof. Dr. Alexandre de Sá Avelar
Financiamento: CAPES

O objetivo deste trabalho é investigar a obra de ficção de


Gilberto Freyre, selecionando um de seus romances, dona sinhá
e o filho padre, compreendendo assim os usos que este autor
faz da narrativa e lançando algumas luzes sobre sua
concepção da natureza da investigação historiográfica e da
prática sociológica. Acreditamos que com o cotejamento de
outras fontes referentes a Gilberto Freyre – diário pessoal,

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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autobiografia e cartas – é possivel mapear-se a gênese de seus


trabalhos como ficcionista, e também explicar os temas
explorados por ele nestes trabalhos. Por entendermos que o
romance de Freyre compõe seu espaço autobiográfico
também é inevitável que remetamos à discussão acerca dos
textos autorreferencias, sua relação com a memória, o que
representam para a literatura e para a história e as
particularidades metodológicas de seu uso como fonte.

*
A ASSIMILAÇÃO DA CRÍTICA MODERNA NA OBRA LITERÁRIA DE
SÍLVIO ROMERO
Autor: Cícero João da Costa Filho
Orientador: Prof. Dr. Marcos Silva

Analisando o Brasil à luz das ideais naturalistas, tendo por base


o pensamento de Buckle, Comte e Taine, Sílvio ressalta a
importância da Crítica Moderna na confecção de seu projeto
nacional. Somente classificando as determinadas áreas do
conhecimento em ciências e quase ciências, aderindo à
Crítica como recurso metodológico envolto por sua teoria da
mestiçagem e pela lei do mais forte, somada a influência do
meio e da raça, é possível compreender o modelo de Crítica
adotado pelo bacharel para empreender sua leitura de Brasil.
Leitor de tantas correntes de ideias e baseando-se no criticismo
de fundamentação kantiana para sustentar suas análises,

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 85

Romero investigou o Brasil a par das teorias do positivismo, do


evolucionismo e do determinismo europeu, apontando as
caudas do atraso do país, seus os remédios, e assim, propondo
um novo projeto para uma nação moderna.

*
A ESCRITA FICCIONAL DE CARLOS HEITOR CONY DURANTE A
DITADURA MILITAR NO BRASIL
Autor: Crhistophe Barros dos Santos Damazio
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Pereira da Silva
Financiamento: CAPES

Neste trabalho discutiremos como a literatura, especialmente o


gênero do romance, se transformou em um meio de
representação e debate das questões políticas e sociais mais
polêmicas do período ditatorial no Brasil. Nosso objeto de
estudo é a escrita de Carlos Heitor Cony, em especial, as obras
Pessach: a travessia e Pilatos. Nesses livros, temas como o papel
dos intelectuais, a luta armada, a repressão do governo e as
transformações na cultura brasileira compõem o pano de
fundo das narrativas. O romance Pessach: a travessia, de 1967,
retrata a “luta esperançosa” de integrantes de grupos armados
de oposição ao governo. Já Pilatos, de 1974, período de maior
repressão da ditadura brasileira, retrata um momento de
desilusão entre aqueles que se opuseram aos militares. Nosso

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 86

trabalho pretende percorrer o caminho de oposição ao


autoritarismo no Brasil por meio escrita de Carlos Heitor Cony.

*
A HISTÓRIA NA HISTÓRIA: UMA LEITURA DE DESDE QUE O SAMBA
É SAMBA
Autor: Gabriel Capelossi Ferrone
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Juliana Santini

Este trabalho propõe uma reflexão sobre como a narrativa


literária estabelece uma relação de apropriação da narrativa
histórica, especialmente em Desde que o samba é samba,
segundo romance de Paulo Lins, publicado em 2012. A
discussão se centrará em apontar como o autor constrói a
ficcionalização do nascimento e desenvolvimento do Samba e
da Umbanda na obra, a partir de uma confluência entre figuras
pertencentes à historiografia do imaginário popular e
personagens pertencentes à ordem da criação literária. Para
tanto, serão revisitadas as discussões de Aristóteles, sobre a
diferença de papeis do historiador e do poeta (romancista), e
de Walter Scott e György Lukács, com princípios e teorizações
do romance histórico.

