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DIREITO PENAL

08 A Pena

Introdução

Noções Gerais

Preceito e Sanção:
Toda norma jurídica se compõe de dois elementos: preceito e sanção (preceito secundário).
O preceito exprime a proibição e o comando, endereçado à conduta. A sanção é a conseqüência de
descumprimento do preceito. Assim, o direito será sempre um imperativo sancionado. Nem sempre,
porém, a sanção imporá uma medida coativa, a não ser no campo penal.

Conceito de Pena:
Pena é a sanção que o Estado impõe àqueles que insurgem contra seu ordenamento jurídico. As penas
podem ser:
a) homogêneas: quando participam da mesma natureza do comportamento ou da prestação
impostas pelo comando normativo;
b) heterogêneas: impeditivas (que incidem sobre o mesmo bem jurídico objeto da obrigação) e
as aflitivas (que refletem sobre o agente, atingindo um bem jurídico totalmente diverso
daquele que é objeto da obrigação). A pena como sanção heterogênea aflitiva típica, é
prevista pela norma penal.

Definição de Soller:
“A pena é uma sanção aflitiva imposta pelo Estado, através da ação penal, ao autor de uma infração
(penal), como retribuição de seu ato ilícito, consistente na diminuição de um bem jurídico e cujo fim
é evitar novos delitos”.

Finalidades da Pena:
São finalidades da pena:
a) ressocialização;
b) retribuição;

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c) prevenção.

Características das Penas:


a) personalidade: atinge somente o autor do crime;
b) legalidade: o princípio da legalidade consiste na existência prévia de lei para a imposição da
pena (nulla poena sine lege), previsto no artigo 1° do Código Penal;
c) inderrogabilidade: constitui-se na certeza de sua aplicação;
d) proporcionalidade: cada crime deve ser reprimido com uma sanção proporcional ao mal por
ele causado.

As Espécies de Penas

Noções Gerais
Doutrinariamente, as penas classificam-se em:

1) Corporais: atingem a própria integridade física do criminoso, são as mutilações, açoites e a morte.

2) Privativas de liberdade: prisão perpétua ou temporária.

3) Restritivas de liberdade: podem ser de: banimento (saída do país), degredo ou confinamento
(residência em local determinado) ou desterro (saída do território da comarca).

4) Pecuniárias: multa ou confisco.

5) Privativas e restritivas de direitos: sanções que retiram ou diminuem direitos dos condenados.

A Pena de Morte:
Os defensores entendem ser a única que realmente intimida o delinqüente perigoso, sendo um meio
eficaz e econômico de proteção à sociedade. Os opositores alinham-se em síntese sua
imprestabilidade:
a) muitos dos crimes com ela punidos são praticados por doentes mentais;
b) injustiças seriam cometidas pela desigualdade social e severidade dos tribunais competentes;
c) grande número de erros judiciários;
d) possui caráter criminógeno;
e) a proteção da sociedade pode ser assegurada pela prisão perpétua;
f) não existe exemplaridade;
g) proteção do direito à vida.

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! No Brasil só existe a pena de morte no caso de guerra declarada (prevista no Código Penal
Militar).

Proibição Constitucional:
A Constituição Federal proíbe determinados tipos de pena, a saber:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.

Penas do Código Penal:


O Código Penal adota as seguintes penas:

Art. 32. As penas são:

I - privativas de liberdade;

II - restritivas de direitos;

III - de multa.

As Penas Privativas de Liberdade

Espécies de Penas Privativas de Liberdade:


As penas privativas de liberdade podem ser:
a) prisão simples: ocorre nas contravenções penais, é uma prisão mais branda;
b) detenção;
c) reclusão.

! O Código Penal adotou o sistema das penas relativamente indeterminadas (de tanto a tantos anos).

Diferenças das Penas de Reclusão e Detenção:

Reclusão Detenção
Crimes mais graves Crimes mais leves
Pode iniciar em regime fechado Inicia-se em regime semi-aberto ou aberto
Maior dificuldade na obtenção de benefícios Mais facilidade na obtenção de benefícios
penitenciários

Impede que a Autoridade Policial conceda O Delegado Policial pode arbitrar fiança
fiança, só o juiz
Medida de segurança detentiva Possibilidade de tratamento ambulatorial

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Nos crimes praticados pelos pais, tutores e Os delitos apenados com detenção, em
curadores contra os filhos, tutelados e princípio não implicam na incapacidade do
curatelados, levam à incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela e curatela.
exercício do pátrio poder, tutela e curatela
Possibilidade de prisão preventiva Possibilidade de prisão preventiva em
algumas hipóteses
Permite a prisão temporária (Lei 7.960/89) Não permite a prisão temporária

Evolução dos Regimes Penitenciários:

1) Sistema Pensilvânico ou Celular:


Nada mais era que o confinamento e isolamento absoluto dos presos mais perigosos em celas
individuais.

2) Sistema Auburn, ou Silent System:


Os presos não podiam falar entre si mas apenas com os guardas; adotava-se o trabalho em comum.

3) Sistema Progressivo Inglês ou Mark System:


Apresentava as seguintes características:
a) isolamento celular diurno e noturno;
b) trabalho em comum com silêncio absoluto durante o dia e segregação à noite;
c) liberdade condicional.

4) Sistema Progressivo Irlandês:


Adotou-se mais um período intermediário onde o preso trabalhava fora e voltava para dormir na
cadeia.

5) Sistema de Montesinos (1853):


Diminuiu o rigor dos castigos para dar maior importância às relações pessoais procurando construir
uma relação baseada na confiança recíproca.

!
O Brasil não adotou especificamente nenhum dos sistemas progressivos mencionados, mas um
sistema progressivo, pelo qual, na dependência da pena aplicada, o sentenciado vai ingressando
em regimes sucessivamente mais brandos que o inicial.

Regimes de Cumprimento da Pena:


Art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de
detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime
fechado.

§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução de pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento
similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa do albergado ou estabelecimento adequado.

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§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o
mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de
transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8
(oito), poderá desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos


critérios previstos no ar. 59 deste Código.

Regime Inicial de Cumprimento da Pena:


O regime inicial de cumprimento da pena pode ser fechado, semi-aberto ou aberto. A opção pelo
regime inicial da execução cabe ao juiz da sentença. Para a fixação dos regimes, deve também o juiz
observar os critérios previstos no art. 59.

Fechado Condenados à pena de reclusão reincidentes e/ou com pena superior a 8 anos
Semi - Aberto Condenados à pena de reclusão não reincidentes e com pena entre 4 e 8 anos
Condenados à pena de detenção reincidentes e/ou com pena superior a 4 anos
Aberto Condenados não reincidentes com pena igual ou inferior a 4 anos

Regras do Regime Fechado:


Art. 34. O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico
de classificação para individualização da execução.

