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17/03/2018 Julio Severo: O outro lado da história de Martin Luther King: Provas gravadas de suas infidelidades conjugais e a vida

du…

Julio Severo
Comentários, artigos e notícias do Brasil e do
exterior

2 de setembro de 2013
O outro lado da história de Martin Luther King: Provas gravadas de suas infidelidades
conjugais e a vida dupla de um santo demasiado humano

O outro lado da
história de
Martin Luther
King: Provas
gravadas de
suas
infidelidades
conjugais e a
vida dupla de
um santo

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demasiado
humano
* O 50º aniversário do icônico discurso I
Have A Dream (Tenho um Sonho) foi
celebrado semana passada
* As afirmações de que o ativista dos
direitos humanos vivia uma vida dupla e
era um mulherengo inveterado
* Ele se casou com a ativista Coretta Scott
em 1953 e teve quatro filhos
* Investigação do FBI teria descoberto
detalhes de que o pregador dormia com
mulheres que eram membros de sua
congregação
Ele foi, sem dúvida, um dos maiores heróis dos
Estados Unidos. Um homem valente, eloquente
inspirador, cujos discursos emocionantes causam forte
impacto até hoje.

Não é surpresa que no 50º aniversário da famosa


Marcha sobre Washington, na qual ele realizou seu
discurso I Have a Dream (Tenho um Sonho), o
presidente americano e ex-presidentes — Barack
Obama, Bill Clinton e Jimmy Carter — se reuniram na
semana passada para homenagear Martin Luther King.

Mas Washington nem sempre teve a mesma opinião


sobre o pregador da igreja batista e ativista de direitos
humano de Atlanta, no estado da Georgia.

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Casamento feliz? Martin Luther King se casou com Coretta Scott em 1953, mas
teria traído a esposa ao longo do casamento

Motivados pela convicção equivocada do chefe do FBI,


J. Edgar Hoover, de que King era um comunista
perigoso, agentes federais instalaram microfones nos
seus quartos de hotel. O que descobriram, e tentaram
utilizar contra ele em uma viciosa chantagem, não era
evidência de comunismo, mas de adultério.

Com uma das mais surpreendentes vidas duplas da


história, King era não apenas um pastor e defensor
dos direitos humanos, mas um homem que nunca
largou do vício do adultério com várias mulheres.

A vida sexual secreta de King se tornou assunto na


Casa Branca a tal ponto que entrevistas recentemente
publicadas com Jackeline Kennedy revelaram que até
ela sabia disso.

A ex-primeira-dama confirmou como seu cunhado


Bobby Kennedy lhe contou que o FBI fez gravações de
King tentando organizar uma orgia na noite da
véspera da Marcha sobre Washington em março de
1963.

“Não consigo olhar para uma foto de Martin Luther


King sem pensar que ele é um homem terrível”, disse
Jackeline. Bobby lhe disse que King “estava ligando
para várias mulheres e organizando uma festa de
homens e mulheres, tipo uma orgia”.

O fato de que King era viciado em sexo (embora


provavelmente não pior que o marido de Jackeline
Kennedy, John F. Kennedy), há muito tempo ele é
motivo de vergonha para os EUA que abertamente o
declararam um santo.

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O segredo mais bem guardado dos EUA: Herói americano e líder dos direitos
humanos teria tido vida sexual similar a do notório mulherengo JFK (segundo da
direita para a esquerda)

Embora seja fora de questão que ele era charmoso,


incansável e corajoso, também é indiscutivelmente
verdade que esse homem brilhante tinha um lado
obscuro, como um dos seus aliados mais próximos
confirmou.

O ativista de direitos humanos e reverendo Ralph


Aberthany foi o homem que segurou King no dia em
que ele foi assassinado com um tiro em Memphis,
Tennessee, em 1968.