*
JORGE AMADO E PIERRE VERGER: UM ENCONTRO ENTRE
LITERATURA E FOTOGRAFIA

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 87

Autor: Eudes Marciel Barros Guimarães


Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Regina Capelari Naxara
Financiamento: CAPES

Pierre Verger costumava contar que “descobriu” o Brasil através


do romance Jubiabá, de Jorge Amado, publicado na França
sob o título Bahia de tous les saints (1938). Em 1946, Verger
desembarca em Salvador e começa a fazer os seus primeiros
trabalhos para a revista O Cruzeiro. Do seu interesse pela capital
baiana resultaram diversas fotografias dentre as quais muitas
foram posteriormente reunidas no livro Retratos da Bahia (1980).
Essas imagens nos remetem ao universo da literatura amadiana,
em que as ruas da cidade são praticadas pelos populares que,
por sua vez, lhes dão vida, dinamismo e identidade. Uma leitura
comparativa das fotografias de Pierre Verger (Retratos da
Bahia) e da literatura de Jorge Amado (Jubiabá) constitui o
objetivo desta comunicação, de modo a considerar
especialmente a dimensão histórica impregnada em tais
imagens fotográficas e literárias.

*
A JUSTIÇA PERÍODO JOANINO EM MEMÓRIAS DE UM
SARGENTO DE MILÍCIAS
Autor: Gustavo de Mello Sá Carvalho Ribeiro
Orientador: Prof.ª Dr.ª Maria Célia de Moraes Leonel

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 88

Financiamento: CAPES

Pretende-se, com o trabalho, verificar como a justiça brasileira


é representada em Memórias de um sargento de milícias de
Manuel Antônio de Almeida, narração de tipos da sociedade
brasileira do século XIX, em que a relevância do tema da justiça
nacional se encontra, por exemplo: a) na forte presença da
classe dos meirinhos, na qual se inclui o pai do protagonista,
Leonardo Pataca, e, a partir de tal classe, o retrato do sistema
judiciário e do processo judicial; b) na personagem D. Maria,
cuja "mania de demandas" representa a cultura da sentença
que segue a sociedade brasileira ainda hoje; c) na dialética
"ordem e desordem", como bem ensina Antonio Candido, uma
vez que o direito é instrumento estatal para a manutenção da
ordem; assim, mesmo o personagem Major Vidigal, que
representa a maior fonte de ordem entre as personagens -
chega-se a dizer a ele, ao longo da narrativa: "[...] o que é a lei,
se o Sr. major quiser?" - rende-se à desordem, aceitando
satisfazer um pedido de uma mulher por quem se interessava.
O embasamento teórico é agrupado em três linhas:
primeiramente, ensaios críticos sobre o autor e sobre o corpus,
dentre os quais se destaca "Dialética da malandragem" de
Antonio Candido; em segundo lugar, estudos sobre teoria,
filosofia, história e sociologia do direito, como Teoria e
sociologia do direito de Aurélio Wander Bastos; e, finalmente,

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 89

balizas teóricas sobre aspectos da narrativa, como o Discurso


da narrativa de Gérard Genette.