§ 1º O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso


noturno.

§ 2º O trabalho será comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou


ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.

§ 3º O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços e obras públicas.

Regras do Regime Semi-Aberto:


Art. 35. Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o
cumprimento da pena em regime semi-aberto.

§ 1º O condenado fica sujeito a trabalho comum durante o período diurno, em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar.

§ 2º O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos


profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.

Regras do Regime Aberto:


Art. 36. O regime aberto baseia-se na auto disciplina e senso de responsabilidade do
condenado.

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§ 1º O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso
ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias
de folga.

§ 2º O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime
doloso, se frustar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente
aplicada.

Regime Especial:
Art. 37. As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observado-se os deveres e
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo.

Direitos do Preso:
Art. 38 O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a
todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral.

Trabalho do Preso:
Art. 39. O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da
Previdência Social.

Lei de Execução Penal:


Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem
como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e transferência dos
regimes e estabelecerá as infrações disciplinares correspondentes sanções.

Superveniência de Doença Mental:


Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia
e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.

Detração:
Detração penal é o cômputo na pena privativa de liberdade e na medida de segurança do tempo de
prisão provisória ou administrativa e o de internação em hospital ou manicômio. A competência para
o reconhecimento da detração é do Juiz da Execução.

Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de


prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em
qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.

As Penas Restritivas de Direitos


Art. 43 - As penas restritivas de direitos são:

I - prestação pecuniária;

II - perda de bens e valores;

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III - (vetado);

IV - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;

V - interdição temporária de direitos;

VI - limitação de fim de semana.

Aplicação das Penas Restritivas de Direito:

Requisitos Delitos culposos ou delitos dolosos Pena de até 1 ano: substituição simples - multa
Objetivos com pena até 4 anos e sem violência ou pena restritiva de direitos
ou grave ameaça contra a pessoa
Pena superior a 1 ano: pena restritiva de direitos
e multa ou duas restritivas de direito
Requisitos Réu não reincidente no mesmo crime
Subjetivos Indicação de que a substituição é suficiente baseada em: culpabilidade, antecedentes,
conduta social, personalidade do condenado e circunstâncias do fato

Art. 44. As penas restritivas de direito são autônomas e substituem as privativas de liberdade
quando:

I - se tratar de crime culposo ou for aplicada pena privativa de liberdade não superior a 4
(quatro) anos, excluída a hipótese de crime cometido com violência ou grave ameaça contra a
pessoa;

II - o réu não for criminoso habitual ou reincidente na prática do mesmo crime.

III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem


como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

§ 1° - (vetado).

§ 2° - Na condenação igual ou inferior a 1 (um) ano, a substituição pode ser feita por multa ou
por uma pena restritiva de direitos. Se superior a 1 (um) ano, a pena privativa de liberdade pode
ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direito.

§ 3° - Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de
condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha
operado em virtude da prática do mesmo crime.

§ 4° - A pena restritiva de direito converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o


descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a
executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo
mínimo de 30 dias de detenção ou reclusão.

§ 5° - Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução
penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado
cumprir a pena substitutiva anterior.

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Conversão das Penas Restritivas de Direitos:
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma dos
arts. 46, 47 e 48.

Prestação Pecuniária:
§ 1° - A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes
ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não
inferior a 1 (um) salário mínimo, nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salário mínimos. O
valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se
coincidentes os beneficiários.

§ 2° - No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação


pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.

Perda de Bens e Valores:


§ 3° - A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á ressalvada a legislação
especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá _ o que for maior _ o
montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em
consequência da prática do crime.

Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades Públicas:


Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou entidade públicas é aplicável às condenações
superiores a 6 (seis) meses de privação da liberdade.

§ 1° - A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de


tarefas gratuitas ao condenado.

§ 2° - A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistênciais, hospitais,


escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou
estatais.

§ 3° - As tarefas a que se refere o § 1.° serão atribuídas conforme as aptidões do condenado,


devendo ser cumpridas à razão de 1 (uma) hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de
modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.

§ 4° - Se a pena substituída for superior a 1 (um) ano, é facultado ao condenado cumprir a pena
substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade
fixada.

Interdição Temporária de Direitos:


Não tem aplicação genérica, devendo ser aplicada em casos especiais e quando a interdição guarda
relação com a espécie de delito.

Art. 47. As penas de interdição temporária de direito são:

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;

II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação


especial, de licença ou autorização do poder público;

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III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.

IV - proibição de frequentar determinados lugares.

! Entende-se que o inciso III esteja revogado tacitamente pelo CTB.

Limitação de Fim de Semana:


Art. 48. A limitação de fim de semana consta na obrigação de permanecer, aos sábados e
domingos, por 5(cinco) horas diárias, em casa do albergado ou outro estabelecimento
adequado.

Parágrafo único. Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e


palestras ou atribuídas atividades educativas.

A Pena de Multa

Penas Pecuniárias:
A doutrina classifica as penas pecuniárias em:
a) confisco;
b) indenização ao ofendido;
c) multa

Vantagens:
São vantagens das penas pecuniárias:
a) mantém o respeito da personalidade;
b) não afasta o condenado da família;
c) é destituída de conotação infamante;
d) não acarreta nenhum ônus para o Estado, podendo até representar fonte de recursos.

Sistemas:
Os sistemas de aplicação da multa podem ser:
a) clássico: soma global envolvendo a gravidade do delito e a condição financeira do
delinqüente;
b) sistema temporal de multa (multa escalonada): quantia onde a sanção pecuniária é deferida
de modo que reduz o padrão de vida do delinqüente sendo paga mensalmente.
c) sistema do dia multa: é adotada pelo Código Penal vigente, sendo composta por um
mecanismo bifásico (número e valor).

A Multa:
Art. 49. A pena de multa consiste em pagamento ao fundo penitenciário de quantia fixada na
sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360
(trezentos e sessenta) dias-multa.

§ 1º O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior
salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.

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§ 2º O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção
monetária.

Pagamento da Multa:
Art. 50. A multa deve ser paga dentro de 10(dez) dias depois de transitada em julgado a
sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o
pagamento se realize em parcelas mensais.

§ 1º A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do


condenado quando:
a) aplicada isoladamente;
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
c) concedida a suspensão condicional da pena.

§ 2º O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de


sua família.

Conversão da Multa e Revogação:


A conversão da pena de multa em prisão não é mais possível face à alteração introduzida pela Lei n.°
9.268 de 01.04.96 e que deu nova redação ao art. 51.

Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de
valor, aplicando-se-lhe as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública,
inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (O artigo 3º da
lei 9268 de 01.04.1996 revogou os §§ 1º e 2º do artigo 51, que tratavam da conversão da multa
em pena privativa de liberdade).

