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PEN 08 - A Pena PDF
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08 A Pena
Introdução
Noções Gerais
Preceito e Sanção:
Toda norma jurídica se compõe de dois elementos: preceito e sanção (preceito secundário).
O preceito exprime a proibição e o comando, endereçado à conduta. A sanção é a conseqüência de
descumprimento do preceito. Assim, o direito será sempre um imperativo sancionado. Nem sempre,
porém, a sanção imporá uma medida coativa, a não ser no campo penal.
Conceito de Pena:
Pena é a sanção que o Estado impõe àqueles que insurgem contra seu ordenamento jurídico. As penas
podem ser:
a) homogêneas: quando participam da mesma natureza do comportamento ou da prestação
impostas pelo comando normativo;
b) heterogêneas: impeditivas (que incidem sobre o mesmo bem jurídico objeto da obrigação) e
as aflitivas (que refletem sobre o agente, atingindo um bem jurídico totalmente diverso
daquele que é objeto da obrigação). A pena como sanção heterogênea aflitiva típica, é
prevista pela norma penal.
Definição de Soller:
“A pena é uma sanção aflitiva imposta pelo Estado, através da ação penal, ao autor de uma infração
(penal), como retribuição de seu ato ilícito, consistente na diminuição de um bem jurídico e cujo fim
é evitar novos delitos”.
Finalidades da Pena:
São finalidades da pena:
a) ressocialização;
b) retribuição;
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c) prevenção.
As Espécies de Penas
Noções Gerais
Doutrinariamente, as penas classificam-se em:
1) Corporais: atingem a própria integridade física do criminoso, são as mutilações, açoites e a morte.
3) Restritivas de liberdade: podem ser de: banimento (saída do país), degredo ou confinamento
(residência em local determinado) ou desterro (saída do território da comarca).
5) Privativas e restritivas de direitos: sanções que retiram ou diminuem direitos dos condenados.
A Pena de Morte:
Os defensores entendem ser a única que realmente intimida o delinqüente perigoso, sendo um meio
eficaz e econômico de proteção à sociedade. Os opositores alinham-se em síntese sua
imprestabilidade:
a) muitos dos crimes com ela punidos são praticados por doentes mentais;
b) injustiças seriam cometidas pela desigualdade social e severidade dos tribunais competentes;
c) grande número de erros judiciários;
d) possui caráter criminógeno;
e) a proteção da sociedade pode ser assegurada pela prisão perpétua;
f) não existe exemplaridade;
g) proteção do direito à vida.
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! No Brasil só existe a pena de morte no caso de guerra declarada (prevista no Código Penal
Militar).
Proibição Constitucional:
A Constituição Federal proíbe determinados tipos de pena, a saber:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
! O Código Penal adotou o sistema das penas relativamente indeterminadas (de tanto a tantos anos).
Reclusão Detenção
Crimes mais graves Crimes mais leves
Pode iniciar em regime fechado Inicia-se em regime semi-aberto ou aberto
Maior dificuldade na obtenção de benefícios Mais facilidade na obtenção de benefícios
penitenciários
Impede que a Autoridade Policial conceda O Delegado Policial pode arbitrar fiança
fiança, só o juiz
Medida de segurança detentiva Possibilidade de tratamento ambulatorial
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Nos crimes praticados pelos pais, tutores e Os delitos apenados com detenção, em
curadores contra os filhos, tutelados e princípio não implicam na incapacidade do
curatelados, levam à incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela e curatela.
exercício do pátrio poder, tutela e curatela
Possibilidade de prisão preventiva Possibilidade de prisão preventiva em
algumas hipóteses
Permite a prisão temporária (Lei 7.960/89) Não permite a prisão temporária
!
O Brasil não adotou especificamente nenhum dos sistemas progressivos mencionados, mas um
sistema progressivo, pelo qual, na dependência da pena aplicada, o sentenciado vai ingressando
em regimes sucessivamente mais brandos que o inicial.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução de pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento
similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa do albergado ou estabelecimento adequado.