*
SOB O OLHAR DE VERONICA: A LÍRICA POÉTICA DO AMOR NO
CINQUECENTO
Autor: João Paulo Ribeiro Beraldo
Orientador: Prof. Dr. Yllan de Mattos

O Renascimento italiano foi um período de grandes


transformações, tanto nas artes, mais conhecidas, quanto na
política, sociedade, entre outras. A literatura também teve seus
grandes expoentes, desde Dante Alighieri a Pietro Aretino, são
nomes aclamados até hoje e que tiveram excelentes e
impostíssimas contribuições. Mas, quanto às mulheres, elas
tiveram a oportunidade de se expressar? E mais: de se expressar
publicamente? Neste trabalho, apresentaremos duas poetisas
do século XVI, Veronica Gambara (1485 - 1550) e Veronica
Franco (1546 - 1591), que expuseram em seus poemas a lírica
amorosa. Assim, pretendemos apontar as diferenças e
semelhanças entre essas duas poetisas através da análise das
obras Rime (1530), de Veronica Gambara, e Terze Rime (1575),
de Veronica Franco.

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 90

LITERATURA E NACIONALISMO ITALIANO NAS ESCOLAS DE


IMIGRANTES EM JUIZ DE FORA – MG
Autora: Mariana Eliane Teixeira

O tema Imigração Italiana no Brasil é amplo, possibilitando uma


série de indagações históricas. O artigo em questão volta-se
para uma abordagem pouco explorada, que é a da
educação dos imigrantes e dos seus filhos no Brasil e a relação
das escolas dos imigrantes com o governo da Itália. Nesse caso
em específico, nos dedicaremos a analisar as obras literárias
enviadas periodicamente pelo governo italiano às escolas
Umberto Primo e Regina Margherita, em Juiz de Fora, Minas
Gerais, ressaltando até que ponto o governo italiano mostrava-
se preocupado com a educação dos emigrados. Em linhas
gerais, o conteúdo das obras enviadas transitava entre
conteúdos propedêuticos e literatura e procuravam construir
e/ou reforçar um sentimento de pertença entre aqueles que
emigraram e o seu país de origem, reforçando o sentimento de
italianidade entre os emigrados e seus filhos.

*
JOHAN HUIZINGA E OS IDEAIS HISTÓRICOS DE VIDA
Autor: Renato Ferreira Lopes
Orientador: Prof. Dr. Cássio da Silva Fernandes
Financiamento: CAPES

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 91

Conceitos históricos convertidos em imagens, exemplos dignos


de imitação ou símbolos culturais inspiradores podem ser fatores
determinantes no desenvolvimento de culturas, estados ou
indivíduos? E se forem, muito dos ideais políticos, econômicos e
culturais não advém de suas ligações com a História? Esses
questionamentos foram feitos por Johan Huizinga (1872-1945)
em sua aula inaugural na Universidade de Leiden, Holanda, em
janeiro de 1915. Publicada no mesmo ano, sob o título de Os
ideais Históricos de Vida, a conferência tinha o propósito de
tratar da “influência da História na História”, partindo do
distante exemplo de Carlos o Temerário (1433-1477) para
discutir o fenômeno do Nacionalismo, elemento determinante
na Primeira Guerra Mundial, iniciada no ano anterior. Visamos
aqui apresentar a questão dos revivals na cultura da
apresentação e o lugar das imagens e da Literatura no
conhecimento histórico segundo Huizinga, autor do clássico O
outono da Idade Média (1919) e ainda pouco debatido em
terras brasileiras.

*
“O AFRICANO”: DILEMAS HISTÓRICOS, LITERÁRIOS E SOCIAIS DE
UM JORNAL MOÇAMBICANO (1908-1919)
Autor: Thiago Henrique Sampaio
Orientador: Prof. Dr. Paulo Cesar Gonçalves
Financiamento: CNPq

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A tipografia em Moçambique surgiu a partir da década de


1850, primeiro na Ilha de Moçambique e posteriormente nas
regiões de Inhambane, Lourenço Marques e Quelimane. Essas
primeiras publicações eram a serviço dos interesses da
colonização portuguesa. Ao final do século XIX e primeira
década do XX começaram a se desenvolver uma imprensa
oriunda de uma elite negra local. Esse grupo buscava
denunciar os abusos, corrupções e desleixos da administração
colonial lusitana em território moçambicano. Um deste
periódicos foi “O Africano”, que surgiu em 1908 como
propriedade do Grêmio Africano de Lourenço Marques e durou
até 1919. O presente trabalho buscar discutir as
potencialidades de pesquisa existente dentro de um jornal
moçambicano e seus dilemas históricos, literário e sociais
presentes em sua escrita.