Mas em 1989, Aberthany — que havia sucedido King


como líder do movimento — sofreu a fúria de aliados e
foi acusado de traição depois de ter confirmado que os
rumores de longa data sobre o apetite sexual
desenfreado de seu velho amigo eram verdade.

Em sua autobiografia, Aberthany relata que King —


cujo casamento com Coretta Scott em 1953 gerou
quatro filhos — tinha uma “fraqueza por mulheres”.

Na estrada: King viajou pelo país para pregar. De acordo com o velho amigo Rev.
Ralph Aberthany, ele teve relações com mulheres durante as viagens.

King, um pastor na época com 25 anos, “entendia e


acreditava na proibição bíblica do sexo fora do
casamento”, disse seu amigo. “O problema era que ele
tinha uma dificuldade muito grande com essa
tentação”.

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E isso eufemisticamente falando. O pastor relata um


caso extraordinário que indica que King passou as
últimas noites de sua vida recebendo a atenção de
não uma, mas duas amantes, seguido de um encontro
com uma terceira que ele teria agredido em seu
quarto de motel.

A noite fatídica havia começado com King proferindo


seu discurso histórico I’ve Been To The Mountaintop
(Estive no Pico da Monhanha [da glória de Deus]) em
no Templo Maçônico em Memphis, no qual ele parecia
prever a própria morte.

Depois disso, Aberthany, King e outro ativista, o Rev.


Bernard Lee, foram à casa de uma das amigas de King
para uma ceia.

Aberthany disse que ele e Lee tiraram um cochilo na


sala depois da refeição. Ele acordou à 1h da manhã e
viu King saindo com a mulher do quarto.

Vista grossa: Quando Coretta Scott King recebeu uma fita do FBI contendo
detalhes contando as proezas sexuais do marido, ela a ignorou.

Eles então retornaram aos seus aposentos em um


motel, onde uma política local negra estava esperando
para vê-lo. Aberthany deixou o casal e foi ir dormir no
quarto que dividia com King.

Entre 7h e 8h da manhã, King entrou no quarto


parecendo assustado, relata o pastor. King precisava
da ajuda do amigo para acalmar uma terceira mulher
que estava, segundo ele, “nervosa comigo. Ela entrou
no quarto hoje de manhã e encontrou a minha cama
vazia”.

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Conforme argumentou um comentarista do livro de


Aberthany na época, a insinuação do autor era óbvia.
“King, um homem casado, havia sido infiel mesmo na
sua infidelidade”.

O drama não acabou por aí. Quando a terceira mulher


apareceu no quarto, a briga com King ficou tão intensa
que ele “perdeu a cabeça e a derrubou na cama com
um tapa”.

Na onda de indignação do movimento dos direitos


humanos que se seguiu às suas alegações, vários dos
envolvidos nessa agitada noite apareceram para
desmentir a versão de Aberthany.

Adjua Abi Naantaanbuu, dona de um salão de beleza


em Memphis, disse que preparou a ceia naquela noite,
mas que não houve sexo. Ela também não era amiga
de King, somente uma ativista de direitos humanos a
quem pediram para dar uma refeição aos visitantes.

Inesperado: Visto como uma inspiração e um salvador para muitos, é difícil


acreditar que King foi gravado dizendo: “Estou f*****o por Deus! Hoje eu não
sou um negro!”

Georgia Davis Powers, senadora do estado de


Kentucky que fez a visita a King tarde da noite no
motel, disse que ficou acordada com ele conversando
até às 4h da manhã. Bernard Lee argumenta que o
conto de Aberthany foi inventado e que ele “traiu uma
grande confiança... por dinheiro”.

Mas Aberthany reafirmou a história até sua morte.


“Com toda honestidade e justiça, foi o que
aconteceu”, disse.
Estariam os críticos de Aberthany se unindo para
proteger o legado de um gigante? O problema para
eles era que Aberthany não foi o único a trazer
tais acusações.

Embora o assunto nunca chegue às discussões


bajuladoras da mídia televisiva ou do jornal New York
Times, a traição habitual do pregador foi abordada em
uma série de aclamadas biografias.

