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Marcelo de Souza Picanço et al.

Engenharia Civil
Civil Engineering
Atividade pozolânica de arenito
zeolítico da região Nordeste do
Brasil
Pozzolanic activity of zeolite-bearing
sandstone from northeast Brazil

Marcelo de Souza Picanço Resumo


M.Sc. em Engenharia Civil, Doutorando da
Universidade Federal do Pará, No nordeste do Brasil, existe a ocorrência de zeolitas sedimentares relacionadas
Instituto de Geociências, PPGG. a arenitos, descoberta nos anos 2000. Esses arenitos são constituídos de quartzo, zeo-
marcelopicanco2004@yahoo.com.br litas naturais (estilbita) e argilominerais (esmectita). Estudos preliminares constataram
que esse arenito pode ser empregado como material pozolânico em sistemas à base
Rômulo Simões Angélica de cimento Portland, desde que o material seja peneirado para remoção do quartzo e
Dr. em Geociências, Professor Associado da ativado termicamente, uma vez que a estilbita é zeolita de baixa atividade pozolânica.
Universidade Federal do Pará, O objetivo geral desse trabalho foi determinar qual a fração granulométrica que pro-
Instituto de Geociências, PPGG. porciona a maior concentração de zeolita e esmectita e a temperatura de calcinação
angelica@ufpa.br que acarreta a maior atividade pozolânica.
No programa experimental, empregou-se o arenito zeolítico passante nas pe-
Márcio Santos Barata neiras #200 e #325 e calcinado às temperaturas de 150ºC, 300ºC e 500ºC. A análise
Dr. em Geociências, da caracterização mineralógica das amostras peneiradas foi realizada por difração de
Universidade Federal do Pará, raios X, por análises termogravimétrica e termodiferencial. Para avaliação da reativi-
Instituto de Geociências, PPGG. dade, foram realizados ensaios mecânicos de atividade pozolânica em argamassas de
marciosbarata@yahoo.com.br cal hidratada e cimento Porltand.
Os resultados mostraram que a amostra peneirada na peneira #200 foi a mais
adequada porque apresentou elevada concentração de estilbita e um percentual maior
de material passante em comparação a amostra da peneira #325, 15% e 2% respecti-
vamente. A temperatura de calcinação de 500ºC foi a que proporcionou a maior ativi-
dade pozolânica, em razão da modificação mais efetiva da estrutura cristalina, tanto
da estilbita, como da esmectita. As temperaturas mais moderadas a 150ºC e 300ºC
não foram suficientes para a obtenção dos mesmos resultados. As argamassas com
o arenito passante na peneira #200 e calcinado a 500ºC atingiram os valores limites
mínimos exigidos para que um material seja considerado pozolânico, no caso, 6 MPa
para argamassas de cal hidratada e 75% para o índice de atividade pozolânica (IAP).

Palavras-chave: Pozolana, cimento Portland, arenito, zeolita, estilbita.

Abstract

In northeastern Brazil, sedimentary zeolites occur associated with sandstones


of the Corda Formation (Parnaiba Paleozoic Basin), discovered in the 2000s. These
sandstones are composed of quartz, natural zeolites (estilbite) and clay minerals
(smectite). Preliminary studies have shown that this sandstone can be used as a poz-
zolanic material in Portland-cement-based systems after the material has been sieved
to remove the quartz and after thermal activation because the estilbite has low poz-
zolanic activity. The main objective of this study was to determine the best particle
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Análise pozolânica de arenito zeolítico da região Nordeste do Brasil

size distribution that yields the highest smectite and zeolite concentration, besides the
best temperature for higher pozzolanic activity.
The experimental program employed the zeolitic sandstone passing through a
#200 and #325 mesh sieve and calcination at the following temperatures: 150°C,
300°C and 500°C. Chemical analysis of the sieved samples was carried out by X-ray
fluorescence spectroscopy and X-ray diffractometry, while mineralogical character-
ization was done by X-ray and thermogravimetric analysis and thermogravimetry..
To assess reactivity, calorimetry driving and mechanical tests for pozzolanic activity
in hydrated lime and cement Porltand were performed.
The results showed that the sample sieved through at #200 mesh was the most
suitable because it had a higher concentration of estilbite and a higher percentage of
material seived compared to the sample sieved at #325 mesh, 15% and 2% respec-
tively. The 500°C calcination temperature was accompanied by increased pozzolanic
activity due to changes in estilbite and smectite cristalinity; the more moderate tem-
peratures of 150°C and 300°C were not sufficient to achieve similar results.
The mortars with sandstone sieved at #200 mesh and calcinated at 500°C
reached the minimum limits required for a material to be considered as pozzolanic,
i.e, 6 MPa for hydrated lime mortars and 75% for the pozzolanic index activity (PAI).