*
IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO:
REFLEXÕES SOBRE TEMPO, HISTÓRIA E MEMÓRIA.
Autora: Vera Lúcia Silva Vieira
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Márcia Naxara
Financiamento: CAPES

A partir de diferentes registros textuais, procuro investir sobre a


produção do escritor e jornalista Ignácio de Loyola Brandão.
Recorro ao diálogo com seus escritos no sentido de

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 93

problematizar as redes tecidas entre memória, tempo e história,


indagando sua escrita política e seu papel na construção de
múltiplas sensibilidades urbanas, bem como seu exercício de
apreensão, testemunho e registro do tempo. Pautando-me por
uma leitura histórica, recorto narrativas que figuram percursos,
itinerários e viagens, sublinhando nos escritos a capacidade de
enunciar complexos meandros entre razão e sentimentos,
desejos, medos, indiferenças e humilhações; multifacetadas
dimensões da condição humana que dizem respeito a formas
de experiência estética, sensível e histórica.

ST 09 - Dimensões do Império: administração, sociedade e


política no Atlântico português

SEM REI E SEM ESCRAVOS: LUIZ GAMA E OS “ESTADOS UNIDOS


DO BRASIL”
Autora: Adrielli de Souza Costa
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira
Financiamento: CNPq

É sabido que o processo de construção da escravidão como


uma instituição indesejável no Brasil do oitocentos contou com
diversos nomes e, dentre eles, alguns são destacados pela
historiografia especializada na temática, como o literato e
jornalista Luiz Gonzaga Pinto da Gama (1830-1882). Figuras
como Joaquim Nabuco compartilhavam o apoio ao poder

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 94

monarquista ao mesmo tempo que defendiam a extinção do


cativeiro africano no Brasil. Por outro lado, Luiz Gama teve
grande participação nas campanhas republicadas entre os
anos 60 e 80 do XIX. Deste modo, a comunicação aqui
proposta, tendo como base os escritos de Luiz Gama,
veiculados em jornais da época, bem como alguns de seus
poemas, visa identificar uma possível relação entre os
argumentos republicanos e abolicionistas do literato. Planejava
o literato uma mudança conjunta das duas grandes estruturas
de poder do Brasil oitocentista?

*
MUITOS ENGENHOS E POUCA CANA: O AÇÚCAR NA BAHIA NO
SÉC. XVII
Autor: Marcelo Lunardi do Carmo
Orientador: Prof. Dr. Daniel Strum

Na segunda metade do século XVII, os senhores dos engenhos


reais do Recôncavo enfrentavam sérias dificuldades com a
falta de cana. A construção de novos engenhos, conhecidos
como engenhocas menores e movidos a tração animal, era
vista como a principal causa do problema. Em 1660
autoridades da Câmara de Salvador encaminharam uma
representação ao Conselho Ultramarino, na qual pediam a
proibição de instalação de novos engenhos à beira-mar,
argumentavam que esses concorriam com os já instalados

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 95

pelas canas dos lavradores, situação que estava arruinando a


todos. Os proprietários, e pessoas interessadas na instalação, de
novos engenhos posicionaram-se contrários a proibição,
alegavam que o veto a construção de novas unidades
prejudicaria a ocupação do território. Seguiu-se um debate
entre a autoridades coloniais, polarizado entre os que
defendiam a proibição e os que a condenavam.

