Você está na página 1de 45

ECONOMIA

do T U R I S M O António Abrantes

I
1
PRODUÇÃO, CUSTOS e BENEFÍCIO da
EMPRESA TURÍSTICA

1. PRODUÇÃO da EMPRESA TURÍSTICA


1. 1. Introdução
I – CURTO PRAZO
1. 2. Função Produção
1. 3. Produto Total
1. 4. Produto Marginal
1. 5. Produto Médio
1. 6. Relação entre os Produtos Total, Marginal e
Médio
II – LONGO PRAZO
1. 7. Função Produção
1. 8. Curvas Isoquantas

2
2. CUSTOS de PRODUÇÃO da EMPRESA TURÍSTICA
2. 1. Introdução
2. 2. Rectas de Isocustos
2. 3. Posição de Menor Custo
I – CURTO PRAZO
2. 4. Custo Total de Prestação de Serviço
2. 5. Custos Fixos
2. 6. Custos Variáveis
2. 7. Custo Marginal de Prestação de Serviço
2. 8. Custo Médio de Prestação de Serviço
2. 9. Relação entre Custo Marginal e Custo Médio
II – LONGO PRAZO
2.10. Custos de Produção a Longo Prazo
2.11. Custos Constantes, Crescentes e Decrescentes

3. BENEFÍCIO da EMPRESA TURÍSTICA

3
1. PRODUÇÃO da EMPRESA TURÍSTICA
1. 1. INTRODUÇÃO
A principal actividade da empresa turística é a prestação
de serviços turísticos aos visitantes e / ou a outras
empresas, turísticas ou não, ou mesmo ao Estado
A sua função básica é a de obter e transformar factores
de produção em bens e serviços aptos para o consumo
ou investimento turístico
A produção de serviços, na empresa turística, consiste na
utilização de factores produtivos (terra, recursos, trabalho,
capital, tecnologia) e de produtos e serviços intermédios
para a prestação de bens e serviços turísticos
Esta produção de serviços ocorre por via da execução de
actividades de produção, bem como de actividades de
criação e de comercialização. Atendendo às características
do serviço turístico, as actividades de transporte,
alojamento e armazenagem não têm existência
4
A natureza dos factores utilizados é distinta entre si. Uns têm
carácter fixo e outros são variáveis
▪ FACTORES DE PRODUÇÃO FIXOS
Mantêm - se constantes qualquer que seja o nível de
produção. São independentes do nível de produção
São constituídos pelos terrenos, edifícios, instalações,
equipamentos e maquinarias
Não determinam a quantidade produzida e geram
custos fixos
▪ FACTORES DE PRODUÇÃO VARIÁVEIS
Variam em função do nível de produção. O volume
utilizado depende do nível de produção
São constituídos por matérias - primas, energia, mão - de
- obra, combustíveis
Determinam a quantidade produzida e geram custos
variáveis
5
Estas características das factores de produção têm
consequências a nível da resposta dos prestadores de
serviços em face de uma variação da procura
turística
No curto prazo, perante um acréscimo de procura
turística, há factores que não podem ser
incrementados (v.g. capacidade alojamento) ou, então,
teriam de ser reforçados (v.g. mão - de - obra) para
responder àquele acréscimo
No longo prazo, todavia, todos os factores podem ser
alterados. Se o acréscimo de procura turística persistir,
a empresa poderá alterar todos os factores de
produção, mesmo os fixos, aumentando a sua
capacidade (v.g. ampliando instalações ou construindo
novos meios de alojamento), adequando a oferta de
serviços ao desejo dos consumidores

6
Assim:
▪ CURTO PRAZO
Período de tempo durante o qual os factores fixos
de produção de serviços por parte da empresa
turística não podem ser ajustados à alteração da
procura turística. O ajustamento é prosseguido
através de combinações dos factores variáveis
Período de tempo em que apenas alguns factores
produtivos, os variáveis podem ser ajustados
▪ LONGO PRAZO
Período de tempo no qual a empresa turística pode
fazer uso da totalidade dos factores de produção de
serviços (fixos e variáveis) por forma a ajustar a sua
oferta à alteração da procura turística
Período de tempo em que todos os factores produtivos
utilizados pela empresa turística, podem ser alterados
Em economia a distrinça entre curto e longo prazo estabelece-se unicamente
por via dos factores fixos de produção

