Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito civil Relação horizontal desde que não haja vulnerabilidade tutelada pelo Estado
(consumidor, relação de trabalho)
Objetivo função é permitir que os particulares possam de acordo com a sua vontade criar
regras para a sua vida privada. Direito civil resguarda a liberdade individual, pois você pode fazer
tudo que a lei não proíbe. No direito civil, antes de você ter o dever, você tem a faculdade, mas
no momento que você exerce essa faculdade, adquire direitos e deveres.
Assim, traz normas dispositivas em regra de caráter geral (sucessão), que admitem o
afastamento da norma geral pela norma própria desde que respeitem limites específicos
(testamento como regra própria-respeito legítima limite a regra própria). Entretanto, existem
normas imperativas, como prazo prescricional.
O direito subjetivo é o principal conceito do direito civil e envolve uma faculdade de agir (facultas
agendi) de acordo com a vontade na busca da satisfação de um interesse próprio. Logo, ao
contratar, ao se tornar proprietário ou titular de algum direito real, ao constituir uma entidade
familiar, ao elaborar um testamento, o sujeito estará exercendo o seu direito subjetivo. Ligado
a autonomia privada.
Os interesses buscados, podem ser existenciais (direitos da personalidade que são diretos
subjetivos existenciais) ou patrimonial (obrigações, reais, crédito, que são direitos subjetivos
patrimoniais).
Abuso do direito ilícito abuso ocorre quando se extrapola os limites definidos para o
exercício dos direitos subjetivos.
Princípio da autonomia privada de acordo com esse princípio, cada indivíduo terá uma esfera
de liberdades dentro da qual poderá exercer seus direitos subjetivos construindo as suas
próprias normas jurídicas, desde que sejam respeitados os limites estabelecidos pelo
ordenamento jurídicos.
OS princípios do direito civil em sua maioria, eles se enquadrarão como formas de limites ao
exercício da autonomia privada, tendo, portanto; nítida função de controle. Ex.: Boa fé-objetiva,
função social, gravitação jurídica, etc. Assim, não podem ser afastados pela autonomia das
partes.
Por tudo o que fora dito, deve-se entender que a autonomia privada congrega dentro de sua
esfera o exercício de direitos subjetivos privados ao longo da vida de um sujeito, sob pena em
regra de invalidade.
No direito civil pode-se dizer que a responsabilidade civil seria o ramo no qual o indivíduo atuaria
fora do âmbito de sua autonomia privada, ao praticar os denominados atos ilícitos que por sua
vez serão sancionados pela reparação do dano integral dos danos suportados à vítima.
3 elementos dos direitos subjetivos. (sujeitos [pessoas], objeto[bens], vínculo através de uma
relação jurídica[fatos jurídicos-negócios jurídicos])
Personalidade é um vocábulo que atualmente traz um duplo sentido técnico (capítulo I e II).
A) Pessoa jurídica tem personalidade? Tem personalidade jurídica civil e começa com o
registro no órgão competente (junta comercial ou cartório), art.45 do CC/02, já em
relação aos Direitos da personalidade existe a polêmica. Pelo conceito não pode, por
não ser um ser humano, mas pelos efeitos ela seria titular de direitos da personalidade.
Hoje a Doutrina majoritária diz que não tem direitos da personalidade, mas isso não
quer dizer que ela não tem direitos a nome, honra e imagem, porém eles foram
adquiridos com o passar do tempo, sendo direitos equiparáveis aos direitos da
personalidade, mas podem ser quantificados materialmente. OBS: art. 52, aplica-se às
pessoas jurídicas, NO QUE COUBER, a proteção dos direitos da personalidade. (tutela de
empréstimo de um regramento, ex. tutela inibitória, direito de resposta). Logo o dano
moral deve ser entendido como dano institucional e não moral, mas na prova objetiva
Súmula 222 STJ, PJ sofre dano moral.
B) Quando se inicia a personalidade da pessoa natural? A proteção do embrião se dá no
caso de reprodução natural, desde a concepção e, no caso de reprodução assistida,
desde o momento em que o embrião for implantado em uma mulher.
LER ADI 3510 julgada em 2008.
Nascituro entre concepção(concepcionista) e o nascimento (natalista) com vida( ser
separado do corpo da mãe e realizar a primeira troca oxi-carbonica - respiração
autônoma).