Keywords: Pozzolan, Portland cement, limestone, zeolite, estilbite.

1. Introdução

A pozolana é uma adição mineral tland é a redução na utilização de boa vulcânicas ativadas termicamente, como
incorporada ao cimento Portland com parte da matéria-prima, principalmente o metacaulim e as piçarras e margas cal-
o intuito de proporcionar maior durabi- o calcário, possibilitando, não somente cinadas (Barata, 2007).
lidade às argamassas e concretos. Por si uma economia desse insumo, como tam- Dentro desse contexto de redução
só não possui propriedades cimentícias, bém obterem-se reduções substanciais no energética, as zeólitas são materiais inte-
mas, pelo fato de ser um material silicoso consumo de energia e, principalmente, na ressantes do ponto de vista econômico e
ou aluminossilicoso, finamente dividido, liberação de CO2 para a atmosfera, uma ambiental, porque, na sua grande maio-
reage na temperatura ambiente com o vez que esses materiais são incorporados ria, não necessitam de tratamento térmi-
hidróxido de cálcio (portlandita) - pro- em teores que variam entre 14 e 50% so- co para adquirirem atividade pozolânica
duto resultante das reações de hidrata- bre a massa de cimento (Barata, 2007). e, geralmente, podem ser incorporadas
ção do clínquer Portland - para formar De modo geral, as pozolanas são entre 5 e 20% ao cimento Portland. Cer-
silicatos de cálcio hidratados, que são os oriundas de depósitos naturais, ou re- ca de 95% das zeólitas naturais podem
responsáveis pela resistência mecânica do sultantes de subprodutos industriais ou ser utilizadas como material ativo na
cimento Portland. Além disto, pelo fato produzidas artificialmente. As pozolanas produção de cimento Portland pozolâni-
de terem a granulometria mais fina que naturais procedem de ambientes geo- co, com destaque para a crinoptilonita,
a do cimento, as pozolanas preenchem os lógicos distintos, como os depósitos pi- phillipsita, herschelita e a analcima, en-
espaços vazios na interface aglomerante- roclásticos, cujos materiais são enrique- tre outras. A reatividade das zeólitas está
agregado, alterando a microestrutura do cidos com fases vítreas, assim como os associada a sua composição química e à
concreto ou da argamassa. Todos esses produtos das suas alterações secundárias complexidade de sua estrutura cristali-
efeitos repercutem, normalmente, no au- como os vidros alterados por processos na. A relação Si/Al baixa, a maior con-
mento da impermeabilidade, da resistên- hidrotermais e as zeólitas. Além destes, centração de cátions trocáveis (Na+, K+,
cia final e da durabilidade do concreto a sedimentos clásticos como cherts, diato- Mg2+), a presença de Al3+ na estrutura
determinados ataques químicos (Mehta mitas, entre outros, são considerados de- do retículo cristalino em substituição ao
& Monteiro, 1994). pósitos naturais de pozolanas. No grupo Si4+, menores concentrações de Ca2+ e um
As pozolanas também reduzem o dos subprodutos industriais, destacam-se sistema interno favorável de passagem e
calor gerado a partir da hidratação do as escórias de alto-forno granuladas e ou- vazios nos canais e cavidades da estrutu-
cimento, que, normalmente, ocasiona tras resfriadas rapidamente, as cinzas vo- ra da zeólita são os fatores que determi-
fissuras de origem térmica. Atribui-se lantes resultantes da combustão do car- nam a maior atividade pozolânica com o
isto ao efeito de diluição da substituição vão mineral (lignito ou antracito), a sílica hidróxido de cálcio (Jiexiang & Suren,
do cimento pela pozolana e ao fato de a ativa (resíduo da indústria de produção 1993; Luz, 1995).
reação pozolânica ser lenta e secundária, do silício metálico), a cinza de casca de No Brasil, até o presente momento,
