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FACULDADE METROPOLITANA DE MARABÁ

CURSO DE FISIOTERAPIA

MEMORIAL DESCRITIVO

ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE


INCONTINÊNCIA URINÁRIA POR ESFORÇO E DISFUNÇÃO ERÉTIL
PROVENIENTE DE PROSTATECTOMIA RADICAL

LIDIANE NASCIMENTO SILVA

TURMA: FIS92

MARABÁ
2018/1
LIDIANE NASCIMENTO SILVA

ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DE


INCONTINÊNCIA URINÁRIA POR ESFORÇO E DISFUNÇÃO ERÉTIL
PROVENIENTE DE PROSTATECTOMIA RADICAL

MEMORIAL DESCRITIVO

Memorial Descritivo do Estágio Curricular Obrigatório


em Fisioterapia em Urogineco-obstetrícia,
apresentado ao Curso de Fisioterapia, da Faculdade
Metropolitana de Marabá, como requisito parcial para
obtenção de média avaliativa no componente
curricular do estágio, sob orientação do prof. Gislayne
de Souza Clemente.

MARABÁ
2018/1
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RESUMO

O presente trabalho trata-se de um memorial descritivo a área de estágio da prática


supervisionada I, fisioterapia emurologia ginecologia e obstetrícia, sendo requisito
curricular do estágio obrigatório. O memorial descreve a atuação fisioterapêutica em
um caso clínico de um paciente que realizou a cirurgia de prostatectomia radical,
que realizou a anamnese e teve como diagnóstico fisioterapêutico alteração
funcional diminuição da consciência perineal, grau III de força muscular sustentada
dos músculos do assoalho pélvico, grau IV de força muscular de contração rápida do
assoalho pélvico, diminuição da coordenação motora perineal e uso dos músculos
acessórios abdominais e adutoresinterferindo em suas atividades de vida diária. O
objetivo desse trabalho é descrever os procedimentos realizados com o paciente
desde a anamnese até o tratamento fisioterapêutico. Para a realização da
intervenção fisioterapêutica foram utilizados os conhecimentos adquiridos no
decorrer do curso e pesquisas em bancos de dados digitais. Como resultado
observou-se que a fisioterapia conta com recursos de extrema importância no
tratamento dessa condição clínica.

Palavras-Chave: Fisioterapia. Prostatectomia Radical.Incontinência


urinária.Disfunção erétil. Tratamento.
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Sumário

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 5
2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO..................................................................... 6
3. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO ................................................. 7
4. METODOLOGIA ................................................................................................... 8
5. RELATO DE CASO .............................................................................................. 9
5.1 ANATOMIA DA PRÓSTATA ........................................................................... 10
5.2 PÓS OPERATÓRIO DE PROSTATECTOMIA RADICAL ............................... 10
5.3 DIAGNÓSTICO FISIOTERAPÊUTICO ........................................................ 12
5.4 OBJETIVOS DE TRATAMENTO ................................................................. 12
5.5 CONDUTAS FISIOTERAPÊUTICAS ........................................................... 12
5.6 EVOLUÇÃO ........................................................................................................ 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 14
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1. INTRODUÇÃO

O presente memorial é utilizado como uma forma de avaliação do estágio


supervisionado em Fisioterapia urologia, ginecologia e obstetrícia referente ao
estágio I praticado pelos acadêmicos de fisioterapia da Faculdade Metropolitana de
Marabá para obtenção de média ao final.
O mesmo tem como objetivo mostrar o aprendizado conquistado ao longo do
curso na prática no tratamento de um caso clínico de paciente com incontinência
urinária e disfunção erétil proveniente de uma prostatectomia radical, procedimento
cirúrgico utilizada no tratamento de câncer de próstata e que traz algumas
complicações em seu pós-operatório bem como as citadas anteriormente. Será
apresentado o que foi realizado com o paciente desde a anamnese, objetivos
traçados e condutas fisioterapêuticas aplicadas como forma de tratamento às
alterações inerente ao paciente em questão, enfatizado os benefícios e a
importância da fisioterapia na saúde e melhora da qualidade de vida do mesmo.
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2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO

