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06/02/2018 13 Mudanças da Legislação do Simples Nacional para 2018 - Jornal Contábil

13 Mudanças da Legislação do Simples


Nacional para 2018
23 de Janeiro de 2018

As alterações para 2018 são inúmeras e abrangem alterações na quantidade e conteúdo


dos anexos, nos limites de enquadramento no regime, em suas faixas de alíquotas, traz
novo método de cálculo, facilidades para exportações e licitações, linhas de crédito
diferenciadas e regulamenta a participação do investidor-anjo.

O que esperar desse guia?


Vejamos todas elas:

1. Novos limites de faturamento do Microempreendedor Individual em 2018

Primeiramente é de se comemorar o aumento do teto da receita bruta anual para fruição do


regime de Microempreendedor Individual – MEI para 2018, que dos atuais R$ 60.000,00
passará para bem-vindos R$ 81.000,00, permitindo que microempresários obtenham
receita bruta mensal de R$ 6.750,00, no lugar dos atuais R$ 5.000,00 ao mês.

2. Novos Limites de Enquadramento no Simples Nacional para Micro e Pequenas


Empresas

O limite para enquadramento no Simples Nacional passou a ser de 4,8 milhões para 2018,
limite que hoje é de R$ 3,6 milhões. Dessa forma, muda-se para 2018 o conceito de
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empresa de pequeno porte – EPP, sendo agora aquela que faturar até esse novo limite no
ano (4,8 milhões).

O conceito de microempresa (ME) permaneceu inalterado na Lei Complementar n°


123/2006, definindo-se ME como a empresa que auferir até R$ 360 mil anuais.

Esse limite vale retroativamente à 2017 para fins de manutenção das empresas no regime
do Simples, ou seja, caso a empresa supere a receita bruta de R$ 3,6 milhões nesse ano,
ainda assim poderá se manter no Simples Nacional em 2018.

Vale acrescentar que, embora o novo limite de enquadramento tenha sido majorado, isso
não valerá para tributos exigidos de estados e municípios, já que a lei prevê a adoção
compulsória do regime normal de apuração de ISS e ICMS no caso de empresas que
superarem R$ 3,6 milhões no ano, permanecendo os tributos federais calculados de acordo
com as regras do Simples, desde que dentro do range de receita bruta de R$ 4,8 milhões
anuais.

3. Atividades que Passam a Poder Adotar o Regime do Simples Nacional

Muitos contribuintes cujo ingresso no regime simplificado era vedado pela lei, passam a
poder adotá-lo em 2018.

São, via de regra, micro e pequenas indústrias de bebidas alcoólicas (como pequenas
vinícolas e destilarias, micro cervejarias, pequenos produtores de licor).

Independentemente dessa facilidade, o necessário registro no Ministério da Agricultura,


Pecuária e Abastecimento e o atendimento às normas da ANVISA (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) e da Receita Federal, continuam obrigatórios para esses segmentos.

Microempreendedores rurais, atuantes nas áreas de industrialização, comercialização ou de


prestação de serviços, passarão a poder adotar o regime de MEI.

O Simples Nacional passa a ser de adoção possível também para Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público – OSCIP (desde que não sejam partidos, sindicatos ,
associações de classe ou de representação profissional), organizações religiosas de caráter
social, cooperativas e empresas integradas por pessoas em “situação de risco ou
vulnerabilidade pessoal ou social”.

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4. Novas Alíquotas

As faixas de alíquota dos anexos do Simples Nacional reduziram drasticamente. As atuais


20 (vinte) faixas de alíquotas por anexo serão substituídas por apenas 6 (seis), mas isso
não significa que sua determinação ficou facilitada.

É que não se aplicará mais, sobre a receita por mês, a alíquota correspondente à faixa
identificada. Haverá a necessidade de se calcular a alíquota efetiva, mediante aplicação de
fórmula de cálculo que ilustraremos adiante.

