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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE - UFAC

CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS


CURSO DE BACHARELADO EM HISTÓRIA
DISCIPLINA AMAZÔNIA II

DENIS BRUNO NOGUEIRA DE ALMEIDA

FICHAMENTO

RIO BRANCO – AC
2018
IANNI, Otávio. Colonização e contra-reforma agrária na Amazônia / Octavio
Ianni. – Petrópolis: Vozes, 1979. 140p. (Coleção Sociologia brasileira; v. 11).

“Os posseiros estão chegando. No sul do Pará, norte de Goiás e Mato Grosso,
no Maranhão, Rondônia, Acre, em muitos lugares os posseiros ocupavam as
terras-do-sem-fim.” P. 11.

“Vindos de diferentes lugares, são muitos os trabalhadores rurais que chegam


e ocupam terras devolutas, tribais, de latifúndios. Uns vêm do Nordeste; outros
do Sul.” P. 11.

“A migração de trabalhadores rurais e seus familiares para a região amazônica


intensificou-se bastante desde 1970” P. 11.

“Foi assim que começaram (...) a surgir novos aglomerados urbanos;” P. 12.

“(...) foi a partir de 1970 que se intensificou a generalizou a migração para o


sul do Pará, o norte de Goiás, norte de Mato Grosso, para o Amapá, Acre,
Roraima, além de outras áreas.” P. 12.

“A essa mesma época, com a criação do SUDAM e do BASA, em 1966, o


governo colocou à disposição de latifundiários e fazendeiros estímulos e
favores fiscais e creditícios, políticos e econômicos, para a formação e o
crescimento de latifúndios, fazendas, ou empresas agropecuárias, de
extrativismo e mineração. Foi assim que se intensificou a migração de
trabalhadores, empreiteiros, gerentes, técnicos, latifundiários, fazendeiros e
empresários para diferentes áreas da Amazônia” P. 12.

“À medida que se iniciavam ou expandiam os empreendimentos capitalistas


na Amazônia, os empresários, fazendeiros e latifundiários tratavam de atrair
para a região contingentes de trabalhadores do exército de reserva constituído
no Nordeste e outras partes do País.” P. 12.
“Desde 1970, intensificou-se a execução do programa do governo federal de
construir rodovias na Amazônia” P. 12.

“Ao lado das altas taxas de ocupação já realizadas nos estados de São Paulo
e Rio Grande do Sul, era baixíssimo o nível de ocupação alcançado em 1970
nos estados e territórios da Região Norte. No Acre, onde é mais elevada essa
taxa, ele alcançava então o nível de 27 por cento” P. 14.

“... estava ocorrendo na Amazônia [um] processo de colonização espontânea.


Pouco a pouco, ou de repente, conforme as condições das quais provinham
os migrantes” P. 15

“O que estava acontecendo, na prática, ao mesmo tempo que crescia


extensivamente o capitalismo na região, era uma espécie de reforma agrária
de fato, ou espontânea.” P. 15

“Ao mesmo tempo que se criavam Vilas e Cidades. Em pouco tempo, em


especial a partir de 1970, espraiou-se na área o espirito do pioneirismo. Tudo
parecia começar do novo, mesmo onde começara com base no qual havia
antes”. P. 16

“Foi desse jeito que se formaram ou desenvolveram povoados como


Redenção, Barreira do Campo, Volta Nova, Nova Esperança, Rio Maria e
Outros.” P.16

“No estado Acre, desde 1972, cresceu muito a estrada de migrantes vindos de
outras partes do País.” P. 18

“Também no território de Rondônia ocorreu nos últimos anos um intenso


processo de colonização espontânea, mesclado com a colonização oficial e a
particular.” P. 19
“Ao intensificar-se e generalizar-se a colonização espontânea de Rondônia,
surgem ou ressurgem questões como estas: a luta pela a posse e uso da
terra; confronto entre colonização espontânea, oficial e particular; tecnologia e
produção num ambiente ecológico pouco conhecido e outras.” P. 20

“As terras indígenas ou devolutas estão sendo ocupadas, griladas ou


compradas por grileiros, latifundiários, fazendeiros ou empresários. Em geral,
estes empreendimentos privados, que afastam, expulsam ou destroem
núcleos indígenas e de posseiros (colonização espontânea) estão apoiadas
pela sua própria força econômica e política protegidos pelo os órgãos do poder
estatal.” P. 21

