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Diogo Pereira Braga; Josias Isaque Ozelame; Lucas Gabriel da Silva; Marcel
Chukewiski; Neviton Velho
RESUMO
Os sistemas agroflorestais são consórcios de culturas agrícolas com espécies arbóreas que podem
ser utilizados para restaurar e recuperar áreas degradadas, havendo mais um objetivo de
subsistência, quando um pomar comercial de Citrus é de venda adquirir lucro. Havendo uma
característica em comum que ocorre uma predominância de espécies arbóreas, sendo a diferença
que na agrofloresta se tem uma busca em realizar uma rotação de cultura seguidamente, quando em
pomares de Citrus há a prevalência da monoculura, com isso uma tendência é de a agrofloresta
possuir uma maior diversidade de bioindicadores de qualidade como uma produção ecologicamente
sustentável.O objetivo deste trabalho foi avaliar a diversidade da fauna epiedáfica da UNEPE de
agroflresta e do pomar de Citrus, localizado nas dependências da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná, campus Dois Vizinhos.
INTRODUÇÃO
Os bioindicadores indicam a situação de um ecossistema e seus fatores bióticos que são empregados
para reconhecimento da suas condições.O conceito de bioindicadores podem ser utilizados em
varias situações como mudança climáticas, destruição do habitat, contaminação do habitat e
consequentemente degradação dos solos e ecossistemas.(RODRIGUES, 2011)
Os biondicadores ideais são aqueles de fácil amostragem, que possuam uma Sensibilidade a
pequenas variações ambientais, que tenha fácil identificação taxonomia, Abundância numérica,
Baixa variabilidade genética e ecológica, Categorias taxonômicas mais elevadas (ordem, família,
tribo e gênero) (RODRIGUES, 2011)
Pesquisas recentes têm demonstrado uma melhor qualidade de solo quanto à fertilidade, microbiota
e descompactação em sistemas de produção que utilizam consórcios de plantas, tais como o sistema
Agroflorestal, enquanto que, em sistemas convencionais de monocultura, os impactos inerentes se
demonstram através da baixa qualidade de solo, necessitando uma aplicação freqüente de
agroquímicos. Conseqüentemente, a fauna edáfica é afetada. Além disso, os organismos da fauna
edáfica são capazes de modificar as características físicas, químicas e biológicas do solo,
demonstrando mais uma vez, sua eficácia para a avaliação de solo em determinado local. (SILVA.
et al 2013)
Já visto sua importância, decidiu-se comparar a quantidade e diversidade da fauna edáfica em dois
tipos diferentes de sistemas de produção, sendo a Agrofloresta comparado ao pomar de Citrus,
ambos localizados nas dependências da UTFPR-DV.
O objetivo central do experimento foi analisar a condição específica da fauna edáfica, tanto da
Agrofloresta quanto de um pomar convencional de Citrus através da comparação entre a coleta de
insetos envolvendo os dois locais citados.
MATERIAIS E MÉTODOS
Em cada local foram implantadas três armadilhas, totalizando seis amostras. A armadilha
implantada foi do tipo PROVID desenvolvida por Antoniolli et al(2006), que consiste em uma
garrafa PET de 600 ml onde é feita aberturas em sua parte superior , sendo por onde cairão os
insetos que serão banhados em álcool e assim morrerão por inanição ou por afogamento.
Para a implantação das armadilhas, primeiramente o álcool foi depositado nas garrafas, sendo o
álcool 70% no caso. Após com auxilio de um trado holandês foram feitas as covas para a deposição
das armadilhas, havendo elas uma profundidade em torno de 15 cm. Para preencher as covas após a
colocação das armadilhas não foi utilizado o mesmo solo retirado, a fim de evitar a perda de
organismos.
As armadilhas ficaram a campo em torno de três dias (10/11/17 a 13/11/17), sendo retiradas no dia
13/11/17. Os processos de armazenagem, lavagem das amostras e retirada de resíduos foram
realizadosno laboratório de solos da UTFPR, sendo os organismos armazenados em frascos com
álcool.
A contagem dos organismos foi realizada nos dias 21/11/17 e 23/11/17 nos laboratórios de
microscopia II e no laboratório de Geologia, Pedologia e Paleontologia sendo cada amostra
colocada em uma placa de Petri com demarcações quadriculadas no fundo para facilitar o processo.
Para observar os organismos foi utilizado o estereomicroscópico, sendo a separação dos organismos
realizada com auxilio de uma seringa com agulha e pinças para organismos visíveis facilmente ao
olho nu.
Para a análise dos dados foi utilizado o programa DivEs (Diversidade de Espécies), versão 4.0, onde
foram medidos os índices de diversidade de Shannon-Wiener, dominância de Berger/Parker,
dominância de Simpson e equidade J(Pielou).(RODRIGUES,2017).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram coletados no total cerca de 620 organismos, sendo identificadas 14 ordens: Acarina, Arane,
Blattaria, Coleópteros, Collembola, Dermaptera, Dilópode, Diptera, Embrioptera, Hyminoptera,
Ixodida, Orthoptera, Pulmonata e Quilópoda. Além disso, formam identificadas algumas larvas e
um inseto sem classificação denominado como Inseto X.