7
I – CURTO PRAZO
1. 2. FUNÇÃO PRODUÇÃO
A empresa turística necessita de um conjunto de
factores (recursos) para poder criar e prestar serviços
aos seus clientes
A empresa turística decide quais os factores a utilizar
no seu processo de produção de serviços, com base
nos custos e na produtividade desses factores
A actividade da empresa turística pressupõe um nível
máximo de produção de serviços, em face dos factores
disponíveis, de forma eficiente e ao mais baixo custo
A empresa turística estabelece, assim, uma relação
entre a quantidade necessária de factores de produção
e a quantidade de serviços que pode e deseja prestar
Esta relação é designada por Função Produção
8
A função produção determina a quantidade máxima de
produção de serviços turísticos que a empresa turística
pode prestar com uma dada quantidade de factores de
produção
O volume de prestação de serviços da empresa
turística dependerá da quantidade, qualidade, e
produtividade dos factores de produção e da tecnologia
por ela utilizada
A Função Produção pode ser enunciada pela seguinte
expressão:

PT = f ( L , K , R n ,…, T )

Em que:

PT : Quantidade de serviço prestado


L : Trabalho ( mão - de - obra)
K : Capital ( edifícios, instalações, viaturas, equipamentos, etc.)
Rn : Recursos ( naturais, históricos, etnográficos, etc.)
T : Tecnologia

9
A função produção turística define um processo de
prestação de serviços turísticos que se considera
eficiente do ponto de vista técnico e do ponto de
vista económico

▪ EFICIÊNCIA TÉCNICA
Prestação da máxima quantidade de serviço
com a utilização da menor quantidade possível
de factores de produção

▪ EFICIÊNCIA ECONÓMICA
Prestação da máxima quantidade de serviço
com o mínimo de custo possível de unidades
monetárias

10
1. 3. PRODUTO TOTAL
O Produto Total define - se como sendo a quantidade
de produto que se pode obter, dada uma determinada
tecnologia, para diferentes níveis de utilização de
factores variáveis, com uma determinada dotação de
factor de produção fixo
É a quantidade total realizada de um produto ( ou
serviço ) em unidades físicas
Como no curto prazo os factores de produção fixos
não podem ser alterados, o produto total só pode
sofrer alteração por via dos factores de produção
variáveis
Exemplo: O número de serviços prestados por hora
num restaurante pode ser acrescido, atenta a
tecnologia utilizada, por incorporação de mais unidades
de trabalho (mão - de - obra)
11
Curva do Produto Total
À medida que se vai acrescentando unidades
sucessivas de factores de produção variáveis, o
produto total vai crescendo até alcançar um ponto
máximo, a partir do qual, as sucessivas unidades de
factores de produção variáveis não contribuirão para o
crescimento do produto total

12
Constatamos, assim, que no início a curva é mais
pronunciada, devido ao facto de o produto total
crescer mais que proporcionalmente do que o factor
de produção variável
Depois, a curva continua a crescer, mas de forma
menos acentuada, ficando - se tal facto a dever ao
crescimento menos que proporcional do produto total
em relação ao crescimento do factor variável. Ou
seja, a uma variação adicional de 1% do factor
variável corresponde uma menor variação adicional do
produto total
A curva atinge , então, um ponto máximo de produto
total. A esse ponto máximo da função de produção
designa-se por MÁXIMO TÉCNICO
Este comportamento da função de produção fica a
dever-se ao comportamento do produto marginal

13
1. 4. PRODUTO MARGINAL
O Produto Marginal mede a variação que se produz
na produção quando se faz uso de mais uma unidade
do factor de produção variável
Mede o impacto na produção total à medida que se
acrescenta uma unidade do factor variável
É um indicador do grau de utilidade, uma vez que
permite avaliar qual o contributo para a produção total
de mais uma unidade adicional de factor variável
A sua fórmula de cálculo é a seguinte:
DPT
PMa =
DL
Em que:
PMa: Produto Marginal ( Quantidade de Serviço Marginal )
DPT : Variação da Produção Total ( variação da quantidade de serviço prestado )
DL : Variação do Trabalho ( mão - de – obra ) – Factor de Produção Variável

