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1.

Parte geral direito civil

Direito civil Relação horizontal desde que não haja vulnerabilidade tutelada pelo Estado
(consumidor, relação de trabalho)

Objetivo  função é permitir que os particulares possam de acordo com a sua vontade criar
regras para a sua vida privada. Direito civil resguarda a liberdade individual, pois você pode fazer
tudo que a lei não proíbe. No direito civil, antes de você ter o dever, você tem a faculdade, mas
no momento que você exerce essa faculdade, adquire direitos e deveres.

Assim, traz normas dispositivas em regra de caráter geral (sucessão), que admitem o
afastamento da norma geral pela norma própria desde que respeitem limites específicos
(testamento como regra própria-respeito legítima limite a regra própria). Entretanto, existem
normas imperativas, como prazo prescricional.

Facultas agendi (faculdade de agir) [manifestação do direito de liberdade] + vontade + interesse


próprio = Direito subjetivo

O direito subjetivo é o principal conceito do direito civil e envolve uma faculdade de agir (facultas
agendi) de acordo com a vontade na busca da satisfação de um interesse próprio. Logo, ao
contratar, ao se tornar proprietário ou titular de algum direito real, ao constituir uma entidade
familiar, ao elaborar um testamento, o sujeito estará exercendo o seu direito subjetivo. Ligado
a autonomia privada.

Os interesses buscados, podem ser existenciais (direitos da personalidade que são diretos
subjetivos existenciais) ou patrimonial (obrigações, reais, crédito, que são direitos subjetivos
patrimoniais).

Abuso do direito ilícito abuso ocorre quando se extrapola os limites definidos para o
exercício dos direitos subjetivos.

Princípio da autonomia privada de acordo com esse princípio, cada indivíduo terá uma esfera
de liberdades dentro da qual poderá exercer seus direitos subjetivos construindo as suas
próprias normas jurídicas, desde que sejam respeitados os limites estabelecidos pelo
ordenamento jurídicos.

OS princípios do direito civil em sua maioria, eles se enquadrarão como formas de limites ao
exercício da autonomia privada, tendo, portanto; nítida função de controle. Ex.: Boa fé-objetiva,
função social, gravitação jurídica, etc. Assim, não podem ser afastados pela autonomia das
partes.

Por tudo o que fora dito, deve-se entender que a autonomia privada congrega dentro de sua
esfera o exercício de direitos subjetivos privados ao longo da vida de um sujeito, sob pena em
regra de invalidade.
No direito civil pode-se dizer que a responsabilidade civil seria o ramo no qual o indivíduo atuaria
fora do âmbito de sua autonomia privada, ao praticar os denominados atos ilícitos que por sua
vez serão sancionados pela reparação do dano integral dos danos suportados à vítima.

3 elementos dos direitos subjetivos. (sujeitos [pessoas], objeto[bens], vínculo através de uma
relação jurídica[fatos jurídicos-negócios jurídicos])

2. Livro I – das pessoas

Pessoas naturais Pessoa ou ente dotado de personalidade.

Personalidade é um vocábulo que atualmente traz um duplo sentido técnico (capítulo I e II).

No 1º sentido técnico sinônimo de Personalidade jurídica (civil)  aptidão abstrata/genérica


para ser titular de direitos e deveres civis. Envolve o exercício de direitos de Índole patrimonial.
Estava positivada no CC/1916 e no CC/02

No 2º sentido técnico Sinônimo de direitos da Personalidade Seria um conjunto de atributos


inerentes à condição de ser humano. Nada precisa ocorrer para adquirir esses direitos, por isso
são inerentes a condição de ser humano. Ex.: nome, privacidade, dignidade sexual. Envolve o
exercício de direitos de Índole existencial, logo, não podem ser avaliados pecuniariamente.
Positivado no CC/02.