“Vale a pena observar, neste ponto, que em 1972, segundo dados do INCRA,
40,9% da parte rural da região Norte era reconhecida pelos próprios ocupantes
como áreas de posse”. P. 24

“No dia 9 de julho de 1970 o Decreto-Lei nº 1.110 criava o Instituto Nacional


de Colonização e Reforma Agraria (INCRA) com os objetivos de ‘promover e
executar a reforma agraria’ e ‘promover, coordenar, controlar e executar a
colonização’, além de promover o cooperativismo, associativismo e a
eletrificação rural.” P. 34

“Nesse contexto, as preocupações dos dirigentes da SUDAM iam no sentido


de criar ou dinamizar núcleos populacionais, para reduzir o ‘vazio
demográfico’”. P. 35

“Durante os anos de 1964-69, a problemática amazônica era colocada pelos


governos federal, estaduais, territoriais e municipais da região, principalmente
nesta perspectiva: vazio demográfico, cursos humanos e econômicos,
insuficiência de meios de transportes e comunicações, predomínio de
atividades econômicas extrativistas, identificação entre borracha e Amazônia,
populações e culturas indígenas desconhecidas ou pouco cultivadas, terras
virgens, fartas e talvez férteis ou ricas, inclusive em minerais, cobiça
internacional, geopolítica”. P. 36

“(...) 30 de novembro de 1964, através da Lei nº 4.504, o governo federal havia


criado o Estatuto da Terra, no qual definia desde latifúndio, minifúndio e a
empresa até a colonização oficial e particular.” P. 37

"Até então, sob o governo do Presidente João Goulart, a burguesia agrária


estava inquieta com a crescente politização de camponeses e operários
rurais.” P. 37

“Mas em 1970 houve uma mudança razoavelmente repentina na política


agrária do governo para a Amazônia. Em poucos meses, decreta-se: a criação
do programa de Interação Nacional, destinado a construir as rodovias
transamazônica e Cuiabá-Sandestinado...” P. 38

“Entre 1970 e 1973 foi o governo federal que mais se empenhou na


colonização, principalmente às margens das rodovias. Apenas
secundariamente era seguida pela empresa privada de colonização. A parir de
setembro de 1974, no entanto, com a criação do programa de Pólos de
desenvolvimento Agropecuário e Agro-minerais da Amazônia
(POLAMAZÔNIA), é a colonização oficial que passa a um segundo plano, ao
passo que a colonização particular ganha maior dinamismo.” P. 39

“As razões de segurança interna aparecem em diferentes documentos


relativos à colonização da Amazônia. O PIN, de 1970, reservou para
colonização e reforma agrária dez quilômetros à esquerda e à direita das
novas rodovias, sem falar em ‘segurança’ interna ou nacional.” P. 40

“Não é impossível que a problemática amazônica tenha sido posta em termos


de segurança desde 1964, pois que o Golpe de Estado ocorrido em termos de
segurança nesse ano foi organizado e consolidado com base na doutrina de
‘segurança e desenvolvimento’”. P. 40
“É verdade que sempre houve na ideologia dos governantes, a ideia do ‘vazio
demográfico’, ‘vazio econômico’ ou região a ser efetivamente ocupada pelo
‘poder nacionais’.” P. 48

“... a construção da Transamazônica seria a salvação do nordestino.” P. 50

“... à medida que se construía a Transamazônica, as suas margens iam sendo


colonizadas com populações rurais provenientes dos estados do Nordeste e
de outras regiões do país.” P. 50

“...a construção da rodovia Transamazônica foi utilizada como uma espécie de


símbolo político pelo o governo do General Médici.” P. 53

“Para o Estado brasileiro, em especial a partir de 1970, a problemática da


colonização (oficial, particular ou espontânea) passa a ser posta no contexto
da política de integração Nacional, definido inicialmente pelo Decreto-Lei nº
1106, de 16 de julho de 1970.” P. 58

“... a política de colonização oficial foi definida como elemento importante da


política econômica adotada pelo governo. Tratava-se de transformar a
Amazônia numa fronteira de expansão do capitalismo de base nacional
estrangeira...” P. 63

“A despeito da política de colonização dirigida imposta pelo o poder estatal, a


colonização espontânea, ou seja, a reforma agraria de fato, continuou e
continua a desenvolver-se e espraiar-se em diferentes áreas da Amazônia.”
P.78

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