ocorrendo, somente, a partir das reações arroz, entre outras. As pozolanas pro- não existem depósitos naturais de zeólitas
de hidratação do cimento, o que faz com duzidas artificialmente possuem grande conhecidos que possam ser explorados
que o calor seja diluído ao longo de um interesse industrial, quando se pretende comercialmente para a fabricação de ci-
maior intervalo de tempo (Malhotra & obter propriedades de qualidade supe- mento, ou para qualquer outra aplicação
Metha, 1996). rior ou quando não há disponibilidade industrial. Contudo, nos anos 1990, foi
Outro aspecto favorável da incor- de pozolanas naturais ou subprodutos descoberta, na bacia do Parnaíba, uma
poração de pozolanas ao cimento Por- industriais. São elas as argilas e as rochas ocorrência de zeolita sedimentar, do tipo
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predominantemente estilbita, associada a térios de produção de cimento. Todavia, calizadas no sudeste do Estado do Pará,
arenitos pertencentes à Formação Corda. como o arenito zeolítico é constituído sudoeste do Maranhão e norte de Tocan-
Essa ocorrência é bastante extensa, loca- não somente de estilbita, mas, também, tins. Essa região não dispõe de depósitos
lizada nos arredores da cidade de Impe- de esmectita, a pesquisa concluiu que, de pozolanas naturais para fabricação
ratriz, estendendo-se até o Estado de To- se esse material for calcinado a tempe- de cimento Portland pozolânico, o que
cantins (Rezende & Angélica, 1999). As raturas moderadas (até 500°C), o tra- induz as fábricas a produzirem cimentos
propriedades pozolânicas dessa zeolita tamento térmico poderá incrementar a Portland sem a incorporação de adições
foram, primeiramente, investigadas por sua atividade pozolânica, em razão do minerais. Esse tipo de produção, em ter-
pesquisadores da Universidade Politéc- desordenamento parcial das estruturas mos da qualidade do produto, não é favo-
nica de Madri, por meio da técnica de cristalinas, tanto da estilbita, quanto da rável, além de elevar em demasia o custo
condutividade elétrica. Concluiu-se que esmectita (Picanço et al., 2011). energético e aumentar consideravelmente
a estilbita da bacia do Parnaíba possui A pesquisa anteriormente citada a emissão de CO2 para a atmosfera.
baixa atividade pozolânica, em razão faz parte de um projeto de pesquisa mais O presente trabalho constitui-se
da sua composição química, do alto amplo conduzido pelo Grupo de Mine- em um segundo passo desse programa
teor de quartzo e da presença do Ca2+, ralogia Aplicada do Instituto de Geoci- experimental mais amplo, no qual ob-
que reduz a capacidade de troca catiôni- ências da Universidade Federal do Pará, jetiva-se avaliar a influência do teor de
ca (Mustelier, 2008). que visa a encontrar uma aplicabilidade pureza do material (percentual de estil-
Picanço et al., (2011), em trabalho industrial a essas zeólitas sedimentares, bita e esmectita sobre a massa total) e o
de investigação preliminar, realizado que já foram amplamente estudadas e ca- efeito da temperatura de calcinação na
recentemente no Brasil, sobre o mesmo racterizadas do ponto de vista geológico, atividade pozolânica do arenito zeolíti-
material, apontaram para o fato de que mas não do ponto de vista industrial. Es- co, de modo a determinar qual seria a
os arenitos da bacia do Parnaíba, quan- ses depósitos apresentam grande poten- temperatura ótima que proporciona a
do peneirados, apresentaram atividade cial de aplicação em termos de logística, maior reatividade e qual seria a fração
pozolânica devido à presença da estilbita, devido à proximidade da ocorrência de granulométrica mais adequada para sua
contudo, incipiente para atender aos cri- várias fábricas de cimento Portland lo- produção em escala industrial.