*
INQUISIÇÃO E ESCRAVIDÃO: SENHORES E ESCRAVOS NOS
DOCUMENTOS DO SANTO OFÍCIO PORTUGUÊS
Autora: Monique Marques Nogueira Lima
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira
Financiamento: CAPES

O Santo Ofício da Inquisição se configurou como uma


instituição que, em Portugal e seus domínios, atuou na repressão
das heresias e na consolidação da moral católica. Ao agir
contra os desvios da fé, este Tribunal julgou e condenou
diferentes homens e mulheres, no reino e nas colônias. Dentre a
tipologia de acusados, não foi incomum encontrar casos de
escravas e escravos penitenciados pelos inquisidores; também
não foi incomum encontrar, nos processos que registravam sua
atuação e nos cadernos do promotor da Inquisição, elementos
da relação entre esses homens e seus senhores. Na colônia
americana, especialmente, inúmeros africanos foram

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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denunciados pelos crimes de feitiçaria, sodomia, além da


condenação das práticas de religiosidade. A partir das fontes
inquisitoriais, portanto, esta comunicação pretende abordar a
relação possível entre duas instituições importantes do Império
português - a Inquisição e a Escravidão -, com atenção aos
aspectos que demonstram a ligação entre escravos e seus
senhores.

*
COMO CRUZAR O ATLÂNTICO: DO CORREIO-MOR AO
CORREIO MARÍTIMO (SÉC. XVII-XVIII)
Autor: Romulo Valle Salvino
Orientador: Prof. Dr. Tiago Luís Gil

Nos séculos XVII e XVIII, registraram-se várias iniciativas visando


a regular a comunicação escrita entre Portugal e a América.
Entre elas, as nomeações de assistentes do correio-mor para os
principais portos americanos, bem como as tentativas
malogradas de se implantar o transporte de correspondências,
por meio de paquetes, fora do regime das frotas. Todavia,
somente com as reformas do final do século XVIII seriam
estabelecidas ligações postais regulares entre os dois lados do
Atlântico. Tais projetos geraram resistências, não só devido a
interesses particulares, mas também como fruto de distintas
visões sobre a articulação geopolítica da monarquia. Este
trabalho busca oferecer uma visão geral sobre o assunto, de

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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modo a contribuir para história institucional dos sistemas de


comunicação escrita, cuja evolução indicia mudanças no
próprio funcionamento do império português.

*
A ADMINISTRAÇÃO POMBALINA E A LEGITIMAÇÃO DA
FRONTEIRA NORTE BRASILEIRA
Autora: Vanessa Pultrini Rovaris
Orientador: Prof. Dr. Guilherme Grandi

O presente estudo visa apresentar os aspectos iniciais da


pesquisa em andamento, desenvolvida em nível de Mestrado,
sobre a introdução do cultivo do arroz branco nas Capitanias
do Grão-Pará e Maranhão, durante o século XVIII e a respectiva
questão do abastecimento da colônia e da Metrópole.

*
O TERRITÓRIO DE SÃO PAULO E A GARANTIA DA SOBERANIA
PORTUGUESA NO CENTRO-SUL DO BRASIL NA PRIMEIRA METADE
DOS SETECENTOS
Autor: William de Andrade Funchal
Financiamento: FAPESP

No século XVIII, a preocupação em garantir a autoridade


portuguesa nas fronteiras centro-sul do Brasil, por meio de um
grande projeto geopolítico pautado no estabelecimento de

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


P á g i n a | 98

um novo acordo de limites com a Espanha (Tratado de Madri,


1750), fez com que Portugal deixasse o aparato burocrático-
administrativo da colônia sob um único mando: o Rio de
Janeiro. Contudo, tal organização modificou sobremaneira a
ex-capitania vicentina, que viu grande parte de seu território ser
desmembrado. Assim, a presente comunicação tem como
objetivo compreender como a busca pela soberania das
fronteiras meridional e ocidental do Brasil na primeira metade
dos Setecentos afetou o aspecto político-territorial de São
Paulo.