14
A configuração da curva do produto marginal e o seu
comportamento fundamenta - se na LEI dos
RENDIMENTOS MARGINAIS DECRESCENTES
Esta Lei estabelece que, existindo no processo
produtivo um factor fixo, e se àquele processo forem
acrescentadas unidades sucessivas de factor variável,
chegará um momento a partir do qual os incrementos
da produção serão cada vez menores
Determina que ao utilizar - se incrementos iguais do
factor de produção variável, mantendo-se tudo o resto
constante, ocorrerá um momento em que os aumentos
resultantes do produto total diminuirão
Ou seja, os rendimentos marginais decrescentes ocorrem
quando diminui o produto marginal e surgem quando ao
incrementar - se sucessivamente unidades de factor de
produção variável a um factor fixo, o produto total cresce
menos que proporcinalmente ( podendo até diminuir )

15
Curva do Produto Marginal

Ao início, o produto marginal é crescente, porque os


acréscimos na produção são mais que proporcionais.
Mas a partir de uma determinada unidade de factor de
produção variável, ocorrem os rendimentos decrescentes
e o produto marginal diminui, porque a quantidade
existente de factor fixo não absorve sucessivos
incrementos de factor de produção variável
16
1. 5. PRODUTO MÉDIO
O Produto Médio corresponde à produção obtida por
cada unidade de trabalho utilizada
Define - se como sendo a relação entre o produto
total e o número de unidades físicas utilizadas do
factor de produção variável
Este indicador é considerado para avaliar o
rendimento dos factores produtivos e para se poder
proceder a comparações entre os desempenhos das
empresas que compõem um determinado sector de
actividade
A sua fórmula de cálculo é:
PT Em que:

PMe = PMe: Produto Médio ( Serviços Médio Prestados )


PT : Produção Total ( Quantidade de serviço prestado )
L L : Trabalho ( mão - de – obra ) – Factor de Produção Variável

17
A curva do produto médio tem um comportamento
semelhante à curva do produto total. A curva
inicialmente cresce, para depois alcançar um máximo
e, a partir daí, ela decresce
O ponto máximo da curva do produto médio designa -
- se por ÓPTIMO TÉCNICO. Este pode ser definido
como sendo a quantidade máxima de produto que se
pode obter por unidade de factor de produção variável

18
1. 6. RELACÃO entre os PRODUTOS TOTAL,
MARGINAL e MÉDIO
Para explicitarmos a relação existente entre os três
produtos, socorremo-nos de um exemplo.
Quadro de Produção Total, Marginal e
Média de um Restaurante
PRODUTO PRODUTO PRODUTO
EMPREGADOS
TOTAL MARGINAL MÉDIO

0 0 0 0
1 10 10 10
2 30 20 15
3 60 30 20
4 80 20 20
5 95 15 19
6 108 13 18
7 112 4 16
8 112 0 14
9 108 -4 12
10 100 -8 10

19
Máximo Técnico

O ponto máximo da
curva do produto total
designa - se por
Máximo Técnico
O Produto Total
atinge o seu máximo
quando o Produto
Marginal corta o eixo
das abcissas, ou
seja, quando este é
0 (zero)

Óptimo Técnico
O Produto Marginal
corta a função do
Produto Médio no seu
máximo, ou seja, no
Óptimo Técnico
Legenda:
Curva do Produto Total
Curva do Produto Marginal
Curva do Produto Médio

20
II – LONGO PRAZO
1. 7. FUNÇÃO PRODUÇÃO
A empresa turística deverá adaptar - se continuamente à
alteração da procura turística. Num cenário de evolução
positiva da procura a longo prazo a empresa tomará
decisões preparando - se para se adaptar, nesse horizonte,
à evolução do mercado

Terá que dar resposta a três questões base:


▪ Que serviços oferecer ? Em que quantidades ?
▪ Que processo de produção utilizar ?
▪ A que custo produzir ?
Os factores de produção ( todos eles ) poderão ser,
assim, perspectivados e alterados, pelo que assumem
um carácter variável, ou seja, no longo prazo todos os
factores de produção são variáveis

21
Por isso os FACTORES de PRODUÇÃO no LONGO
PRAZO são classificados em:

▪ FACTORES COMPLEMENTARES
Todos aqueles que contribuem, de forma conjunta,
no processo de produção, mantendo - se entre as
quantidades utilizadas de cada um, uma relação
directa. Ao aumentar a quantidade de um, aumenta
- se a quantidade do outro

