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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

REITORIA
CAMPO DE SÃO CRISTÓVÃO. 177
.J^q^s^
RIO DE JANEIRO - RJ - CEP: 20921-903
TEL: 3891 1009 e reitorJagab@cp2.gl2.br

Ofício n° 199/2016/GR
Rio de.Janeiro, 17 de junho de 2016.

Ao Excelentíssimo Senhor
FÁBIO MORAES DE ARAGÃO
Procurador Federal
Av. Nilo Peçanha, n° 31 - Sala 908, Centro
Rio de Janeiro - RJ
CEP 20020-100

Assunto: Noticia de Fato MPF/PR/RJ/n° 1.30.001.U02545/2016-21


Ofício PR/RJ/FMA/n° 8288

PR RJ-0O046180/2016
Senhor Procurador,

Em resposta ao seu Ofício PR/RJ/FMA/n° 8288, de 8 de junho de 2016,


venho prestar todos os esclarecimentos solicitados concernentes ao evento
"Festa da Democracia contra o Golpe", realizado no dia 11 de junho do corrente
ano, no Campus São Cristóvão II.

Antes de prestarmos os esclarecimentos solicitados, algumas informações


acerca da estrutura de funcionamento acadêmico e pedagógico de nossa
instituição, que é assentada em Departamentos Pedagógicos responsáveis pelos
currículos disciplinares e pela mediação e intervenção pedagógica nos campi de
nossa instituição escolar. Desta forma o evento citado na representação foi
planejado pelos Departamentos de Geografia e Sociologia, contando com o apoio
da Direção Geral do Campus São Cristóvão II e com a adesão de inúmeros
profissionais da educação de outros Departamentos Pedagógicos.

Os Departamentos Pedagógicos de Geografia e Sociologia atuam em nove


campi, contando, respectivamente, com aproximadamente setenta e quarenta
professores membros da carreira EBTT do MEC, responsáveis por atividades de
ensino, pesquisa e extensão. Com elevado grau de qualificação acadêmica, seus
profissionais têm se destacado no sentido da organização de projetos de
pesquisa científica júnior, atividades de extensão e eventos que versam sobre
temas diversos, consagrados no âmbito dos estudos no campo das ciências
humanas. Portanto, a organização de eventos como a "Festa da Democracia
contra o Golpe" é parte constitutiva de nossas atividades profissionais, as quais
não se reduzem ao ofício pedagógico de ensino, e pelas quais temos nos
destacado no decorrer dos últimos anos, conforme os órgãos de controladoria
podem auferir através das avaliações externas componentes do sistema
educacional brasileiro.

O evento "A Festa da Democracia contra o Golpe" partiu de uma demanda


da comunidade escolar que solicitou ao corpo de professores um evento que
discutisse fatos que estão ocorrendo em nosso país e que, no decorrer dos
últimos meses têm ocupado amplo espaço nos meios de comunicação. Temáticas
diversas, como as demandadas no campo da Cíència Política, dos estudos dos
movimentos sociais, como o "ocupa" em escolas localizadas em diversos Estados
da Federação, casos de violência de gênero e homofobia, produzindo o que vem
sendo denominado por "cultura do estupro", entre outros. Assim, cabe relevo
destacarmos o que é salientado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Básica:

Os direitos civis, políticos e sociais focalizam, pois, direta ou


indiretamente, o tratamento igualitário, e estão em consonância
com a temática da igualdade social. Já o direito à diferença busca
garantir que, em nome da igualdade, não se desconsiderem as
diferenças culturais, de cor/raça/etnia, gênero, idade, orientação
sexual, entre outras. Em decorrência, espera-se que a escola
esteja atenta a essas diferenças, a fim de que em torno delas não
se construam mecanismos de exclusão que impossibilitem a
concretização ao direito à educação, que é um direito de
todos.Todos esses direitos estão englobados nos direitos
humanos, cuja característica é a de serem universais e sem
distinção de espécie alguma, uma vez que decorrem da dignidade
intrínseca de todo o ser humano. Na Declaração Universal dos
Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações
Unidas (ONU), em 1948, a educação tem por objetivo o pleno
desenvolvimento da pessoa humana e o fortalecimento do
respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, aos
quais, posteriormente, se agrega a necessidade de capacitar a
todos para participarem efetivamente de uma sociedade livre.
(MEC, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica,
2013, p. 105-106.)