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


ST 01 / ST 02 ST 03 ST 04 ST 05 ST 06 ST 07 ST 08

ST 11

2 ano SS 4 ano SS 3 ano SS 5 ano direito 1 ano SS 4 ano Historia 2 ano História 1 ano História
Sala 22 Sala 24 Sala 23 sala 25 Sala 21 Sala 20 Sala 18 Sala 16

Cronograma de apresentações em STs


Tatiana Thiago Rudi Fernando Ilana Peliciari João Paulo
Castro Santos Beraldo
Nelcivan Amanda
Alessandro Sousa Paula Sposito Peruchi Renato Lopes
Dias
Luis Manhani Danielle Mariana Thiago
XXI Semana de História – UNESP/ Franca

TERÇA Gabriel Mercuri Cintra Sampaio


17/10 Passold Thales Alecrim
Chrislaine Íris Cristina Mariana
Damasceno Fabri Teixeira

Maria Emilia Janaina


José Salvador

Alex Rogério
Silva
William Thiago Fidelis Gerson Estevão Luz Gustavo Beatriz
Funchal Coppes Garcia Rodrigues
Eduardo Luiz Henrique
Rômulo Vale Barros Filho Walkiria Silva Silva Vinicius Cícero Filho
QUARTA Santos
18/10 Marcelo Wellington Leandro Gustavo
Carmo Oliveira Andrade Caio Vioto Igor Batistella Ribeiro

P á g i n a | 99
Vanessa Diana de Gueise de Pedro Aubert Bruno Cursini
Rovaris Almeida Novaes

Leonardo Bruna Aline


Santos Rodrigues Menoncello
Lucas Bruno Amanda C. Agnaldo Eudes
Semeão Guaraldo Amanda S. Kupper Guimarães
Waslan A.
QUINTA Gabriel Carlos Neres Rodolfo C. Andrei Chirilã Crhistophe
19/10 Gurian Yasmim L. Damazio
Julia Souza Letícia A. Marcus
Viviane Dias Oliveira Vera Lucia
Vieira
P á g i n a | 100

Índice de autores
ALECRIM, T. R. 50 LIMA, M. M. N. 95
ALMEIDA, D. S. 41 LOPES, R. F. 90
LUZ, E. M. M. 62
ALMEIDA, L. G. A. 71
MACHADO, D. V. 5; 17
ALMEIDA, P. S. 57
MANHANI, L. R. 48
ALVES, R. C. 5; 12
MÉRCURI, D. O. 55
ANDRADE, C. C. V. 60
MUÑOZ, V. L. C. 79
ANDRADE, L. L. 48
NICOLAZZI, F. 6; 9
ARAÚJO, V. L. 7; 10
OLIVEIRA, J. S. 65
ARAUJO, W. S. 73
OLIVEIRA, M. V. F. S. 78
AUBERT, P. G. 68
OLIVEIRA, W. A. 45
BARROS FILHO, E. A. 42
PAIVA, I. C. F. 64
BATISTELLA, I. H. 78
PASSOLD, G. 43
BERALDO, J. P. R. 89
PEIXOTO, P. B. 69
BERGAMASCHINE, G. N. 47
PERUCHI, A. 58
CARDOSO, J. S. 65
RIBEIRO, G. M. S. C. 87
CARMO, M. L. 94
ROCHA, I. P. 63
CARVALHO, B. L. P. 6; 10
RODRIGUES, B. 82
CASTRO, T. C. 44
RODRIGUES, B. C. M. 40
CHIRILÃ, A. 76
ROVARIS, V. P. 97
CINTRA, M. P. 67
RUDI, T. A. M. 51
COPPES JR., G. R. 46
SABINO, A. M. 70
COSTAFILHO, C. J. 84
SALVINO, R. V. 96
COSTA, A. S. 93
SAMPAIO, T. H. 91
CRUZ, R. N. 72
SANTOS, C. H. S. 61
CURSINI, B. C. 83
SANTOS, F. P. 56
DAMASCENO, C. J. 54
SANTOS, L. S. 37
DAMAZIO, C. B. S. 85
SANTOS, V. T. C. 80
DIAS, A. H. C. 39
SANTOS, W. 81
DIAS, V. S. 38
SEMEÃO, L. A. 38
DUARTE, R. C. 5; 22
SILVA, L. H. S. 66
ENDERS, A. 6; 8
SILVA, W. O. 52
FERRONE, G. C. 86
SILVEIRA, B. G. P. 60
FIDELIS, T. 44
SOUSA, N. F. 49
FRANCISCO, A. C. 69
TEIXEIRA, M. E. 90
FUNCHAL, W. A. 97
TONIATO, G. G. 77
GUIMARÃES, E. M. B. 86
TOZZI, V. 7; 8
GURIAN, G. F. 36
TRINDADE, J. B. 7; 11
JOSÉ, M. E. G. 57
VIEIRA, V. L. S. 92
KUPPER, A. 75
LEANDRO, Y. A. 74
XXI Semana de História – UNESP/ Franca
XXI SEMANA DE HISTÓRIA DA UNESP
Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
Campus de Franca

