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ISEPE – INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

DEFESA DAS COTAS RACIAS NO INGRESSO

AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICO E PRIVADO

GUARATUBA

2010
BRUNO D. RODRIGUES

CARINE F. RODRIGUES

ELIAS DE S. MACIEL

FERNANDA C. ROSA

JOHN LENNON

JOÃO GUILHERME DE A. SANTOS

MICHAEL CAVALLI

NEUCI F. FERREIRA

VALMOR T. JUNIOR

VANESSA L. ANDRADE

DEFESA DAS COTAS RACIAS NO INGRESSO

AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICO E PRIVADO

Trabalho realizado pelos


acadêmicos do Curso de Direito do 4º
período de 2010, do ISEPE na disciplina
de Antropologia Jurídica, ministrada pela
Professora Suelena.

GUARATUBA

2010

2
ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................................... 04

1. EXPOSIÇÃO

Ações afirmativas...................................................................................... 05

Avanço nas universidades brasileiras....................................................... 05

Direito comparado..................................................................................... 05

2. ARGUMENTAÇÃO

Dados históricos....................................................................................... 07

Argumentos (dados gráficos) e pesquisa Doutrinária-pt I........................ 09

Argumentos (dados gráficos) e pesquisa Doutrinária-pt II....................... 11

Perguntas e respostas............................................................................ 12

Jurisprudências........................................................................................ 16

CONCLUSAO.................................................................................................... 20
BIBLIOGRAFIA................................................................................................. 21

3
INTRODUÇÃO

Este trabalho, que se pretende sucinto, e que, portanto, não possui a


pretensão de esgotar a discussão sobre as políticas de ações afirmativas, aqui
tratadas como “cotas raciais”, deverá ser parcial a favor das cotas de modo que se
possa defendê-las frente a uma linha de discussão contraria ao tema.

Assim, o presente instrumento está dividido em duas partes principais:


exposição e argumentação.

O primeiro é destinado a discutir o que são ações afirmativas, como foram


implantadas e como funcionam, e uma comparação com as grandes nações do
mundo (numa forma de direito comparado).

A segunda parte é destinada, exclusivamente, a uma forte argumentação com


muitos dados históricos e gráficos persuasivos. Sempre embasando em
doutrinadores e fonte confiáveis de coleta de dados.

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1. EXPOSIÇÃO

Ações afirmativas

Segundo J.B.B. Gomes ações afirmativas consistem em políticas públicas (e


também privadas) voltadas à concretização do principio constitucional da igualdade
material e à neutralização dos efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade,
de origem nacional e de compleição física. Impostas ou sugeridas pelo Estado, por
seus entes vinculados e até mesmo por entidades puramente privadas, elas visam a
combater não somente as manifestações flagrantes de discriminação de fundo
cultural, estrutural, enraizada na sociedade [Gomes, 2001, PP. 6-7].

Avanço nas universidades

A abertura do governo brasileiro em lidar com a questão racial, mesmo que


tímida, foi intensificada por um movimento dentro e fora das universidades públicas,
algumas das quais adotaram as cotas raciais como uma modalidade de ação
afirmativa.

A implantação das cotas raciais varia de uma universidade para a outra, de


acordo com sua organização interna: a postura dos conselhos universitários e das
diferentes reitorias diante de demandas sociais. Mesmo assim, é possível afirmar
que as cotas raciais, como uma modalidade de ação afirmativa, já são uma
realidade no ensino superior brasileiro.

Até 2005, já são 15 as universidades públicas (federais e estaduais) que


adotam políticas de ação afirmativa. A Uerj, a Universidade Estadual do Norte
Fluminense (Uenf), a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e a Universidade de
Brasília (UnB) foram as pioneiras nesse trabalho.

Direito comparado

Origem - EUA

O sistema de cotas raciais surgiu nos Estados Unidos da América, no ano de


1961, sob a presidência de John Kennedy, como uma forma de ação afirmativa
voltada para combater os danos causados pelas leis segregacionistas que vigoraram

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entre os anos de 1896 e 1954, as quais impediam que os negros frequentassem a
mesma escola que os brancos americanos.

O novo sistema não foi pacificamente aceito pela Corte americana, pois o ideal
pretendido com a implantação do sistema de cotas perdeu o cunho igualitário,
conforme relata André Tavares: "Entretanto, mais tarde, as ações afirmativas
tornaram-se verdadeiras concessões de preferências, de benefícios [...]."] Porém o
critério raça é visto de forma cautelosa por àquela corte.

