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Nivel de Exposicao
Nivel de Exposicao
* John F. Rekus atua na área de Saúde e Segurança do Trabalho. Este artigo foi publicado na revista
Occupational Hazards, junho/1996.
Todo mundo na área de Segurança e Saúde já ouviu falar sobre TLV (Threshold Limit Values).
Infelizmente, nem todo mundo os compreende. Alguns pensam que eles foram estabelecidos por um
órgão governamental, outros acreditam que são números mágicos que determinam a passagem do
inseguro para o seguro e outros pensam que o TLV indica quão tóxico um material é. Se você pensa
de alguma destas formas você não é o único. Na verdade, existe um 'mal entendido" nesta
interpretação. Os TLVs, na realidade, dão um direcionamento para entendermos o nível de exposição
a riscos químicos.
A história do TLV começou em 1938 quando um grupo de higienistas governamentais se encontraram
para discutir seus trabalhos. Este grupo informal continuou a se encontrar anualmente, e em 1945 a
depois fundada American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) adotou uma lista
de limites recomendados para 150 compostos desenvolvida por um de seus membros, Warren A
Cook. A lista inicial foi expandida através dos anos e a presente lista contém limites recomendados
para mais de 650 materiais.
No início, estes limites eram conhecidos como Maximum Allowable concentrations, Maximum
Permíssible Concentrations e Maximum Acceptable Concentration, Concentrações Máximas
Permissíveis e Aceitáveis. O pensamento, então, era que estes eram níveis que nunca deveriam ser
excedidos. Entretanto, com o passar do tempo, esta filosofia mudou. Eventualmente, foi acordado que
exposição por curtos tempos a concentrações um pouco mais altas poderiam ser
aceitas contanto que a exposição total durante o dia fosse abaixo do nível máximo. Este acordo fez
com que a ACGIH desenvolvesse o conceito atual de TLV.
TLVs definidos - termo TLV é uma marca registrada da ACGIH. Ele é definido como a concentração
de contaminante na qual se acredita que a maioria dos trabalhadores podem estar repetidamente
expostos, dia após dia, sem desenvolver efeitos adversos à saúde. E importante entender que o TLV
não é uma linha divisória entre o seguro e o inseguro. Devido às diferenças fisiológicas, metabólicas e
bioquímicas entre indivíduos, alguns trabalhadores podem desenvolver efeitos adversos mesmo em
concentrações abaixo do TLV, enquanto outros podem não ser afetados mesmo em concentrações
acima do TLV.
É também importante entender que os dados usados para estabelecer os TLVs vêm de diferentes
fontes.
Estas fontes incluem experiências industriais, estudos com humanos e experiências com animais.
Como resultado, a razão para se estabelecer um TLV a um determinado nível varia de substância
para substância, Para alguns materiais como amônia, cloro e dióxido de enxofre, o TLV é
estabelecido para prevenir irritação dos olhos e trato respiratório. O TLV para algumas outras
substâncias é estabelecido para evitar danos nos rins ou fígado, que podem ocorrer após anos de
exposição a estes agentes químicos. Ainda para outras substâncias como tolueno DiIsocianato (TDI),
o TLV foi determinado para evitar sensibilização que pode resultar em severas reações alérgicas,
mesmo a níveis de exposição muito baixos.
Os TLVs para diferentes substâncias são claramente estabelecidos por diferentes razões. Além disso,
a natureza e quantidade de informações toxicológicas existentes também variam de
substância para substância. Como resultado, o TLV não pode ser usado como um índice relativo de
toxicidade. Por exemplo, o ozônio com um TLV de 0,1 ppm não pode ser considerado 50 vezes mais
tóxico que o fenol com TLV de 5 ppm. A razão para isto é simples: o TLV do ozônio de 0,1 ppm foi
estabelecido para evitar irritação dos olhos e trato respiratório, enquanto que o TLV do fenol foi
estabelecido, principalmente, para evitar danos ao sistema nervoso central. Desde que estes efeitos
são claramente tão diferentes, é impossível comparar a toxicidade destes dois materiais.
TLV-TWA - A maioria dos TLVs são expressos como média ponderada para oito horas de exposição.
O fato de se fazer o cálculo pela média ponderada permite exposições, em certos momentos, acima
do limite estabelecido, contanto que em outros momentos se tenha exposição abaixo do limite
estabelecido.
Uma vez que em uma jornada de trabalho a concentração de contaminante varia com o tempo, o
cálculo usado para a média de exposição deve incorporar ambos, concentração e tempo de
exposição.
TWAs para exposição a uma única substância: na situação mais simples, um trabalhador que é
exposto oito horas por dia a 25 ppm de monóxido de carbono teria a média ponderada de exposição
por oito horas de 25 ppm. Por outro lado, se estas condições mudarem e o trabalhador ficar exposto
durante a metade do dia a 50 ppm de monóxido de carbono e não tiver nenhuma exposição durante a
outra metade do dia, ainda assim a média ponderada de exposição será de 25 ppm.
Ao invés de calcular a média simples dividindo oito horas por 50 ppm, deve-se considerar o tempo ao
qual o trabalhador ficou exposto a cada concentração. No caso do exemplo, a exposição total seria
calculada para refletir uma exposição de ambos, quatro horas a 50 ppm e as outras quatro horas com
exposição a O ppm. Ou colocando em uma equação:
Fazendo-se uma equação generalizada, a média ponderada de exposição pode ser calculada
usando-sea equação:
LIMITES DE TOLERÂNCIA
“... para que nenhum trabalhador sofra transtornos de saúde ou funcionais, nem tenha
diminuída sua esperança de vida como consequência de sua atividade laboral.”
(EUA)
“... não cause no trabalhador, durante sua vida laboral e a de seus descendentes nenhuma
doença ou transtorno do estado normal de saúde que se possa detectar pelos atuais métodos
de investigação.”
(URSS)
“... que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.”
(Brasil - NR 15.1.5. )