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FLORICULTURA,

JARDINAGEM E PAISAGISMO

Estilos de jardins – Parte 2


Profª. Drª. Luciana Patrícia Rosa Dias
JARDINS CONTEMPORÂNEO

• Nos séculos XIX e XX, praticamente não se criou


nenhum estilo novo de jardim;

• Se caracterizam por serem fusão ou mescla dos


grandes estilos já criados;

• No século XIX – uso de quiosques, passarelas,


pavilhões de estilo exótico... Este estilo buscava rodear
a casa com um jardim irregular e este, rodeado por um
parque em estilo inglês.
• No século XIX houve a decadência na arte dos jardins –
não surgiu nenhuma teoria nova;

• Nesta época os jardins deixaram de ser luxo de alguns e


se transformaram em necessidade de todos.

• Exigência da população em melhoria da saúde pública;

• Nos jardins públicos contemporâneos, não há


construções exóticas como tumbas, castelos, ruínas...

• Existem obras mais práticas como estufas, cafés,


restaurantes, salões de espetáculos...
Jardins internos do
Palácio do Itamaraty
Brasília - Brasil
Jardins externos do
Palácio do Itamaraty
Brasília - Brasil

Projetado por Oscar


Niemeyer e com
paisagismo de Burle Marx
• O Paisagismo Moderno/Contemporâneo,
caracteriza-se pelo paisagismo aliado a
arquitetura.

• Usa plantas tropicais, simples, sem topiárias,


sem desenhos geométricos, funcionalizando as
áreas para o lazer, recreativo ou de
contemplação
Pode-se dividir o Paisagismo Moderno
Brasileiro em 3 etapas:

Etapa 1 (primórdios) - 1937 à 1950

O projeto moderno paisagístico é pouco a


pouco difundido junto às obras de arquitetura
moderna, ou modernista, cujos espaços
livres adjacentes e/ou complementares são por
vezes objeto de um tratamento paisagístico,
simples e tropicalista.
• A característica principal:

Projetos paisagísticos residenciais


baseados na transparência e visibilidade
da residência e a formalização do pátio ou
jardim de estar da família

• Muitas vezes decorado por painéis


azulejados, fontes de formas geométricas
ou orgânicas e esculturas de autores do
período
Etapa 2 - 1950 à 1960

Expansão com o crescimento e modernização


urbana e arquitetônica do período (agora os
prédios são isolados no lote); o aumento da
demanda de projetos paisagísticos modernos.

Este é o período do surgimento do primeiro


parque urbano modernista do país - Parque do
Ibirapuera, em São Paulo (1954),
• o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, teve
executado o projeto paisagístico de Otávio
Teixeira Mendes.

• O projeto de Teixeira Mendes, é


bastante conservador, sendo quase uma
mistura formal entre a visão sossegada e
campestre do passado e a simplicidade
modernista.
Etapa 3 (consolidação) - 1960 à 1989

A atividade recreativa é o ponto focal na


produção dos novos espaços, onde
a piscina se torna o ponto de referência nos
pátios de edifícios residenciais.

Pátios com jardins, playgrounds, quadras e


nos espaços públicos, nos quais os
equipamentos de lazer também são
introduzidos.
Os jardins desse estilo usam plantas grandes,
com cores, formas, texturas e cheiros variados.

Os jardins contemporâneos têm, como objetivo, o


prazer de viver. Esses jardins sempre vêm
acompanhados por quadras esportivas, piscinas
ou ofurôs.
A luminosidade do jardim contemporâneo é feita
com luzes fracas e amareladas, para dar ideia
de um final de tarde.

Esse jardim também é conhecido como jardim


com estilo inglês, por ter um ar campestre e
florido, que proporciona uma incrível integração
entre a casa e o jardim.
A decoração deve ser feita com materiais de luxo,
mas tudo com um ar de simplicidade: bancos de
madeira antiga, mesa de vidro ou madeira e
estátuas para deixar o espaço com um aspecto
luxuoso.
JARDIM TROPICAL

• Neste jardim temos a sensação de que o


homem não interferiu muito na paisagem.
• Assim como no estilo inglês, o jardim tropical
também tem caminhos de contornos naturais.
• Sua essência é descontraída e avessa a podas
e simetrias.
• Criado pelo paisagista Roberto Burle Marx, com
certeza sua principal característica é a utilização
de espécies de regiões tropicais e subtropicais.
• Plantas de cores vivas e formas esculturais
como palmeiras, dracenas, bromélias,
helicônias, bananeiras, gengibres e orquídeas
estão entre as muitas opções.