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§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o
mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de
transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8
(oito), poderá desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Fechado Condenados à pena de reclusão reincidentes e/ou com pena superior a 8 anos
Semi - Aberto Condenados à pena de reclusão não reincidentes e com pena entre 4 e 8 anos
Condenados à pena de detenção reincidentes e/ou com pena superior a 4 anos
Aberto Condenados não reincidentes com pena igual ou inferior a 4 anos
§ 1º O condenado fica sujeito a trabalho comum durante o período diurno, em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar.
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§ 1º O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso
ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias
de folga.
§ 2º O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime
doloso, se frustar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente
aplicada.
Regime Especial:
Art. 37. As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observado-se os deveres e
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo.
Direitos do Preso:
Art. 38 O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a
todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral.
Trabalho do Preso:
Art. 39. O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da
Previdência Social.
Detração:
Detração penal é o cômputo na pena privativa de liberdade e na medida de segurança do tempo de
prisão provisória ou administrativa e o de internação em hospital ou manicômio. A competência para
o reconhecimento da detração é do Juiz da Execução.
I - prestação pecuniária;
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III - (vetado);
Requisitos Delitos culposos ou delitos dolosos Pena de até 1 ano: substituição simples - multa
Objetivos com pena até 4 anos e sem violência ou pena restritiva de direitos
ou grave ameaça contra a pessoa
Pena superior a 1 ano: pena restritiva de direitos
e multa ou duas restritivas de direito
Requisitos Réu não reincidente no mesmo crime
Subjetivos Indicação de que a substituição é suficiente baseada em: culpabilidade, antecedentes,
conduta social, personalidade do condenado e circunstâncias do fato
Art. 44. As penas restritivas de direito são autônomas e substituem as privativas de liberdade
quando:
I - se tratar de crime culposo ou for aplicada pena privativa de liberdade não superior a 4
(quatro) anos, excluída a hipótese de crime cometido com violência ou grave ameaça contra a
pessoa;
§ 1° - (vetado).
§ 2° - Na condenação igual ou inferior a 1 (um) ano, a substituição pode ser feita por multa ou
por uma pena restritiva de direitos. Se superior a 1 (um) ano, a pena privativa de liberdade pode
ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direito.
§ 3° - Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de
condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha
operado em virtude da prática do mesmo crime.
§ 5° - Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução
penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado
cumprir a pena substitutiva anterior.
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Conversão das Penas Restritivas de Direitos:
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma dos
arts. 46, 47 e 48.
Prestação Pecuniária:
§ 1° - A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes
ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não
inferior a 1 (um) salário mínimo, nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salário mínimos. O
valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se
coincidentes os beneficiários.
§ 4° - Se a pena substituída for superior a 1 (um) ano, é facultado ao condenado cumprir a pena
substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade
fixada.
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;
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III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
A Pena de Multa
Penas Pecuniárias:
A doutrina classifica as penas pecuniárias em:
a) confisco;
b) indenização ao ofendido;
c) multa
Vantagens:
São vantagens das penas pecuniárias:
a) mantém o respeito da personalidade;
b) não afasta o condenado da família;
c) é destituída de conotação infamante;
d) não acarreta nenhum ônus para o Estado, podendo até representar fonte de recursos.
Sistemas:
Os sistemas de aplicação da multa podem ser:
a) clássico: soma global envolvendo a gravidade do delito e a condição financeira do
delinqüente;
b) sistema temporal de multa (multa escalonada): quantia onde a sanção pecuniária é deferida
de modo que reduz o padrão de vida do delinqüente sendo paga mensalmente.
c) sistema do dia multa: é adotada pelo Código Penal vigente, sendo composta por um
mecanismo bifásico (número e valor).
A Multa:
Art. 49. A pena de multa consiste em pagamento ao fundo penitenciário de quantia fixada na
sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360
(trezentos e sessenta) dias-multa.
§ 1º O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior
salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
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§ 2º O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção
monetária.
Pagamento da Multa:
Art. 50. A multa deve ser paga dentro de 10(dez) dias depois de transitada em julgado a
sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o
pagamento se realize em parcelas mensais.
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de
valor, aplicando-se-lhe as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública,
inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (O artigo 3º da
lei 9268 de 01.04.1996 revogou os §§ 1º e 2º do artigo 51, que tratavam da conversão da multa
em pena privativa de liberdade).
Art. 60. Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica
do réu.