POLÊMICAS SOBRE A PERSONALIDADE:

A) Pessoa jurídica tem personalidade? Tem personalidade jurídica civil e começa com o
registro no órgão competente (junta comercial ou cartório), art.45 do CC/02, já em
relação aos Direitos da personalidade existe a polêmica. Pelo conceito não pode, por
não ser um ser humano, mas pelos efeitos ela seria titular de direitos da personalidade.
Hoje a Doutrina majoritária diz que não tem direitos da personalidade, mas isso não
quer dizer que ela não tem direitos a nome, honra e imagem, porém eles foram
adquiridos com o passar do tempo, sendo direitos equiparáveis aos direitos da
personalidade, mas podem ser quantificados materialmente. OBS: art. 52, aplica-se às
pessoas jurídicas, NO QUE COUBER, a proteção dos direitos da personalidade. (tutela de
empréstimo de um regramento, ex. tutela inibitória, direito de resposta). Logo o dano
moral deve ser entendido como dano institucional e não moral, mas na prova objetiva
Súmula 222 STJ, PJ sofre dano moral.
B) Quando se inicia a personalidade da pessoa natural? A proteção do embrião se dá no
caso de reprodução natural, desde a concepção e, no caso de reprodução assistida,
desde o momento em que o embrião for implantado em uma mulher.
LER ADI 3510 julgada em 2008.
Nascituro entre concepção(concepcionista) e o nascimento (natalista) com vida( ser
separado do corpo da mãe e realizar a primeira troca oxi-carbonica - respiração
autônoma).
Art. 2º a PERSONALIDADE JURÍDICA CIVIL começa com o nascimento com vida. (previsto
no CC/1916 E 02, mas também prevê os direitos da personalidade ao nascituro
O natimorto não terá personalidade jurídica, mas terá direitos da personalidade, logo
tem direito ao nome, integridade física, imagem. Cabe Indenização DPVAT p nascituro.
Quanto a polêmica sobre o início da personalidade tem-se que: O nascituro não tem
personalidade jurídica, vindo a adquiri-la apenas no momento em que nascer com vida
(aplicação da teoria natalista). Entretanto, o nascituro será titular de direitos da
personalidade desde a sua concepção. Logo o natimorto também merecerá a tutela de
seus direitos da personalidade, tais como vida, imagem, sepultamento.
O Concepturo é o ser que sequer foi concebido (prole eventual). Não tem nenhum dos
dois sentidos de personalidade, logo só tem expectativa de direito (doação futuro ao
neto q ainda n foi concebido).

C) Aborto e o STF, HC 124.306RJ Não recepção do tipo penal do aborto,


descriminalização do aborto praticado pela mulher nos 3 primeiros meses de vida, sob
argumento de Autonomia da mulher, direitos sexuais e reprodutivos, integridade física
e psíquica, Isonomia. Posição em controle difuso de 1 turma do STF.

3. CAPACIDADE DA PERSONALIDADE JURÍDICA – é a medida da personalidade jurídica, é o


exercício da titularidade de direitos e deveres. Apresenta duas espécies.
3.1. Capacidade de direito (gozo) é sinônimo de personalidade jurídica, logo é um critério
qualitativo, ou você adquire com o nascimento com vida, ou não adquiriu por não
nascer com vida.
3.2. Capacidade de fato (exercício) é a possibilidade do sujeito praticar os atos da vida
civil pessoalmente, ou seja, sem a necessidade da presença de um terceiro, logo, pode
praticar os atos da vida civil sozinho, sem qualquer assistência ou representação. Aqui
está presente o critério quantitativo, se desdobrando em pessoas mais ou menos capaz
(teoria das incapacidades que tem como finalidade a PROTEÇÃO de pessoas naturais
que não possuam o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil).
Manifestação dos institutos protetivos:
a) Representação (substituição vontade)  Ocorre a substituição de vontade.
ABSOLUTAMENTE INCAPAZ
b) Assistência (cumulação de vontade) A vontade do assistido é levada em conta,
coadjuvando com ela a vontade do assistente, manifestando uma vontade única
que é formada por uma dupla vontade. RELATIVAMENTE INCAPAZ

Quando houver conflito de interesses o juiz deverá nomear um curador especial


(exercida pela DP), que terá como tarefa representar ou assistir o incapaz na prática de
um ato específico. Esta possibilidade está no artigo 72, inciso I do CPC. A nomeação de
um curador especial será feita através de um procedimento de jurisdição voluntária.

Se essas regras não forem atendidas haverá INVALIDADE DO ATO, sendo uma segunda
forma de proteção, evitando a dilapidação precoce do seu patrimônio. Terá nulidade
(absolutamente incapaz art.166,I) ou anulabilidade (relativamente incapaz, art.171,I).

4. Critérios Legais da incapacidade -? Como o legislador escolhe os sujeitos considerados


incapazes?