O estágio supervisionado em Fisioterapia em urologia, ginecologia e


obstetrícia é uma das áreas ofertadas aos discentes do curso de fisioterapia do 9°
período, no qual, os mesmos podem desenvolver na prática o seu aprendizado
teórico adquirido no decorrer dos períodos anteriores. No estágio são oferecidos
avaliação e tratamento gratuito a pacientescom patologias urológicas, ginecológicas
e obstétricas.
O período da realização do estágio foi de 19 de fevereiro a 16 de Março de
2018, o atendimento ocorre no turno matutino de segunda a sexta das 07h30minas
12h30min horas, sendo que todas as quinta feiras são realizadas palestras no posto
de saúde Crismu e as sextas feiras no hospital materno infantil,totalizando 100 horas
no final do período. O estágio é realizado sob a orientação da professora Gislayne
Clemente duas vezes por semana, e supervisionado pelo professor Rodrigo Canto.
Os serviços de fisioterapia são realizados pelos acadêmicos estagiários que
possuem competência para avaliar, identificar distúrbios, realizar o diagnóstico
fisioterapêutico, e consequentemente traçar os objetivos de tratamento e as
condutas fisioterapêutica para reabilitar o paciente.
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3. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO

O estágio supervisionado regular de Fisioterapia em urologia, ginecologia e


obstetrícia foi realizado no anexo da clinica escola da Faculdade Metropolitana de
Marabá localizada na Rodovia BR 230, Transamazônica, Km 05 s/ nº, cujo local
possui uma estrutura adequada para a realização do atendimento fisioterapêutico
possibilitando ao acadêmico o desenvolvimento da intervenção fisioterapêutica na
prática.
A clínica possui um espaço arejado, iluminado e refrigerado, uma recepção
com sala de espera, uma sala própria para avaliação e tratamento, uma sala de
cinesioterapia, um ginásio e 6 cabines de atendimento. A sala de avaliação e
tratamento uroginecológico contém uma maca, escada, mesa com cadeiras, um
aparelho de eletroestimulação e biofeedback e cones vaginais, além de materiais de
procedimento como luva, máscara, touca, espátula, preservativo e gel lubrificante,
entre outros. A sala de cinesioterapia possui tablado, maca, rolos e bolas suíças. O
ginásio possui espaldar, cama elástica, halteres, faixas elásticas, rampa de subida e
descida e escada, aparelhos eletrotermofototerapêuticos, dentre outros.
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4. METODOLOGIA

O presente memorial descritivo foi desenvolvido a partir da disciplina de


Estágio – Prática Clínica supervisionada I de Fisioterapia em uroginecologia e
obstetrícia, referente ao 9º período do curso de graduação em Fisioterapia da
Faculdade Metropolitana de Marabá, sendo que, para a realização do mesmo foi
selecionado um caso clínico de um determinado paciente que estivesse recebendo
atenção fisioterapêutica pelos acadêmicos que estão realizando o estágio na clínica
escola no setor em uroginecologia e obstetrícia. O critério de seleção do caso foi de
escolha da acadêmica que tivesse cuidando de um paciente, na qual achasse
interessante abordar sua patologia, seus objetivos traçados e aplicação das
condutas terapêuticas para reabilitação do mesmo. A primeira avaliação foi realizada
no dia 19 de fevereiro de 2018 e os atendimentos foram realizados3 vezes por
semana, todas as segundas, quartas, quintas e sextascom duração média de 1 hora
por sessão e sendo realizadas 10 sessões ao total com a paciente. Para avaliar e
reabilitar a paciente foram utilizados conhecimentos teóricos adquiridos no decorrer
do curso e conhecimentos adquiridos através dos livros da biblioteca Dante Alighieri
e da base digital de dados de revistas digitais e faculdades de grande relevância e
fidedignidade.
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5. RELATO DE CASO