§ 1º A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação
econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
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Multa por Substituição:
2) Delitos culposos com pena igual ou superior a um ano, cumulada com uma pena restritiva de
direitos (art. 44, parágrafo único).
Noções Gerais
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Penas Restritivas de Direitos:
Art. 54. As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação na
parte especial, em substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantia inferior a 1(um)
ano, ou nos crimes culposos.
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a
mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4.° do art.
46.
Art. 56. As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se
para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre
que houver violação dos direitos que lhes são inerentes.
Art. 57. A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes
culposos de trânsito.
Pena de Multa:
Art. 58. A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e seus
parágrafos deste Código.
Parágrafo único. A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no . do art. 60 deste Código
aplica-se independentemente de cominação na parte especial.
A Aplicação da Pena
Circunstâncias Judiciais
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade
do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime:
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Culpabilidade Grau de censurabilidade da conduta
Antecedentes do Agente Fatos da vida pregressa do agente, sejam bons ou maus
Conduta Social Comportamento do sujeito no meio familiar, no ambiente
de trabalho e na convivência com os outros indivíduos
Personalidade do Agente Conjunto de qualidades morais do agente
Motivos determinantes do crime Motivo da prática da infração penal
Conseqüências do crime Grau de intensidade da lesão jurídica causada pela
infração penal à vítima ou a terceiros
Comportamento da vítima Análise da natureza provocativa do crime pelas atitudes
da vítima
Circunstâncias Agravantes
Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
crime:
I - a reincidência;
Índice de Aumento:
O critério referente ao quantum da agravação fica sujeito a discricionariedade judicial, não havendo
um índice fixo de aumento.
Obrigatoriedade:
Reza a norma também que “são circunstâncias que sempre agravam a pena”. Vale dizer, são de
aplicação obrigatória, devendo o magistrado considerá-las, fatalmente, a menos que tenha já
estabelecido a pena-base no grau máximo.
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Distinção:
A circunstância agravante é diferente de causa de aumento e de circunstância qualificadora:
1) A reincidência.
3) A conexão:
Conexão consequêncial: existe uma relação lógica de causa e efeito, entre os dois crimes (elemento
assassina testemunha do crime para assegurar impunidade).
Conexão teleológica: o que agrava o crime-meio não é o cumprimento do crime-fim, mas o próprio
fato de o crime servir de meio para a prática de outro.
5) Os meios:
Meio cruel: fogo, asfixia e tortura, aumenta o sofrimento.
Meio que pode resultar perigo comum: fogo ou explosivo (provoca perigo a mais de uma pessoa e
outros indivíduos afora a vítima pretendida).
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9) O crime contra criança, velho ou enfermo: exaspera-se ainda a pena se o crime for cometido
contra criança, velho ou enfermo em razão da perversidade e covardia do agente e da maior
fragilidade da vítima, que tem poucas condições de resistir:
a) velhos: maiores de 70 anos;
b) enfermos: os que padecem de moléstia física ou mental e os deficientes físicos (cegos e
paraplégicos).
A agravante em questão diz respeito aos crimes dolosos, sendo incabível nos delitos culposos.
10) Ofendido sob proteção de autoridade: atrevimento e desrespeito a autoridade, a quem estava a
vítima confiada.
11) Calamidade pública ou desgraça particular: quando o elemento se aproveita desta para praticar o
crime.
Estas são as únicas circunstâncias que podem agravar a pena. O juiz não poderá inventar outras, pois
rege o princípio da legalidade.
Jurisprudência
Vítima idosa - Agente na mesma faixa etária - Não reconhecimento - Inteligência do art. 61, II,
e, do CP. 55 (b) - A agravante decorrente da senectude da vítima se justifica pela sua menor
capacidade física de resistência, ficando em desvantagem em relação ao delinqüente. Se o
agente está na mesma faixa etária, inocorre a disparidade visada pela lei, não se justificando a
agravante se acusado e vítima contavam com praticamente a mesma idade (RJDTACRIM v 3./ p.
82).