▪ FACTORES SUBSTITUTOS
Todos aqueles que se constata uma redução da
quantidade utilizada por substituição de outra
quantidade de outro factor, sem que tal situação
afecte a quantidade total produzida

22
1. 8. CURVAS ISOQUANTAS
A empresa turística para poder prestar uma
determinada quantidade de serviços tem necessidade
de adquirir e combinar diferentes quantidades de
factores de produção, seja trabalho e equipamento, ou
terra e tecnologia, ou outra qualquer combinação de
outros factores de produção
As diferentes combinações de quantidades de factores
de produção têm a particularidade de permitirem a
mesma quantidade de prestação de serviços ( ex:
refeições, dormidas, pacotes turísticos, aluguer de
viaturas sem condutor, etc. )
A união de todos os pontos de combinações possíveis
de factores de produção, determina a formação da
curva isoquanta, ou seja da curva de igual produto

23
Equipamento CURVAS ISOQUANTAS
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
0 500 1000 1500
Mão-de-Obra

A representação gráfica de todas as combinações


possíveis de quantidades dos factores trabalho e
equipamento para produzir uma mesma quantidade de
serviço, representadas no gráfico anterior, designa - se
por curvas isoquantas
As curvas isoquantas são decrescentes e nunca se
cruzam, sendo análogas às curvas de indiferença do
consumidor
24
2. CUSTOS de PRODUÇÃO da EMPRESA
TURÍSTICA
2. 1. INTRODUÇÃO
No decurso do processo produtivo as empresas fazem uso
( consomem ) factores de produção os quais geram (criam)
custos
Os custos constituem - se num factor de competitividade
( principalmente em algumas estratégias empresariais ),
numa fonte de criação de valor ( menores custos pode
significar maiores benefícios para a empresa e para os
accionistas ) e, muitas das vezes, num elemento de
decisão
Em economia e sob o ponto de vista conceptual, o custo
tem uma abrangência maior do que o dispêndio monetário
efectuado para a sua aquisição: inclui ainda o custo de
oportunidade dos factores produtivos

25
2. 2. RECTAS ISOCUSTOS
As combinações possíveis de factores de produção,
ao considerarem quantidades distintas desses factores
determinam um determinado nível de custos totais
O preço de cada factor de produção é considerado
como sendo constante. Deste modo a empresa
turística adquire a quantidade de factor de produção
que necessitar, a um preço constante, assegurando
um mesmo nível de custo total
À representação gráfica das combinações possíveis de
factores de produção que determinam o mesmo custo
total para a empresa, tem a designação de recta
isocusto
As rectas de isocustos têm uma inclinação negativa e
são todas paralelas

26
Cada uma das rectas de isocustos tem um custo total
igual, que corresponde a cada uma das combinações
possíveis de aquisição de factores de produção ao
longo da recta
As alterações na recta de isocusto pode ocorrer por
via da :
▪ Variação de custo
▪ Variação de preço dos factores de produção

27
2. 3. POSIÇÃO de MENOR CUSTO
A posição de menor custo é o ponto onde a curva
isoquanta tange ( mas não corta ) a recta de isocusto
que se situar mais abaixo

Menor custo

No ponto de menor custo ocorre a combinação óptima


de factores produtivos necessária à produção de uma
determinada quantidade e nele se assegura que
ocorre, igualmente, o menor dos custos totais de
produção
28
I – CURTO PRAZO
2.4. CUSTO TOTAL de PRESTAÇÃO de SERVIÇO
A empresa turística faz uso de uma gama de factores
de produção com o objectivo de prestar serviços aos
visitantes
A aquisição destes factores de produção, em termos
de quantidades e custos, determinam os custos em
que a empresa turística incorre para prestar um
determinado volume e qualidade de serviços
Os factores de produção não têm a mesma natureza,
sendo uns fixos e outros variáveis em função do nível
de produção
Deste modo a empresa também gera custos, tendo
uns carácter fixo ( v.g. amortizações de equipamentos )
e outros carácter variável ( v.g. mão - de - obra )

29
O conjunto destes custos ( fixos e variáveis ) em que
a empresa turística incorre, designa - se por custo total
de prestação de serviço

CT = CF + CV
Em que:
CT : Custo Total
CF : Custos Fixos
CV : Custos Variáveis

O Custo Total é o custo associado a cada prestação


de serviço e é determinado pelos factores de
produção utilizados num determinado período de
tempo
O Custo Total é o que corresponde ao volume de
serviços prestados pela empresa turística e integra os
custos fixos e os custos variáveis de produção