Com os dados levantados percebeu-se que as ordens de maiores prevalência nos dois ambientes
foram Embrioptera com prevalência de 24,68%, Hymenoptera com 22,90% e Coleópteros com
18,87%%. Outras ordens que tiveram obtiveram um nível de significância maior foi à ordem
Collembola com 9,84%, Diptera com 6,45% e Acarina com 5,16%.
Quadro 1 : Número de indivíduos por amostra em cada ordem e representatividade por porcentagem
Citrus Agrofloresta
Ordem A1 A2 A3 C1 C2 C3 Média Freqüência
Acarina 2 6 11 3 2 8 5 5,16%
Arane 1 1 4 3 1 3 2 2,10%
Blattaria 0 0 0 0 1 0 0 0,16%
Coleópteros 5 10 6 27 33 36 20 18,87%
Collembola 0 16 19 3 19 4 10 9,84%
Dermaptera 1 0 0 0 3 0 1 0,65%
Dilópode 0 0 0 0 2 1 1 0,48%
Diptera 13 2 0 11 10 4 7 6,45%
Embrioptera 1 33 54 50 9 6 26 24,68%
Hymenoptera 25 16 23 21 20 37 24 22,90%
Inseto X 3 4 4 3 7 5 4 4,19%
Ixodida 0 0 1 0 0 0 0 0,16%
Larva 2 1 0 0 2 0 1 0,81%
Orthoptera 0 1 0 0 6 8 3 2,42%
Pulmonata 0 0 0 1 0 0 0 0,16%
Quilópoda 0 1 0 5 0 0 1 0,97%
N° de indíviduos 53 91 122 127 115 112 103
Riqueza de ordens 10 12 9 11 14 11 11
total de indivíduos 620 100%
A elevada presença das Embriopteras está relacionada com o fato de elas se adaptarem a ambientes
úmidos e a ambientes secos, podendo encontrar ninhos desses insetos em profundidade de até 30
cm, sendo também que possível em troncos de arvores, sob pedras, na base de árvores, arbustos, em
casca de árvores(RAFAEL et al,2012). Podendo assim considerar que o fator que influenciou em
sua maior predominância foi por o experimento ser conduzido em áreas onde se têm a presença de
várias espécies arbóreas.
Os coleópteros podem ser encontrados nas folhagens de plantas e de todos os tipos, em flores, em
frutos e sementes, no tecido de plantas vivas, em galhas, galhos, em ramos de troncos e raiz, no
húmus e escombros, em baixo de cascas de arvores vivas ou mortas, em madeira em decomposição,
em baixo de pedras e troncos, dentro ou sobre corpos de frutificação de fungos, em estrume e
carniça, em ninhos de insetos, em gêneros alimentícios estocados. (RAFAEL et al,2012), sendo
assim as condições em ambos os locais eram idéias para o desenvolvimento de coleópteros, que no
caso podem influenciarem na polinização como na decomposição de matéria orgânica.
Os colembolos são encontrados em solos com maior teor de matéria orgânica, sendo suas fontes de
alimentos microorganismos no solo e a matéria orgânica. Na cadeia alimentar, servem de alimento
para vários grupos de animais, como ácaros, aranhas de pequeno porte (2-5 mm), besouros,
formigas, opiniões, quilópodes, peixes, sapos, lagartos e pequenos mamíferos. (RAFAEL et
al,2012). Podendo este fato ter influenciado diretamente em sua população no experimento, pois os
coleópteros(besouros) e Hymenopteras(formigas), são seus predadores.
Índices
3.5
3
2.5
2
1.5
1
0.5
0
A1 A2 A3 C1 C2 C3
Citrus Agrofloresta
Diversidade de Shannon-
2.25 2.63 2.3 2.49 3.01 2.57
Wiener
Dominância de Berger-Parker 0.47 0.36 0.44 0.39 0.29 0.33
Dominância de Simpson 0.29 0.2 0.26 0.23 0.15 0.22
Equidade J(Shannon-Winer) 2.35 2.52 2.54 2.67 2.7 2.57
Diversidade máxima de
0.95 1.04 0.9 0.95 1.11 1
Shannon-Winer
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANTONIOLLI, Z.I., CONCEIÇÃO, P.C., BOCK,V.,PORT, O., SILVA, D.M., SILVA, R.F, 2006.
Método alternativo para estudar a fauna do solo. Ciência Florestal, Santa Maria, v.16, n 4, p.407-
417.
RODRIGUES, W.C., 2017. DivEs - Diversidade de Espécies - Guia do usuário versão 4.0 (AntSoft
Sytems On Demand) . Online. Disponível em: <http://dives.ebras.bio.br>. Acesso em: 1/12/2017.
SILVA, R.F., CORASSA, G.M., BERTOLLO, G.M., SANTI, A.L., STEFFEN, R.B. Fauna edáfica
influenciada pelo uso de culturas e consórcios de cobertura do solo, 2013.Pesq.Agropec.Trop.,
Goiânia, v.43, n 2, p. 130-137, abr./jun.