Rol Legal Artigo 3º ao 5º do CC/02, respectivamente, Absoluta, Relativa e Plena


capacidade.

4.1. Critério etário Objetivo menor de 16 absolutamente incapaz; maior de 16 e menor


de 18 relativamente incapaz; Maior de 18 anos é plenamente capaz.
OBS: A doutrina moderna entende que para além da verificação da idade em abstrato
deve-se analisar qual ato em concreto fora praticado pelo menor, pelo incapaz. Se
houver a presença de discernimento para a prática de tal ato, não haverá a necessidade
de proteção e consequentemente de invalidação do ato praticado. Em resumo: Da
abstração da lei à concretude dos fatos!
OBS²: No que toca a concretização de interesses de índole existencial a vontade dos
menores deve ser levada em consideração, ainda quando divergente das vontades de
seus representantes ou assistentes, desde que apresentem discernimento para tanto,
ver enunciados do CJF 138,402, por isso o juiz em processo de guarda pode ouvir a
vontade da criança.
OBS³: Em atos personalíssimos a lei dispensa o relativamente incapaz da necessidade
de assistência, sendo válida a prática do ato pessoalmente, nos casos “TMT”.
Art. 228 ser Testemunha
Art. 666 ser mandatário (pode receber poderes, mas n pode conferir poderes)
Art. 1860 Fazer testamento independentemente de seu assistente, só ao
relativamente incapaz.
Dica de prova  examinador sempre inverte as disposições sobre relativamente,
absolutamente incapaz.
OBS4: Nos casos de mentira de idade ou ocultação maliciosa da idade no momento de
contrair a obrigação. Se for absolutamente incapaz, não poderá ser compelido a
cumprir a obrigação, contudo se for RELATIVAMENTE incapaz, será obrigado, por ter
um discernimento maior e não poder valer-se da própria torpeza, Art. 180.
4.2. Critério sanidade Subjetivo em que pese o código civil ter estabelecido hipóteses
de incapacidade a partir do critério da sanidade, a doutrina mais moderna afirma que
melhor teria sido se o estabelecimento de hipóteses genéricas que produzissem como
resultado concreto a redução ou supressão do discernimento. Logo a estipulação de
apenas duas doenças como alcoolismo e toxicomania como produtoras de
incapacidade relativa, em nada contribuiu para o sistema das incapacidades, uma vez
que categoriza tais doenças simplesmente como hipóteses de relativa incapacidade,
esquecendo-se de um sem número de outras moléstias incapacitantes e deixando de
lado a correlação entre a real necessidade de proteção e o grau de doença.
4.3. Estatuto da pessoa com deficiência 13.146/15 – O deficiente é aquele que apresenta
uma ou mais barreiras, como física, mental, intelectual, sensorial. Deficiência mental
antes era causa de incapacidade relativa e absoluta. Hoje com base na autonomia,
isonomia, liberdade, a regra geral é que o deficiente seja plenamente CAPAZ, mudando
o status jurídico, mas poderá a lei ter pouca eficácia em casos de deficiência.
4.3.1.Deficientes Vs Capacidade
Regra Geral Plenamente Capaz passou a ser regra, na finalidade de conceder
liberdade, autonomia e igualdade aos deficientes.
Exceção Excepcionalmente, o deficiente poderá ser considerado relativamente
incapaz, sendo submetida à curatela, devendo ser proporcional a cada caso,
devendo durar o menor tempo possível e afetará apenas os direitos patrimoniais
e negociais.
3ª via protetiva TDA tomada de decisão apoiada é uma nova medida, meio
termo, para garantir proteção e aos mesmo tempo manter/promover o exercício
da sua capacidade, logo não retira a capacidade da pessoa com deficiência.
