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Cartas de mujeres
Problema???? Definir
Posibles objetivos:
- Cartas
- Carta como engendro de la creación literaria antetexto poético
- categoría de literatura de género
- donde aparecían los textos?
Pablo Diaz posgrado… plazo para entregar preproyecto – todo mes de agosto
Ana
República das Letras de Gonçalves Dias a Ana Cristina César – Silviano Santiago
ou seja, nesta escrita da relação consigo mesmo, o autor procura deixar evidente a sua
aparência física e seus estados emocionais.
Por ser a carta uma narrativa na qual o remetente escreve sobre si mesmo, parece ser possível
fazer uma analogia entre a sua escritura e o processo de criação de autorretrato, porque o modelo
utilizado pelo artista para construir seu autorretrato, é ele próprio.
Outro aspecto que nos remete a uma possível semelhança entre a escritura da carta e o
processo de criação do autorretrato, é que tanto o autor da carta quanto o artista do autorretrato
evidenciam suas presenças físicas e seus estados emocionais a quem os recebem.
Sobre a presença do autor da carta a quem ele a envia, Foucault (2006, p. 156) esclarece:
A carta torna o escritor ‘presente’ para aquele a quem ele a envia. E presente não simplesmente pelas informações
que ele lhe dá sobre sua vida, suas atividades, seus sucessos e fracassos, suas venturas e desventuras; presente com
uma espécie de presença imediata e quase física,
o que nos permite dizer que o autor da carta se torna presente para quem a recebe por
manifestar seus sentimentos na carta e relatar sobre si mesmo no intuito de se revelar ao
outro.
que tenta se incorporar a outras escritas cujas intensidades se entrecruzam, (as poetas
entre si e eu com elas), interessada como estou menos em acumular interpretações que
se explicitem com um tipo de raciocínio seca-lacunas, atos da força analítica, e mais em
simplesmente considerar o discurso-dilacerado e pouco confiável da poesia de ambas,
uma escrita que se deixa minar por suas próprias aporias. A mão trabalhadora da artesã
caprichosa e a visão fantasmagórica da lírica inspirada são duas inflexões iniciais.
Não há como estabelecer um viés sincrônico estrito entre elas. Outra tentação:
opor, para juntar, afinidades com o movimento beatnik e as iluminações de um Rimbaud,
a escrita automática de um surrealismo já extinto embora vigente como espectro, entre
as demandas acadêmicas frustradas e frustrantes e a escrita em solidão, a busca
permanente de um espaço textual ambíguo limitado pela autoreferência, a postulação
de uma (auto)biografia literária e a montagem de cenários rituais de aprendizagem, de
observação, de realocação, de leituras, de morte, de cópia, de vinganças.
As duas conseguem uma simpatia intensa de um tipo de leitor, especialmente das
leitoras, pela figuração reiterada de sentimentos facilmente compartilhados pela maioria,
aspectos amplamente trabalhados pela poesia moderna. Com isso, somado às leituras
críticas que se enredam com a obra em sucessivas ondas interpretativas geracionais,
lança-se a rodar o novelo quase impossível de desembaraçar que muita crítica
estereotipada alimenta, e se facilita a criação de potentes mitos pessoais que ressignificam
o nome próprio, a obra e o devir incessante do corpo poético. As duas poetas têm em
comum a aura de mito pessoal a partir do poder convocatório e autosugestivo da
linguagem que utilizam (a sedução), das leituras que foram feitas de sua obra ao longo
do tempo (especialmente sobre as zonas de opacidade) e, por fim, da consciência da
condição retórica da linguagem e do poder que esta detém sobre a realidade que elas
transfiguram em seus textos porque a poesia é corpo linguístico, espaço de folha de
papel, memória de milagre secreto, está no que se diz e no que não pode ser dito, no
aqui que se desliza e no que fica.
As duas estão ligadas pelo elo de refletirem a tensão existente entre arte e vida e por terem
os gêneros íntimos como a base de seu projeto poético.