Portanto, o evento partiu de demandas legítimas vindas de estudantes, na


perspectiva acima salientada, visando à educação em sua dimensão social
emancipatória, capaz de engendrar indivíduos comprometidos com uma
sociedade livre e construtora de indivíduos conscientes de seus direitos e
compromissos com o conjunto da sociedade. Também o faz, trazendo para o
ambiente escolar a discussão de um conjunto de práticas sociais profundamente
enraizadas no tecido social brasileiro, como determinadas práticas políticas de
longa herança, já a muito consagradas, a partir dos clássicos estudos de Victor
Nunes Leal, Virgílio Santa Rosa, Raimundo Faoro, entre outros. No mesmo
sentido, discutiu-se a violência de gênero e a "cultura do Estupro", marcas
indeléveis de uma sociedade recortada por uma longa tradição patriarcal e de
naturalização e normatização de formas diversas de violência.Tendo em vista tais
demandas e munidos de referenciais teóricos diversos, os Departamentos
Pedagógicos de Geografia e Sociologia representados por alguns de seus
professores, convidaram especialistas e artistas para uma série de debates que
se iniciaram às 7h e terminaram às 16h.

O título do evento além, de ser uma estratégia para atrair o público jovem
para o debate, resulta de análises de professores a respeito dos conceitos de
"democracia" e de "golpe". Enquanto intelectuais atuantes na escola básica, os
organizadores do evento refletiram sobre a Política, em suas múltiplas dimensões
e articulações teóricas e conceituais, englobando conceitos de Poder,
Legitimidade, Representação, e Democracia. Novamente cabe relevo ao
salientado nas Orientações Curriculares pára o Ensino Médio, ao estabelecer que:

Um papel central que o pensamento sociológico realiza é a


desnaturalização das concepções ou explicações dos fenômenos
sociais. Há uma tendência sempre recorrente a se explicarem as
relações sociais, as instituições, os modos de vida, as ações
humanas, coletivas ou individuais, a estrutura social, a
organização política, etc. com argumentos naturalizadores.
Primeiro, perde-se a historicidade desses fenômenos, isto é, que
nem sempre foram assim; seguindo, que certas mudanças ou
continuidades históricas decorrem de decisões, e essas, de
interesses, ou seja, de razões objetivas e humanas, não sendo
fruto de tendências naturais. (MEC, OCEM - Ciências Humanas e
suas Tecnologias, p. 105-106)

Visando propiciar o esclarecimento e a desnaturalização dos temas


elencados, os organizadores optaram em privilegiar as necessárias mediações
pedagógicas, possibilitando que conhecimentos históricos, dos processos sociais
e de um elenco de conceitos e de categoriais próprios às ciências humanas,
pudessem ser compreendidos e que produzidos os necessários confrontos entre
certos saberes difusos naturalizadores dos fenômenos sociais elencados e de
conhecimentos consagrados no campo das Ciências Sociais, Filosofia, História e
da Geografia. Assim, um conjunto de atividades foi pensado, com ênfase na
Democracia, em sua dimensão histórica e sociológica, mobilizando de forma
criativa, dialógica e participativa, os estudantes que participaram do evento. As
discussões de teóricos contemporâneos, como as realizadas por Robert Dahl,
Joseph Schumpeter, Jurgen Habermas, Fabiano Santos, Renato Boschi e Alexis
de Toqueville, também discutidas no evento de forma subjacente às
comunicações orais de convidados e professores. As teorias de Aristóteles,
Maquiavel e Locke foram abordadas mais diretamente por permitirem uma
transposição didática mais simples. Nosso objetivo era o de proporcionar um dia
de atividades artísticas e de debates sobre os processos sociais elencados, em

,*
conformidade com o disposto nas Diretrizes Curriculares Nacional da Educação
Básica, ao indicar que:

O direito político, indo muito além do direito de votar e ser votado,


está relacionado com a inserção plena do conjunto de indivíduos
nos processos decisórios que ocorrem nas diferentes esferas da
vida pública. Implica, ainda, o reconhecimento de que os
cidadãos, mais do que portadores de direitos, são criadores de
novos direitos e de novos espaços para expressá-los. A educação
é, portanto, também um direito político porque a real participação
na vida pública exige que os indivíduos, dentre outras coisas,
estejam informados, saibam analisar posições divergentes,
saibam elaborar críticas e se posicionar, tenham condições de
fazer valer suas reivindicações por meio do diálogo e de assumir
responsabilidades e obrigações, habilidades que cabe também a
escola desenvolver. Outrossim, importância é dada também à
educação por razões políticas associadas à necessidade de
preservar o regime democrático". (MEC, Diretrizes Curriculares
Gerais da Educação Básica, 2013, p.105.)

Salientamos, portanto, que o evento "A Festa da Democracia contra o


Golpe" foi uma atividade pedagógica, perpassado por múltiplos recursos e
linguagens a fim de propiciar conhecimentos consagrados no campo das Ciências
Humanas, mobilizando estudantes em torno da Democracia e da importância em
de sua defesa e da necessidade do aperfeiçoamento e ampliação das formas de
intervenção política, com ênfase na juventude.