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Vítima criança - Pretendido o afastamento da qualificadora em face de análise de cada caso
concreto - Admissibilidade - Recurso provido.143 (a) - A palavra criança contida no texto legal
não expressa conceito preciso sendo inconveniente a adoção de um critério objetivo para a
configuração da qualificadora. Não há porque se afirmar que incide a agravante, se a vítima
tem menos de 7 ou 8 anos e que não incide se ultrapassa tal idade, melhor será o exame
específico do caso concreto. Há de se averiguar especificamente, se prevaleceu, o agente, da
menor capacidade da vítima, por isso mais intimidável, não se detendo diante da condição
especial da pessoa visada (RJDTACRIM v 6./ p. 151).
Presença da agravante de meio cruel - Necessidade de haver a agravante sido premeditada pelo
agente - Recurso provido para o afastamento da agravante - Inteligência do art. 61, II, d, do CP.
96 (a) - O meio considerado cruel deve estar, desde logo, na premeditação do agente, sendo
dificilmente vislumbrado na atitude impetuosa, no arrocho de gesto impensado ou arrebatado
(RJDTACRIM v 6./p 188).
Lesão corporal - Circunstância agravante - Motivo fútil - acusado que, movido pelo ciúme,
desfere facada no rival - Agravante afastada - O sentimento de ciúme, quando tenha sido o
motivo da agressão, não deve ser considerado motivo fútil, a ensejar agravamento da pena
(RJDTACRIM v 1./p 118).
Motivo fútil. - Disparos de arma de fogo para de dentro de habilitação - Desentendimento entre
vítima e mãe do agente como causa do ilícito - Não reconhecimento da agravante de motivo
fútil.125 (a) - Não ficando adequadamente explicada a repercussão ou proporcionalidade de
pré-desentendimento causador de delito, nem qual a parte que o teria provocado, inexistem
condições para sustentar, com segurança, a corporificação do motivo fútil (RJDTACRIM v 7./p.
141).
O novo texto penal enfatiza que os agentes que tiveram papel mais saliente na empresa criminosa,
promovendo-a, organizando-a, ou dirigindo a atividade dos demais, teriam um tratamento penal mais
severo. E aqueles cuja cooperação fosse de menos importância receberiam pena mais mitigada (art.
29, § 1o.). Ao disciplinar o concursus personarum, foi além: determinou, na cabeça do art. 29, que
cada co-partícipe fosse apenado na medida de sua culpabilidade.
1) No concurso de pessoas, como se viu, o chefe do bando, que dirige a atividade dos demais, que
planeja e organiza o crime, será punido mais gravemente. Não se deverá porém entender por
promoção ou organização da cooperação do crime “o simples conselho ou exortação”. Faz-se mister
“efetiva ascendência e atuação, despontando o agente como artífice intelectual”.
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2) A pena será igualmente agravada em relação ao agente que coage ou induz outrem à execução do
delito. A coação pode-se dar por ameaça ou violência física, que pode chegar, na vis absoluta, a
excluir totalmente a responsabilidade do executor, ao qual não se pode atribuir nem a vontade, nem
sequer a própria ação”. Se irresistível a coação, exclui-se a punibilidade do coagido. Se resistível, a
pena do coactus será atenuada. A nova modalidade de agravante da conduta: induzir outrem à
execução material do crime. Induzir, como já restou dito, significa criar propósito inexistente. Assim,
mercê da ascendência intelectual de que dispõe o agente sobre o partícipe, faz nele germinar a idéia
do delito. Não há que falar em induzimento se a sugestão não vier a ser acolhida, não dando o co-
autor início à execução material do crime.
Reincidência
Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em
julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
Razões da Reincidência:
Aquele que volta a delinqüir, após ter sofrido uma condenação anterior, revela “obstinado desprezo
pela lei e pelo magistrado”. De fato, a pessoa que, já condenada por crime, volta a praticar outro,
ofende gravemente à autoridade da lei e ao prestígio do Estado.
Conceito de Reincidência:
Situação em que o agente pratica um fato punível quando já condenado por crime anterior, mediante
sentença com trânsito em julgado.
Requisitos da Reincidência:
a) sentença condenatória a pena privativa de liberdade (e não pecuniária), transitada em
julgado, por crime (não por contravenção) que não seja propriamente militar ou político;
b) prática de novo crime, até o prazo de 5 anos, após trânsito em julgado da sentença
condenatória por crime.