! A expressão “dívida de valor” significa ser passível de correção monetária.

Suspensão da Execução da Multa:


Art. 52. É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental.

Fixação da Multa Penal:


Para se fixar a multa penal deve-se:
a) determinar o número de dias-multa;
b) determinar o valor de cada dia-multa;
c) efetuar a multiplicação de um pelo outro;
d) proceder a correção monetária.

Art. 60. Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica
do réu.

§ 1º A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação
econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.

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Multa por Substituição:

1) No caso de pena privativa de liberdade de até 6 meses (art. 60, § 2.°).


§ 2º A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída
pela de multa, observados os critérios dos incisos I e II do art. 44 deste Código.

2) Delitos culposos com pena igual ou superior a um ano, cumulada com uma pena restritiva de
direitos (art. 44, parágrafo único).

Substituição de Tipos Penais que Cominam Cumulativamente Multa:


Sobre a substituição de penas privativas de liberdade para tipos penais que já cominam a pena de
multa e privativa de liberdade, há três correntes:

1º) Pena Aplicada: Privativa de Liberdade + Multa


Substituição: Multa + Multa
Pena Final: Duas Multas

2º) Pena Aplicada: Privativa de Liberdade + Multa


Substituição: Multa (Absorção)
Pena Final: Uma Única Multa

3º) Pena Aplicada: Privativa de Liberdade + Multa


Substituição: (Impossibilidade)
Pena Final: Privativa de Liberdade + Multa

A Cominação das Penas

Noções Gerais

Penas Privativas de Liberdade:


Art. 53. As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção
correspondente a cada tipo legal de crime.

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Penas Restritivas de Direitos:
Art. 54. As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação na
parte especial, em substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantia inferior a 1(um)
ano, ou nos crimes culposos.

Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a
mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4.° do art.
46.

Art. 56. As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se
para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre
que houver violação dos direitos que lhes são inerentes.

Art. 57. A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes
culposos de trânsito.

Pena de Multa:
Art. 58. A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e seus
parágrafos deste Código.

Parágrafo único. A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no . do art. 60 deste Código
aplica-se independentemente de cominação na parte especial.

A Aplicação da Pena

Circunstâncias Judiciais
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade
do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao
comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime:

I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;

III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;

IV - a substituição da pena privativa de liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se


cabível.

São chamadas de circunstâncias judiciais porque o seu reconhecimento é deixado ao poder


discricionário do juiz.

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Culpabilidade Grau de censurabilidade da conduta
Antecedentes do Agente Fatos da vida pregressa do agente, sejam bons ou maus
Conduta Social Comportamento do sujeito no meio familiar, no ambiente
de trabalho e na convivência com os outros indivíduos
Personalidade do Agente Conjunto de qualidades morais do agente
Motivos determinantes do crime Motivo da prática da infração penal
Conseqüências do crime Grau de intensidade da lesão jurídica causada pela
infração penal à vítima ou a terceiros
Comportamento da vítima Análise da natureza provocativa do crime pelas atitudes
da vítima

Circunstâncias Agravantes
Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
crime:

I - a reincidência;

II - ter o agente cometido o crime:


a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou
tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou que
podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade;
g)com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, velho, enfermo ou mulher grávida (Lei 9318/96);
i) quando o ofendido estava sobre imediata proteção de autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de
desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.

Índice de Aumento:
O critério referente ao quantum da agravação fica sujeito a discricionariedade judicial, não havendo
um índice fixo de aumento.

Obrigatoriedade:
Reza a norma também que “são circunstâncias que sempre agravam a pena”. Vale dizer, são de
aplicação obrigatória, devendo o magistrado considerá-las, fatalmente, a menos que tenha já
estabelecido a pena-base no grau máximo.

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Distinção:
A circunstância agravante é diferente de causa de aumento e de circunstância qualificadora:

Circunstâncias Causas de Circunstâncias


Agravantes Aumento de Pena Qualificadora
Parte Geral: art. 61 e 62 Parte Geral: art. 60, §1º, arts. Parte Especial, sempre junto
70 e 71 e Parte Especial (ex.: ao tipo penal (ex.: art. 157,
art. 157, §2º) §3º)
Agravam o crime Agravam o crime Constitui ou qualifica o crime
Não tem índice fixo de Tem índice fixo de aumento Tem pena própria
aumento
Não pode aumentar a pena Aumenta a pena máxima Aumenta a pena máxima
máxima

São Circunstâncias Agravantes:

1) A reincidência.

2) O motivo fútil e torpe:


Fútil é o motivo que se apresenta, como antecedente psicológico, desproporcionado com a gravidade
da reação do agente, tendo-se em vista a sensibilidade moral média (motivo insignificante,
mesquinho).
Torpe é o motivo que ofende gravemente a moralidade média ou os princípios éticos dominantes em
determinado meio social.

3) A conexão:
Conexão consequêncial: existe uma relação lógica de causa e efeito, entre os dois crimes (elemento
assassina testemunha do crime para assegurar impunidade).
Conexão teleológica: o que agrava o crime-meio não é o cumprimento do crime-fim, mas o próprio
fato de o crime servir de meio para a prática de outro.

4) A traição, emboscada, dissimulação (disfarce).

5) Os meios:
Meio cruel: fogo, asfixia e tortura, aumenta o sofrimento.
Meio que pode resultar perigo comum: fogo ou explosivo (provoca perigo a mais de uma pessoa e
outros indivíduos afora a vítima pretendida).

6) O crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge.

7) O abuso nas relações de dependência, intimidade ou hospitalidade: o elemento transforma em


agressão que cumpria ser apoio e assistência.

8) O abuso de poder ou violação de dever: inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão.

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9) O crime contra criança, velho ou enfermo: exaspera-se ainda a pena se o crime for cometido
contra criança, velho ou enfermo em razão da perversidade e covardia do agente e da maior
fragilidade da vítima, que tem poucas condições de resistir:
a) velhos: maiores de 70 anos;
b) enfermos: os que padecem de moléstia física ou mental e os deficientes físicos (cegos e
paraplégicos).
A agravante em questão diz respeito aos crimes dolosos, sendo incabível nos delitos culposos.

10) Ofendido sob proteção de autoridade: atrevimento e desrespeito a autoridade, a quem estava a
vítima confiada.

11) Calamidade pública ou desgraça particular: quando o elemento se aproveita desta para praticar o
crime.

12) Embriaguez preordenada: quando o elemento se embriaga propositadamente, com a finalidade


de criar coragem, merece ter a sua pena exacerbada.

Estas são as únicas circunstâncias que podem agravar a pena. O juiz não poderá inventar outras, pois
rege o princípio da legalidade.