5. Novos Anexos

Serão apenas 5 (cinco) os anexos do Simples Nacional em 2018, sendo que deixará de
existir o anexo VI, que hoje congrega atividades como arquitetura, consultoria ,
economia, engenharia e atividades de saúde em geral (dentre outras).

As atividades contidas no anexo extinto (o anexo VI) serão migradas todas para o anexo V,
mas passarão a contar com uma nova janela de oportunidade de economia. É que se
empresas dessas atividades tiverem uma relação percentual entre folha de salários e
receita bruta acumuladas nos últimos 12 meses que supere o percentual de 28%, serão
tributadas pelo anexo III, que reúne as mais baixas alíquotas de prestação de serviços.

Lembrando, por fim, que as faixas de alíquotas reunidas do Simples Nacional não conterão
as alíquotas do ICMS e do ISS nas faixas que superarem R$ 3,6 milhões, já que nesse caso
esses tributos deverão ser calculados pelos seus respectivos regimes ordinários.

6. Regime Normal de Apuração de ICMS e ISS

Detalhemos um pouco mais essa questão.

Nas situações onde o pequeno empresário ultrapassar o limite de R$ 3,6 milhões anuais e
se mantiver dentro do limite de R$ 4,8 milhões, ocorrerá o seguinte: a DAS (Documento de
Arrecadação do Simples Nacional) não reunirá no cálculo simplificado a alíquota do ISS ou
do ICMS, tributos que deverão ser calculados e pagos conforme seus correspondentes
regimes normais, em guia própria de recolhimento.

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Nesses casos, a alíquota efetiva do Simples Nacional será outra, de maneira a não abranger
esses tributos.

7. Mudança na Fórmula de Cálculo

O cálculo do Simples Nacional ficou extremamente mais complexo. Vejamos exemplo


abaixo:

Tomemos as seguintes informações:

Atividade = Restaurante
Faturamento acumulado dos últimos 12 meses = R$ 2.000.000,00
Faturamento do mês corrente = R$ 300.000,00

Passemos à determinação da alíquota efetiva:

[ (RBT12 * Aliq) – PD ] / RBT12, sendo:

RBT12: Receita Bruta Total acumulada nos doze meses anteriores


Aliq: alíquota nominal constante (consulte anexo I)
PD: parcela de deduzir constante (consulte anexo I)

Tendo todos esses elementos em mãos, e tendo consultando o anexo I para a atividade de
restaurante, pegamos os elementos restantes para conclusão do cálculo:

Aliq = 14,30%
PD = R$ 87.300,00

Substituindo-se os elementos da equação, por fim, temos o seguinte:

Alíquota efetiva = [ (RBT12 * Aliq) – PD ] / RBT12


Alíquota efetiva = [ (2 MM * 14,30%) ) – 87.300 ] / 2 MM
Alíquota efetiva = 198.700 / 2 MM
Alíquota efetiva = 9,94%

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Agora basta aplicar alíquota efetiva determinada pela fórmula sobre a receita bruta do mês,
da seguinte forma:

R$ 300.000,00 X 9,94% = R$ 29.805,00 (DAS A PAGAR)

Para outros cálculos e simulações acesse a Calculadora do Simples Nacional 2018 da


FISCONNECT.

8. Atividades de Beleza

A lei incorporou regras claras para o recolhimento de tributos no regime do salão parceiro,
este que compreende as atividades de cabeleireiros, barbeiros, esteticistas, manicures,
pedicures, depiladores e maquiadores.

Assim, para os estabelecimentos de beleza atuantes sob o regime de salão-parceiro, foi


previsto uma sistemática de cálculo que, aplicada sobre a receita bruta do salão, evitará
que seja paga tributação sobre a totalidade das receitas, mas apenas sobre o valor que
efetivamente restará para o salão parceiro, deduzindo-se as frações que competem aos
profissionais de beleza parceiros do salão.

Essa regra está assim tratada pela LC 155/16:

Art. 13, § 1-A. Os valores repassados aos profissionais de que trata a Lei no 12.592, de 18
de janeiro de 2012, contratados por meio de parceria, nos termos da legislação civil, não
integrarão a receita bruta da empresa contratante para fins de tributação, cabendo ao
contratante a retenção e o recolhimento dos tributos devidos pelo contratado.