Dois meses após tomar posse, Kennedy, expediu a Executive Order n.º 10.925
que utilizou pela primeira vez o termo ação afirmativa, em inglês, affirmative action
(..) inclusive no aprendizado."

A partir de então, surgiram diversos textos legais incentivando a affirmative


action, em especial nas relações na área da educação, aonde houve casos que
foram levados Suprema Corte norte-americana, aonde citamos como exemplo a
Universidade da Califórnia que destinava 16 vagas em 100, exclusivamente para
indivíduos de grupos minoritários, "negros, índios, ou norte americanos
descendentes de mexicanos", enquanto nas demais 84 vagas concorriam todos os
candidatos.

Deste conflito na segunda parte de seu voto o relator Ministro Powell, permitiu a
Universidade da Califórnia que considerasse a raça como um dos critérios para a
admissão em seus cursos, no mesmo sentido votaram os Ministros Brennan, White,
Marshall e Blackmun.

Em outras palavras, a Corte considerou constitucional o uso de ações


afirmativas que favorecessem as minorias, mas vedou o uso de ações afirmativas
que fixassem um número determinado de vagas (cotas) para os candidatos das
minorias.

Espalhadas pelo mundo:

Ações afirmativas, como o sistema de cotas, foram implantadas em diversos


países, como: Índia, Malásia, Sri Lanka, Nigéria, Estados Unidos, entre outros.

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Objetivando combater discriminações e eliminar desigualdades historicamente
acumuladas, as ações afirmativas possuem um caráter temporário, uma vez que
devem ser utilizadas apenas enquanto persistirem os desequilíbrios sociais do grupo
beneficiado.

2. ARGUMENTAÇÃO

Dados históricos sobre a escravidão

Inicialmente cabe ressaltar alguns dados referentes à escravidão:

O continente americano, como um todo, foi destino de aproximadamente 11


milhões de africanos vivos, desses 44% (5 milhões aproximadamente) vieram para o
Brasil dentre o período de três séculos (1550-1856). Para efeito de comparação, os
Estados Unidos receberam, em pouco mais de um século (1675-1808) proporção
bem menor, algo em torno de 560.000 africanos. Percebe-se que o Brasil, como
agregado político americano, captou o maior número de africanos e que manteve
durante maior tempo a escravidão.

Durante três séculos os africanos foram tirados de sua terra natal,


transportados como meros objetos, mais que isso, tratados como animais, liberdade
ao cárcere. Contudo a esperança de ser livre, de poder formar sua família e não
mais ser um “bicho”, ainda que pequena, encontrava-se em cada coração africano
presente aqui no Brasil.

No século XIX, o Império do Brasil aparece como a única nação independente


que praticava o tráfico negreiro em larga escala. Período em que vários tratados
internacionais foram criados, principalmente de iniciativa inglesa, proscrevendo o
comércio oceânico de africanos.

O tratado anglo-português de 1818 vetava o tráfico no norte do equador. Na


seqüência do tratado anglo-brasileiro de 1826, a lei de 7 de novembro de 1831,
proibiu a totalidade do comércio atlântico de africanos no Brasil.

Não obstante a liberdade assegurada aos africanos introduzidos no Brasil,


pós-tratados acima citados, cerca de 50.000 africanos provindos do norte do
Equador são ilegalmente, desembarcados entre 1818 e 1831, e 710.000 indivíduos,
vindos de todas as partes da África, são trazidos entre 1831 e 1856, em meio ao
7
tráfico clandestino. Conseqüentemente, os alegados proprietários dos indivíduos
livres figuravam como seqüestradores, incorrendo nas sanções penais do art. 179 do
Código Criminal de 1830, a lei de 7 de novembro 1831 impunha pena de multa e
reembolso das despesas com o reenvio do africano seqüestrado africano. Tais
penas são mantidas pela Lei Eusébio de Queirós que acabou definitivamente com o
tráfico negreiro, em seu art. 4°.

Contudo, na década de 1850, o governo imperial anistiou, na prática, os


senhores culpados do crime de seqüestro, mas deixou, assim, livre curso ao crime
correlato, a escravização de pessoas livres. Assim, os 760.000 africanos
desembarcados até 1856, e a totalidade de seus descendentes, continuaram sendo
mantidos ilegalmente na escravidão até 1888.

Percebe-se que durante cinqüenta anos a grande maioria da propriedade


escrava foi possuída ilegalmente. E certamente, dificultosa seria aos senhores,
tomado coletivamente, do que justificar perante um tribunal escrupuloso a legalidade
daquela propriedade, tomada também em massa.