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De acordo com o biógrafo David Garrow, vencedor de


um prêmio Pulitzer, era um segredo aberto entre os
ativistas, que chegavam a alertar King que controlasse
seu “atletismo sexual compulsivo”.

Mas ele não mostrava nenhum arrependimento,


dizendo a um amigo: “Eu fico fora de casa de 25 a 27
dias por mês. F***r mulheres é uma forma de reduzir a
ansiedade”.

Embora ele não tenha dado nomes, Garrow disse que


três mulheres em especial se tornaram mais que
romances passageiros.

King ficou muito próximo de uma delas, que acredita-


se ser uma colega de Atlanta. Em determinado ponto,
ele a via quase todos os dias, embora, acrescenta
Garrow, “isso não eliminasse os casos sexuais casuais
que eram comuns nas viagens de King”.

Claramente não era apenas o ativista recebendo


fundos. Um assistente de King lembra ter visto uma
mulher atrás da outra se insinuando para King em
uma festa para arrecadar fundos no subúrbio de Nova
York.

Magnetismo: King teria atraído inúmeras mulheres com sua abordagem


encantadora, cortês e polida.

“Não conseguia acreditar no que estava vendo nas


mulheres brancas de Westchester”, relata. “Elas
chegavam até ele e lambiam os lábios sinuosamente,
passavam bilhetinhos... Depois do que vi naquela
noite, não o culpo”.

Era evidente que King se dava ao luxo de ser seletivo


nas suas traições. De acordo com um velho amigo da
família: “As mulheres que ele ‘namorava’ pareciam
modelos... altas... todas geralmente claras, nunca
negras”. Ele acrescenta que King “era um Casanova”,
mas mantinha uma “dignidade discreta” e era
respeitador com suas muitas conquistas.

Era um segredo extraordinário para um homem


que costumava usar a mensagem dos
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Evangelhos em seus discursos, e que dizia aos


entrevistadores que “o sexo é basicamente
sagrado... do qual nunca se pode abusar”.

Silêncio: Coretta Scott King disse que não discutia infidelidade com seu marido
porque: “Eu não iria sobrecarregá-lo com algo tão trivial”.

Mas como até seus amigos mais próximos atestavam,


King era um chauvinista que insistia que sua esposa
(uma dedicada ativista de direitos humanos) ficasse
em casa e criasse os filhos enquanto ele viajava pelos
Estados Unidos com seus discursos incendiários.

Uma vez ele disse a Coretta que estava ocupado


demais para discutir em que escola deveriam colocar
sua filha. Nos poucos dias que King passava em casa,
estava continuamente ao telefone.

Não ajudava o fato de que quando ele estava na


estrada com seus colegas pregadores no início do
movimento pelos direitos humanos, estava entre
semelhantes. Comentaristas dizem que o charme
sexual desses pastores era parte fundamental do seu
apelo nas congregações.

Dormir com mulheres da própria igreja era


regra, e não exceção, e o próprio King admitia
não conhecer um único pregador negro que era
casto.

Conforme comentou delicadamente o ativista


veterano Michael Harrington, o movimento não era de
todo um esforço “ranzinza e farisaico”.  “Todo mundo
estava fazendo sexo”. Ou tentando.

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Um dos mais célebres biógrafos de King, Taylor


Branch, revelou como, durante a viagem de King à
Noruega para receber seu prêmio Nobel em 1964,
membros da sua comitiva foram vistos correndo atrás
de prostitutas nuas ou seminuas no hotel em Oslo,
onde estavam hospedados. Somente uma súplica
desesperada à segurança do hotel os poupou de
serem expulsos.

Branch revelou também como agentes do FBI


instalaram microfones no quarto de hotel de King em
Washington em janeiro de 1964 e o pegaram em plena
atividade. “Estou f*****o por Deus! Hoje eu não sou
um negro!” Podia-se escutá-lo gritando.