Art. 2º a PERSONALIDADE JURÍDICA CIVIL começa com o nascimento com vida. (previsto
no CC/1916 E 02, mas também prevê os direitos da personalidade ao nascituro
O natimorto não terá personalidade jurídica, mas terá direitos da personalidade, logo
tem direito ao nome, integridade física, imagem. Cabe Indenização DPVAT p nascituro.
Quanto a polêmica sobre o início da personalidade tem-se que: O nascituro não tem
personalidade jurídica, vindo a adquiri-la apenas no momento em que nascer com vida
(aplicação da teoria natalista). Entretanto, o nascituro será titular de direitos da
personalidade desde a sua concepção. Logo o natimorto também merecerá a tutela de
seus direitos da personalidade, tais como vida, imagem, sepultamento.
O Concepturo é o ser que sequer foi concebido (prole eventual). Não tem nenhum dos
dois sentidos de personalidade, logo só tem expectativa de direito (doação futuro ao
neto q ainda n foi concebido).
Se essas regras não forem atendidas haverá INVALIDADE DO ATO, sendo uma segunda
forma de proteção, evitando a dilapidação precoce do seu patrimônio. Terá nulidade
(absolutamente incapaz art.166,I) ou anulabilidade (relativamente incapaz, art.171,I).
A morte marca do fim da personalidade tanto da jurídica, quanto dos direitos da personalidade.
Em relação a este, há polêmica quanto ao art.12 e 20 ambos PÚ, uma vez que tais artigos ao
permitirem a tutela pós mortem de direitos da personalidade no fundo concedem aos parentes
vivos a possibilidade de proteção de seus próprios direitos. Uma ofensa dirigida ao morto,
poderá reflexivamente atingir um parente, mas não atingir outro. Aquele que se sentir ofendido
poderá buscar um direito de resposta, uma retratação do agressor, uma tutela inibitória ou
mesmo a compensação pelos danos reflexos ou por ricochete.
Requisitos Gerais (aplicável a todo e qualquer NJ, art. 104 e parte geral) Vs
Requisitos Especiais de validade de cada NJ (só para NJ típicos)
A Sanção de Invalidade é um gênero que comporta 2 espécies
o Nulidade – Sanção severa (cc antigo falava nulidade absoluta). Meia
verdade viola interesses público de em regra, mas pode violar
interesse privado (divórcio e NJ simulado). Esta classificação deveria
ser melhor entendida como uma opção do legislador, já que por
vezes teremos a sanção de nulidade tutelando interesses privados.
Podem requerer a nulidade por qualquer interessado, MP, Juiz de
ofício, art.168.
Não convalesce pelo decurso do tempo, não prescreve.
Não admite ratificação, nem confirmação.
Ação declaratória de nulidade.
Ex tunc (retroage cassado todos os efeitos em regra, exceção
casamento com sogra que teve filho) O STJ entende que alguns atos
apesar de nulos podem produzir efeitos válidos a depender da
situação em concreto.
o Anulabilidade – Sanção branda (cc falava nulidade relativa) – Em
regra interesses privados, mas somente podem requerer os
INTERESSADOS e devem provar o prejuízo.
Convalesce com o decurso do tempo, por ser um direito potestativo
(decadência) art.178 – 4 anos, art. 179 – 2 anos prazo genérico
subsidiário (qdo não houver regra específica). Pode ser confirmado
ou ratificado.
Ação desconstitutiva.
Ex tunc ou Ex nunc? Duas correntes
Tradicional e minoritáira, diz que a eficácia é EX NUNC, ou seja, só
produziria efeitos a partir da decisão para frente, respeitaríamos os
efeitos produzidos durante a vigência do NJ.
Moderna e majoritária, diz que devem as partes voltar ao Status
quo, art. 182, logo retroagindo e se não for possível, deverá ser
indenizado pelo equivalente.
Simulação – negócio simulado é aquele no qual haverá alguma inverdade
gerando um descompasso entre a vontade manifestada e a efetivamente
desejada. O ordenamento prevê como sanção a NULIDADE, pois houve uma
intenção de fraude a lei OU intenção de causar prejuízo a terceiro. Ambas
são Simulação espécie Absoluta, como exemplo os laranjas e testas de ferro.