30
2. 5. CUSTOS FIXOS
Os custos fixos da empresa turística decorrem dos
factores fixos de produção
São formados pelos custos de inactividade ( alugueres,
seguros, alguns impostos ) e pelos custos de
preparação da prestação do serviço, ou seja, pelos
custos necessários à preparação das condições
operacionais para a prestação do serviço ( máquinas,
equipamentos, etc. )
Não estão ligados ao volume de prestação de
serviços, tendendo a ser constantes
Podem, todavia, sofrer alteração por via do aumento
de capacidade da empresa e / ou da subida dos
preços dos factores fixos de produção necessários à
prestação do serviço

31
2. 6. CUSTOS VARIÁVEIS
Os custos variáveis da empresa turística decorrem dos
factores variáveis de produção e da produtividade de
cada factor utilizado
São formados pelos custos de factores que
incorporam a prestação do serviço ( matérias primas,
mão-de-obra, comunicações, energia, combustíveis, etc.)
Estão ligados ao volume de prestação de serviços, e
variam na proporção do volume de serviço prestado
Quanto maior for o volume de prestação de serviços,
maiores são os custos variáveis e, inversamente, quanto
menor for o volume de prestação de serviços, menores
são os custos variáveis
Sofrem alteração por via da alteração do volume de
serviço prestado e dos preços dos factores variáveis
de produção
32
2. 7. CUSTO MARGINAL de PRESTAÇÃO de
SERVIÇO
É o custo adicional associado à prestação de mais
uma unidade de serviço
Mede a variação que se produz no custo total quando
a prestação de um serviço é acrescida de uma unidade

DCT
CMa =
DQ
Em que:
CMa: Custo Marginal do serviço prestado
CT : Custo Total do serviço prestado
Q : Número de serviços prestados

A curva do custo marginal tem, na fase inicial uma


inclinação negativa, até atingir um ponto mínimo, a partir
do qual passa a crescer

33
A forma da curva do custo marginal deve - se à lei dos
rendimentos decrescentes na prestação total de serviços
Quando o factor variável contribuir mais para o total
dos serviços prestados do que para os custos totais, a
curva do custo marginal decresce
Quando o factor variável contribuir menos para o total
dos serviços prestados do que para os custos totais, a
curva do custo marginal eleva-se

34
2. 8. CUSTO MÉDIO de PRESTAÇÃO de SERVIÇO
O Custo Médio ou Custo Unitário representa o custo
por unidade de serviço prestado
Permite à empresa turística conhecer o que custa, em
termos médios, cada serviço prestado
A sua fórmula de cálculo é a seguinte:

CT
CMe =
Q
Os custos totais médios variam quando varia o nível
de produção
A curva do custo médio, à semelhança do custo
marginal, decresce numa fase inicial, atinge um
mínimo e, posteriormente, cresce
35
Para baixos níveis de prestação de serviços o custo
médio é decrescente uma vez que o factor variável
contribui mais para a prestação total de serviços do
que para os custos totais
Em níveis mais elevados de prestação de serviços, a
lei dos rendimentos faz - se sentir e o factor variável
contribui menos para o prestação total de serviços do
que para os custos totais, pelo que a curva se eleva

36
2. 9. RELAÇÃO entre CUSTO MARGINAL e
CUSTO MÉDIO
Óptimo de
produção

O óptimo de produção é o total de prestação de


serviços que se obtém com o mínimo custo médio
(ou unitário) e ocorre quando as curvas de custo
marginal e médio se interceptam

37
II – LONGO PRAZO
2.10. CUSTOS de PRODUÇÃO a LONGO PRAZO
A empresa turística, no longo prazo, pode alterar todos os
factores de produção. Todos os factores são, então, variáveis.
O mesmo é dizer que a longo prazo não existem custos
fixos, mas somente custos variáveis.
O Custo Médio a Longo Prazo ( CMeLP ) mede o custo por
serviço prestado quando todos os factores de produção são
variáveis
O Custo Marginal a Longo Prazo ( CMaLP ) expressa a
variação que se obtém no custo quando se aumenta em uma
unidade a quantidade de serviço prestado
DCTLP CTLP
CMaLP = CMeLP =
DQ Q
Em que: Em que:
CMaLP : Custo Marginal a Longo Prazo CMeLP : Custo Médio a Longo Prazo
CTLP : Custo Total a Longo Prazo CTLP : Custo Total a Longo Prazo
Q : Quantidade de Serviços Prestados Q : Quantidade de Serviços Prestados