2. Materiais e métodos

Nesse programa experimental, foi foram de 15% e 2%, respectivamente. e da temperatura ótima de calcinação.
utilizada a mesma amostra. Ainda, no As pozolanas produzidas, nesse tra- Para as análises térmicas (ATD-
referido programa, foram utilizados os balho, foram provenientes da calcinação ATG), foi empregado um equipamento
mesmos procedimentos de preparação das amostras AZ2 e AZ3 às temperatu- modelo PL Thermal Science com analisa-
do arenito zeolítico da bacia do Paraíba, ras de 150ºC, 300ºC e 500ºC. O proce- dor térmico simultâneo STA1000/1500,
pertencente à Formação Corda, estudado dimento consistiu da secagem das amos- da Stanton Redcroft Ltda. O equipamen-
no trabalho preliminar de investigação tras até a constância de massa em estufa to possui um forno cilíndrico vertical e
(Picanço et al., 2011). A amostra foi co- a 95ºC. Em seguida, uma quantidade de conversor digital acoplado a um micro-
letada no campo, secada ao ar, desagre- 400g de cada amostra seca de arenito foi computador, utilizando uma faixa de
gada e moída por 2 horas em moinho de submetida à calcinação durante 4 horas temperatura entre a ambiente e 1100ºC,
bolas. Em seguida, a amostra foi passada na temperatura específica. A Tabela 1 com taxa de aquecimento de 5 a 20ºC/
nas peneiras #100 (AZ1), #200 (AZ2) e apresenta a nomenclatura das amostras min, utilizando, como referência, a alu-
#350 (AZ3), sendo o material passante estudadas nesse trabalho. mina calcinada. A taxa de calcinação
aproveitado para a análise. Nesse tra- As amostras dos arenitos zeolíticos adotada foi de 10ºC /minuto.
balho, investigaram-se apenas as amos- peneirados (AZ2 e AZ3) foram submeti- Na DRX, foi empregado o méto-
tras AZ2 e AZ3, uma vez que o mate- das à análise termogravimétrica (ATG) e do do pó. As análises foram realizadas
rial passante na peneira #100, apesar da termodiferencial (ATD). Para as amostras em difratômetro modelo X´PERT PRO
sua quantidade ser elevada em relação calcinadas (pozolanas), a mineralogia e MPD (PW 3040/60) da PANALYTI-
à amostra total (70%), apresentou uma as fases formadas foram caracterizadas CAL, com goniômetro PW3050/60 (θ/θ),
concentração muito elevada de quartzo, por difração de raios X (DRX), enquanto tubo de raios X cerâmico com anodo de
mineral inerte do ponto de vista da ati- a atividade pozolânica foi avaliada pelos Cu (Ka1=1,789 Å), modelo PW3373/00,
vidade pozolânica, o que inviabiliza sua tradicionais ensaios mecânicos aplicados à foco fino longo (2200 W- 60 kV), filtro
aplicação como pozolana. Os volumes argamassas de cal hidratada e cimento Por- Kb de Ni. As condições instrumentais
dos materiais passantes, em relação à tland. Os resultados desses testes acelera- utilizadas foram: varredura de 5 a 70°
massa total das amostras AZ2 e AZ3, dos permitiram a escolha da amostra ideal em 2θ, voltagem de 40 kV e corrente de

Amostras Peneira Temperatura de calcinação (°C)


AZ2-1 #200 150
AZ2-2 #200 300
AZ2-3 #200 500
AZ3-1 #325 150
Tabela 1 AZ3-2 #325 300
Nomenclatura das amostras analisadas. AZ3-3 #325 500

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Análise pozolânica de arenito zeolítico da região Nordeste do Brasil

40 mA, tamanho do passo 0,02° em 2θ e a atividade pozolânica por meio de re- referência, foram utilizados apenas ci-
tempo/passo de 60 s, fenda divergente de sultados mecânicos de argamassas com mento, areia normal e água, enquanto
1/8º e antiespalhamento de 1/4º; másca- cal hidratada obedeceu às prescrições que, para a segunda argamassa, parte
ra de 10 mm; amostra em movimentação da NBR 5751. A proporção presente na do volume de cimento (35%) foi subs-
circular com frequência de 1 rotação/s. argamassa, esta constituída de cal hidra- tituída pela pozolana que se pretende
Além da análise das amostras in natura, tada, pozolana (no caso o arenito AZ2 analisar. O índice de atividade pozolâ-
foi realizada a identificação de fases da de acordo com procedimento experimen- nica com cimento Portland (IAP) é de-
amostra calcinada a temperaturas com- tal), areia normal e água, foi feita de tal finido como sendo a relação entre as
preendidas entre 100°C e 1.000°C, em forma que o volume de pozolana fosse o resistências à compressão aos 28 dias
intervalos de 100°C, com vistas a obser- dobro do volume do hidróxido de cálcio da argamassa com pozolana e cimento
var a ocorrência e/ou formação de novas (cal hidratada). A quantidade de água Portland e a de referência (somente com
fases mineralógicas. a ser adicionada foi aquela necessária à cimento Portland). Para que um material
A identificação das fases foi feita obtenção de uma consistência de 225±5 seja considerado pozolânico, esse índice,
com o auxílio do Software High Score mm, medida na mesa de consistência. As normalmente expresso em porcentagem,
Plus, também da Panalytical, por com- pozolanas consideradas satisfatórias são deve ser superior a 75%. Foram molda-
paração do padrão difratométrico com aquelas que exibem aos 7 (sete) dias valo- das sete argamassas, sendo uma de refe-
fichas/padrões do Banco de Dados do res de resistência à compressão iguais ou rência e as demais com os arenitos AZ2
ICDD-PDF (Internacional Center for Di- superiores a 6,0 MPa. e AZ3 calcinados nas temperaturas de
ffraction Data, Powder Diffraction File). Para o ensaio mecânico em arga- 150ºC, 300ºC e 500ºC.
Os equipamentos anteriormente massas com cimento Portland (CPI-S), No trabalho, foi realizada Análise
descritos pertencem ao Laboratório de seguiram-se as diretrizes da NBR 5752, de Variância (ANOVA) dos resultados
Caracterização Mineral (LCM), do Ins- na qual a determinação da atividade de resistência à compressão obtidos com
tituto de Geociências da Universidade pozolânica de um material é função do os ensaios de determinação da atividade
Federal do Pará. comportamento mecânico de duas arga- pozolânica com cal e cimento, com vis-
A atividade pozolânica do arenito massas, preparadas com traço em massa tas a determinar a significância das vari-
foi determinada, tanto com a cal hidra- de 1:3 e consistência padronizada de 225 áveis de controle (temperatura e finura)
tada, quanto com o cimento Portland ± 5 mm (mesa de consistência). Para a sobre a variável de resposta (resistência
CPI-S (NBR 5732). O ensaio que mediu primeira argamassa, admitida como de à compressão).