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!
Para efeito do cálculo de 5 anos, computa-se o tempo do “sursis” (ex.: “sursis” de 2 anos mais 3
anos, então já se deu os 5 anos).
Efeitos da reincidência:
a) agrava a pena, em quantidade indeterminada (art. 61, I);
b) configura uma das circunstâncias preponderantes, no concurso de agravantes (art. 67);
c) impede a concessão condicional da pena, quando se tratar de crime doloso (art. 77, I);
d) obsta a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito ou pecuniária
(arts. 44, II, e 60, §2º);
e) impede que o regime inicial do cumprimento da pena seja aberto ou semi-aberto (art. 33, §2º,
b e c), a menos que se trate de pena detentiva;
f) se dolosa, aumenta o prazo de cumprimento da pena para obtenção do livramento
condicional (art. 83, II);
g) aumenta de um terço o prazo prescricional da pretensão executória (art. 110);
h) acarreta ainda a revogação obrigatória do sursis em condenação por crime doloso (art. 81, I)
e facultativa se o crime for culposo ou por contravenção (art. 81, § 1º);
i) a revogação obrigatória do livramento condicional sobrevindo condenação a pena privativa
de liberdade (art. 86), e, facultativa, em caso de crime ou contravenção, quando não aplicada
pena privativa de liberdade (art. 87);
j) a revogação da reabilitação, quando sobrevier condenação diversa da pecuniária (art. 95);
k) impede o reconhecimento de certas causas de diminuição de pena (arts. 155 § 2º, 170 e 171);
l) interrompe a prescrição (art. 117, VI);
m) impede a prestação de fiança em caso de condenação por delito doloso (CPP, art. 323, III).
Jurisprudência
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Circunstâncias Atenuantes
Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data
da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
Redução Obrigatória:
As atenuantes, enquanto circunstâncias legais, são de aplicação obrigatória e produzem uma redução
da pena, segundo a discricionariedade judicial.
Princípio da Legalidade:
Ao contrário das circunstâncias agravantes, não observa o princípio da legalidade. O juiz pode
estabelecer outras circunstâncias atenuantes, mesmo não estando previsto na lei.
Limite da Diminuição:
Não é possível a diminuição da pena aquém do mínimo previsto na lei, diferindo-se da causa de
diminuição de pena, que pode diminuir além do mínimo estipulado.
1) Menor de 21 anos (mesmo emancipado) na data do fato ou maior de 70 anos na data da sentença.
Considera-se a imaturidade do agente, assim como a sua decadência ou degenerescência provocada
pela senilidade.
4) Ter o agente procurado, sob sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-
lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano: a conduta
posterior do agente é que determinará que a pena seja diminuída.
!
Se a reparação do dano ocorrer antes do recebimento da denúncia ou da queixa e não se tratar de
crime cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, o fato constitui causa geral de
diminuição de pena.
5) Coação que podia resistir (ex.: A ameaça matar filho de B se este não assaltar C, B praticando o
assalto fez existir o dolo, porque este poderia ter ido à polícia, fugido com o filho, etc).
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6) Cumprimento de ordem de autoridade superior. Se dá nos casos em que a ordem não for
manifestamente ilegal, caso que excluiria a culpabilidade.
Menoridade- Prevalência sobre maus antecedentes - Pena a ser fixada no mínimo legal -
Entendimento: Embora portando o agente maus antecedentes, não sendo reincidente, e
presentes as circunstâncias da menoridade, esta, por seu relevo, do ponto de vista biopsíquico,
prepondera sobre os maus antecedentes na dosimetria da sanção, devendo a pena ser
estabelecida no mínimo legal (RJDTACRIM v 16./p 110).
Art. 66. A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou
posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
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Concurso de Circunstância Atenuantes a Agravantes
Art. 67. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado
pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam de motivos
determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.
Fixação da Pena
A legislação brasileira adota o sistema trifásico para a fixação da pena.
Art. 68. A pena-base será fixada atendendo o critério do art. 59 deste Código; em seguida serão
consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e
de aumento.
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Concurso de Crimes
Noções Gerais
Quando um sujeito, mediante unidade ou pluralidade de ações ou de omissões, pratica dois ou mais
delitos, surge o concurso de crimes ou de penas “concursus delictorum”.
