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Trabalho Sobre Coisa Julgada
Trabalho Sobre Coisa Julgada
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O fenômeno da Coisa Julgada formal e material em ações diferenciadas.
pela coisa julgada atinge sua existência formal, assim como seus efeitos. É
importante ressaltar que quando a imutabilidade atinge à forma da sentença,
temos coisa julgada formal e, quando atinge os efeitos da sentença, temos coisa
julgada material, classificações que serão abordadas em momento oportuno.
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O fenômeno da Coisa Julgada formal e material em ações diferenciadas.
mesmo que os efeitos sejam revogados por um novo casamento entre aqueles
que se divorciaram, não é possível desqualificar a coisa julgada material naquele
momento em que o fizeram, já que para tanto a norma aplicada era a adequada.
O autor acredita que o mais acertado é dizer que a coisa julgada é
operada sobre a própria sentença e não sobre sua eficácia, simplesmente.
Continuando o pensamento tomando como base o entendimento de Liebman,
podemos diferenciar formal de material quanto o âmbito de abrangência e o
alcance de cada uma, já que a formal deve atingir apenas o processo no qual foi
configurada, enquanto a material se estende a qualquer outro processo que
pretenda rediscutir o objeto dessa decisão que teve trânsito em julgado material.
Ainda explicando as ideias de Liebman, Alexandre Câmara acaba por
refutá-las, já que não considera a coisa julgada material como efeito, tampouco
como qualidade da sentença que transita em julgado, mas sim como uma situação
jurídica que só é configurada quando a sentença se torna indiscutível e imutável
formalmente, assim como quando seu conteúdo material não comporta mais
qualquer tipo de recurso.
Tendo introduzido o tema através das divergências doutrinárias, agora
o autor pode se posicionar e explicar seu entendimento, que reforça a
característica de situação jurídica, já que o efeito da coisa julgada, seja formal ou
material, indica se será possível discutir o mérito da lide em novo processo,
funcionando a material como causa de extinção sem resolução de mérito,
impedimento processual, devendo ser averiguada como questão preliminar pelo
juiz. É preciso entender que, havendo coisa julgada material, o juiz não fica
vinculado à decisão, devendo decidir no mesmo sentido, mas ele não deve nem
conhecer da ação ou apreciar o mérito.
Ainda sobre o tema, Câmara trata de criticar a teoria adotada pelo
direito processual civil brasileiro, tria eadem, teoria essa que exige compatibilidade
tríplice, partes, causa de pedir e pedido idênticos, para que a coisa julgada
material de determinado processo atinja nova ação. A crítica tem como base um
contraponto à ideia principal da coisa julgada, que é evitar a eternização das
ações. Tomemos como exemplo uma ação que tenha como partes A e B, como
pedido a anulação de contrato firmado entre essas e causa de pedir determinadas
cláusulas desse contrato. Resolvendo o mérito com improcedência, transitando
em julgado materialmente, nada impede que a parte insatisfeita ajuíze nova ação,
alterando a causa de pedir, baseando-a em outras cláusulas do contrato, tantas
vezes quantas forem possíveis. Surge daí a necessidade de trazer na causa de
pedir toda e qualquer fundamentação para a procedência pleiteada. A
jurisprudência tem entendido dessa forma, então.
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O fenômeno da Coisa Julgada formal e material em ações diferenciadas.
Peculiaridades: Definida a coisa julgada, explicados seu caráter
formal e material, bem como os meios cabíveis de produção desse instituto,
podemos abordar o efeito prático dessa coisa julgada em algumas ações que
merecem atenção especial. A análise será feita separadamente, com o
entendimento doutrinário e jurisprudencial acerca do tema, bem como a atualidade
desse entendimento.
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O fenômeno da Coisa Julgada formal e material em ações diferenciadas.
Coisa julgada nas relações continuativas: Novamente nos baseando
nos entendimentos de Didier, devemos treinar o olhar para um tipo de relação que,
diferente da regra, que tem seu efeito instantâneo, gera efeitos de maneira
prolongada, geralmente, através de prestações periódicas, muito recorrente nas
relações alimentícias e de família, no geral. Essas relações são regidas por uma
cláusula inerente às suas decisões, cláusula essa que assegura a revisão do
direito, caso haja fato superveniente que altera substancialmente as condições
que foram plano de fundo da decisão.
Diferente do que alguns autores entendem, a doutrina majoritária
reconhece a coisa julgada material como possível nessas ações continuativas,
pois mesmo que passíveis de revisão, não será uma revisão qualquer, mas sim
uma ação de revisão, com novo pedido e nova causa de pedir, já que a situação
que baseia a sentença transitada materialmente em julgado foi completamente
mudada. Como bem pontuado em aula, a coisa julgada, mesmo que material, não
pode superar a realidade. Ao julgar uma ação de revisão de alimentos, por
exemplo, o juiz estaria frente a uma realidade completamente diferente, devendo
julgar esse novo fato, portanto, decisão essa que também será passível de coisa
julgada material. Também no exemplo de ação envolvendo alimentos, temos que
cessa a obrigatoriedade aos 21 anos ou aos 24, quando o alimentado estudar,
mas para que isso aconteça, é preciso de nova sentença constitutiva transitada
em julgado extinguindo o dever de prover alimentos.