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FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS.

BACHARELADO EM DIREITO

FRANCISCO PEREIRA DE LIMA

SÍNTESE TEXTUAL ACERCA DA OBRA CINEMATOGRÁFICA


MORTE AO REI.

PATOS - PB
2018
FRANCISCO PEREIRA DE LIMA

SÍNTESE TEXTUAL ACERCA DA OBRA CINEMATOGRÁFICA


MORTE AO REI.

Trabalho de leitura e produção cientifica bibliográfica, apresentado


à disciplina: Ciência Política e Teoria Geral do Estado, como
requisito parcial para aprovação nas atividades desenvolvidas na
disciplina, do curso de Bacharelado em Direito, das Faculdades
Integradas de Patos - PB.

Professora: Ms. Arthur Correia da Silva Neto.

PATOS - PB
2018
1. Resumo
Segundo Hobbes, a guerra civil é a doença do Estado. O filme “Morte ao Rei”
(2003), dirigido por Mike Barker, mostra a Inglaterra em ruínas, após o término da
devastadora guerra civil, e a luta do Lorde General Thomas Fairfaix (Dougray Scott) e do
sub-General Oliver Cromwell (Tim Roth) para unir e reformar o país.
Em total desacordo com o comportamento autoritário e intolerante do rei, Cromwell
e Lorde Fairfaix, juntamente com o Parlamento, propõem Termos de Paz ao monarca. A
não existência de exército, a não adoção de medidas econômicas pelo rei sem o
consenso do Parlamento, a liberdade de comércio aos mercadores, o direito de todo o
inglês à vida e à liberdade são algumas das exigências do Parlamento. No entanto, Carlos
I recusa-se a assinar, propondo, em sigilo, ao parlamentar porta-voz, Denzil Holles, que
ele seja o conselheiro real e, como modo de agradecimento, consiga votos a favor do
monarca no parlamento. O rei também diz a Holles que aqueles que ainda são leais ao
rei serão guiados aos tesouros do palácio.
Em reunião com os demais parlamentares, Holles informa que o rei prometeu que,
se o Parlamento o colocar de volta ao trono, ele poderá ceder aos termos. Após proposta
uma votação, Cromwell indigna-se e, com o apoio dos “cabeças redondas”, leva o rei a
julgamento. Este é condenado e decapitado por traição ao seu próprio reino. Em 1649,
Cromwell proclama a república, assumindo a nação.
A república não permaneceu por muito tempo na Inglaterra, pois, além de ser mais
ditador do que Carlos I, Cromwell não podia usar como justificativa de seus atos o “direito
divino dos reis”, o que designou uma imagem negativa do seu tipo de governo, fazendo
com que a monarquia voltasse ao poder.
A partir do filme, podemos concluir que a revolução de Cromwell, embora curta,
mudou o curso da história da Europa. Contudo, demoraria 130 anos até que os franceses
cortassem a cabeça de seu rei e dessem início à era da política moderna. Desde então,
a Inglaterra nunca voltou a ser uma república.
Descreve a Inglaterra no ano de 1645 mostrando-a como uma nação que está nas
ruínas de uma guerra civil que o terminou. Os Puritanos derrubaram o Rei Carlos I
(Ruppert Everell), ganhando assim a batalha contra uma administração indolente.
Surgem dois heróis pós-guerra: Lorde General Thomas Fairfaix (Douglas Scott) e o
General Oliver Cromwell (Tim Roth). A missão de ambos é unir e reformar o país. Fairfaix,
membro da aristocracia, quer uma reforma moderada enquanto Cromwell exige a
execução do Rei. O rei deposto acredita que seu reinado foi roubado por Fairfaix. Este
se encontra dividido entre a felicidade política o á esposa, Lady Anne. Oliver Cromwell e
Fairfaix entram em descompasso por causa das intromissões Anne, mas também por que
Cromwell age de forma cada vez mais agressiva e brutal. Aliás, a agressividade sempre
fora uma grande diferença entre ambos. Acontecem então divergências por princípios e
ambos tomam rumos distintos: Oliver assume o poder e Fairfaix retira-se para somente
rever seu amigo antes da morte daquele.
O século dezessete é um acumulo e cumulo de questões procrastinadas e outras
próprias do período. “O século XVII é decisivo na história da Inglaterra. É a época em que
a Idade Média chega ao fim” O crescimento populacional, a descoberta da América, a
crise monetária e a consolidação dos estados ingleses e franceses fazem parte do
cenário. São perceptíveis mudanças, transformações, limites e incertezas como em
qualquer outro momento de crise. Há a miséria de todo um mundo que não faz parte da
sociedade dos grandes acontecimentos, da sociedade de corte.
Em termos políticos, grandes alterações ocorreram e o comercio ou o modo de se
relacionar através da economia ganhou muito sentido. Não que o comercio seja um
elemento novo, mas dadas às circunstancias políticas até então, ele não havia significado
um afronto ao poder político como viria significar naquele momento. Existia, mas estava
como que eclipsado. Em outras palavras: dava a impressão de que o rei era uma coisa e
a economia lhe pertencia, enquanto que agora vai surgindo um divórcio.
Sendo um pouco mais objetivo: o poder do pensamento naquela ordem, que era
outra, – num sentido de relações – matinha o Rei no trono e os seus súditos em seus
devidos lugares. Considere-se o contexto a partir de uma leitura foucaultiana; o macro-
poder foi representado na sua máxima fragilidade na figura de Carlos I, o último suspiro
de um poder materializado na figura do rei.
Aqui aparece Oliver Cromwell. Considerando o contexto levantado, Oliver da
impressão de ser um sujeito anacrônico, fora de seu tempo. As amarras do pensamento
do período parecem não conseguir amarra-lo e, se comparado ao seu companheiro de
batalha, Fairfaix, podemos julgá-lo um sujeito livre.
Após haver decapitado o monarca, Oliver diz: “vejam é sangue vermelho! ” Esta
frase não tem a função de sacralizar o ritual, aliás, o efeito não foi muito bom. No entanto,
e se há algo que torna Oliver Cromwell relevante para a história, é o corte, a ruptura na
maneira de pensar e consequentemente, de atuar ou viver politicamente. Houve uma
desconstrução da mística constituída em torno da figura do qual o poder se materializava.
Rompe-se com uma história que fazia de tudo para camuflar, esconder a verdadeira face
do rei; rompe com a história da genealogia dos escolhidos de Deus. Mais que morte ao
rei, poderíamos considerar este fato como a morte do poder soberano, pois mesmo que
a monarquia volte mais tarde – foi o que aconteceu – o soberano não governará nunca
mais.

Algo fica perceptível: se por um lado Oliver representa a ruptura que acima
assinalamos, por outro, a sua trajetória enquanto substituto do Rei foi um fracasso, aliás,
a exposição de seu cadáver em praça pública materializa

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