3. Resultados e discussões

Análise mineralógica das amostras calcinadas

A Figura 1 mostra os resultados deve a uma rápida perda de umidade amostra AZ2, e de 862ºC, na amostra
das análises térmicas (ATD-ATG) dos superficial, de fases gasosas adsorvidas AZ3, ocorreu um pico endotérmico devi-
arenitos zeolíticos AZ2 e AZ3. Os com- na superfície e nos nanoporos das amos- do à destruição do retículo cristalino da
portamentos das curvas termodiferencial tras, da água nos vazios da estrutura da esmectita. Contudo não se observou, na
e termogravimétrica foram muito seme- estilbita e, principalmente, da perda de ATD, o pico endotérmico referente à re-
lhantes para as duas amostras, tendo em água interlamelar da esmectita. Entre moção das hidroxilas da esmectita, que,
vista que ambas são constituídas pelas 129 e 194ºC, a curva da ATG indica normalmente, ocorre entre 400 e 700ºC
mesmas fases mineralógicas, no caso es- uma perda de massa de 3,50 a 3,70%; NBR 12653.
tilbita e esmectita. na ATD ocorre um pico endotérmico Os difratogramas de raios X das
Devido à semelhança no compor- intenso a 159ºC, que retrata a continu- amostras AZ2-1, AZ2-2, AZ2-3 e AZ3-
tamento dos termogramas, as conside- ação da perda da água que preenche os 1, AZ3-2 e AZ3-3 são mostrados na Fi-
rações expostas a seguir dizem respeito canais e cavidades da estilbita. A partir gura 2. Nas amostras calcinadas a 150ºC
às duas amostras de arenito. O primeiro de 200ºC, ocorre uma perda de massa de e 300ºC, independentemente do tipo de
evento térmico ocorre no intervalo de 7,80%, que se pode atribuir, em grande arenito, AZ2 ou AZ3, a composição
temperatura entre 40ºC e 129ºC, que parte, à perda da água de constituição da mineralógica é constituída por quartzo,
corresponde a uma perda de massa de, estrutura cristalina da estilbita e, em me- estilbita e esmectita. No caso da estilbita,
aproximadamente, 6,50%, no qual ocor- nor proporção, à perda das hidroxilas da a melhor ficha desse mineral no ICDD-
re um pico endotérmico a 59ºC. Isto se esmectita. Na temperatura de 847ºC, na PDF é a 44-1479. Outras zeólitas podem
100 1,0 100
A 0,4 AZ2
98
B 0,8 AZ3
98
0,2 0,6
96 96
0,0 0,4
94
ATG (% Pes o)

0,2 94
-0,2 Pm =10,21%
ATG (% Pes o)

Pm =10,00%
ATD dT (°C)

ATD dT (°C)

92 0,0 92
-0,4
847°C 90 -0,2 90
-0,6 -0,4
88 862°C
88
-0,8 -0,6 159°C
Pm =7,81% Pm =7,85%
-1,0 159°C
86