Tal “tribunal escrupuloso” jamais instaurou-se, significativamente, nas cortes


judiciárias, nem tampouco na historiografia do país. O assunto permaneceu
encoberto na época e foi praticamente ignorado pelas gerações seguintes.

Analisada tais informações, verifica-se que a maioria dos africanos cativados


no Brasil a partir de 1818, juntamente com seus descendentes, foram mantidos na
escravidão até 1888. Ou seja, as duas ultimas gerações de indivíduos escravizados
no Brasil, não eram escrava. Além de moralmente ilegítima, a escravidão, era ilegal.

Firmava-se, aqui, o principio da impunidade que perdura até os dias atuais.

A partir de 1824 a lei assegura a extinção das punições físicas, bem como
previa que "as cadeias serão seguras, limpas e bem arejadas, havendo diversas
casas para separação dos réus, conforme suas circunstâncias e natureza de seus
crimes". Conforme o princípio do Iluminismo, ficavam assim preservadas as
liberdades e a dignidade dos homens livres.

Anos depois, logo em 1830, o Código Criminal, tratou especificamente da


prisão dos escravos. No artigo 60, o Código reatualiza a pena de tortura. "Se o réu

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for escravo e incorrer em pena que não seja a capital ou de galés, será condenado
na de açoites, e depois de os sofrer, será entregue a seu senhor, que se obrigará a
trazê-lo com um ferro pelo tempo e maneira que o juiz designar, o número de açoites
será fixado na sentença e o escravo não poderá levar por dia mais de 50".

Sendo a escravidão presente nas cidades, o Rio de Janeiro, por exemplo,


contava com 110.000 escravos entre seus 266.000 habitantes, era utilizada a
ameaça do açoite em público para intimidar os escravos.

Outro ponto em que negros foram atingidos, devido ao escravismo no que


tange a cidadania. Afinal bem sabe-se que nas eleições censitárias de dois graus
ocorrendo no império, até a Lei Saraiva, de 1881, os analfabetos, sem exceção,
podiam ser votantes, isto é, eleitores de primeiro grau, que elegiam eleitores de 2°
grau (cerca de 20.000 homens em 1870), os quais podiam ser eleitos e
parlamentares. Depois de 1881, foram suprimidos os dois graus de eleitores e em
1882, o voto dos analfabetos foi vetado. Buscava-se, dessa forma, privar os libertos
de seu exercício eleitoral, durando essa privação até o ano de 1985. Em que pese
esta proibição ser direcionada aos brancos e negros, é concluso que a exclusão
política atingiu de maneira mais brutal a população negra, onde o analfabetismo
registrava, e continua registrando, taxas proporcionalmente bem mais altas do que
entre os brancos.

Argumentos (dados gráficos) e pesquisa Doutrinária – pt I

Apesar de todos os esforços, a realidade brasileira ainda não mudou. O país


ainda tem uma dívida histórica com os negros por conta de 400 anos de escravidão.
O país tem de reparar os danos com medidas compensatórias. Se mulheres,
deficientes físicos e idosos obtiveram essas medidas, por que não os negros?

Os filhos de fazendeiros tiveram direito a cotas nas universidades até 1985 com a
Lei do Boi. Na verdade, a lei, de 1968, reservava vagas para filhos de agricultores
apenas em cursos de Agronomia ou Veterinária, independentemente de os pais
1
serem ou não donos de terras.

1
http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2102474/cotas-raciais-nas-maos-do-stf

9
Biologicamente não existem raças, somos iguais, mas o racismo é um fato
social. No Brasil, com a miscigenação, o racismo criou uma escala cromática: quanto
mais escura a pele, maior o preconceito.

O ministro Ricardo Lewandowski comentou: Temos que primeiramente


examinar se é possível do ponto de vista constitucional estabelecer critério que
privilegie um grupo que historicamente não tem tido acesso às universidades, seja
por razões econômicas, raciais, deficiência física ou outra.

Para a secretária de ensino superior do Ministério da Educação, Maria Paula


Dallari Bucci, existe uma distância histórica no campo da educação e essa distância
se reproduz ao longo dos anos quando se compara os dados educacionais entre
negros e brancos. Ela acredita que esse dado esvazia a tese de que o ideal seria
melhorar o ensino como um todo para a inclusão dos negros. Maria Paula ressaltou
que, historicamente, essa melhora não diminuiu a desigualdade e persistente entre
os dois grupos. A secretária ainda apresentou um gráfico demonstrando que essa
distância permanece intocada nos últimos vinte anos.

