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ALUNO(A):
1. Introdução:
Somente após a análise formal dos pressupostos processuais é que o tribunal poderá
passar para a análise do mérito dos recursos, ou seja, avaliar os argumentos trazidos
pelo recorrente para o reexame da decisão.
2. Juízo de Admissibilidade:
1
admissibilidade e dos pressupostos de
desenvolvimento da atividade jurisdicional recursal.
Mesmo nos casos em que o recurso é interposto perante o órgão a quo (juízo que
prolatou a decisão recorrida), como é o caso da apelação, do recurso especial e do
recurso extraordinário, o juízo de admissibilidade seria exercido tão somente pelo
órgão ad quem (responsável pelo julgamento do recurso).
1 WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. E, 16ª edição, reform. e
ampl. com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 472.
A sistemática difere daquela adotada pelo Código de Processo Civil de 1973, uma
vez que este possibilitava que o órgão a quo realizasse o juízo de admissibilidade
prévio no recurso de apelação, recuso especial ou recurso extraordinário, fazendo,
assim, com que houvesse um duplo juízo de admissibilidade, uma vez que o órgão ad
quem não ficava vinculado à decisão do juízo a quo, podendo inadmitir o recurso
previamente admitido na origem ou, mediante recurso, reforma a decisão de
inadmissão (Conforme artigos 522 e 544 CPC73).
3. Pressupostos Recursais
Os Requisitos Genéricos referem-se àquilo que deverá ser objeto de averiguação, por
parte da autoridade competente, para que se admita ou não o recurso, isto é, para
que se adentre ou não o mérito recursal. A maioria dos autores classifica os requisitos
de admissibilidade em intrínsecos e extrínsecos, ou conjuntamente denominados
requisitos genéricos, em oposição aos requisitos específicos de cada recurso.
Vamos iniciar a análise dos requisitos genéricos pelo estudo dos requisitos intrínsecos e
são eles: cabimento/adequação, legitimidade, interesse e inexistência de fato
impeditivo/extintivo.
A. Requisitos Intrínsecos:
Segundo a doutrina:2
2 WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, vol. E, 16ª edição, reform. e
ampl. com o novo CPC, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 472.
Nos termos do disposto no art. 1.001 do CPC, os despachos são irrecorríveis, logo, a
sentença e as decisões interlocutórias podem ser objeto de recurso, apelação (art.
1009) e agravo de instrumento (art. 1.015).
Insta salientar que não é sempre que as decisões interlocutórias são recorríveis de
imediato, alterando a sistemática prevista no CPC/73, o atual Código de Processo
Civil, prevê no art. 1.015 um rol exemplificativo das decisões recorríveis através do
agravo de instrumento, que é interposto no prazo de até quinze dias do
conhecimento da decisão. E no §1º do art. 1009, o Código prevê que as decisões
interlocutórias que não comportarem agravo de instrumento, não são recorríveis de
imediato, não sujeitas a preclusão, deverá a parte lesionada aguardar a sentença, e
se for o caso suscitar a reforma ou invalidação da decisão interlocutória nas razões
ou contrarrazões de apelação.
I – tutelas provisórias;
II – mérito do processo;
III – rejeição da alegação de arbitragem;
IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou o acolhimento de sua
revogação;
VI – exibição ou posse de documento ou coisa;
VII – exclusão de litisconsorte;
VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução;
XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §1º;
XII – (Vetado);
XIII – outros casos expressamente previstos em lei.
Não basta que haja previsão legal para o recurso ser utilizado; há também
necessidade de adequação entre o recurso escolhido e a natureza da decisão que
se pretende impugnar e, ainda, em alguns casos, quando se tratar de recurso de
fundamentação vinculada, também ao conteúdo da decisão.
Art. 996 – O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro
prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem
jurídica.
embargos de declaração; e
recurso contra decisão em incidente de resolução de demandas repetitivas.
B. Requisitos Extrínsecos:
b.1) Tempestividade
Diz-se tempestivo o recurso quando interposto dentro do prazo estabelecido pela lei,
ou seja, quando respeitado foi o termo final para sua interposição.
O §5º do art. 1.003 do CPC estabelece o prazo geral de quinze dias para a
interposição dos recursos cíveis, com exceção dos embargos de declaração cujo
prazo será de cinco dias (art. 1.023):
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se dia do começo do prazo a data de juntada aos autos do aviso de recebimento.
-
se dia do começo do prazo a data de juntada aos autos do mandado cumprido.
rivão ou do
chefe de secretaria, considera-se intimada na data de ocorrência da citação ou da
intimação.
-se dia do
começo do prazo o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz.
-
se dia do começo do prazo o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da
intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê.
III – a data da ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do
escrivão ou do chefe de secretaria;
IV – o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou intimação
for por edital;
VI – a data da juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a
data da juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou
intimação se realizar em cumprimento de carta;
Art. 232 – Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a
realização da citação ou da intimação será imediatamente informada por meio eletrônico,
pelo juízo deprecado ao juízo deprecante.