No mesmo ano, o FBI anonimamente enviou a King


uma fita editada com vários “momentos” dos seus
gemidos sexuais e piadas indecentes, junto com uma
mensagem escrita: “Você acabou. Só há uma saída
para você. É melhor você tomá-la antes que sua
personalidade nojenta, anormal e fraudulenta seja
exposta à nação”.

King interpretou isso como um chamado para que


cometesse suicídio, embora fontes do FBI tenham dito
mais tarde que eles buscavam simplesmente sua
renúncia do movimento pelos direitos humanos.

O FBI também enviou provas incriminadoras aos seus


colegas, políticos e grandes agências de mídia (que,
por razões desconhecidas, se recusaram a publicá-
las).

Parte do que essas cartas anônimas alegavam, como a


queda de King por prostitutas brancas e o uso de
ofertas e dízimos da igreja para custear orgias sexuais
regadas a bebida alcoólica, tem sido fortemente
debatido, até pelos que admitem as aventuras sexuais
de King.

Abernathy insistia que seu amigo “nunca foi atraído


por mulheres brancas e não tinha nada com elas”,
mesmo que tivesse oportunidades.

Mas há outro mistério: por que, tendo juntado as


provas, o governo dos EUA nunca tirou proveito maior
das gravações incriminatórias? Muitos membros dos
altos escalões do governo, principalmente o
formidável J. Edgar Hoover, teriam exposto King sem
pestanejar.

Mas, de acordo com Taylor Branch, embora o


presidente Lyndon Johnson tenha se sentido traído por
King por sua oposição pública à Guerra do Vietnã, ele
hesitou em usar o dossiê do FBI contra ele.

Não ficou claro por que seu predecessor, John


Kennedy, também conteve a mão, mas considerando

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seu próprio envolvimento com adultérios e casos


sexuais, talvez tenha pensado que seria hipócrita.

Quando ele recebeu a fita, King ficou surpreso em


saber que o FBI sabia tanto sobre sua vida privada,
mas ele também disse aos amigos que isso não era da
conta deles. A fita do FBI também foi enviada a
Coretta: ela alegou não conseguir identificar o que
estava acontecendo nas gravações e ignorou o fato.

Mais tarde ela admitiu nunca ter discutido sobre


infidelidade com King, dizendo: “Eu não iria
sobrecarregá-lo com algo tão trivial... todos os outros
assuntos não tinham lugar no nosso bom
relacionamento”.

Conforme Ralph Abernathy destacou: “As mulheres


sempre foram atraídas por um herói”. E King
certamente o era.

Charmoso, polido, amigável e perfeitamente bem


educado, King “as atraía aos montes, mesmo quando
não queria”, acrescenta.

Por todas as suas falhas tão humanas, ele era um


homem de imensa bondade, que inverteu a maré
contra o fanatismo racial na América. Somente quatro
homens na história americana têm um monumento
nacional e apenas um, King, tem um feriado em sua
honra.

Mas é de se imaginar o que ele iria pensar da


adulação quase devota que recebe hoje.

Sua mulher e seus amigos dizem que ele era


atormentado pela culpa por suas falhas pessoais. Ele
achava desconfortável ser colocado em um pedestal
quando tudo o que ele queria era acabar com a
injustiça da segregação.

Aos domingos, na sua Igreja Batista Ebenezer em


Atlanta, King costumava dizer à sua congregação, sem
ser muito específico, que ele era um “pecador”.

E acrescentava: “Há um monstro em cada um de nós...


você não precisa sair por aí esta manhã dizendo que
Martin Luther King é um santo”.

Traduzido por Luis Gustavo Gentil do original do


Daily Mail: Sex tapes, FBI smears and the double
life of an all too human saint: The other side to
the Martin Luther King story 

Fonte: www.juliosevero.com

Leitura recomendada:

Direitos civis e erros civis

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