Jurisprudência

Circunstância agravante. Maus antecedentes. Conceito. Ementa Oficial: Se o agente, ao tempo


da sentença condenatória, cumpria pena por delito praticado posteriormente do mencionado,
não pode se falar em maus antecedentes. A Carta Magna assegura-lhe o direito de apelar em
liberdade diante da presunção de inocência, e seu encarceramento resulta em constrangimento
ilegal. Ementa da redação: Consideram-se maus antecedentes, os delitos que o condenado
praticou antes do que gerou sua condenação. Os delitos praticados posteriormente, não são
considerados como caracterizadores de novos antecedentes. TJRO CAMCRIM HC 4682/95.

Vítima idosa - Agente na mesma faixa etária - Não reconhecimento - Inteligência do art. 61, II,
e, do CP. 55 (b) - A agravante decorrente da senectude da vítima se justifica pela sua menor
capacidade física de resistência, ficando em desvantagem em relação ao delinqüente. Se o
agente está na mesma faixa etária, inocorre a disparidade visada pela lei, não se justificando a
agravante se acusado e vítima contavam com praticamente a mesma idade (RJDTACRIM v 3./ p.
82).

Crime cometido contra idoso - Ausência de senilidade - Inocorrência: - Inocorre agravante do


art. 63, II, h, do CP, se a vítima, apesar de contar com 63 anos de idade, não demonstra nenhum
sinal de senilidade, pois como a lei não define o que seja pessoa velha, esse critério decorre
lógico da presunção estabelecida em outros dispositivos legais, que determinam benefícios aos
maiores de 70 anos (RJDTACRIM v 5/.p 54).

Circunstância agravante - Casal separado de fato - Ausência de relação de fidelidade, proteção


e apoio mútuo - Agravante não reconhecida - Inteligência do art. 61, II, "e", do CP. 51 - Deve
prevalecer o sentido teleológico da lei, que reserva a agravante do art. 61, II, "e", do CP,
quando necessária a relação de fidelidade, proteção e apoio mútuo, fundamento da exacerbação
da pena. Ausentes entre os cônjuges separados o afeto e a estima, não se justifica a agravante
quando se trata de cônjuge desquitado ou mesmo separado de fato (RJDTACRIM v 1./ p. 63).

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Vítima criança - Pretendido o afastamento da qualificadora em face de análise de cada caso
concreto - Admissibilidade - Recurso provido.143 (a) - A palavra criança contida no texto legal
não expressa conceito preciso sendo inconveniente a adoção de um critério objetivo para a
configuração da qualificadora. Não há porque se afirmar que incide a agravante, se a vítima
tem menos de 7 ou 8 anos e que não incide se ultrapassa tal idade, melhor será o exame
específico do caso concreto. Há de se averiguar especificamente, se prevaleceu, o agente, da
menor capacidade da vítima, por isso mais intimidável, não se detendo diante da condição
especial da pessoa visada (RJDTACRIM v 6./ p. 151).

Presença da agravante de meio cruel - Necessidade de haver a agravante sido premeditada pelo
agente - Recurso provido para o afastamento da agravante - Inteligência do art. 61, II, d, do CP.
96 (a) - O meio considerado cruel deve estar, desde logo, na premeditação do agente, sendo
dificilmente vislumbrado na atitude impetuosa, no arrocho de gesto impensado ou arrebatado
(RJDTACRIM v 6./p 188).

Lesão corporal - Circunstância agravante - Motivo fútil - acusado que, movido pelo ciúme,
desfere facada no rival - Agravante afastada - O sentimento de ciúme, quando tenha sido o
motivo da agressão, não deve ser considerado motivo fútil, a ensejar agravamento da pena
(RJDTACRIM v 1./p 118).

Motivo fútil. - Disparos de arma de fogo para de dentro de habilitação - Desentendimento entre
vítima e mãe do agente como causa do ilícito - Não reconhecimento da agravante de motivo
fútil.125 (a) - Não ficando adequadamente explicada a repercussão ou proporcionalidade de
pré-desentendimento causador de delito, nem qual a parte que o teria provocado, inexistem
condições para sustentar, com segurança, a corporificação do motivo fútil (RJDTACRIM v 7./p.
141).

Lesão corporal dolosa - Embriaguez - Agravante de motivo fútil - Reconhecimento -


Impossibilidade. - A embriaguez funciona como excludente da agravante de motivo fútil, vez que
impede todo e qualquer juízo de proporcionalidade entre o motivo originário e a ação praticada
(RJDTACRIM v 10.- 99).

Agravantes no Caso de Concurso de Pessoas


Art. 62. A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige atividade dos demais agentes;
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em
virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.

O novo texto penal enfatiza que os agentes que tiveram papel mais saliente na empresa criminosa,
promovendo-a, organizando-a, ou dirigindo a atividade dos demais, teriam um tratamento penal mais
severo. E aqueles cuja cooperação fosse de menos importância receberiam pena mais mitigada (art.
29, § 1o.). Ao disciplinar o concursus personarum, foi além: determinou, na cabeça do art. 29, que
cada co-partícipe fosse apenado na medida de sua culpabilidade.

1) No concurso de pessoas, como se viu, o chefe do bando, que dirige a atividade dos demais, que
planeja e organiza o crime, será punido mais gravemente. Não se deverá porém entender por
promoção ou organização da cooperação do crime “o simples conselho ou exortação”. Faz-se mister
“efetiva ascendência e atuação, despontando o agente como artífice intelectual”.

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2) A pena será igualmente agravada em relação ao agente que coage ou induz outrem à execução do
delito. A coação pode-se dar por ameaça ou violência física, que pode chegar, na vis absoluta, a
excluir totalmente a responsabilidade do executor, ao qual não se pode atribuir nem a vontade, nem
sequer a própria ação”. Se irresistível a coação, exclui-se a punibilidade do coagido. Se resistível, a
pena do coactus será atenuada. A nova modalidade de agravante da conduta: induzir outrem à
execução material do crime. Induzir, como já restou dito, significa criar propósito inexistente. Assim,
mercê da ascendência intelectual de que dispõe o agente sobre o partícipe, faz nele germinar a idéia
do delito. Não há que falar em induzimento se a sugestão não vier a ser acolhida, não dando o co-
autor início à execução material do crime.

3) No inciso III existem duas modalidades de agravamento da pena. Na primeira determina a


instigação de outrem. A instigação que se conceitua como reforço de propósito já existente. A
segunda modalidade é o crime sujeito a uma autoridade, onde a lei se contenta com a sua existência,
não importando o grau ou gênero de hierarquia existente, se direito público ou de relações privadas
(parentesco, serviço) bastando que haja o respeito ou o temor.

4) A torpeza do crime mercenário agrava igualmente a sanção.