4.4. Capacidade-regra geral Vs Emancipação-exceção.
Emancipação é a aquisição antecipada da plena capacidade de fato
(patrimonial/negocial), logo apenas obtém os efeitos da maior idade e não se torna
maior. Ao ser emancipado, continua sendo aplicado as regras do ECA, em que pese a
emancipação ser uma das causas de extinção do poder familiar. Ela em anda afeta a
imputabilidade penal, não afetada regras legais que exigem idade mínima (concurso,
dirigir, adoção).
4.4.1.Casos de emancipação- art.5, §Único: espécies ou modalidades de emancipação:
A) Voluntária  Ocorre pela: Manifestação de vontade dos pais (ambos) ou
isoladamente quando houver a falta do outro, através de INSTRUMENTO
PÚBLICO, APENAS para maiores de 16 anos e não depende de
HOMOLOGAÇÃO judicial, logo é ato extrajudicial, feito no cartório de notas e
depois no RCPN. Art. 5,I e art.9.
Polémicas: Havendo divergência entre os pais é possível suprimento judicial
da vontade do reticente, no juiz da vara da infância e da juventude, art.148,
§Único, alínea “d” do ECA, conflito no exercício do poder familiar.
A EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA É IRREVOGÁVEL, mas pode ser invalidada,
exemplo por vício de vontade.
Ela NÃO admite termo, encargo e condição.
A emancipação voluntária não exime os pais da responsabilidade pelos atos
ilícitos praticados pelos seus filhos menores, art. 932, I do CC/02, isso porque
seria uma fraude aos interesses da vítima que é a grande tutelada pelo
instituto da resp. civil.
B) Judicial  Menores submetidos ao regime da tutela (Art. 1.728) quando os
pais são mortos, ausentes ou destituídos do poder familiar, através de
sentença (Vara Inf. E Juv.) art.146, PU,”e”, ECA. Por questão de simetria só o
juiz concede, só ele modifica, revoga. Ocorre apenas para o maior de 16 anos
e ele deve ser ouvido. Também precisa de registro no RCPN, art.9, II.
C) Legal  Se acontece algo, a lei considera que já detém a capacidade
a. Casamento Idade núbil para o casamento é 16 anos, contudo, em
caráter de exceção, pode o menor de 16 casar quando houver a
gravidez, logo a norma quer incentivar a formação de um núcleo
familiar, por isso pode para meninos e mulheres. Assim passará de
absolutamente incapaz, para capacidade plena. O fim do matrimônio
não faz com que o emancipado retornem a condição de Incapaz, mas
se for invalidado a emancipação como um de seus efeitos será
cassada, retornando o menor para a condição de incapaz.
b. Pelo exercício de emprego público efetivo Cargo, emprego ou
função, mas lei geral do servidor exige a idade de 18 anos, logo é mais
histórica, mas hoje é extremamente raro, colégios militares por
concursos.
c. Pela colação de grau em curso de ensino superior Resquício
histórico
d. Estabelecimento civil ou comercial ou relação de emprego, desde que,
em função deles, o menor com 16 anos tenha ECONOMIA PRÓPRIA
(conceito jurídico indeterminado- a lei deixa o conceito em aberto e
permite ao juiz abertura para decidir o conteúdo de acordo com o caso
concreto).
OBS: Na exposição de motivos do CC/02 miguel reale, diz que o CJI
evite a inflação legislativa, permite equilíbrio do poder de jurisdição
(Estado-juiz) e permite a adequação da realidade social e da norma.
5. A MORTE – marca o fim da personalidade Jurídica
Direitos Personalidade (art.12,PU/20,PU
temos um dano reflexo ou por ricochete, pois o
morto não sente nada, mas é ofendido e o
interesse reflexo dos parentes próximos)