§4º - Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
Art. 219 – Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz,
computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.
Art. 220 – Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre
20 de dezembro a 20 de janeiro, inclusive.
§1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que impediu
de praticar o ato por si ou por mandatário.
§2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que
lhe assinar.
Art. 224 – salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia
do começo e incluindo o dia do vencimento.
§3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da
publicação.
Art. 1,003...
Art. 1,003...
O preparo representa uma taxa referente aos gastos que o Estado tem para fazer
frente a recurso interposto pela parte. Quando a lei estabelecer que o recurso está
sujeito ao preparo a parte deverá que fazê-lo, sob pena do recurso não ser recebido,
a não ser que a parte seja isenta.
Além disso, quando o recurso for interposto na forma física além das custas, tem
ainda, o pagamento do denominado porte, remessa e retorno, que são os custos
referentes ao envio físico do recurso ao tribunal para julgamento e devolução a
instância originária após o trânsito em julgado.
O valor do preparo é fixado no âmbito da Justiça Federal por lei federal, e no âmbito
das Justiças estaduais por leis dos respectivos Estados.
O porte de remessa e retorno, que corresponde às despesas para envio dos autos ao
tribunal e devolução do mesmo após o julgamento do recurso, nem sempre é
devido, tal qual ocorre com os processos em autos
eletrônicos, onde não há remessa de autos.
3 MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil Comentado, 2ª
edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 1065.
§4º Art. 1.007 – O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do
recurso, o recolhimento do preparo, inclusive do porte de remessa e de retorno,
será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em
dobro, sob pena de deserção.
Por fim, os §§6º e 7º do art. 1.007 estabelecem que se o recorrente comprovar justo
impedimento para não ter realizado o preparo, o relator do recurso, em decisão
irrecorrível poderá não aplicar a pena de deserção e eventual equívoco no
preenchimento das guias de recolhimento também não implicam em deserção:
§6º Art. 1.007 – Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena
de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para
efetuar o preparo.
b. 3) Regularidade formal
O recurso deve obedecer às regras formais de interposição exigidas pela lei para seu
tipo específico. Assim, todo recurso deve ser formulado por intermédio de uma
petição, no qual irá combater a decisão recorrida,
com indicação dos motivos de fato e de direito que
levam à pretensão de novo julgamento da matéria já julgada. Além disso, exige-se,
para regularidade formal do processo, a intimação da parte contrária para as
contrarrazões.
Súmula 279 do STF: “Para simples reexame de prova não cabe recurso
extraordinário”.
Súmula 280 do STF: “Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário”.
Súmula 356 do STF: “O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos
embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o
requisito do prequestionamento”.
Súmula 733 do STF: “Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no
processamento de precatórios”.
Súmula 735 do STF: “Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere
medida liminar”.
1. Conclusão
Assim como para que haja julgamento do mérito da demanda a ação deverá
preencher determinadas condições e pressupostos processuais, os recursos possuem
requisitos genéricos, aplicáveis a qualquer recurso, e específicos, que se aplicam a
determinados recursos, como é o caso dos recursos especial e extraordinário, cuja
admissibilidade é mais restrita por se tratarem de recursos excepcionais e não
ordinários. O exame dos requisitos de admissibilidade é sempre prévio e, em regra,
compete ao órgão a qual se atribui competência para o julgamento do mérito
recursal.
O Novo Código de Processo Civil procurou possibilitar que as partes, sempre que
possível, corrijam eventuais vícios dos recursos a fim de que estes preencham os
requisitos de admissibilidade, possibilitando, assim, o julgamento do mérito e a
solução adequada e definitiva da controvérsia.
DISCIPLINA: Direito Processual Civil III
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28. ( ) (CONSULPLAN. TRF - 2ª REGIÃO. Analista Judiciário. 2017) - A interposição de
recurso de embargos de declaração, mesmo antes da publicação da sentença ou
do acórdão embargado, é considerada tempestiva, bastando que a parte tome
conhecimento do teor da decisão e entenda ter havido omissão, obscuridade,
contradição ou erro material.
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29. ( ) (VUNESP. Câmara de Mogi das Cruzes – SP. Procurador Jurídico. 2017) - a
preliminar de repercussão geral da questão constitucional suscitada é requisito formal
necessário para o conhecimento de todos os recursos extraordinários, sob pena de
não ser admitido o referido recurso.
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32. ( ) (IBFC. EBSERH. Advogado. 2016) - Se, durante o prazo para a interposição do
recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo de
força maior que suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito
da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr novamente
depois da intimação.
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44. É correto afirmar que em todos os recursos que estão sujeitos a preparo é
obrigatório o recolhimento do porte de remessa e retorno? Explique. Fundamente.
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45. Em que consiste a regularidade formal?
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