Reincidência
Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em
julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.

Art. 64. Para efeito de reincidência:

I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e


a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o
período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;

II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.

Razões da Reincidência:
Aquele que volta a delinqüir, após ter sofrido uma condenação anterior, revela “obstinado desprezo
pela lei e pelo magistrado”. De fato, a pessoa que, já condenada por crime, volta a praticar outro,
ofende gravemente à autoridade da lei e ao prestígio do Estado.

Conceito de Reincidência:
Situação em que o agente pratica um fato punível quando já condenado por crime anterior, mediante
sentença com trânsito em julgado.

Requisitos da Reincidência:
a) sentença condenatória a pena privativa de liberdade (e não pecuniária), transitada em
julgado, por crime (não por contravenção) que não seja propriamente militar ou político;
b) prática de novo crime, até o prazo de 5 anos, após trânsito em julgado da sentença
condenatória por crime.

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!
Para efeito do cálculo de 5 anos, computa-se o tempo do “sursis” (ex.: “sursis” de 2 anos mais 3
anos, então já se deu os 5 anos).

Após o perdão judicial não se configura reincidência.

Efeitos da reincidência:
a) agrava a pena, em quantidade indeterminada (art. 61, I);
b) configura uma das circunstâncias preponderantes, no concurso de agravantes (art. 67);
c) impede a concessão condicional da pena, quando se tratar de crime doloso (art. 77, I);
d) obsta a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito ou pecuniária
(arts. 44, II, e 60, §2º);
e) impede que o regime inicial do cumprimento da pena seja aberto ou semi-aberto (art. 33, §2º,
b e c), a menos que se trate de pena detentiva;
f) se dolosa, aumenta o prazo de cumprimento da pena para obtenção do livramento
condicional (art. 83, II);
g) aumenta de um terço o prazo prescricional da pretensão executória (art. 110);
h) acarreta ainda a revogação obrigatória do sursis em condenação por crime doloso (art. 81, I)
e facultativa se o crime for culposo ou por contravenção (art. 81, § 1º);
i) a revogação obrigatória do livramento condicional sobrevindo condenação a pena privativa
de liberdade (art. 86), e, facultativa, em caso de crime ou contravenção, quando não aplicada
pena privativa de liberdade (art. 87);
j) a revogação da reabilitação, quando sobrevier condenação diversa da pecuniária (art. 95);
k) impede o reconhecimento de certas causas de diminuição de pena (arts. 155 § 2º, 170 e 171);
l) interrompe a prescrição (art. 117, VI);
m) impede a prestação de fiança em caso de condenação por delito doloso (CPP, art. 323, III).

Jurisprudência

Maus antecedentes e reincidência - Fixação – Critério - Os maus antecedentes e reincidência


são conseqüências de um mesmo fato, ou seja, da condenação do agente em processos anteriores
e não podem ser consideradas em separado na fixação da pena, sob pena de ocorrer um bis in
idem.

Agente reincidente - Exasperação em razão dos maus antecedentes - Inadmissibilidade. A


reincidência torna insubsistente a exasperação da pena-base por causa dos maus antecedentes
criminais do agente, não só porque os absorve para inexistir bis in idem, mas também porque
deverá ser obrigatoriamente levada em conta no cálculo da reprimenda, a título de circunstância
agravante (RJDTACRIM v 10./ p 138).

Ausência da data do trânsito em julgado da condenação anterior na certidão do réu -


Reconhecimento - Impossibilidade: É inadmissível a exasperação da pena pela reincidência,
quando faltar, na certidão de antecedentes criminais do acusado, a data do trânsito em julgado
da condenação anterior, pois, para o reconhecimento da agravante em apreço, exige-se menção
expressa a referida data (art. 63 do CP) (RJDTACRIM v 15./p 39).

Fixação - Réu reincidente - Dupla majoração pela agravante - Inadmissibilidade: É


inadmissível uma dupla majoração da pena, em virtude de haver o réu, anteriormente, cometido
mais de um delito, pois tal circunstância acarretaria um bis in idem já que uma única situação,
qual seja, a reincidência, geraria um duplo aumento (RJDTACRIM v 15./p. 130).

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Circunstâncias Atenuantes
Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data
da sentença;

II - o desconhecimento da lei;

III - ter o agente:


a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, sob sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação que podia resistir ou, em cumprimento de ordem de autoridade
superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

Redução Obrigatória:
As atenuantes, enquanto circunstâncias legais, são de aplicação obrigatória e produzem uma redução
da pena, segundo a discricionariedade judicial.

Princípio da Legalidade:
Ao contrário das circunstâncias agravantes, não observa o princípio da legalidade. O juiz pode
estabelecer outras circunstâncias atenuantes, mesmo não estando previsto na lei.

Limite da Diminuição:
Não é possível a diminuição da pena aquém do mínimo previsto na lei, diferindo-se da causa de
diminuição de pena, que pode diminuir além do mínimo estipulado.

São circunstâncias atenuantes:

1) Menor de 21 anos (mesmo emancipado) na data do fato ou maior de 70 anos na data da sentença.
Considera-se a imaturidade do agente, assim como a sua decadência ou degenerescência provocada
pela senilidade.

2) Desconhecimento da lei: erro sobre a ilicitude.

3) Relevante valor social ou moral (ex.: homicídio eutanásico).

4) Ter o agente procurado, sob sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-
lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano: a conduta
posterior do agente é que determinará que a pena seja diminuída.

!
Se a reparação do dano ocorrer antes do recebimento da denúncia ou da queixa e não se tratar de
crime cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, o fato constitui causa geral de
diminuição de pena.

5) Coação que podia resistir (ex.: A ameaça matar filho de B se este não assaltar C, B praticando o
assalto fez existir o dolo, porque este poderia ter ido à polícia, fugido com o filho, etc).

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6) Cumprimento de ordem de autoridade superior. Se dá nos casos em que a ordem não for
manifestamente ilegal, caso que excluiria a culpabilidade.

7) Sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima.

8) Confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime: a espontaneidade é o


elemento essencial da atenuante.

9) Cometido o crime sob influência de multidão em tumulto, se não o provocou.


Jurisprudência

Menoridade - Fundamento e virtude. O menor não está em condições iguais às do delinqüente


adulto. Sua imputabilidade é inferior e desfavorável à sua situação perante o rigor da
condenação. Daí a prevalência atenuativa da pena, superior à virtude de qualquer outra
circunstância (RJDTACRIM v 3./ p 84).

Desconsideração da atenuante relativa à menoridade, ante o fator agravante da reincidência -


Inadmissibilidade - Redução operada. A menoridade, constituindo direito do menor púbere e,
igualmente, um dever do Estado, deve prevalecer sobre todas as demais circunstâncias
subjetivas, até mesmo em relação à reincidência (RJDTACRIM v 6./ p 242).