A morte marca do fim da personalidade tanto da jurídica, quanto dos direitos da personalidade.
Em relação a este, há polêmica quanto ao art.12 e 20 ambos PÚ, uma vez que tais artigos ao
permitirem a tutela pós mortem de direitos da personalidade no fundo concedem aos parentes
vivos a possibilidade de proteção de seus próprios direitos. Uma ofensa dirigida ao morto,
poderá reflexivamente atingir um parente, mas não atingir outro. Aquele que se sentir ofendido
poderá buscar um direito de resposta, uma retratação do agressor, uma tutela inibitória ou
mesmo a compensação pelos danos reflexos ou por ricochete.

5.1.1.Natureza jurídica da morte ela é um fato jurídico em sentido estrito, trata-se de


um fenômeno da natureza que trará uma série de repercussões na esfera do
direito, como por exemplo, sucessões, família, reais , contratos.
5.1.2. Classificações da morte.
A) Morte real tem um cadáver, logo haverá um corpo e o médico atestará o
óbito e as suas causas prováveis. Certidão de óbito no RCPN. OBS: o cadáver
deve ter morte encefálica (morte do tronco encefálico, órgão do cérebro que
controla as demais funções vitais) para o médico poder constatar a morte. Lei
9.434/97 lei de transplante de órgãos. Art.3º
B) Morte presumida não tem cadáver. A presunção é uma autorização legal
para se afirmar uma coisa provável. Na morte presumida haverá o
desaparecimento do sujeito em circunstâncias que a lei autoriza presumir a
morte do sujeito.
a. Morte presumida SEM declaração de ausênciaArt.7, tem risco de
vida ou perigo de morte.
b. Morte presumida COM declaração de ausênciaArt.22 a 39,
desaparece do seu domicílio sem deixar nenhuma notícia ou
representante. Existe um longo procedimento para declaração da
ausência. Ausência não é mais sinônimo de incapacidade. As regras de
ausência têm como FINALIDADE a conservação do patrimônio
construído pelo ausente durante a sua vida, tanto é que se o ausente
regressa, ele terá direito aos seus bens, logo, os interesses dos
herdeiros são interesses secundários. Se deixa procurador, em
princípio não é ausente, mas se passa 3 anos a lei deixará de lado o
procurador.
Fases da ausência:
1º fase é a declaração de ausência (22-25) ocorre entre o
desaparecimento e o pedido de declaração. Não há prazo definido em
lei, a família pode pedi-la quando houver um prazo razoável, na lei do
INSS há prazo mínimo de 6 meses. Com a Declaração da ausência será
nomeado o “curador” (mais correto seria administrador dos bens) que
tem a função de fazer o inventário dos bens e terá direito a
remuneração.
2ª fase é a Sucessão provisória (26-36) os herdeiros ganharão a
POSSE dos bens do ausente, se for herdeiro necessário não precisa de
prestar calção, APÓS 1 ANO DA DECLARAÇÃO da ausência.
OBS: se deixa procurador, a lei determinada a reunião da 1ª e 2ª fase
da ausência, ou seja, 3 anos após o desaparecimento o juiz declara a
ausência e abre a sucessão provisória.
3ªfase sucessão definitiva(37-39) via de regra ocorre APÓS 10 ANOS
da sucessão provisória, os herdeiros poderão requererem a sucessão
definitiva e se tornam PROPRIETÁRIOS dos bens deixados pelo
ausente.
Art. 6º - A presunção de morte na ausência se dá apenas na sucessão
definitiva (3ªfase), não é por um acaso que nós vamos entender que
há a transferência da propriedade, princípio da saisine(não existe
patrimônio sem titular), mas terão uma propriedade resolúvel.
POLÊMICAS O retorno do ausente após a sucessão poderá ocorrer
após a sucessão definitiva, se ele regressar ANTES do decurso de 10
anos após a sucessão definitiva o ausente terá direito aos seus bens
ou equivalente ou os sub-rogados em seu lugar. SE ocorrer APÓS 10
anos, não terá direitos. Logo a propriedade é resolúvel até 10 anos.
Segunda polêmica A esposa pode se divorciar antes, mas após sucessão definitiva
seu cônjuge será considerada viúva, logo, poderá se casar novamente, e caso ocorra o
retorno do ausente ocorrerá um problema, qual o estado civil do ausente? A doutrina
afirma que é um estado civil sui generis. O novo casamento seria válido? 2 correntes. A
1º corrente diz que seria válido, pois foram atendidos os requisitos para o matrimônio
e a boa-fé objetiva há que ser preservada. 2ª corrente, diz que com o retorno do
ausente os efeitos de sua morte presumida serão cassados, dentre eles o fim do
vínculpo conjugal.
6. Direitos da personalidade – Artigos 11 a 21. O conceito já está no caderno.
6.1. Evolução histórica

Direitos humanos (internacional)

Direitos fundamentais (constitucional)

Direitos da personalidade (Inter privado)