O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, considerou que a política de


cotas raciais revela uma atuação estatal amplamente consentânea com a
Constituição Federal, pois foram elaboradas a partir da autonomia universitária.
Defendeu o estabelecimento de medidas compensatórias para amenizar o quadro
de discriminação no país, por meio de ações distributivas e destinadas a integrar a
comunidade negra não apenas no cenário econômico, mas em todos os campos de
expressão humana.

"Para se ter igualdade é necessário ter políticas públicas e leis que façam dos
desiguais iguais, uma vez que, sem as políticas, se manterá a desigualdade", opinou
o professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Carlos Frederico de
Souza Mares. É absolutamente fundamental que se tenha cotas para negros. 2

O "American Apartheid - Massey & Denton" e o "America Unequal - Danziger


& Gottschalk" esclarecem que "as ações afirmativas têm como objetivo não apenas

2
http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2104401/pgr-e-oab-defendem-cotas-raciais-nas-universidades

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coibir a discriminação do presente, mas sobretudo eliminar os efeitos persistentes
(psicológicos, culturais e comportamentais) da discriminação do passado, que
tendem a se perpetuar. Esses efeitos se revelam na chamada discriminação
estrutural, espelhada nas abismais desigualdades sociais entre grupos dominantes e
grupos marginalizados. Figura também como meta das ações afirmativas a
implantação de uma certa diversidade e de uma maior representatividade dos
grupos minoritários nos mais diversos domínios de atividade pública e privada.3

Segundo Denise Carreira, Relatora Nacional para o Direito Humano à


Educação, aborda os dados e os resultados preliminares da Missão de Investigação,
Educação e Racismo no Brasil, em desenvolvimento pela Relatoria Nacional para o
Direito Humano à Educação, vinculada à Plataforma DESC Brasil.

No Brasil, podemos dizer que as políticas universais de educação, da


educação infantil ao ensino superior, têm sido insuficientes para enfrentar as
desigualdades raciais que marcam historicamente a educação brasileira, tanto no
que se refere ao acesso quanto à permanência e à aprendizagem. Tal situação é
amplamente constatada por meio de informações e análises de diferentes fontes,
das governamentais, das agências da ONU, de institutos acadêmicos e
organizações da sociedade civil, que apontam que, apesar da melhoria de vários
indicadores educacionais, a desigualdade entre pessoas negras e brancas se
mantém nas últimas décadas.

Destacamos aqui alguns dados:

Das 680 mil crianças de 7 a 14 anos fora da escola, 450 mil são negras. O
analfabetismo entre jovens negros de 15 a 29 anos é quase duas vezes maior do
que entre brancos. Das crianças que entram no ensino fundamental, 70% das
crianças brancas conseguem concluí-lo, e somente 30% das crianças negras
chegam ao final da etapa.

Não se trata de esperar a melhoria da qualidade da escola pública para se


alcançar a maior democratização do acesso ao ensino superior para populações

3
http://www.geledes.org.br/cotas-no-stf/a-necessidade-premente-da-implementacao-de-acoes-
afirmativas-face-a-realidade-desfavoravel-do-mercado-de-trabalho-para-a-raca-negra-no-brasil.html

11
negras, indígenas e pobres, entre outras. É necessário conjugar no tempo
estratégias, ações e políticas que agilizem o processo histórico rumo a uma maior
igualdade na educação brasileira e a superação de um modelo educacional ainda
predominantemente eurocêntrico.

Não podemos esperar 67 anos, como previsto em vários estudos, para que
os indicadores educacionais de brancos e negros se encontrem. Esse tempo
sacrificaria mais três gerações, além de dezenas que, ao longo da história brasileira,
foram penalizadas pelo racismo. É também fundamental reconhecer que nenhuma
política universal é igualmente para todos ou neutra quando falamos em
desigualdades, argumento utilizado para questionar as ações afirmativas. 4

Argumentos (dados gráficos) e pesquisa Doutrinária – pt II

Sociólogos como Pedro Bodê e Marcilene Garcia fizeram um artigo em 1999,


e afirmaram que os negros em Curitiba eram tratados como invisíveis; mas na
realidade são 23% da população, dados do IBGE.

Foi protocolada na Câmara de Curitiba cotas para 10% de todas as vagas de


concursos públicos para negros e índios.

Os negros lutaram pelas cotas na UFPR, depois de muito sacrifício


conseguiram atingir seus objetivos; pois a questão da capital ter tradição européia
pesou na concretizaram desse direito.