84
-0,8
59°C
86
Figura 1
-1,0 84
-1,2 59°C
estilbita 82 -1,2
estilbita 82
ATD/ATG do arenito zeolítico.
-1,4
A) ATD/ATG do arenito AZ2.
esmectita -1,4 esmectita
80 80
0 200 400 600 800 1000 0 200 400 600 800 1000
Temperatura (°C) Temperatura (°C) B) ATD/ATG do arenito AZ3.
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estar presentes, em pequenas quantida- À medida que se aumentou a tem- rificou-se somente a 500ºC. A destruição
des, como laumontita e heulandita, su- peratura de calcinação, ocorreu a dimi- estrutural da estilbita, em decorrência,
geridas a partir da presença apenas do nuição da intensidade dos picos da estil- principalmente, da remoção da água pre-
pico principal de cada uma (Picanço et btia e da esmectita nas amostras AZ2 sente na estrutura cristalina, ocorre para
al., 2011). Em relação à esmectita, a mes- e AZ3, em decorrência da destruição temperaturas superiores a 200ºC, o que
ma foi identificada nos difratogramas de parcial e gradativa das estruturas cris- explica porque no difratograma a 300ºC
todas as amostras calcinadas a 150ºC e talinas. Concomitantemente a esse com- parte do retículo cristalino da zeolita
300ºC por uma banda amorfa, localiza- portamento, observou-se o aumento na ainda permanece preservado. Na tem-
da a aproximadamente 7º 2q, represen- intensidade do pico principal do quart- peratura de 500ºC, em ambos os grupos
tando o espaçamento interlamelar (d001), zo, em decorrência do aumento relativo de arenitos zeolíticos (AZ2 e AZ3), as
em torno de 15Å (Figura 2). Trabalhos de sua concentração nas amostras. Nas estruturas cristalinas, tanto da estilbita,
anteriores já descreveram a presença de temperaturas de 150ºC e 300ºC, como quanto da esmectita, foram destruídas,
esmectita associada aos arenitos zeolíti- era esperado, não houve nenhuma alte- permanecendo, apenas, o quartzo como
cos da Formação Corda e mostraram que ração na estrutura cristalina da esmec- mineral residual. No caso da esmectita, o
se trata de uma montmorilonita, identi- tita, ocorrendo, apenas a remoção da que ocorre é uma reordenação da estru-
ficada após separação da fração-argila água intermelar a 59ºC, conforme visto tura cristalina à temperatura de 500ºC,
e análise por DRX das lâminas orien- na análise térmica. visto que ocorre, apenas, a remoção da
tadas (seca ao ar, glicolada e aquecida À temperatura de 300ºC, ocorreu água interlamelar e perda de parte das
a 550ºC), além da análise do pico (060) uma redução da intensidade dos picos da hidroxilas do retículo cristalino (Souza
(Rezende & Angélica, 1999). estilbita, mas o seu desaparecimento ve- Santos, 1992).