9. Fiscalização

A LC 155/16 introduziu a seguinte regra na LC 123/06:

Art. 34. § 1º É permitida a prestação de assistência mútua e a permuta de informações


entre a Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
relativas às microempresas e às empresas de pequeno porte, para fins de planejamento ou
de execução de procedimentos fiscais ou preparatórios.

Esse mesmo diploma fez constar o seguinte na LC 123/06 (§ 3º do mesmo artigo): “Sem
prejuízo de ação fiscal individual, as administrações tributárias poderão utilizar

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procedimento de notificação prévia visando à autorregularização, na forma e nos prazos a


serem regulamentados pelo CGSN, que não constituirá início de procedimento fiscal”.

Dessa forma, ao mesmo tempo em que se previu que os contribuintes do Simples sejam
previamente notificados antes de serem submetidos a um processo de fiscalização, com
todos os males que esse processo acarreta, de outro é de se supor que a fiscalização
aumentará.

10. Reciprocidade Social

A lei também fomentou a reciprocidade social, sendo que empresas que alocarem em seus
quadros portadores de deficiências físicas ou mentais (ou também jovens aprendizes),
contarão com linhas de créditos favorecidas, oferecidas pelo BNDES, pela Caixa Econômica
Federal, por bancos múltiplos públicos com carteira comercial ou por bancos comerciais
públicos.

11. ESC – Empresa Simples De Crédito

Criou-se também a ESC, Empresa Simples de Crédito, cujo objetivo é o da promoção de


financiamentos, descontos de títulos de crédito perante pessoas jurídicas e empréstimos
para micro e pequenas empresas.

As ESC´s devem efetuar operações exclusivamente com seus próprios recursos, com
atuação limitada ao município de seus respectivos estabelecimentos, e terão
necessariamente que se constituir como empresa individual, EIRELI e LTDA.

A remuneração das ESC´s deverá ser apenas os juros cobrados em suas operações.

12. Facilidades em Exportações e Licitações

A LC 155/16 também trouxe a simplificação dos processos de exportações e de licitações


para as empresas optantes pelo Simples Nacional.

No âmbito das licitações, a comprovação da regularidade fiscal foi facilitada.


Serão exigidas certidões negativas apenas do vencedor do certame, sem que elas tenham

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que ser entregues no período de habilitação. O prazo de 5 dias úteis para regularização de
documentação (mesmo as certidões) é outra boa novidade.

Já com relação às exportações, um exemplo de desburocratização é a possibilidade de


contribuintes do Simples contratarem empresas operadoras de logística internacional e
operarem por meio eletrônico, de maneira simplificada, com redução de custos.

13. Criação do Investidor-Anjo

Por fim, a lei previu a figura do investidor-anjo, passando a permitir que sejam feitos
aportes de recursos em micro e pequenas empresas sem que seja necessária a
integralização no capital social das investidas. Aliás, sequer é permitido que o investidor-
anjo participe do capital social da micro ou pequena empresa que recebeu o investimento,
sequer que influencie em sua administração. Coerentemente com isso, ele não responderá
pelas dívidas da investida.

A remuneração do investidor-anjo não deve ultrapassar 50% lucros gerados. Além disso,
apenas após 2 anos de efetuado o aporte abre-se a janela para que o investidor-anjo possa
fazer jus à remuneração de seu investimento, janela que ficará aberta pelo prazo de até 5
anos.

Findo o contrato de participação que deu lastro aos aportes, o valor aportado poderá ser
resgatado com correção monetária, sendo que na hipótese de venda da empresa, o
investidor-anjo poderá reclamar preferência em sua compra.

A regularidade da contabilidade da ME ou da EPP investida, dessa forma, é elemento


indispensável para que se consiga fazer prova do cumprimento das exigências da lei e para
que possa, com isso, receber os aportes de maneira que o fisco não os encare como
ingresso de receita nova.

Via Fisconet

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