Pela Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888, trata em seu 2º ato oficial
que pela legislação do império, os negros não podiam freqüentar escolas, pois eram
considerados doentes de moléstias contagiosas. Isso retrata como o povo negro
sofreu e quanto tempo ficaram a mercê do saber, sem ter nenhum direito
estabelecido.

Os poderosos do Brasil sabiam que o acesso ao saber sempre foi uma


alavanca de ascensão social, econômica e política de um povo. Com o decreto de lei

4
http://www.geledes.org.br/cotas-no-stf/

12
complementar à Constituição de 1824, foi mais uma barreira de colocar a população
negra nas escolas.

As disparidades entre negros e brancos têm diminuído na educação, indica o


quarto Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio (ODM), lançado pelo governo federal no fim de março, em Brasília.

No ensino médio, a desigualdade ainda persiste embora em nível menor. Em


1992, a proporção de brancos de 15 a 17 anos matriculados no antigo colegial
(27,1%) era quase o triplo da dos negros (9,2%). Em 2008, a diferença havia caído
para 44% (61% entre os brancos, 42,2% entre pretos ou pardos). Quanto se
adiciona o componente gênero, porém, a questão se agrava. Os negros freqüentam
menos as escolas, pois apresentam menores médias e maior defasagem escolar.

As cotas são partes do que é conhecido como Ações Afirmativas, que são
medidas que existem em todo o mundo e têm como propósito dispensar um
tratamento positivamente diferenciado a determinados grupos em função da
discriminação em diversos níveis.

A constituição diz que todos devem ter direitos iguais, mas ao mesmo tempo
fala que, para se alcançar essa igualdade é preciso promover ações que façam com
que todos a tenham. Por que há cotas para mulheres e deficientes em diversos
ramos se eles têm que ser considerados iguais aos homens. Nenhuma cota tem a
função de ser eterna, sua função é chegar o mais próximo possível da igualdade
pregada na constituição para que ela seja realmente exercida por todos. É função do
Estado atingir essa igualdade que sua principal lei prega e que deixou de promover
em épocas anteriores.

Perguntas e Respostas

(P) Esse negócio de cotas pra negros(as) não é racismo ao contrário?

(R) A inclusão de políticas de ação afirmativa tanto no debate público como na pauta
do governo é uma conquista de segmentos do movimento negro, que há anos
denunciam a desigualdade social e racial no Brasil em vários setores: saúde,
educação, mercado de trabalho, moradia, entre outros. Tratar de maneira
diferenciada um grupo que teve menos oportunidades – e, portanto, que está em

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situação de desvantagem – é uma tentativa de diminuir essas desigualdades,
restituindo direitos há muito negados. Não é um privilégio. É, na realidade, o
exercício da democracia, respeitando a diversidade étnico-racial da nossa população
e revelando a forma desigual como essa diversidade tem sido tratada pelo Estado e
pela sociedade brasileira ao longo dos séculos.

(P) Pessoas negras são menos inteligentes que as brancas?

(R) Não. Todos(as) nós, negros(as) e brancos(as), temos a mesma capacidade


intelectual, mas nem todos(as) temos ou tivemos as mesmas oportunidades sociais
e educacionais. A grande diferença está na existência de um abismo social e racial
que nega condições iguais de acesso a saúde, trabalho, educação etc. para
negros(as) e brancos(as). A diferença não está na cor de pele. Além disso, a
desigualdade racial não é recente. É preciso lembrar do histórico da escravidão e da
ausência de políticas públicas pós-abolição para integração dos(as) descendentes
de africanos(as) escravizados(as).

(P) As cotas para as universidades ajudarão a diminuir o racismo?

(R) Esperamos que sim! As cotas têm um papel além da promoção do ingresso de
uma população específica na universidade. As cotas estimulam o debate sobre a
questão racial, que no Brasil chega com mais de um século de atraso, questionam a
diversidade dentro de instituições de ensino e nos fazem refletir nas conseqüências
do nosso passado escravo marcado pela ausência de políticas públicas pós-
abolição. As atuais disparidades entre pessoas brancas e negras no país são
também conseqüência da ausência dessas políticas. Além disso, a adoção de cotas
raciais nos convida a repensar antigos preconceitos e estereótipos, o que incomoda
e torna a questão polêmica, mas não menos necessária.

(P) Por que não são suficientes as cotas para alunas e alunos vindos de escolas
públicas?