Paciente J.J.B. S, 70 anos de idade, sexo masculino, residente na cidade de


Marabá, pedreiro. Foi encaminhada a fisioterapia devida aincontinência urinária e
disfunção erétil resultante de uma cirurgia de prostatectomia radical realizada em
2017. Apresenta como queixa principal: Incontinência urinária e disfunção erétil. Na
história da doença atual apresenta perda de urina por conta da incontinência urinária
e disfunção erétil, quanto à história da patologia pregressa paciente relata que ano
passado foi diagnosticado com câncer de próstata sendo submetido ao tratamento
cirúrgico de prostatectomia radical. Quanto aos antecedentes urológicos relata que
perde urina quando realiza esforços moderados do tipo gotejamento. Tem como
disfunção sexual a disfunção erétil e a coloração da urina é amarelada, realiza
contração dos músculos do assoalho pélvico, a contração sustentada por 10
segundos e a contração rápida por 5 segundos. Na história social foi tabagista dos
12 aos 44 anos de idade, não realiza atividade física e faz uso frequente de café. Ao
exame físico apresentou PA de 120X80 mmhg, FC: 70 bpm, FR: 18 irpm, na
inspeção apresentou cicatriz abaixo do umbigo e trofismo genital, MMII, do corpo
perineal, do EAE como normotônus. Em relação aos testes diagnósticos realizou
teste de esforço sem perdas.
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5.1 ANATOMIAS DA PRÓSTATA

A próstata é uma glândula que faz parte exclusivamente do sistema


reprodutor masculino, produzindo um líquido que se junta à secreção da vesícula
seminal para formar o sêmen, além de auxiliar no transporte dos espermatozóides. É
também dentro dela que ocorre a transformação do principal hormônio masculino, a
testosterona, em diidrotestosterona, que, por sua vez, é responsável pelo controle
do crescimento dessa glândula (COSTA; et al, 2012).
Está localizada abaixo da bexiga urinária, na frente do reto. Seu tamanho é
modificado ao longo do tempo, no homem adulto, a próstata tem o tamanho
aproximado de uma ameixa, pesando cerca de 20 gramas. Ela envolve a uretra, que
conduz para fora a urina que se acumula na bexiga (VISCONTI; JUNIOR, 2012).

5.2 PÓS OPERATÓRIO DE PROSTATECTOMIA RADICAL

O câncer de próstata apresenta-se como um grande problema de saúde


pública. É uma das neoplasias de maior incidência entre os homens, após algum
tempo a próstata pode desencadear diversas doenças como, a hiperplasia prostática
benigna e maligna. A hiperplasia benigna é caracterizada pela proliferação das
células do epitélio e estroma-prostático que forma um tecido adenomatoso. Já a
hiperplasia, maligna ou adenocarcionoma é caracterizada por alterações no
tamanho, forma ou textura da próstata e presença de células neoplásicas.
(BARREIRA, 2013).
A prostatectomia radical é considerada o procedimento cirúrgico mais eficaz
para o tratamento do câncer de próstata, sendo caracterizada pela remoção da
próstata, além dos tecidos a sua volta, incluindo a vesícula seminal. Dentre as
complicações no pós-operatório que ocorre com mais frequência encontra-se a
incontinência urinária, e a disfunção erétil (COSTA; et al, 2012).
A incontinência urinária é caracterizada como a perda involuntária de urina.
Os pacientes com incontinência causada pela hiperatividade da bexiga são bons
candidatos para a fisioterapia, e normalmente adquirem a continência normal em um
ano. Todavia, pacientes que possuem incontinência de esforço persistente são mais
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difíceis para tratar, visto que ocorre uma disfunção esfincteriana, e o seu mecanismo
não irá resistir a aumentos da pressão abdominal (MORENO; et al, 2006).
A disfunção erétil é definida como a incapacidade persistente de obter e
manter uma ereção firme o suficiente para permitir um desempenho sexual
satisfatório, a mesma ocorre quando o feixe vásculo nervoso (nervo responsável
pela ereção) é atingido durante a cirurgia, radioterapia ou outros tratamentos. No
período de três meses a um ano após a cirurgia é provável que o paciente não
consiga ter uma ereção sem ajuda de medicamentos. O risco de impotência
depende de sua idade e do tipo de cirurgia (BARREIRA, 2013).
O tratamento fisioterapêutico é de grande importância na assistência da
reabilitação funcional do homem prostatectomizado, prevenindo ou reduzindo essas
complicações. O tratamento da incontinência após a cirurgia depende do seu
mecanismo, pois em alguns pacientes a incontinência urinária melhora em alguns
dias, semanas, ou meses sem intervenção, mas em outros casos é necessário um
tratamento específico (DAMIÃO; CARRERETTE, 2010).
A atuação fisioterapêutica abrange uma série de técnicas, incluindo,
eletroestimulação, terapia comportamental, biofeedback, exercícios para o assoalho
pélvico. O objetivo do tratamento é o de permitir a consciência da musculatura
pélvica e reforçar a função a fim de reduzir a duração e a extensão da incontinência,
e fortalecer a musculatura do assoalho pélvico para a retomada da função erétil e
diminuição da frequência urinária. Sendo assim a fisioterapia é indispensável para
promover adequada recuperação funcional, melhora de força da musculatura pélvica
e, consequentemente propiciar melhor qualidade de vida ao paciente (LUISI; et al,
2014).
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5.3 DIAGNÓSTICO FISIOTERAPÊUTICO