Dosimetria - Menoridade do réu - Desconsideração de atenuante obrigatória - Recurso provido


para diminuição da pena. - Não pode ser desconsiderada, na dosimetria da pena, a atenuante
obrigatória da menoridade, circunstância que deve sempre ser ponderada em favor do
condenado, a despeito de maus antecedentes ou da existência de anterior condenação
(RJDTACRIM v 8./ p 250).

Menoridade- Prevalência sobre maus antecedentes - Pena a ser fixada no mínimo legal -
Entendimento: Embora portando o agente maus antecedentes, não sendo reincidente, e
presentes as circunstâncias da menoridade, esta, por seu relevo, do ponto de vista biopsíquico,
prepondera sobre os maus antecedentes na dosimetria da sanção, devendo a pena ser
estabelecida no mínimo legal (RJDTACRIM v 16./p 110).

Circunstância Atenuante. Confissão. Suficiência da espontaneidade do ato, quer realizado em


fase policial ou em juízo. Desnecessidade de que seja referente ao delito cuja autoria era
ignorada ou atribuída a outrem. Inteligência do art. 65, III, d, do cp. Ementa Oficial:
Reincidência. Prova. Confissão espontânea. Atenuante. Para restar provada a reincidência é
necessária a certidão da condenação anterior transitada em julgado e a data do eventual
cumprimento ou extinção da pena, não fazendo prova bastante simples documentos expedidos
pela autoridade policial. A confissão espontânea da autoria, em juízo ou na fase policial, basta
para que se reconheça em favor do réu a atenuante prevista no art. 65, III, d, do CP. TAMG
Cs.reuns. Rev. 814.

Circunstância Relevante, Anterior ou Posterior ao Crime:


Se trata de circunstâncias inominadas, facultativas e de conteúdo variável, que permitirá ao juiz
considerar aspectos do fato não previstos expressamente em lei (ex.: extrema penúria do autor de um
crime contra o patrimônio, a colaboração com a Justiça).

Art. 66. A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou
posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.

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Concurso de Circunstância Atenuantes a Agravantes
Art. 67. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado
pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam de motivos
determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.

Fixação da Pena
A legislação brasileira adota o sistema trifásico para a fixação da pena.

Fixação da pena base,


considerando-se as circunstâncias judiciais
!
Aplicação das circunstâncias atenuantes e agravantes
!
Causas de diminuição e de aumento de pena

Art. 68. A pena-base será fixada atendendo o critério do art. 59 deste Código; em seguida serão
consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e
de aumento.

Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte


especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia,
a causa que mais aumente ou mais diminua.

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Concurso de Crimes

Noções Gerais
Quando um sujeito, mediante unidade ou pluralidade de ações ou de omissões, pratica dois ou mais
delitos, surge o concurso de crimes ou de penas “concursus delictorum”.

Existem três espécies de concursos de crimes:


a) concurso material;
b) concurso formal;
c) crime continuado.

Concurso Material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se
primeiro aquela.

§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de
liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que
trata o art. 44 deste Código.

§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá


simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.

Há o concurso material de crimes quando o agente pratica dois ou mais crimes, mediante duas ou
mais ações. As penas privativas de liberdade, neste caso, são somadas.

O concurso material pode ser:


a) homogêneo: quando os crimes são idênticos;
b) heterogêneo: quando os crimes são diferentes.

Concurso Formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.

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No concurso de crimes formal observa-se a unidade da ação ou da omissão que resulta em dois ou
mais crimes.

O concurso formal pode ser:


a) homogêneo (ex.: atropelamento com morte de duas pessoas);
b) heterogêneo (ex.: atropelamento com morte de uma pessoa e lesão corporal em outra).

Aplicação da Pena:

Concurso Formal Perfeito Penas idênticas Aplica-se a pena aumentada de um


(art. 70, “caput”, 1.º parte) sexto até a metade

Penas distintas Aplica-se a pena mais grave


(art. 70, “caput”, 1.º parte) aumentada de um sexto até a
metade
Penas distintas: Aplica-se as penas cumuladamente
Casos em que a aplicação da pena (concurso material)
mais grave aumentada de um sexto
até a metade é superior a soma das
penas (parágrafo único)

Concurso Formal Imperfeito Ação dolosa com autonomia de Aplica-se as penas cumuladamente
desígnios (concurso material)
(art. 70, “caput”, 2.º parte)

Crime Continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes
da mesma espécie e, pelas condições do tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer
caso, de um sexto a dois terços.

Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena
de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.

Noções Iniciais:
Considera-se um arrefecimento da consciência do ilícito, diminuindo a resistência do agente que
pratica vários ilícitos em continuação.

Teorias que Conceituam o Crime Continuado:

1) Teoria objetiva-subjetiva: exige para sua identificação, além dos elementos de ordem objetiva,
outro de índole subjetiva: unidade de dolo, resolução e de desígnio.

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2) Teoria puramente objetiva (adotada pelo CP): é suficiente que os crimes da mesma espécie
apresentem semelhança entre os seus elementos objetivos de tempo, lugar, maneira de execução, etc.

Teorias Sobre a Natureza do Crime Continuado:

1) Unidade real: considera serem as várias violações componentes de um único crime.

2) Ficção jurídica (adotada pelo CP): o legislador presume a existência de um só crime.

3) Teoria mista: vê no crime continuado um terceiro delito, negando a unidade ou a pluralidade de


violações jurídicas.

Crimes da Mesma Espécie:


São os previstos no mesmo tipo penal. Abrangem as formas simples, privilegiadas e qualificadas,
tentadas ou consumadas. Ex.: Elementos assaltam vários restaurantes em um só dia.

Ações do Agente: 1 2 3 4
Rouba A Rouba B Rouba e mata C Rouba D

Só responde pelo crime do ítem três, mais a agravante.

Jurisprudência

Variedade de comparsaria - Caracterização - Impossibilidade: A simples variedade da


comparsaria provoca alteração substancial na configuração da homogeneidade da conduta
criminosa, não se podendo afirmar que delitos praticados por pessoas diferentes venham a se
caracterizar como em continuação, o que, por si só, afasta o benefício legal do art. 71 do CP
(RJDTACRIM v 18./ p. 177).

Delitos perpetrados em cidades diferentes - Caracterização - Possibilidade - Entendimento: Os


crimes praticados em diversas cidades, porém, integrantes de uma mesma região sócio-
geográfica, máxime interligadas por boas rodovias, podem ser interpretados como executados
em continuidade restando assemelhadas as condições de tempo e maneira de execução
(RJDTACRIM v. 13./ p. 50).

Multas no Concurso de Crimes


Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.