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(R) A adoção de cotas para estudantes da rede pública de ensino é importante, mas
não atende diretamente a população negra. Esse tipo de medida reforça duas idéias
equivocadas.
A primeira é que não existem mecanismos de exclusão racial no Brasil.
Assim, se abrirmos caminhos para a inclusão das pessoas pobres, estaríamos
resolvendo o problema da maioria dos(as) negros(as) – o que não é verdade.
Mesmo entre pobres, assistiríamos a uma maiorinclusão dos(as) brancos(as). Na
maioria dos casos, as escolas tanto públicas como particulares não mostram as
pessoas negras como agente de uma história anterior a sua chegada ao Brasil. A
rica contribuição histórica e cultural dessa população não é trabalhada em sala.
Desde sempre, as crianças, negras ou não, aprendem a ver o(a) negro(a) de uma
forma negativa. A diferença é que, para as crianças negras, o impacto é maior: sua
auto-estima fica comprometida pela ausência de modelos negros. Ou seja, a escola
não dispõe de uma estrutura que valorize a população negra fazendo com que as
crianças negras, mesmo recebendo um ensino de “boa qualidade”, ainda assim
apresentem resultados mais baixos que colegas de classe brancos(as).
A segunda idéia nos faz crer que essa medida levaria a uma melhora da
qualidade da escola pública. Essa melhora já é apontada como necessária pelos
mais diversos segmentos da sociedade, mas muito pouco foi proposto, e menos
ainda foi elaborado nesse sentido. Apesar de acreditarmos também que essa
melhoria se faz necessária, não podemos esperar mais dez anos para que ela
aconteça, e, aí sim, alunas e alunos negros vindos de escolas públicas possam
competir com alunas e alunos de escolas particulares. Seriam mais dez anos de
exclusão. Outro dado muito importante é o da duração dessa forma de política de
ação afirmativa que estamos discutindo. As cotas têm um “prazo de validade”.
Queremos, sim, a melhora das escolas públicas, mas, como o processo de exclusão
tende a se perpetuar, o Estado precisa fazer valer uma medida temporária que ajude
a diminuir essa diferença. Então, ao mesmo tempo, o governo trabalha na melhoria
do ensino público, e a sociedade civil organizada faz seu papel elegendo políticos
que representem seus interesses, monitorando o seu trabalho, reivindicando seus
direitos de uma forma geral. As cotas representam uma medida urgente e, ao
mesmo tempo, temporária, passível de avaliação constante para o seu
aperfeiçoamento.

15
(P) Não é injusto, para alunos(as) que tiraram nota maior, que negros(as) tenham
preferência no ingresso das universidades públicas?

(R) Todos(as) os(as) candidatos(as) ao vestibular – cotistas ou não – devem atingir


uma nota mínima para serem classificados(as). Na Uerj, por exemplo, o vestibular
ocorre em duas fases.
A primeira é composta por até duas provas de múltipla escolha (exame de
qualificação). O(a) candidato(a) faz a primeira prova e tem a oportunidade de fazer
uma segunda caso tenha perdido a anterior ou esteja insatisfeito(a) com sua
pontuação. Vale a maior nota. Nesse exame, o(a) candidato(a) não opta por
concorrer no vestibular com reserva de vaga. Faz a prova como qualquer outro(a)
aluno(a), independente de ser negro(a) ou branco(a), estudante de escola pública ou
particular, sendo avaliado pelo sistema da universidade.
É apenas na segunda fase que o(a) candidato(a) deverá optar: vestibular com
ou sem reserva de vagas. É aí que ocorre a auto declaração.Os(as) alunos(as) que
optam por cotas concorrem entre si, ou seja, disputam aquela percentagem de
vagas destinadas a cotas específicas para qual se inscreveram. Por exemplo, os(as)
alunos(as) que se declaram negros(as) disputam somente as vagas destinadas a
esses(as) candidatos(as). As cotas ajudam a universidade pública a discutir e
redefinir a noção de mérito. Ao levar em conta candidatos(as) que não puderam se
dedicar exclusivamente ao estudo, a universidade tende a se tornar mais inclusiva.