Após a segunda guerra mundial, a comunidade internacional percebeu a necessidade de se


construir normas protetivas à direitos inerentes a condição de ser humano. Assim, foi
promulgada a declaração universal dos direitos humanos em 1948, os países signatários
desta, comprometeram-se a incorporar tais normas em seus ordenamentos jurídicos, sendo
que nos países ocidentais, a maioria se deu em nível constitucional, no título dos direitos e
garantias fundamentais. Para que essa proteção alcançasse também as relações privadas, o
código civil construiu o capítulo referente aos direitos da personalidade. Direitos humanos,
direitos fundamentais e direitos da personalidade são em sua essência, formas de proteção
da pessoa em planos distintos, portanto, é correto dizer que TODO direito da personalidade
é também um direito fundamental, mas a recíproca não é verdadeira, pois nem todo direito
fundamental se enquadrará como um direito fundamental.
6.2. Características
A) Direitos subjetivos ABSOLUTOStoda à coletividade deverá respeitar a
titularidade de um direito da personalidade, logo, são oponíveis erga omnes, assim
haverá um dever de abstenção de toda a coletividade em relação a esses direitos.
B) São INATOS e VITALÍCIOS, por isso são protegidos desde a CONCEPÇÃO até a
MORTE.
C) Natureza Extrapatrimonial (existencial), assim há uma dificuldade em quantificar
em pecúnia esses direitos para eventuais indenizações. OBS: Conceito de dano
moral: Lesão injustificada a um direito da personalidade.
D) São relativamente indisponíveis. Isso significa que parcela deles podem ser objeto
de cessão, tais como partes do corpo humano, desde que de forma gratuita e
atendidos os pressupostos legais, porem há outros direitos da personalidade que
são indisponíveis, tais como a imagem, a honra, o nome, a privacidade. Logo é
correto dizer que são inalienáveis e impenhoráveis.
OBS: Cessão desses direitos da personalidadeA doutrina para o regramento da
cessão dos direitos da personalidade estabelece os seguintes requisitos: I -
Específico, II – Temporário, III – Dignidade do próprio cedente (proteger de um ato
próprio, pois dignidade é um valor coletivo e não individual)
E) Prevalência em caso de conflito. I - Quando os direitos da personalidade
(existenciais) colidirem, em um caso concreto, com direitos patrimoniais a
tendência é que os primeiros prevaleçam. II – Conflito entre dois direitos da
personalidade, Exemplo: Liberdade de expressão Vs Imagem (Imprensa Vs
Políticos) em regra prevalece a liberdade se não houver abuso (for verdade, houver
interesse público, Contraditório Jornalístico)
OBS: ADI 4815 Biografia não autorizada, STF, via de regra, os artigos 20 e 21
precisam de uma interpretação CONFORME a constituição, na parte “salvo se
autorizadas”, pois sua interpretação não pode impedir a publicação de biografias,
logo é inexigível o consentimento, seja do biografado ou de seus familiares, mas
será respeitada a intimidade e eventuais abusos devem ser sim coibidos. III –
Conflito entre direitos do mesmo sujeito. (testemunha de jeová [vida X Liberdade
Religiosa], eutanásia [], transexual- cirurgia é faculdade para novo nome,
documentação) Essas declarações devem ser personalíssimas, por isso o médico
respeita vontade de uma Testemunha de Jeová, mas em uma criança ele fará a
cirurgia.
F) Rol meramente exemplificativo (art.11-21) de direitos da personalidade,
permitindo assim que novas leis, doutrina e a jurisprudência venham a reconhecer
novos direitos da personalidade e novos meios de proteção destes.
11- Características
12- Clausula geral (é uma técnica legislativa, através da qual o legislador
propositalmente confere ao Estado-Juiz a vagueza semântica jurídica necessária
para solução do caso concreto, desde que sejam respeitados os limites impostos
pelo ordenamento, ou seja, uma margem de decisão para integração da norma)
13-15 Corpo, integridade física
16-19 Nome
20-21- Honra, Imagem, Privacidade
7. Domicílio  é a sede jurídica da pessoa. É o local no qual a pessoa se encontra com
habitualidade, praticando os atos da vida civil. O estudo do domicílio tem uma série de
finalidades, tais como definição de competência territorial, formação da relação jurídica
processual.
7.1. Domicílio da Pessoa Jurídica Art.75 regra é onde funcionarem as diretorias e
administrações, contudo, poderá eleger foro especial definido no ato constitutivo ou
no seu estatuto.
Art.75, §1º se a pessoa jurídica vier a funcionar em vários estabelecimentos, todos os
locais serão considerados domicílios para os atos que lá forem praticados.
Art.7´5, §2º Sede no Exterior, se funciona no Brasil a empresa é obrigada a ter