4000 AZ2-1
Z Q
2000 Q Z Z
E
0
AZ2-2
3000 Q
2000 Z Z
E Q

0
2000 AZ2-3
Q
Q Q
1000
0
Counts

4000 AZ3-1
Z Q
2000 Z
E Q Z
0
AZ3-2 Q
2000
1000 Z Z Q
E
0
2000 AZ3-3 Q

1000 Q
Figura 2 0
Difratogramas das amostras 10 20 30 40 50
de arenito zeolítico. Position [°2 Theta] (Copper (Cu))

Avaliação da atividade pozolânica

Nas Tabelas 2 e 3, são mostrados cristalina preservada nos arenitos, o que las na esmectita.
os resultados do ensaio de determinação reduz a reatividade, conforme visto no Apesar de os valores de resistência
do IAP com a cal hidratada e cimento trabalho de investigação preliminar com à compressão, para a temperatura de
Portland, respectivamente. Para as ar- arenito não calcinado (Picanço et al., 500ºC, terem sido, numericamente, su-
gamassas com cal hidratada, a amostra 2011). Os valores de resistência à com- periores, esses valores não são, estatis-
que apresentou melhor resultado foi a pressão das amostras calcinadas a 150 ticamente, significativos, conforme foi
AZ2-3, calcinada a 500ºC, alcançando e 300ºC situaram-se entre 3,84 e 5,35 observado na ANOVA. Ambas as vari-
a resistência à compressão de 5,83 MPa, MPa, valores estes similares à resistência áveis de controle, temperatura e finura,
valor muito próximo do limite míni- de 5,10 MPa da argamassa de cal hidra- não influenciaram, significativamente,
mo de 6,00 MPa, estipulado pela NBR tada moldada com o arenito AZ2 não a resistência à compressão. Assim não
5751, para que um material seja conside- calcinado (Picanço et al., 2011). se observou uma interação entre essas
rado pozolânico. A diferença entre essas menores duas variáveis. Contudo observa-se
As demais amostras, calcinadas a temperaturas e a de 500ºC, conforme uma tendência de ocorrer o aumento na
temperaturas inferiores, 150 e 300ºC, observado na DRX e na ATD, é que, resistência à compressão com o aumen-
não apresentaram reatividade suficiente nessa última, ocorre a destruição estru- to da temperatura, fato este já comenta-
para alcançar o limite mínimo de resis- tural de grande parte da estilbita e da do anteriormente.
tência à compressão. Atribui-se isto ao esmectita, em decorrência da remoção, Nos ensaios com argamassas de
fato de essas temperaturas não ocasiona- tanto da água presente nos vazios da cimento Portland, o comportamento foi,
rem a destruição completa das estruturas estilbita, quanto daquela constituinte em parte, semelhante ao das misturas
cristalinas da estilbita e esmectita, estan- da estrutura cristalina e da remoção da com cal hidratada. As amostras calci-
do, ainda, esses minerais com a estrutura água interlamelar e de parte das hidroxi- nadas a 500ºC, tanto a AZ2, quanto a
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Análise pozolânica de arenito zeolítico da região Nordeste do Brasil

Resistência à compressão simples (MPa)


Amostras Média
1 2 3
AZ2-1 (#200 - 150 °C) 3,87 3,62 4,02 3,84
AZ2-2 (#200 - 300 °C) 5,76 4,59 4,94 5,10
AZ2-3 (#200 - 500 °C) 5,65 5,50 6,32 5,83
AZ3-1 (#325 - 150 °C) 5,40 5,50 5,15 5,35
AZ3-2 (#325 - 300 °C) 4,19 4,27 4,58 4,35 Tabela 2
AZ3-3 (#325 - 500 °C) 4,08 4,04 4,05 4,06 Atividade pozolânica com cal hidratada.

Resistência à compressão
simples (MPa) I.A.P.
Argamassa Média a/c
CP(%)
1 2 3
Argamassa de Referência 35,00 29,65 35,00 33,22 - 0,63
AZ2-1 (#200 - 150°C) 18,80 18,95 18,59 18,78 56,54 1,02
AZ2-2 (#200 - 300°C) 22,72 23,33 23,48 23,18 69,77 0,99
AZ2-3 (#200 - 500°C) 25,88 23,89 24,45 24,74 74,48 0,97
AZ3-1 (#325 - 150°C) 21,76 18,49 20,07 20,11 60,53 1,01
Tabela 3
AZ3-2 (#325 - 300°C) 24,66 24,91 23,33 24,30 73,16 0,95 Atividade pozolânica com
AZ3-3 (#325 - 500°C) 28,68 28,22 28,88 28,59 86,08 0,94 cimento Portland CPI-S.

AZ3, mostraram reatividade satisfatória, pressão). Independentemente do tipo de entre a finura e a temperatura, o arenito
a ponto de proporcionarem IAP iguais arenito, acréscimos, na temperatura de mais fino foi calcinado na maior tempe-
ou superiores ao limite mínimo de 75% calcinação, ocasionaram incrementos ratura, no caso o AZ3 – 3 como o mate-
estipulado pela NBR 5752. Diferente- proporcionais na atividade pozolânica, rial mais reativo. Optou-se pela escolha
mente do que ocorreu com as argamas- o que não foi constatado nas argamassas do AZ2-3 em função de ele ser um ma-
sas com cal, o IAP de 86% da argamassa com cal hidratada. Independentemente terial calcinado na maior temperatura e
com AZ3 calcinada a 500ºC foi superior da temperatura, acréscimos significativos de não ser de granulometria mais fina. A
ao da argamassa com AZ2 calcinado na foram observados com o aumento da fi- escolha baseou-se, não no critério estatís-
mesma temperatura, algo satisfatório do nura do material. tico, mas, sim, operacional, uma vez que
ponto de vista pozolânico. Na Figura 3, constatam-se esses o beneficiamento do arenito na peneira
Nas argamassas com cimento Por- comportamentos. Percebe-se, ainda, que #325 inviabilizaria a produção, pois ape-
tland, constatou-se uma correlação bem não há interação significativa dessas vari- nas 2% do material seria aproveitado, ao
definida entre ambas as variáveis de áveis de controle, tendo em vista o para- passo que, na peneira #200, apenas entre
resposta, temperatura e finura, sobre a lelismo das curvas. Apesar de a ANOVA 15 e 17% do arenito seria utilizado na
atividade pozolânica (resistência à com- indicar que há diferenças significativas produção da pozolana.
100
95
90
85 86,08
80 73,16
IAP (%)