Concurso Material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se
primeiro aquela.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de
liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que
trata o art. 44 deste Código.
Há o concurso material de crimes quando o agente pratica dois ou mais crimes, mediante duas ou
mais ações. As penas privativas de liberdade, neste caso, são somadas.
Concurso Formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.
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No concurso de crimes formal observa-se a unidade da ação ou da omissão que resulta em dois ou
mais crimes.
Aplicação da Pena:
Concurso Formal Imperfeito Ação dolosa com autonomia de Aplica-se as penas cumuladamente
desígnios (concurso material)
(art. 70, “caput”, 2.º parte)
Crime Continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes
da mesma espécie e, pelas condições do tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer
caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena
de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
Noções Iniciais:
Considera-se um arrefecimento da consciência do ilícito, diminuindo a resistência do agente que
pratica vários ilícitos em continuação.
1) Teoria objetiva-subjetiva: exige para sua identificação, além dos elementos de ordem objetiva,
outro de índole subjetiva: unidade de dolo, resolução e de desígnio.
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2) Teoria puramente objetiva (adotada pelo CP): é suficiente que os crimes da mesma espécie
apresentem semelhança entre os seus elementos objetivos de tempo, lugar, maneira de execução, etc.
Ações do Agente: 1 2 3 4
Rouba A Rouba B Rouba e mata C Rouba D
Jurisprudência
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A diferença quanto ao erro sobre a pessoa reside em que neste há engano de representação (pensa ser
uma pessoa, quando na verdade trata-se de outra), enquanto na “aberratio ictus”, a pessoa visada é a
própria, muito embora outra vítima sofra a lesão por acidente ou erro no uso dos meios de execução.
Quando no erro de execução o agente atinge a pessoa visada e também, uma terceira pessoa, aplica-
se a regra do concurso formal.
Enquanto na “aberratio ictus” o agente, por acidente ou erro na execução, atinge terceira pessoa, ao
invés da pessoa por ele visada ou a ambas, na “aberratio criminis” o agente, também por acidente ou
erro na execução, pretendendo lesionar um determinado bem jurídico, acaba por ofender outros de
espécie diversa ou a ambos.
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a
30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender o limite máximo deste artigo.
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A Suspensão Condicional da Pena - Sursis
Noções Gerais
Renúncia à Pena:
Ocorre pelo juiz unilateralmente, porém permanecendo os efeitos da condenação, inclusive a
reincidência.
O “sursis” não é uma renúncia a pena, pois fica-se dois anos sob vigilância; cometendo um crime,
cumpre-se as duas penas respectivas. A renúncia à pena suspende o efeito naquele momento.
Perdão Judicial:
Exclui a culpabilidade, inclusive a reincidência.
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 4(quatro) anos, poderá ser
suspensa, por 4 (quatro) a 6 (seis) anos, desde que o condenado seja maior de 70 (setenta) anos
de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão..
O Prazo de Suspensão:
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao
cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou
submeter-se à limitação de fim-de-semana (art. 48).
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Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão,
desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.
Revogação Obrigatória:
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:
II - frustra, embora solvente, a execução da pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado,
a reparação do dano;
Revogação Facultativa:
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição
imposta ou é irrecorrivelmente condenado por crime culposo ou por contravenção, a pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
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O Livramento Condicional
Noções Gerais
Conceito:
Livramento condicional é a liberação antecipada, mediante determinadas condições, do condenado
que cumpriu uma parte da pena que lhe foi imposta.
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e
tiver bons antecedentes;
IV - tenha preparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática
de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for
reincidente específico de crimes dessa natureza.
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça
à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições
pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.
Soma de Penas:
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do
livramento.
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Especificação das Condições:
Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento.
Revogação do Livramento:
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de
liberdade, em sentença irrecorrível:
Revogação Facultativa:
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer
das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.
Efeitos da Revogação:
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a
revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele do benefício, não se desconta
na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
Extinção:
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença
em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa
de liberdade.