domicílio no Brasil.
7.2. Domicílio da Pessoa NaturalArt. 70 - A pessoa terá como seu domicílio o local em
que tiver a residência com ânimo de definitividade.
ExceçõesArt.71 – Mais de uma residência (domicílio múltiplo) será domiciliado em
qualquer uma delas, logo, terá 2 ou mais domicílios.
Art. 72 – DOMICÍLIO PROFISSIONAL teremos uma expansão da regra
geral, é também um domicílio o local onde exerce sua profissão, somente no que tange
ao exercício da sua profissão.
Art. 73 – Ausência de residência Mesmo aquele que não tenha residência,
terá domicílio, ainda que não seja fixo, pois seu domicílio será o local onde a pessoa for
encontrada.
Art. 76 – Legal ou necessário certas pessoas não terão liberdade de
escolha de seu domicílio, pois terão seu domicílio determinado pela lei. São eles: I – O
incapaz é o do seu representante, II – o servidor público onde exerce suas funções, III-
o militar (sede do comando), IV – O marítimo (marinha mercante) no local da matrícula
do navio, V - Preso o lugar que cumpre sua SENTENÇA.
Art. 78 – Domicílio de Eleição SÓ nos contratos ESCRITOS, as partes
podem designarem um LOCAL ESPECIAL para o cumprimento das obrigações ajustadas.
8. Livro II – BENS (art. 79-103) esse livro traz uma série de normas conceituais. Os conceitos e
classificações presentes no livro dos bens servirão para auxiliar a aplicação de outras normas
jurídicas vinculadas ou não ao direito civil. Exemplo, o conceito de móvel e imóvel será
utilizado no direito das coisas, tributário, penal.
8.1. Visão de código  Título único – das diferentes classes de bens Capítulo I- os bens
considerados em si mesmo; Capítulo II- Bens Reciprocamente considerados, III – Bens
públicos (drto. administrativo- norma heterotópica)
8.1.1.Capítulo I- bens considerados em si mesmo Olha o bem sozinho, conceitua a
partir do ele é, de sua natureza. São 5 as classificações possíveis no âmbito dos
bens considerados em si mesmo:
I – Imóvel ou Móvel;
II – Fungível ou infungível
III- Consumível ou Não-consumível (durável)
IV- Divisível ou indivisível
V - Singular ou coletivo
OBS sobre os bens considerados em si mesmo:
a) Imóveis para os efeitos legais, art. 80, em tese não seriam bens imóveis, mas
a lei assim o considera. São eles:
I - Os direitos reais sobre os imóveis e as ações que os asseguram (usufruto,
servidão, habitação, superfície, Laje). As ações terão natureza jurídica de
direito material (e não processual) de bens imóveis.
II – O direito à sucessão aberta, ainda que composta apenas de bens móveis
terá natureza jurídica material de bens imóveis, conforme art.80, II.
b) Manutenção da natureza de bem imóvel.
I – As edificações que separadas do solo e que mudam de lugar (EUA)
II – Materiais separados de um prédio para nele se reempregarem. Ex. Porta
velha levada para reformada e que retornar ao local.
c) Móveis para os efeitos legais, art. 83.
I – As energias que tenham valor econômico (energia elétrica, sêmen de
animais como energia genética) OBS: O sinal de tv a cabo é um bem móvel,
pelo conceito do art. 83, I, portanto, pode ser tipificado o furto simples e não
o qualificado de energia elétrica.
II – Os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes
III - Os direitos pessoais de caráter patrimonial e as respectivas ações. Ex.
Direito crédito, os direitos obrigacionais. Logo a natureza jurídica do crédito é
de bem móvel
d) Bens divisíveis e indivisíveis A indivisibilidade é também um fenômeno
jurídico, pois tudo pode ser dividido (até o átomo). Assim, nossa legislação (art.
87/88) trata 4 causas de indivisibilidade, quais sejam:
I - não admite o fracionamento sob pena da essência/ da natureza/ finalidade;
II – Legal, aquela que a lei estabelece a hipótese de indivisibilidade, Ex.
garantias reais.
III - Contrato – pode ocorrer de forma voluntária, pelo ajuste de vontades das
partes que elegem um bem como indivisível.
IV – Econômica – a fim de impedir a perda do valor econômico de um bem,
exemplo são os metais preciosos.
e) Universalidade de bens
Universalidade de fato (art.90) Universalidade de direito (art. 91).
Singulares Complexo relações jurídicas
Mesmo Titular Mesmo titular
Destinação unitária Dotadas de valor econômico
Ex. Coleção, Rebanho de gado Ex. Massa falida (créditos, débitos,
patrimônio, imóvel, nome), O
espólio (bens e dívidas)
Os bens podem ser objeto de Os direitos da personalidade do
relações jurídicas próprias (vender, sujeito NÃO INTEGRAM a
doar, objetos de contratos diversos) universalidade de direito, pois não
são dotados de valor
econômico.(natureza existencial e
não patrimonial)