Apresentadiminuição da consciência perineal, grau III de força muscular


sustentada dos músculos do assoalho pélvico, grau IV de força muscular de
contração rápida do assoalho pélvico, diminuição da coordenação motora perineal e
uso dos músculos acessórios abdominais e adutores.

5.4 OBJETIVOS DE TRATAMENTO

 Melhorar a perda involuntária de urina;


 Fortalecer a musculatura do assoalho pélvico;
 Melhorar a função erétil;
 Recrutar fibras do tipo I e II;
 Conscientizar o paciente quanto á localização dos músculos do assoalho
pélvico.

5.5 CONDUTAS FISIOTERAPÊUTICAS

 Terapia comportamental;
 Exercícios de Kegel associados a exercícios de cinesioterapia;
 Ginástica hipopressiva;
 Eletroestimulação.

5.6 EVOLUÇÃO

Para avaliar a evolução do paciente foi feito novamente uma breve


anamnese. Como evolução o paciente relatou que houve melhora em relação à
perda de urina, visto que o mesmo já realiza atividades com esforços sem episódios
de perda urinaria, e que consegue realizar suas atividades laborais sem ter a
necessidade de ir ao banheiro constantemente, relatou também que consegue reter
a urina quando tem o desejo de urinar.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A fisioterapia na área de uroginecologia e obstetrícia são bastante


abrangentes, utilizando-se de vários recursos e técnicas para um tratamento eficaz,
trazendo inúmeros benefícios. É de grande importância o conhecimento a cerca da
patologia a fim de descrever um diagnóstico fisioterapêutico fidedigno e traçar
objetivos e condutas que trarão uma resposta positiva ao paciente, contribuindo para
sua independência pessoal e social, permitindo realizar suas atividades de vida
diária.
Sendo assim foi de grande importância a aplicabilidade das condutas
fisioterapêuticas no paciente, evidenciado a importância do tratamento fisioterápico
em pós operatório de prostatectomia radical, pois o mesmo obteve uma melhora
significativa na redução de perda da urina proporcionando uma melhor qualidade de
vida
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, B.T; CESAR, V.R. M; FONTE, M.C. Reabilitação fisioterapêutica em


pacientes com incontinência urinária após prostatectomia radical: uma revisão
de literatura. Rev. Latino-am Enfermagem 2012 setembro-outubro; 17(5).

BARREIRA, N.V.J. Tratamento da disfunção erétil após prostatectomia radical.


Rev fisioterapia e saúde 2013 45(2): 20-7

DAMIÃO, R; CARRERETTE, B.F. Incontinência urinária no homem. Revista do


Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ, Ano 9, Suplemento 2010.

LUISI, F; BIRCK, M; URACH, M; ROSA, V; BASTIANI, A. Reabilitação


fisioterapêutica após cirurgia prostatectomia radical. Revista Digital. Buenos
Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014.

MORENO, L.A; LIMA, P.V; PELLEGRINI, F.R. J; KUBAGAWA, M.L. A eficácia do


tratamento fisioterapêutico da incontinência urinária masculina após
prostatectomia. Revista Brasileira de Cancerologia 2006; 52(2): 179-183.

VISCOTI, A.M; JUNIOR, H.H. Anatomia e fisiologia do sistema reprodutor


masculino. Rev. Licenciatura em ciências USP/univesp. 2012 novembro/dezembro.

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