USOS PÚBLICOS E POLÍTICOS DA


HISTÓRIA E O PAPEL DO HISTORIADOR
16 a 19 de outubro de 2017

Local:
Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – FCHS
UNESP/ Franca

Realização:
Departamento de História
Programa de Pós-Graduação em História – UNESP/Franca

Inscrições:
http://www.inscricoes.fmb.unesp.br/index.asp?configurar
=true&codEvento=8336
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Comissão Organizadora:
Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini
Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira
Prof.ª Dr.ª Ana Carolina de Carvalho Viotti
Prof.ª Dr.ª Daiane Vaiz Machado
Viviane Cristina Simões Baldochi

Comitê Científico:
Prof.ª Dr.ª Denise Aparecida Soares de Moura
Prof. Dr. Jean Marcel Carvalho França
Prof. Dr. José Adriano Fenerick
Prof.ª Dr.ª Karina Anhezini
Prof.ª Dr.ª Márcia Regina Capelari Naxara
Prof. Dr. Marcos Sorrilha Pinheiro
Prof.ª Dr.ª Marisa Saenz Leme
Prof. Dr. Ricardo Alexandre Ferreira
Prof.ª. Dr.ª Tânia da Costa Garcia

Comissão Organizadora Discente:


Marina Rodrigues Tonon (Doutoranda)
Thiago Augusto Modesto Rudi (Doutorando)
Gerson Ribeiro Coppes Jr. (Doutorando)
Luís Roberto Manhani (Graduando)
Nelcivan Francisco de Sousa (Graduando)

Monitoria:
Aline do Nascimento Aguiar
Anna Luiza Veríssimo
Arielly Janaina Galiciani de Souza
Bárbara Benati Luvizotto
Caroline Hespporte Rodrigues
Danielle Cortes Queiroz
Felipe Dvulathca de Paiva
Fernando Eduardo Strabelli
Guilherme Andrade dos Santos

XXI Semana de História – UNESP/ Franca


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Janaina Salvador Cardoso


Joyce Nader Altenfelder Silva
Julia Amad Campiotti
Julia Souza Oliveira
Kevin Andrade Oliveira
Luis Felipe Carnevalli
Matheus Ramalho -
Rodolfo Nogueira da Cruz
Taciana Chen
Victor Ferreira Pinto
Victória Siqueira Pereira
Vinícius Amorim Prado

Identidade Visual:
Luís Roberto Manhani

Formatação e revisão de material:


Profa. Dra. Ana Carolina de Carvalho Viotti
Janaina Salvador Cardoso
Rodolfo Nogueira da Cruz

Apoio e financiamento

XXI Semana de História – UNESP/ Franca

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