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Os Efeitos da Condenação
Noções Gerais
I.- a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: ( redação da lei 9268 de 01.04.1996).
a). quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 01 (hum) ano,
nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração
Pública; ( redação da lei 9268 de 01.04.1996).
b). quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 04 ( quatro ) anos nos
demais casos. ( redação da lei 9268 de 01.04.1996).
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos,
sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime
doloso.
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença.
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A Reabilitação
Circunstâncias Judiciais
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurado
ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e condenação.
Ao contrário das causas extintivas da punibilidade, a reabilitação é apenas um instituto que faz com
que fiquem suspensos condicionalmente alguns efeitos penais da condenação, pois, se revogada,
ficam eles restabelecidos.
Pressupostos
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2(dois) anos do dia em que foi extinta,
de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da
suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado:
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento
público e privado;
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o
fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação
da dívida.
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o
pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.
Requisitos:
1) Para a concessão do benefício é necessário que o condenado tenha tido domicílio no País no prazo
de 2 anos a contar do cumprimento ou extinção da pena.
2) Exige-se que o requerente tenha dado, durante o mesmo período de 2 anos, demosntração efetiva e
constante de bom comportamento público e privado. O bom comportamento não pode cingir-se aos
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dois anos seguintes à extinção da pena, mas deve estar presente em todo o período que antecede o
deferimento da reabilitação.
3) É necessário que o requerente tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a
absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a
renúncia da vítima ou novação da dívida.
Revogação
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o
reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de
multa.
Revogada a reabilitação, os efeitos suspensos voltam a ter eficácia. Desaparece o sigilo dos registros
e retorna o condenado à incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela e à
inabilitação para dirigir veículo. Não perderá o condenado, porém, novo cargo, função pública ou
mandato eletivo, diante da revogação, já que o efeito previsto no art. 92, inciso I, exauriu-se com a
exoneração ou demissão dessas atividades funcionais exercidas quando da prática do crime que deu
origem à condenação.
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Questões de Concursos
02 - (Ministério Público/SP – 81) Dentre os enunciados abaixo, aponte o que reúne as medidas que
melhor atendem ao princípio da individualização da pena.
( ) a) Incomunicabilidade das circunstâncias subjetivas e ultratividade da lei penal
temporária.
( ) b) Fixação da pena de multa proporcionalmente ao prejuízo da vítima e graça.
( ) c) Perda dos instrumentos do crime e fixação da multa em atenção à situação econômica
do réu.
( ) d) Possibilidade de imposição de penas à pessoa jurídica por crimes ambientais e anistia
geral.
( ) e) Progressão de regime prisional segundo o mérito do sentenciado e dosagem da pena-
base em atenção aos antecedentes e à personalidade do agente.
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05 - (Magistratura/RS – 2000) Considere as assertivas abaixo:
I – Apresenta-se o concurso formal homogêneo quando os resultados são idênticos.
II – O concurso formal imperfeito só é possível nos crimes dolosos.
III – Apresenta-se o concurso formal imperfeito (ou impróprio) quando os desígnios são
autônomos.
Quais são corretas?
( ) a) Apenas I
( ) b) Apenas II
( ) c) Apenas III
( ) d) Apenas I e III
( ) e) I, II e III
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09 - (Ministério Público/SP – 82) “A” cometeu três roubos simples, em concurso formal e perfeito,
e, quanto à privativa de liberdade, o Juiz aplicou-lhe pena-base no mínimo, com aumento
de 1/5, em razão do concurso referido. Além disso, impôs-lhe trinta dias-multa. Tendo em
conta tais dados, pode-se dizer que
( ) a) a pecuniária aplicada é excessiva, pois deveria ter seguido o critério utilizado para
dosar a pena privativa de liberdade.
( ) b) a multa foi aplicada com acerto, obedecendo não ao sistema de exasperação destinado
pela legislação às penas privativas de liberdade, mas a outro dispositivo do Código
Penal.
( ) c) Não está totalmente errado o quantum de multa, pois o crime é grave.
( ) d) A quantidade de multa imposta contrariou o disposto no Código Penal.
( ) e) A multa deveria ter sido exasperada na proporção de um sexto até metade.
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Gabarito
01.D 02.E 03.A 04.E 05.E 06.D 07.B 08.C 09.B 10.A
Bibliografia
• Direito Penal
Damásio E. de Jesus
São Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999.
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