Refletindo sobre a Democracia em sua dimensão histórica, à luz da


experiência brasileira e no decorrer de nossa República, podemos fazer alusão
aos inúmeros períodos de rupturas institucionais, sob o manto de denominações
que não esclarecem a natureza dos acontecimentos. "Revolução" de 1930;
"Exigência" do Dispositivo Militar para que o então Presidente da República
Getúlio Vargas deixasse a Presidência da República, em agosto de 1954; "Veto"
ao retorno e posse de João Goulart na Presidência da República, após a renúncia
do então Presidente da República Jânio Quadros, em agosto de 1961; e a
"Revolução Redentora" em abril de 1964, são alguns exemplos bastante
conhecidos na História da República do Brasil no qual a definição de "Golpe de
Estado" não foi utilizada, mas que, à luz de inúmeros e consagrados estudos, são
reconhecidos como ações golpistas contra as instituições constitucionais e
democráticas vigentes.

Portanto, "golpe", como referido pelos organizadores do evento, baseou-se


dentre outros, nos estudos do cientista social Wanderley Guilherme dos Santos. A
partir desse referencial, os professores elencaram um conjunto de conceitos e
teorias, visando a urgente problematização do tema para um público constituído
por adolescentes que, perante a guerra de narrativas presente nas mídias e redes
sociais, necessita que sua escola produza debates políticos mediados por
conhecimentos históricos, bem como conceitos e categorias sociológicas. Foi este
o objetivo da "Festa da Democracia contra o golpe".
A partir do exposto, o questionamento apresentado na representação,
aquele que diz que "O que não se pode é usar de instituições de Estado para fins
partidários, comprometendo a democracia brasileira ao misturar Governo e
Estadd' é, no mínimo, equivocado, pois o evento não possuiu um caráter
partidário e, ao contrário do aludido pela denúncia,, favorece à democracia
brasileira ao contribuir, por meio do diálogo e do debate para a formação de
futuros cidadãos capazes de traduzir e compreender questões e controvérsias
republicanas, valorizando a pluralidade e a defesa da democracia substantiva,
participativa e não reduzida aos compromissos com o sufrágio obrigatório.

A afirmação que o evento em tela teve conotações político-partidárias, por


estar usando determinados termos como "democracia" e "golpe" é uma ilação
pautada em traduções equivocadas sobre o cartaz de divulgação. O Colégio
Pedro II também refuta de maneira enfática a desqualificação dos convidados,
que se notabilizam por suas qualificações e trajetórias, do evento, aos quais a
presente denúncia atribui intenções políticas e partidárias. Novamente destaco
que o evento foi organizado e apresentado por intelectuais altamente qualificados,
membros de Departamentos Pedagógicos comprometidos com a democracia e
com uma educação pública plural e de excelência que contribua de maneira
efetiva para a democratização da sociedade e de seus recursos, bem como para
a pluralização e edificação de novas práticas políticas, de questionamento e de
desnaturalização dos inúmeros processos de violência material e simbólica -
profundamente analisados por autores como Pierre Bourdieu - que se abatem,
em especial, sobre determinados segmentos da população brasileira, como as
pessoas de baixa renda, mulheres, segmentos LGBT, assim como sobre crianças
e adolescentes. O Colégio Pedro II, que é reconhecido nacionalmente como uma
instituição escolar de excelência, reitera seu compromisso com a defesa da
democracia, refutando veementemente determinados movimentos - como o
Movimento Escola Sem Partido - que atualmente se apresentam para
desqualificar e, em última instância, criminalizar ações de natureza pedagógica.

A denúncia, diz ainda que "Desse modo, o limite entre liberdade individual
de expressão e uso de recursos públicos para fins partidários foi ultrapassado,
configurando um total abuso de função. Não é um evento de debate amplo de
idéias e convocação didática sobre o processo político brasileiro - se assim o
fosse, o nome do evento seria diferente, assim como os convidados. É um ato
que usa de recursos públicos [...] para fins partidários claros". Esta passagem
também representa total desconhecimento não apenas dos currículos dos
convidados, como também dos seus discursos: a denúncia, encaminhada antes
mesmo da realização do evento, vai, inclusive contra os princípios do Direito -
denunciar antes dos fatos, denotando ilações pautadas apenas no título do
evento.

Os organizadores convidaram especialistas para o debate: a advogada


Nadine Borges, ex-presidente da Comissão Estadual da Verdade, que explicou o
que significa democracia e impeachment; o professor Thiago Monteiro, historiador
especialista em História da América Latina, que explicou o que seria golpe
(definições e possibilidades de golpes de estado), e a jornalista Akemi Nitahara,
que abordou como o debate está acontecendo nos meios de comunicação. Não
houve, reiteramos, em nenhum momento, defesa partidária ou sentenças políticas
pautadas em agendas partidárias. Ao final das palestras o microfone foi
franqueado e todos os presentes puderam se expressar, colocar suas opiniões a
fazer perguntas, caracterizando assim o amplo debate de idéias.

