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Flor do Mal

Papete

A flor do mal me quer

Para me desfolhar

O amor que tenho em mim

Do coração roubar

E receber do mundo

Moeda de cego

Que sempre me deram

Que eu sempre nego

E pego procurando pela flor do mal

Eu te amo bananeira

Lá no fundo do quintal

Eu quero a flor do mal

Para te perfumar

Porque só tenho em mim

Espinhos para dar

Depois morrer na sombra

Da caranguejeira

Deixando de herança

O mal da vida inteira

Bananeira não tem flor


Mas tem no chão

Bananas para os macacos

Que mataram Lampião

A flor do mal me quer

E eu a quero também

Só pra saber o gosto

Que a morte tem

E quando os espíritos

Voltarem da guerra

Encherei os olhos

Com a mais suja terra

E ferrarei a mula

Rumo a Portugal

Eu e a minha bananeira

Duas bandeiras do mal

A flor do mal me quer

E eu a quero também

Só pra saber o gosto

Que a morte tem


E quando os espíritos

Voltarem da guerra

Encherei os olhos

Com a mais suja terra

E ferrarei a mula

Rumo a Portugal

Eu e a minha bananeira

Duas bandeiras do mal


BOI DA LUA PAPETE

Am
São João, meu São João
D7 G
Eu vim pagar a promessa
E7 Am
De trazer esse boizinho
G C
Para alegrar sua festa
Dm Am
Olhos de papel de seda
E7 Am
Com uma estrela na testa.

E7
Chora, chora
G C E7 Am
Chora boi da lua vem peDIr uma esmola
D7 G
Pra quela boneca de anil
Dm Am
Mamãe eu vi boi da lua
E7 Am
Dançar no planeta do Brasil.
Catirina

Papete

Catirina que só quer

comer da língua do boi

carne seca na janela

quando alguém olha pra ela

pensa que lhe dão valor

Ai Catirina poupa esse boi,

Ai Catirina poupa esse boi.

Que quer crescer

E la vai meu boi prenda da cidade

Moça de idade não pode me acompanhar

Que a saudade a traça estraçalha o coração

E mulher bonita chave de prisão

Catirina que só quer

Comer da língua do boi

Carne seca na janela

Quando alguém olha pra ela

Pensa que lhe dão valor

Ai Catirina poupa esse boi,

Mãe Catirina poupa esse boi.

Que quer crescer


E la vai meu boi no romper da aurora

Moça linda chora, com saudade vai ficar

Quando eu for me embora

No aeroplano mais no fim do ano

Eu volto pra te encontrar.

Catirina que só quer

Comer da língua do boi

Carne seca na janela

Quando alguém olha pra ela

Pensa que lhe dão valor

Ai Catirina poupa esse boi,

Mãe Catirina poupa esse boi.

Que quer crescer

E la vai meu boi dando adeus pra ela

Que fecha a janela trancando meu coração

Que é um boi de pasto carregando sela

Fazendo vergonha pra ela e pra São João

Catirina que só quer

Comer da língua do boi

Carne seca na janela

Quando alguém olha pra ela


Pensa que lhe dão valor

Ai Catirina poupa esse boi,

Mãe Catirina poupa esse boi.

Que quer crescer

E la vai meu boi arrastando a barra

A mare esbarra no meio do boqueirão

Levando um recado pro meu senhor São João

La na capital São Luis do Maranhão.


Bandeira de Aço

Em

Se ela soubesse

B7

Da areia que eu como

Ela nem perguntava

Se ela soubesse do pó da seria

Ela nem se zangava

Vento na cumieira

Nem dizia palavra

Palavra, palavra, palavra

Mamãe eu tô com uma vontade louca

De ver o dia sair pela boca

De ver Maria cair da janela

De ver maresia

Ai maresia

Mamãe eu tô com uma vontade louca

De ver o dia sair pela boca

De ver Maria cair da janela

De ver besouro

Ai, ai besouro

E ela nem se parece com nhôzinho

Chegou soldado
Que na subida da bandeira

Pensou que tava no mundo

E era fundo de quintal

E na subida da bandeira

Pensou que tava no mundo

E era fundo de quintal

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Mamãe eu tô com uma vontade louca