Jurisprudências

Muito se vê no judiciário brasileiro ações que visam de certa forma declarar a


inconstitucionalidade das políticas de cotas, no entanto, o próprio Ministério Público
Federal já declarou que essas políticas são como medidas compensatórias que
encontram legitimidade na própria Constituição, pois regulam o combate às
desigualdades, sendo instrumento para promoção da justiça. O art. 3º da CF traça
os objetivos fundamentais em ações, sendo que quaisquer medidas que busquem a
efetivação desses desígnios estão amparados no texto constitucional” (fl. 359-v).
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, como já afirmado, entendeu ser
constitucional o programa de ação afirmativa, estabelecido pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, que instituiu o sistema de “cotas” com

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reserva de vagas como meio de ingresso em seus cursos de nível superior. (RE
597285 / RS - RIO GRANDE DO SUL RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a):
Min. RICARDO LEWANDOWSKI Julgamento: 14/05/2010)
Transcrevo a ementa do acórdão recorrido:

“DIREITO CONSTITUCIONAL. AÇÕES AFIRMATIVAS. „COTAS‟ NAS


UNIVERSIDADES. CRITÉRIO RACIAL. DISCRIMINAÇÃO. ISONOMIA.
AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA. MÉRITO UNIVERSITÁRIO.
1.POLÍTICAS AFIRMATIVAS. Conjunto de políticas públicas e privadas, tanto
compulsórias, quanto facultativas ou voluntárias, com vistas ao combate à
discriminação racial, de gênero e outras intolerâncias correlatas. Técnicas que não
se subsumem ao sistema de cotas, ainda que com elas sempre relacionadas.
2.INEXISTÊNCIA DE BASE LEGAL. Previsão expressa no Plano Nacional de
Direitos Humanos, no Plano Nacional de Educação e nas Leis nº 10.558/2002, que
criou o programa „Diversidade na Universidade‟ e Lei nº 10.678/2003, que criou
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Autorização, por
via legal, para implementação, pelo Poder Executivo, de políticas afirmativas.
Previsão em tratados internacionais.
3. CONSTITUIÇÃO. Previsão expressa no tocante à mulher (art. 7º, XX) e a
portadores de necessidades especiais (art. 37, VIII), a sinalizar baliza fundamental
para aplicação do princípio da igualdade jurídica. Legislação infraconstitucional que
estabeleceu cotas para candidaturas de mulheres, para portadores de necessidades
especiais em concursos públicos e dispensa de licitação.
4. TRATADOS INTERNACIONAIS. Reconhecimento pelo Brasil da competência do
Comitê Internacional para eliminação da discriminação racial. Internalização da
Convenção sobre eliminação de todas as formas de discriminação racial. Recepção
dos tratados internacionais anteriores à EC 45/2002, com status supralegal ou de
materialmente constitucionais, jurisprudência ainda não definida no STF, mas a
indicar a possibilidade de constituírem „bloco de constitucionalidade‟, a ampliar
núcleo mínimo de direitos e o próprio parâmetro de controle de constitucionalidade.
5. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. Revisão dos parâmetros clássicos, de forma a
reconhecer sua dupla faceta: a) proibição de diferenciação, em que „tratamento
como igual significa direito a um tratamento igual‟; b) obrigação de diferenciação,
em que tratamento como igual significa „direito a um tratamento especial‟.
Rompimento com a visão clássica, de forma que a igualação jurídica se faça,
constitucionalmente, como conceito positivo de condutas promotoras desta
igualação.
6. DISCRIMINAÇÃO. Conceito internalizado pelo Decreto nº 65.810/69,
reconhecendo diferenciações legítimas e afastando propósitos e efeitos de anular
reconhecimento de direitos em pé de igualdade em razão de raça, cor,