38
2.11. CUSTOS CONSTANTES, CRESCENTES e
DECRESCENTES
A empresa turística, a longo prazo, constata por vezes
uma evolução que se traduz em custos médios
crescentes, outras vezes decrescentes ou mesmo
constantes
CUSTOS MÉDIOS CRESCENTES ocorrem quando a
expansão da produção está associada a um acréscimo
do custo unitário
Se a empresa turística constatar que à medida que
aumenta a quantidade utilizada de factores de
produção, o produto total obtido ( prestação de
serviços) cresce em menor proporção ( ou seja,
quando os custos médios crescem), então ela está
perante RENDIMENTOS de ESCALA DECRESCENTES

39
CUSTOS MÉDIOS DECRESCENTES
ocorrem quando a expansão da produção está
associada a uma redução do custo unitário

Se a empresa turística constatar que à medida que


aumenta a quantidade utilizada de factores de
produção, o produto total obtido ( prestação de
serviços) cresce em maior proporção ( ou seja, quando
os custos unitários decrescem), então ela está perante
RENDIMENTOS de ESCALA CRESCENTES

Se todos os factores produtivos, por exemplo,


duplicarem e o volume de prestação de serviços da
empresa turística mais do que duplicam, estamos
perante uma situação de Rendimentos de Escala
Crescentes ( ou Rendimentos Crescentes à Escala )

40
CUSTOS MÉDIOS CONSTANTES
ocorrem quando uma alteração da produção está
associada à manutenção do custo unitário

Se a empresa turística constatar que à medida que


utiliza factores de produção, o produto total obtido (
prestação de serviços) varia na mesma proporção ( ou
seja, quando os custos médios por serviço prestado
permanecem inalterados, então ela está perante
RENDIMENTOS de ESCALA CONSTANTES

Se todos os factores produtivos duplicarem e o


volume de prestação de serviços duplicarem
igualmente, estamos perante uma situação de
Rendimentos de Escala Constantes ( ou Rendimentos
Constantes à Escala )

41
3. BENEFÍCIO da EMPRESA TURÍSTICA

A empresa turística quando presta em serviço ( venda ),


obtém um proveito, equivalente ao produto do volume
de serviço prestado com o preço unitário desse serviço

P = qp
Em que:
P Proveito
Q Quantidade de serviço prestado
p Preço unitário do serviço prestado

Se a estes proveitos forem retirados os custos totais,


obteremos um resultado ( benefício )

R = P − CT
Em que:
R Resultado ( Benefício )
P Proveito Total
CT Custo Total

42
À empresa turística também interessa saber qual o
proveito médio obtido pela prestação de um serviço
P
Pme =
Q
Em que:
Pme Proveito Médio do Serviço
P Proveitos Totais
Q Quantidades Totais do Serviço Prestado

Este indicador é importante, por exemplo, na hotelaria,


razão pela qual as empresas hoteleiras calculam o
proveito ( receita ) médio quarto ( ou cama )
O Proveito Marginal define-se como sendo a variação
que se observa nos proveitos totais quando se aumenta
em uma unidade a quantidade de serviço prestado
DP
Pma =
DQ
Em que:
Pma Proveito Marginal do Serviço
DP Variação Absoluto dos Proveitos
DQ Variação Absoluta das Quantidades de Serviço

43
O nível óptimo de prestação de serviços, ocorre quando
o proveito marginal iguala o custo marginal
O QUADRO de DECISÃO de PRODUÇÃO da empresa
turística é o seguinte:

RESULTADO SITUAÇÃO DECISÃO


R>0 P > CT Produzir
R=0 P = CT Produzir
Cobertura custos totais

R<0 P < CT
▪ P > CV Produzir
Cobre custos variáveis
e parte custos fixos
▪ P = CV Indiferente
Perde o mesmo,
produzindo ou não
▪ P < CV Não Produzir
Não consegue cobrir
qualquer dos custos

44
ECONOMIA
do T U R I S M O António Abrantes

I
45

Você também pode gostar