• Neste estilo também não podem faltar pedras,


lagos ou fontes sempre com a aparência o mais
natural possível.

• Os elementos como bancos, pérgulas e vasos,


são bem-vindos, desde que se integrem
harmonicamente
• Atenção aos materiais e texturas que devem ser
naturais como cascas de pinus, seixos, pedras,
cipó, vime, sisal, bambu, etc.

• Os equipamentos de iluminação podem ser


discretos ou de aparência rústica.
JARDIM DESÉRTICO OU ROCHOSO

• O jardim desértico ou rochoso tem por objetivo


reproduzir uma paisagem árida.

• Ele é caracterizado principalmente pela


presença de plantas xerófitas (cactos e
suculentas).
Os jardim desérticos se dividem em:

• Informais,
• Temáticos
• Contemporâneos.

# O jardim informal segue linhas orgânicas,


como no estilo inglês. Neste jardim há poucos
ou nenhum acessórios.
# O jardim temático está relacionado com a
cultura e as plantas xerófitas de um
determinado país ou região. Assim podemos ter
jardins representando a caatinga do nordeste
brasileiro, jardim do cerrado, jardins mexicanos -
com cores vivas e terrosas, jardins
mediterrâneos, etc.

# O jardim contemporâneo são livres na forma e


contém elementos ousados, como vasos,
pedras e acessórios com formatos inovadores e
materiais novos.
• Os jardins desérticos, apresentam elementos
em comum, como as plantas simétricas e com
formas geométricas intrigantes.

• Os espinhos estão muito presentes.

• Devido aos espinhos e escamas - defesas


naturais contra a perda de água, as plantas dos
jardim desérticos têm uma textura própria, além
de tonalidades acinzentadas e amareladas
muitas vezes.

• É um jardim que requer pouquíssima


manutenção.
• Não exige regas constantes ou podas
• (no verão irrigar uma vez por semana, no
inverno, irrigar uma vez por mês)

• As adubações são leves e os replantios


bem esparsos.

• Este jardim necessita de um excelente


sistema de drenagem, já que seus
habitantes não toleram nenhum tipo de
encharcamento.
• É um jardim marcado pela rusticidade e
próprio para lugares inóspitos, com
insolação direta e até mesmo com ventos
fortes.

• É ideal para coberturas de prédios e para


varandas ensolaradas;

• As forrações com pedriscos e areia são


também muito importantes neste jardim.
• Cuidar com a mistura de cores dos pedriscos
que utilizar;

• Aflorações de rochas maiores são muito bem


vindas, mas devem seguir as cores, formas e
tonalidades dos pedriscos utilizados como
forração.

# Evitar gramados verdejantes ou outra planta de


folhas largas e macias.
As plantas desse jardim têm geralmente ausência
de folhas ou folhas rudimentares (cactos e
Euphorbiáceas), suculentas ou folhas fibrosas e
finas (agaváceas).
• Economizarem a água (irrigação e manutenção).
Além disso dispensam agrotóxicos, pois são
resistentes a pragas e doenças.
• Escola Carioca – Modernismo
Roberto Burle Max

• Escola Paulista – Modernismo


Roberto Cardoso
Waldemar Cordeiro
ROBERTO BURLE MARX
Um mestre muito além do paisagista
modernista – maior arquiteto paisagista

Escola Carioca - mordenismo


• Nascido em São Paulo, no dia 04 de agosto de
1909;

• Aos 19 anos, Burle Marx teve um problema nos


olhos e sua família se mudou para Alemanha
para tratamento;

• Marx entrou em contato com as vanguardas


artísticas, e ficou fascinado com a vegetação
brasileira em uma estufa do Jardim Botânico de
Dahlem, em Berlim.
• Estudou pintura e passou a visitar todas as semanas o
Jardim Botânico;

• Além de paisagista de renome internacional, ele também


foi um pintor notável, escultor, tapeceiro, ceramista e
designer de joias.

• Mesmo sem educação formal em arquitetura


paisagística, o aprendizado de Burle Marx na pintura
influenciou a criação de seus jardins;

• Conhecido por sua preocupação ambiental e pela


preocupação com a preservação da flora brasileira.
• Por esse motivo, o "estilo Burle Marx" tornou-se
sinônimo do paisagismo brasileiro no mundo.

• Seu primeiro projeto paisagístico foi o jardim de uma


casa desenhada pelos arquitetos Lúcio Costa (que
projetou Brasília) e Gregory Warchavchik, em 1932.