Por outro lado, na simulação relativa haverá 2 NJ, aquele que aparece e
o negócio real, verdadeira intenção e o art.1xx, fala que o real valerá se
cumprir os requisitos e o aparente será desfeito.
Simulação Inocente/tolerável Não acarreta nenhuma fraude a lei
imperativa, nem prejuízo a terceiro. Para a doutrina, qualquer simulação,
mesmo a inocente, é invalidante. Enunciado 152, logo não se deve olhar o
resultado e sim a causa fraudulenta que gera a invalidação.
Reserva Mental se o agente fez um reserva mental, o NJ será preservado
a fim de proteger o interesse da parte que não sabia da reserva mental
“inocente”, concedendo assim maior segurança jurídica, art. 110 do CC.
Contudo, se a parte tinha conhecimento, não há mais a reserva mental, logo
o NJ não irá mais subsistir e existe duas correntes em relação a invalidade:
1ªcorrente O negócio serie INEXISTENTE em virtude da ausência de
vontade para a prática do ato, ex. casamento pago para fraudar lei de
imigração
2ª corrente o NJ praticado seria nulo, pois seria equiparável à simulação,
uma vez que as partes em comum acordo optam por fraudar uma lei
imperativa.
9.3.1.3. DOS VÍCIOS DO CONSENTIMENTO
a) ERRO/IGNORÂNCIA -art.138/144 No erro a vontade estará viciada
em virtude de um descompasso entre aquilo que se queria no plano
ideal e aquilo que se obteve no plano real.
Vontade Ideal X Vontade Real = Vontade Consciente prevê
possibilidade de anulação, desde que esse descompasso recaia
sobre elementos essenciais/substânciais do NJ, em virtude da
excepcionalidade do instituto da anulação. Esses recaem sobre:
PESSOA, OBJETO e NATUREZA DO NEGÒCIO. NÃO HÁ INDUÇÃO AO
ERRO A PESSOA ERRA SOZINHA OU AMBOS ERRAM JUNTOS.
Polêmica: O erro escusável, a doutrina sempre exigiu que o erro para
gerar anulação fosse escusável (desculpável), logo, erro inescusável
(Indesculpável) não geraria vício do NJ.
Escusável (subjetivo- Olha quem declara) X Cognoscível (Objetivo-
Olha quem está recebendo a vontade e ve se a parte tinha ou não
condições de esclarecer a situação)?
Doutrina moderna diz que o erro precisa ser Cognoscível, só haverá
possibilidade de anulação se ficar provado que a outra parte sabia
que o declarante errava e optou por silenciar a verdade.
b) DOLO 145-150 Atitude fraudulenta, utilização de ardil que
influenciarão diretamente na vontade da parte de contratar.
O DOLO ACIDENTAL, por exemplo, um exagero a respeito das
características do objeto NÃO ENSEJA a anulação do NJ, MAS ENSEJA
O PAGAMENTO DE PERDAS E DANOS.
OBS: A celebração do NG com dolo no direito penal, por vezes, irá
configurar o tipo do Estelionato.
DOLO DE TERCEIROtem que olhar a pessoa que é beneficiada pelo
contrato (inocente), se ele não sabe o NJ permanece válido e haverá
perdas e danos, mas se ele sabe o justo é que o negócio seja anulado.
DOLO DO REPRESENTANTE também é dolo de terceiro, pode ser
legal ou convencional. Se for legal responderá só até a importância
da vantagem obtida; mas se for convencional a lei presume um
acordo de vontade para fraudar, por isso impõe a solidariedade, mas
não impede que o representado se volte regressivamente contra o
representante que atuou fora dos limites ou qdo não houve o acordo
de vontades.
DOLO RECÍPROCO (ENALTIOMÓRFICO) se ambas atuaram
dolosamente, ninguém poderá alegar o dolo da outra para anular o
NJ ou mesmo para fins de perdas e danos.
c) COAÇÃO 151-155 Pode ser física (vis absoluta) ou moral (vis
compulsiva).
A coação vis absoluta é um ato de extorsão da vontade, logo gera
inexistência do NJ. Assim, a coação vis compulsiva é que será tratada
nos artigos acima citados, gerando anulação qdo:
Fundado temor de dano à sua própria PESSOA, Pessoa próxima e
aos seus bens. Para ser causa de anulação deve haver um nexo de
causalidade direto e imediato da ameaça e a da celebração do NJ,
então tirando a coação o contrato não teria sido celebrado. No
apreciar da coação o juiz deve levar em conta não a figura de um
homem médio, mas sim a circunstâncias do caso concreto. NÃO SE
CONSIDERA coação o temer reverencial.