De ver o dia sair pela boca

De ver Maria cair da janela

De ver lobisomen

Ai lobisomen

Mamãe eu tô com uma vontade louca

De ver o dia sair pela boca

De ver Maria cair da janela


De ver maresia

Ai, ai maresia

E ela nem se parece com nhôzinho

Chegou soldado

Que na subida da bandeira

Pensou que tava no mundo

E era fundo de quintal

E na subida da bandeira

Pensou que tava no mundo

E era fundo de quintal

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Bandeira de aço

Flor do Mal

Papete

A flor do mal me quer

Para me desfolhar
O amor que tenho em mim

Do coração roubar

E receber do mundo

Moeda de cego

Que sempre me deram

Que eu sempre nego

E pego procurando pela flor do mal

Eu te amo bananeira

Lá no fundo do quintal

Eu quero a flor do mal

Para te perfumar

Porque só tenho em mim

Espinhos para dar

Depois morrer na sombra

Da caranguejeira

Deixando de herança

O mal da vida inteira

Bananeira não tem flor

Mas tem no chão

Bananas para os macacos

Que mataram Lampião


A flor do mal me quer

E eu a quero também

Só pra saber o gosto

Que a morte tem

E quando os espíritos

Voltarem da guerra

Encherei os olhos

Com a mais suja terra

E ferrarei a mula

Rumo a Portugal

Eu e a minha bananeira

Duas bandeiras do mal

A flor do mal me quer

E eu a quero também

Só pra saber o gosto

Que a morte tem

E quando os espíritos

Voltarem da guerra

Encherei os olhos

Com a mais suja terra


E ferrarei a mula

Rumo a Portugal

Eu e a minha bananeira

Duas bandeiras do mal

Eulália

Papete

Amor ao canto

Noite já vai dentro afora

Com a Eulália

Esse boi me leva

Eu não fico pra dormir

Com a Eulália

Esse boi me leva

Eu não fico pra dormir

Vou ter com a madrugada

Me espelhar em qualquer dia

Eulália

Hoje mesmo

Eu não fico

Pra dormir nesse país

Que não amanhece


Nem acorda com meu boi

Ei meu boi

Mas toca pra adiante

Quem ficou não vai chegar

Esse boi me leva

Eulália eu não posso esperar

Dente de Ouro

Papete

Se eu tivesse um dente de ouro

Eu mandava tirar pra viver

Eu mandava encruzar e benzer

Eu mandava entregar pra gegê

Se eu quisesse uma vida comprida

Eu seria no fundo um besouro

Teria no escuro da ilha

Enterrado um bonito tesouro

Se eu tivesse no peito um novelo

Eu tecia com ele um caminho

Com o rumo voltado pra dento

E aberto pro mundo todinho

Se eu tivesse um rosário de pena

Eu andava com ele no dente


so guardava no fundo do poço

do outro lado da gente

Engenho de Flores

Papete

Ê alumiô, toda terra e mar

Ê alumiô, toda terra e mar

Eu vi fortaleza abalar

Eu vi fortaleza abalar

Agora qu'eu quero ver

se couro de gente é pra queimar

Agora qu'eu quero ver

se couro de gente é pra queimar

Vou pedir pra São João

Cosme e Damião

Pra nos ajudar

Vou pedir pra São João

Cosme e Damião

Pra nos ajudar

Quero um apito do engenho de flores

Chamando pra trabalhar

Quero um apito do engenho de flores

Chamando pra trabalhar


Boi de Catirina

Papete

Sinto frio e vergonha

Que não cabe no meu peito

Porque tenho que enganar

O meu boi com os pensamentos

Mas lá perto da fogueira

Minha nega me espera

Na redinha preguiçosa

Com criança na barriga

Cheia de desejamento

Ai essa dor de ver

Meu boi indo me olhar

E sem nada saber

Sem se defender

Chora meu boi

Ai bumba boi

Bumba, bumba

Me perdoa por querer

Tua lingua só pra dar

Pra esse naga Catirina

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