• Hoje em dia é possível encontrar um jardim ou uma


estufa projetada por Roberto Burle Marx em várias
partes do mundo, como em:

- Longwood Gardens (Filadélfia),


- aterro do Flamengo (Rio de Janeiro),
- Caracas (Venezuela),
- no Parque Burle Marx (São Paulo)...
• Projeto mais famoso de Burle Marx –
Copacabana (RJ)
• Residência de Oscar Niemeyer – Petrópolis (RJ)
• Mosaico de Biscayne Boulevard – Miami
(Estados Unidos)
Parque Burle Marx: Inaugurado em 1995
por um Convênio entre a Prefeitura
Municipal de São Paulo (PMSP) e a
Fundação Aron Birmann.
• Cronologia

• 1909 - nasce Burle Marx em 4 de agosto, em São Paulo.


• 1913 - Muda-se com a família para o Rio de Janeiro,
onde fixam domicílio.
• 1928 a 1929 - Vive período na Alemanha com a família.
• 1930 a 1934 - Ingressa e frequenta a Escola Nacional
de Belas Artes, Rio de Janeiro.
• 1932 - Primeiro projeto de paisagismo para a residência
da família Schwartz no Rio de Janeiro.
• 1934 - Assume a Diretoria de Parques e Jardins do
Recife, projeta praças e jardins públicos.
• 1937 - Cria o primeiro Parque Ecológico do Recife.
• 1949 - Adquire um sítio de 365 ha, em Guaratiba (RJ),
onde abriga uma grande coleção de plantas.
• 1950 - Projeta o Parque Generalisimo Francisco
• 1953 - Projeta os Jardins da Cidade
Universitária da Universidade do Brasil (RJ).
• 1953 - Projeta o Jardim do Aeroporto da Pampulha
(MG).
• 1954 - Projeta o paisagismo do Balneário Municipal de
Águas de Lindóia (SP)
• 1954 - Realiza o projeto paisagístico para o Parque
Ibirapuera, em São Paulo, SP (não executado. Projeto
aprovado e executado foi o de Teixeira Mendes).
• 1955 - Projeta o paisagismo do Museu de Arte Moderna
do Rio de Janeiro - MAM/RJ.
• 1961 - Projeta o paisagismo para o Eixo
Monumental de Brasília.
• 1961 - Paisagismo do Aterro do Flamengo, no Rio de
Janeiro.
• 1968 - Projeta o paisagismo da Embaixada do Brasil em
Washington, D.C. (Estados Unidos).
• 1970 - Projeta o paisagismo do Palácio Karnak, sede
oficial do Governo do Piauí.
• 1971 - Projeta o paisagismo do aterro da Bahia
Sul em Florianópolis.
• 1971 - Recebe a Comenda da Ordem do Rio Branco do
Itamaraty em Brasília.
• 1982 - Recebe o título Doutor honoris causa da
Academia Real de Belas Artes de Haia (Holanda).
• 1982 - Recebe o título Doutor honoris causa do Royal
College of Art em Londres (Inglaterra).
• 1985 - Doou seu sítio de Guaratiba com seu acervo ao
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional -
IPHAN (na ocasião se chamava Fundação Nacional Pró
Memória).
• 1990 - Projeta o paisagismo do Parque Ipanema,
em Ipatinga/MG.
• 1994 - Morre no Rio de Janeiro, em 4 de junho, tendo
projetado mais de 2.000 jardins ao longo de sua vida.
Escola Paulista - modernismo:

Roberto Cardozo: década de 50

• Inovações americanas do jardim doméstico;


• Jardins passaram a “emoldurar” as edificações
(novo visual para as obras arquitetônicas);
• Geometrização como característica marcante;
Waldemar Cordeiro:

• Paisagismo original, sem influências


européias ou norte americanas;
• Trabalhava o desenho e a cor, não tanto a
volumetria.
• Fez poucas obras (200 projetos)
EXISTE UM ESTILO BRASILEIRO?

O que se tem são tendências contemporâneas,


encontradas nos jardins espalhados pelo país;

A maioria dos paisagistas desenvolve projetos


com esquemas consagrados e alguns
introduzem modestas variações de estilos.

É necessário revisar os conceitos e dar lugar a


uma nova concepção paisagística, adequada
aos novos tempos.
Estilos mais utilizados pelos
paisagistas

• Jardim Tropical - Brasileiro;


• Jardim Inglês;
• Jardim Francês;
• Jardim Italiano;
• Jardim Japonês;
• Jardim Indiano - Persa;
• Jardim Desértico ou rochoso.

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