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descendência ou origem nacional ou étnica. Quadro cultural brasileiro complexo no
que diz respeito ao reconhecimento da existência do próprio racismo, com a
ideologia do „branqueamento‟ e o „mito da democracia racial‟. Informes
internacionais questionando a dificuldade do aparelho estatal em reconhecer e
promover atitudes antidiscriminatórias. Reconhecimento, por outro lado, de que a
regra aparentemente neutra pode produzir discriminação, que a Constituição proíbe.
7. AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA. Art. 207, V, CF. Previsão constitucional
regulamentada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, tendo como norte „as
normas gerais da União‟ e do „respectivo sistema de ensino‟, podendo ser
ampliadas ou reduzidas as vagas ofertadas.
8. SISTEMA MERITÓRIO. A previsão constante no art. 208, V da Constituição não
estabeleceu o „mérito‟ como critério único e decisivo para acesso ao ensino
superior, nem constitucionalizou o sistema do Vestibular. Existência de „nota de
corte‟, a demonstrar que o mérito é conjugado com outros critérios de índole social e
racial. Inexistência de „mérito‟ em abstrato.
9. AUTODECLARAÇÃO. Critério que não é ofensivo nem discriminatório em relação
aos „negros‟, porque: a) já é adotado para fins de censo populacional, sem
objeções; b) utilizado amplamente no direito internacional; c) guarda consonância
com os diplomas legais existentes; d) constitui reivindicação dos próprios
movimentos sociais antidiscriminação.
10. DISCRÍMEN RAÇA. Possibilidade admitida quando agir „não para humilhar ou
insultar um grupo racial, mas para compensar desvantagens impostas contra
minorias‟. Congruência com os ditames constitucionais de vedação ao racismo, na
ordem interna e externa, de modo a indicar: a) no aspecto negativo, a necessidade
de impedir qualquer conduta, prática ou atitude que incentive, prolifere ou constitua
racismo; b) no aspecto positivo, um mandamento de otimização de medidas
cabíveis e possíveis para erradicação de tal prática. Inexistência de „raças‟ a indicar,
contudo, a necessidade de censura ao „racismo‟. Inteligência da decisão do STF no
HC 82.424/RS. Preconceito, no Brasil, de fundo distinto daquele praticado nos EUA
e África do Sul („preconceito de marca‟ ao invés de „preconceito de origem‟), a
indicar a inaplicabilidade, aqui, das discussões sobre percentuais de genes
africanos, europeus ou indígenas.
11. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. Aplicação aos atos de todos os
poderes públicos, vinculando legislador, julgador e administrador, mas com
extensão e intensidade distintas conforme se trate de atos legislativos, da
administração ou da jurisdição. Limites de „conformação‟ do administrador e do
legislador a reduzir a análise de todas as possibilidades de escolhas postas à
disposição. Verificação de: a) adequação, que não constitui o dever de escolher o
meio mais intenso, melhor e mais seguro, mas sim a anular o ato somente quando a
inadequação for evidente e não for, de qualquer modo, justificável; b) necessidade,

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em relação ao meio eficaz e menos desvantajoso para os cidadãos; c)
proporcionalidade em sentido estrito, comparando a importância da realização do
fim e a intensidade da restrição de direitos fundamentais. Metas fixadas para
educação nacional pelo Legislativo com duração de dez anos, passíveis de revisão.
Não-comprovação de que as premissas para instituição de critérios de „inclusão
social‟- ampliação do acesso para estudos de ensino público e autodeclarados
negros, promoção da diversidade étnico-racial no ambiente universitário, educação
de relações étnico-raciais - não são critérios adequados, necessários e
proporcionais para os fins constitucionais de repúdio ao racismo, redução das
desigualdades sociais, pluralismo de idéias, garantia de padrão de qualidade do
ensino, defesa e valorização da memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira, valorização da diversidade étnica e cultural e promoção do
bem de todos, „sem preconceitos de raça e cor e quaisquer outras formas de
discriminação‟. Percentuais de cotas que não constituem patamar elevado, seja
porque 87% da oferta de vagas vem do ensino público médio e fundamental, seja
porque a população negra brasileira é superior ao percentual estabelecido nas
cotas. Reconhecimento de que os programas deixam sempre à disputa livre da
maioria „a maior parcela de vagas‟, como forma de „garantia democrática do
exercício de liberdade pessoal e realização do princípio da não-discriminação‟
(Carmen Lucia Antunes)” (fl. 390).

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CONCLUSAO

Fica-nos estabelecida a dúvida: Devemos concluir esse trabalho ou começar


daqui outra pesquisa? Pesquisa esta que possa trazer ainda mais dados e
discussões, para que num futuro bem próximo, essa questão de Cotas Raciais
esteja apaziguada e que a discussão premente seja o fim das cotas por não haver
mais necessidade, pois o que se devia reparar já fora reparado.

No livro Arte do Direito, Carnellutti sonha com o Estado sem Direito,


governado pelo amor entre as pessoas, onde o mal é punido apenas pela
consciência.

Estabeleçamos aqui um paradoxo, sonhando com um Estado brasileiro sem


cotas, onde a desigualdade social já não mais exista e que a nossa preocupação
maior esteja no campo das suposições, onde nos é permitido sonhar e reinventar
tudo que já fizemos.

Acreditamos que esta batalha está muito próxima de acabar e o lado contrário
às cotas irão levantar a bandeira branca da consciência e render-se-ão à ascensão
negra, que agora com mãos e pés livres das correntes e mordaças que os
continham em um nível inferior dentro de uma sociedade preconceituosa, marcha a
passos largos rumo ao patamar estabelecido pela Carta Magna de nosso País e por
Deus que é a igualdade entre os homens.

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