As denúncias sobre a utilização de recursos públicos para a realização


deste evento - fundamento da representação, chamada pelo denunciante como
"desvio de função" - também são indevidas. Primeiro porque o evento era de fato
pedagógico, como foi dito anteriormente, e segundo porque todo o material
utilizado no evento- (papeis, tintas, fotos etc.) foi adquirido com recursos
financeiros dos próprios organizadores - já que o corte, sob a rubrica de
"contingenciamento" nas verbas para a educação, não permitiu a aquisição de
materiais. O Colégio, através do Diretor Geral do Campus São Cristóvão II, cedeu
o espaço o Teatro Mário Lago, o qual é.utilizado pela sociedade, em eventos
freqüentes, sempre em obediência ao escopo da legislação vigente.
Sendo assim, conclui-se que a denúncia sobre o "caráter partidário" do
evento e sobre o "desvio de função" apontado pelo denunciante, é fruto de uma
ilação, que em nada corresponde às atividades realizadas durante o evento. Além
de não apresentar correspondência à verdade dos fatos, o denunciante revelou
total desconhecimento sobre a organização e sobre a programação das
atividades, o que fica caracterizado pela denúncia ter sido encaminhada antes da
materialização do evento.

OSCAR HALAC
Reitor
ANEXO:

Descrição das atividades do evento "festa da democracia e contra o golpe"


7h30 - 9h30. Local: Hall de entrada

Intervenções
.-•
Grafite "Urna democracia com raízes fortes pode render bons frutos?'.
Exposição de fotos
Música

Nestas atividades, os estudantes se organizaram, selecionaram e apresentaram algumas


canções que eles identificaram como "críticas". Canções de Geraldo Vandré, Beyoncé, Raul
Seixas, Legião Urbana etc. tocavam enquanto os estudantes realizavam uma oficina de grafite e
montavam um mural com fotos de manifestações no Brasil em diversos momentos da história e
com diferentes demaidãfe^gl^tôílfeiças.

Mural de fotos sobre manifestações brasileiras

V
Figura 2 - Mural de fotos sobre manifestações brasileiras

Neste momento, os estudantes por livre e espontânea vontade, pegaram as folhas que
serviriam para a montagem dos painéis e começaram a escrever frases de crítica social e
algumas, de crítir

Figura 3 - Montagem do painel e confecção dos cartazes

Figura 4 - Oficina de grafite

9h40 - 11h10. Local: Teatro Mário Lago

Colóquio "O que é democracia e o que é golpe?'

Neste momento, a advogada Nadine Borges, o professor Thiago Monteiro e a jornalista Akemi
Nitahara explicaram aos estudantes o que os conceitos de "política", "poder", "democracia",
"impeachment", "golpe" significam.

A
' • IP

I
a.1 .ai.

Figura 5 - Mesa sobre conceitos políticos

Figura 6 - Mesa sobre conceitos políticos

12h-13h. Local: Pátio.

Roda de conversa 'Estudantes compartilhando lições".

Presença dos estudantes que representam o Movimento Ocupa.


Oficina de estêncil

Neste momento, tivemos a oportunidade de ouvir uma palestra com os estudantes que
participam do "Movimento Ocupa" das escolas estaduais. Como o tema "juventudes" está no
currículo de Ciências Sociais, achamos importante que estas pessoas falassem sobre suas
experiências e contribuíssem para o enriquecimento de um debate que já ocorre em sala de aula.
Além da roda de conversa, tivemos uma oficina de estèncil.

Figura 7 - Roda de conversa com o movimento ocupa

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Figura 8 e 9 - Oficina de estèncil

14h30 - 15h30. Local: Teatro Mário Lago.

Palestra "4 culpa nunca é da vítima: a cultura do estupro, suas origens e


desdobramentos".

Neste momento, pudemos debater sobre o que os movimentos sociais chamam de "cultura do
estupro" com Renata Lins, economista, Deborah Vieira, advogada e Sueien Júlio, historiadora. As
falas abertas mobilizaram estudantes de grupos diversos, os quais colocaram suas opiniões
sobre o que vêem e vivenciam.
: T .:•• •— .

Figura 10 - Mesa sobre "cultura do estupro"

15h40 - 16h Encerramento. Performance artística. "Minha cabeça está vazia, meus olhos estão
cheios".

O encerramento do evento aconteceu com uma performance do artista Raphael Couto. Uma
performance abstrata de livre interpretação.

L0

it
* Figura 11 - Performance artística

Acredita-se que tais fotos e descrições demonstrem que não houve desvio de função como
apresentado na representação, sendo o evento exclusivamente pedagógico e sem a participação
de nenhuma entidade política ou partidária.

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