75
70 74,48
65 60,53 69,77
60
55
50 56,54
45 AZ2 AZ3 Figura 3
40 Dependência entre a atividade
0 100 200 300 400 500 600 pozolânica e a temperatura
Temperatura (°C) de argamassas de cimento Portland.

4. Conclusões

• O material mais apropriado para to, o percentual de aproveitamento • As temperaturas de calcinação de


a produção do arenito zeolítico é do material passante, nessa peneira, 150 e 300ºC não proporcionaram
aquele passante na peneira #200, fica compreendido entre 15 e 17%, reatividade adequada aos arenitos
visto que não houve diferenças signi- bastante superior a 2% do passante zeolíticos. A atividade pozolânica
ficativas na composição mineralógi- na peneira #325 e muito próximo do dos arenitos AZ2 e AZ3 calcinados
ca dessa amostra em relação àquela conteúdo zeolítico presente no areni- nessas temperaturas mais baixas não
passante na peneira #325. Além dis- to in natura, em torno de 18%. alcançou o limite mínimo estabele-
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Marcelo de Souza Picanço et al.

cido para emprego como pozolanas. tivamente. A maior atividade po- tland serem mais representativos do
Nas argamassas com cal, os valores zolânica do arenito zeolítico AZ3 é que aqueles desenvolvidos com a cal
de resistência à compressão foram in- atribuída ao peneiramento mais refi- hidratada. No sistema com cimento
feriores a 6,00 MPa, enquanto que, nado, que proporcionou um aumen- Portland, outras fases estão presen-
nas misturas com cimento Portland, to na área superficial específica e na tes, como os aluminatos e sulfatos,
os IAP foram inferiores a 75%. Isto finura desse material, e não à maior que interferem na cinética da reação
se deve à estrutura parcialmente pre- concentração de estilbita, uma vez pozolânica, constituindo-se em um
servada da estilbita e da esmectita que não se constataram, na análise sistema muito mais complexo e rea-
nas amostras calcinadas nessas tem- química, diferenças significativas de lístico do que o da cal hidratada.
peraturas, que não proporcionaram concentração desse mineral entre os • Em suma, o arenito zeolítico da ba-
energia suficiente para destruição da dois arenitos. cia do Parnaíba mostrou-se viável
estrutura cristalina desses minerais. • Nas argamassas com cal hidratada, o para produção de pozolanas, desde
• Para as temperaturas de 500ºC, os comportamento foi diferente daquele que seja selecionado o material pas-
arenitos zeolíticos AZ2 e AZ3 apre- observado nas misturas com cimento sante na peneira #200 e ativados
sentaram reatividade satisfatória do Portland. Somente a mistura de cal e termicamente a 500ºC. Estudos
ponto de vista pozolânico. Nessa arenito AZ2 calcinado a 500ºC al- mais aprofundados são necessários
temperatura, ocorre a destruição es- cançou a resistência de 6,00 MPa, ao para verificar a influência de outros
trutural de grande parte da estilbita passo que o arenito AZ3 não aten- percentuais de incorporação desse
e da esmectita. Nas argamassas com deu ao limite mínimo. Atribui-se essa arenito nas propriedades mecâni-
cimento Portland, os IAP do AZ2 e anomalia ao fato de os ensaios de ati- cas e na durabilidade de concretos
AZ3 foram de 75% e 86%, respec- vidade pozolânica com cimento Por- e argamassas.

5. Referências bibliográficas

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Materiais pozolânicos - determinação da atividade pozolânica com cimento
Portland - índice de atividade pozolânica com cimento: método de ensaio. Rio
de Janeiro, 1992a.
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Materiais pozolânicos - índice de atividade pozolânica com a cal: método de
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Artigo recebido em 20 de julho de 2011. Aprovado em 14 de dezembro de 2011.

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