COAÇÂO POR TERCEIRO casamento e pai, esse casamento só
ocorre por causa da coação, tem que olhar o beneficiário, se a
esposa não sabia será mantido o NJ e o autor responderá por perdas
e danos. Se ela sabia o NJ merecerá ser anulado.
9.3.1.4. Plano da eficácia – Será acessado seja um NJ válido ou NJ inválido e
poderá ser:
A) SIMPLES Quando as partes optarem por inserir um elemento acidental
(pode ou não estar presente), exemplo o TERMO E A CONDIÇÃO, que
podem regular a produção de efeitos jurídicos.
TERMOevento futuro e certo. Pode ter efeitos sobrestados no caso de
um termo inicial, ou poderá ter um termo final que estabelece fim da
produção de efeitos.
CONDIÇÂOEvento futuro e Incerto. Pode ser suspensiva, se você
passar, você recebe um carro. Pode ser também resolutiva, você terá o
empréstimo dos meus livros até a aprovação em qualquer concurso
público.
B) RELATIVA Inoponibilidade. Ele produz efeitos, mas não em relação a
uma determinada pessoa. Exemplo, art. 290, cessão de crédito em
relação ao devedor não notificado. Outro é o art.662, contrato de
mandato e pratica ato com excesso de poderes, são válidos mas não são
oponíveis ao mandante.
9.3.2.PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
9.3.2.1. Pontos em comum
Titularidades
Condutas omissivas (voluntária ou acidental/esquecimento)
Fenômeno da natureza (decurso do tempo) trazendo repercussões
jurídicas.
Necessidade de segurança jurídica
é aquele que por força de uma norma irá conceder ao seu titular o poder de atuar
unilateralmente, criando, modificando ou extinguindo direitos na esfera alheia. A
parte submetida a esse poder estará no estado de sujeição, não tendo qualquer
prestação à adimplir em prol daquele titular, logo, é possível dizer que os direitos
Potestativo são invioláveis por não terem prestações a serem cumpridas.
9.3.2.2. PRESCRIÇÃO, tem como conceito legal: a extinção da pretensão pelo seu
não exercício nos prazos previstos em lei, art. 189.
Para doutrina moderna a prescrição é um elemento de defesa e não de
extinção da pretensão, portanto, ao contrário do que preceitua o 186 a
prescrição seria um instrumento de defesa contra o exercício tardio da
pretensão, assim é vista como exceção, ataca a eficácia do direito de
exigibilidade (escudo contra a espada). Ex, será escolha do devedor dizer
se paga ou se usa o escudo.
9.3.2.3. Decadência ou caducidade é a extinção do direito Potestativo pelo
seu não exercício nos prazos previstos na norma que o cria, seja esse legal
ou contratual. OBS: reconhecimento de paternidade não tem prazo
9.3.2.4. Polêmicas
9.3.2.4.1. PRESCRIÇÃO Sempre tem seus prazos previstos em LEI, ou
seja, não existe prescrição convencional. Podem ser: gerais previstos
em 10 anos no artigo 205; em casos especiais de 1 a 5 anos no art. 206;
e em leis especiais. Dessa forma, as partes NÃO PODEM ALTERAR ESSES
PRAZOS, mas hoje há doutrina moderna e minoritária, como trata de
direitos patrimoniais das partes e estes são disponíveis, nada impede
as partes transacionarem e caem dentro de uma visão de direito civil
mínimo, não interventor.
PODE haver a renúncia pelo devedor, podendo ser expressa, quanto
tácita, mas só poderá ser feita DEPOIS que o prazo consumar, em razão
das partes não poderem dispor dos prazos. Art. 191
OBS: 2 anos é só alimentos, 4 anos é só ação de tutor e curador, mas
os impares são complicados de decorar. Nos impares: Seguro é um ano,
já a reparação civil é 3 anos; e em 5 anos temos as dividas líquidas de
instrumento público ou particular.
9.3.2.4.2. Decadência legal origem de ordem pública.
Essa não admite renúncia