“Aberratio Ictus” - Erro na Execução


Art. 73 - Quando, por acidente ou por erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3.º do art. 20 deste Código. No
caso de também ser atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art.
70 deste Código.

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A diferença quanto ao erro sobre a pessoa reside em que neste há engano de representação (pensa ser
uma pessoa, quando na verdade trata-se de outra), enquanto na “aberratio ictus”, a pessoa visada é a
própria, muito embora outra vítima sofra a lesão por acidente ou erro no uso dos meios de execução.

Quando no erro de execução o agente atinge a pessoa visada e também, uma terceira pessoa, aplica-
se a regra do concurso formal.

“Aberratio Criminis” - Resultado Diverso do Pretendido


Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime,
sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto
como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código.

Enquanto na “aberratio ictus” o agente, por acidente ou erro na execução, atinge terceira pessoa, ao
invés da pessoa por ele visada ou a ambas, na “aberratio criminis” o agente, também por acidente ou
erro na execução, pretendendo lesionar um determinado bem jurídico, acaba por ofender outros de
espécie diversa ou a ambos.

Limite das Penas


Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30
(trinta) anos.

§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a
30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender o limite máximo deste artigo.

§ 2º - Sobrevindo a condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á


nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.

O Código Penal limitou as penas para alimentarem no condenado a esperança da liberdade e a


aceitação da disciplina, pressupostos essenciais da eficácia do tratamento penal. A interpretação mais
adequada deste artigo é aquela segundo a qual o sentenciado deve cumprir o quantum máximo de
trinta anos impeditivo da prisão perpétua. Cumprido tal período, então o Estado dar-se-á por
satisfeito.

Execução das Penas no Concurso de Infrações


Art. 76. No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave.

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A Suspensão Condicional da Pena - Sursis

Noções Gerais

Renúncia à Pena:
Ocorre pelo juiz unilateralmente, porém permanecendo os efeitos da condenação, inclusive a
reincidência.
O “sursis” não é uma renúncia a pena, pois fica-se dois anos sob vigilância; cometendo um crime,
cumpre-se as duas penas respectivas. A renúncia à pena suspende o efeito naquele momento.

Perdão Judicial:
Exclui a culpabilidade, inclusive a reincidência.

Requisitos da Suspensão da Pena:


Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2(dois) anos, poderá ser
suspensa, por 2 (dois) a4(quatro) anos, desde que:

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os


motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;

III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.

§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 4(quatro) anos, poderá ser
suspensa, por 4 (quatro) a 6 (seis) anos, desde que o condenado seja maior de 70 (setenta) anos
de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão..

O Prazo de Suspensão:
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao
cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.

§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou
submeter-se à limitação de fim-de-semana (art. 48).

§ 2º - Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as


circunstâncias do artigo 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá
substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas
cumulativamente: ( redação da lei 9268 de 01.04.1996).
a) proibição de freqüentar determinados lugares;
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas
atividades

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Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão,
desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.

Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa.

Revogação Obrigatória:
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:

I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;

II - frustra, embora solvente, a execução da pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado,
a reparação do dano;

III - descumpre a condição do § 1.º do art. 78 deste Código.

Revogação Facultativa:
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição
imposta ou é irrecorrivelmente condenado por crime culposo ou por contravenção, a pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos.

Prorrogação do Período de Prova:


§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se
prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.

§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período


de prova até o máximo, se este não foi fixado.

Cumprimento das Condições:


Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena
privativa de liberdade.

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O Livramento Condicional

Noções Gerais

Conceito:
Livramento condicional é a liberação antecipada, mediante determinadas condições, do condenado
que cumpriu uma parte da pena que lhe foi imposta.

Requisitos do Livramento Condicional:


Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de
liberdade igual ou superior a 2(dois) anos, desde que:

I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e
tiver bons antecedentes;

II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;

III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no


trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho
honesto;

IV - tenha preparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática
de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for
reincidente específico de crimes dessa natureza.

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça
à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições
pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.

Cumprimento Mínimo da Pena:

Não reincidente Reincidente


Crimes em geral UM TERÇO METADE
Crime hediondo, tortura, tráfico
DOIS TERÇOS Excluído do benefício
ilícito de entorpecentes e terrorismo

Soma de Penas:
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do
livramento.

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Especificação das Condições:
Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento.

Revogação do Livramento:
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de
liberdade, em sentença irrecorrível:

I - por crime cometido durante a vigência do benefício;

II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.

Revogação Facultativa:
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer
das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.

Efeitos da Revogação:
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a
revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele do benefício, não se desconta
na pena o tempo em que esteve solto o condenado.

Extinção:
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença
em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.

Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa
de liberdade.

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Os Efeitos da Condenação

Noções Gerais

Efeitos Genéricos e Específicos:


Art. 91 - São efeitos da condenação:

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;

II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:


dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou
detenção constitua fato ilícito; do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua
proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

Art. 92 - São também efeitos da condenação:

I.- a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: ( redação da lei 9268 de 01.04.1996).
a). quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 01 (hum) ano,
nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração
Pública; ( redação da lei 9268 de 01.04.1996).
b). quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 04 ( quatro ) anos nos
demais casos. ( redação da lei 9268 de 01.04.1996).

II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos,
sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;

III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime
doloso.

Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença.

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A Reabilitação

Circunstâncias Judiciais
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurado
ao condenado o sigilo dos registros sobre seu processo e condenação.

Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no


art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do
mesmo artigo.

Ao contrário das causas extintivas da punibilidade, a reabilitação é apenas um instituto que faz com
que fiquem suspensos condicionalmente alguns efeitos penais da condenação, pois, se revogada,
ficam eles restabelecidos.

A reabilitação é a declaração judicial de que estão cumpridas ou extintas as penas impostas ao


sentenciado, assegura o sigilo dos registros sobre o processo e atinge outros efeitos da condenação. É
um direito do condenado, decorrente da presunção de aptidão social, erigida em seu favor, no
momento em que o Estado, através do juiz, admite o seu contato com a sociedade.

Pressupostos
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2(dois) anos do dia em que foi extinta,
de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da
suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado:

I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;

II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento
público e privado;

III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o
fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação
da dívida.

Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o
pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.

Requisitos:

1) Para a concessão do benefício é necessário que o condenado tenha tido domicílio no País no prazo
de 2 anos a contar do cumprimento ou extinção da pena.

2) Exige-se que o requerente tenha dado, durante o mesmo período de 2 anos, demosntração efetiva e
constante de bom comportamento público e privado. O bom comportamento não pode cingir-se aos

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dois anos seguintes à extinção da pena, mas deve estar presente em todo o período que antecede o
deferimento da reabilitação.

3) É necessário que o requerente tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a
absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a
renúncia da vítima ou novação da dívida.

Revogação
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o
reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de
multa.

São dois os requisitos indispensáveis à revogação da reabilitação:


a) condenação do reabilitado como reincidente, por sentença transitada em julgado;
b) é que tenha sido o reabilitado condenado a pena privativa de liberdade.

Revogada a reabilitação, os efeitos suspensos voltam a ter eficácia. Desaparece o sigilo dos registros
e retorna o condenado à incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela e à
inabilitação para dirigir veículo. Não perderá o condenado, porém, novo cargo, função pública ou
mandato eletivo, diante da revogação, já que o efeito previsto no art. 92, inciso I, exauriu-se com a
exoneração ou demissão dessas atividades funcionais exercidas quando da prática do crime que deu
origem à condenação.

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Questões de Concursos

01 - (Ministério Público/SP – 81) A pena de morte, no direito brasileiro,


( ) a) é admitida para agentes de crimes hediondos de que resulte morte.
( ) b) é admitida para agentes de crimes de tortura (Lei n.º 9.455/97), desde que reincidentes
em fatos da mesma natureza.
( ) c) não é admitida.
( ) d) é admitida para agentes de determinados crimes militares, em tempo de guerra
declarada.
( ) e) pode ser aplicada a condenados em estágio terminal de moléstia grave e incurável,
desde que com isso concordem, já que, em relação a seu autor, o suicídio é penalmente
atípico.

02 - (Ministério Público/SP – 81) Dentre os enunciados abaixo, aponte o que reúne as medidas que
melhor atendem ao princípio da individualização da pena.
( ) a) Incomunicabilidade das circunstâncias subjetivas e ultratividade da lei penal
temporária.
( ) b) Fixação da pena de multa proporcionalmente ao prejuízo da vítima e graça.
( ) c) Perda dos instrumentos do crime e fixação da multa em atenção à situação econômica
do réu.
( ) d) Possibilidade de imposição de penas à pessoa jurídica por crimes ambientais e anistia
geral.
( ) e) Progressão de regime prisional segundo o mérito do sentenciado e dosagem da pena-
base em atenção aos antecedentes e à personalidade do agente.

03 - (Magistratura/RS – 2000) Presente a semi-imputabilidade,


( ) a) a pena pode ser reduzida de um a dois terços.
( ) b) a pena pode ser reduzida de um terço até metade.
( ) c) será imposta medida de segurança consistente em tratamento ambulatorial.
( ) d) a pena pode ser substituída somente por internação.
( ) e) a pena será substituída por internação ou tratamento ambulatorial.

04 - (Magistratura/RS – 2000) Assinale a assertiva correta.


( ) a) Ao reincidente específico sempre será imposto o regime fechado.
( ) b) Ao reincidente genérico sempre será imposto o regime semi-aberto.
( ) c) Imposta pena de detenção, sendo reincidente o condenado, o regime será o fechado.
( ) d) O regime aberto aplica-se somente às penas de detenção.
( ) e) Imposta pena de detenção, somente será possível o regime fechado em caso de
regressão.

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05 - (Magistratura/RS – 2000) Considere as assertivas abaixo:
I – Apresenta-se o concurso formal homogêneo quando os resultados são idênticos.
II – O concurso formal imperfeito só é possível nos crimes dolosos.
III – Apresenta-se o concurso formal imperfeito (ou impróprio) quando os desígnios são
autônomos.
Quais são corretas?
( ) a) Apenas I
( ) b) Apenas II
( ) c) Apenas III
( ) d) Apenas I e III
( ) e) I, II e III

06 - (Magistratura/SP –173) Assinale a alternativa correta.


( ) a) Na detração penal não se computa, na pena privativa de liberdade e na medida de
segurança, o tempo de prisão administrativa determinada pela autoridade judiciária.
( ) b) Na segunda fase da operação de dosagem da pena, após fixar a pena-base, deve o juiz
levar em consideração as causas de diminuição e de aumento.
( ) c) No concurso formal e no crime continuado, a dosagem da multa segue o mesmo
critério adotado para a pena privativa de liberdade.
( ) d) A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão da suspensão
condicional da pena.

07 - (Ministério Público/SP – 82) O percentual do acréscimo de pena em razão do crime continuado


é fixado tendo-se em vista
( ) a) o iter criminis percorrido.
( ) b) o número de infrações cometidas.
( ) c) a capacidade econômica das vítimas.
( ) d) o montante do prejuízo.
( ) e) a gravidade das infrações.

08 - (Ministério Público/SP – 82) Multa vicariante é a


( ) a) só imposta a infração administrativa.
( ) b) de valor irrisório.
( ) c) substitutiva.
( ) d) cumulativa à pena privativa de liberdade.
( ) e) aplicada como sanção principal cominada abstratamente como sanção específica a um
tipo penal.

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09 - (Ministério Público/SP – 82) “A” cometeu três roubos simples, em concurso formal e perfeito,
e, quanto à privativa de liberdade, o Juiz aplicou-lhe pena-base no mínimo, com aumento
de 1/5, em razão do concurso referido. Além disso, impôs-lhe trinta dias-multa. Tendo em
conta tais dados, pode-se dizer que
( ) a) a pecuniária aplicada é excessiva, pois deveria ter seguido o critério utilizado para
dosar a pena privativa de liberdade.
( ) b) a multa foi aplicada com acerto, obedecendo não ao sistema de exasperação destinado
pela legislação às penas privativas de liberdade, mas a outro dispositivo do Código
Penal.
( ) c) Não está totalmente errado o quantum de multa, pois o crime é grave.
( ) d) A quantidade de multa imposta contrariou o disposto no Código Penal.
( ) e) A multa deveria ter sido exasperada na proporção de um sexto até metade.

10 - (Ministério Público/SP – 82) Aponte a afirmativa correta.


( ) a) No crime continuado, o prazo decadencial deve ser considerado em relação a cada
delito que, para isso, deve ser apreciado isoladamente.
( ) b) Sursis humanitário é o etário.
( ) c) No que se refere à reabilitação, a lei faz distinção entre o condenado reincidente e o
não reincidente, quanto ao prazo indispensável para a concessão do benefício.
( ) d) A anistia opera ex nunc.
( ) e) Em caso de rapto mediante fraude, o casamento da vítima com terceiro extingue a
punibilidade do autor do crime se este apresentar prova do matrimonio no prazo de
sessenta dias a contar da sua celebração.

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Gabarito

01.D 02.E 03.A 04.E 05.E 06.D 07.B 08.C 09.B 10.A

Bibliografia

• Direito Penal
Damásio E. de Jesus
São Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999.

• Manual de Direito Penal


Júlio Fabbrini Mirabete
São Paulo: Editora Atlas, 9º ed., 1995.

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