8.1.2. Capítulo II – dos bens reciprocamente considerados. Art.92-97


Art.92 Principal Vs Acessório O principal existe sozinho e o acessório depende
do principal. Daí surge, implicitamente, o princípio da Gravitação Jurídica, de que
o acessório gravita em torno do principal. Ele é um princípio de ordem privada,
logo é norma dispositiva, além disso, é uma fonte de diversas normas, tais como
art. 184, 233, 287, 364
As PERTENÇAS, art.93 não é acessório da coisa, pois possui certa autonomia em
relação ao principal e ao acessório. São pertenças os bens que não construindo
parte integrante, se destinam de modo DURADOURO, para USA Uso, Serviço,
Aformoseamento de outro. As pertenças, em regra, NÃO SEGUEM o destino do
bem principal, logo não se aplica o princípio da gravitação jurídica, art.94.
Parte integrante é aquilo que você não consegue mais separar, como a parede
e a tinta.
Os Frutos e os produtos são acessórios, portanto pertencem ao titular do bem.
São classificados em NIC, Naturais (retirados diretamente da natureza), Industriais
(passam por um processo de modificação/transformado pelo homem) e Civis (São
os que o proprietário vai extrair pela utilização da coisa por outrem, ex. Aluguel e
juros). Os produtos, ao contrário dos frutos, NÃO SE RENOVAM, portanto com a
retirada haverá o esgotamento do recurso.
Benfeitorias são obras ou melhoramentos realizados em bens alheios.
Classificadas como Necessárias (tem o fim de conservar ou deteriorar o bem), úteis
(as que aumentam ou facilitam o uso do bem), voluptuárias (são as desnecessárias,
ainda que tornem o bem mais agradável ou de elevado valor). OBS: a classificação
deve ser analisada de acordo com as circunstâncias do caso concreto, não
categorizar.
OBS: as benfeitorias não devem ser confundidas com as Acessões artificiais
(quando constrói coisa nova, onde antes nada havia, isso é uma acessão artificial,
art. 1253/1259)
Ver artigo 1219-1220, dos efeitos da posse que se aplicam a ambos institutos
acima. Posse de boa-fé tem direito a benfeitorias uteis e necessárias e direito de
retenção, se tiver de má-fé só direito a benfeitorias necessárias
9. LIVRO III – DOS FATOS JURÍDICOS
9.1. VISÃO DE CÓDIGO- título I – dos negócios jurídicos, II – Representação, III -condição
termo ou encargo
9.2. FATOS JURÍDICOS Fatos são todos os acontecimentos da vida (por força do homem
ou da natureza), mas fatos jurídicos são só aqueles fatos que têm relevância para o
direito, no sentido de que produzem efeitos e criam, modificam, extinguem direitos.
Fato jurídico é o evento que irá desencadear a produção de efeitos jurídico, sejam
aqueles fatos, acontecimentos provenientes de uma conduta humana, sejam aqueles
acontecimentos provenientes de eventos da natureza.
A DOUTRINA afirma que quando esse acontecimento proveniente de uma conduta
humana deverá ser denominado de ATO JURÍDICO.
Classificações:
A) Fatos jurídicos se subdividem em:
a. Lícitos Conformidade com o ordenamento jurídico, logo, merecem a
tutela do estado e a proteção, preservação dos efeitos desses fatos.
b. Ilícitos Desacordo ao ordenamento jurídico, logo, ocorrerá uma sanção.
Eles sempre têm origem em uma conduta humana, pois não existe fato da
natureza ilícito, logo se chamam ATOS ILÍCITOS (responsabilidade civil)
(título III, art. 186-187)
B) Fatos matériasSão fatos que não produzem efeitos jurídicos. Ex. Aborrecimento
do dia a dia
C) Fatos jurídicos lícitos se classificam em:
a. Atos jurídicos 104-184 nasce da manifestação da vontade de um sujeito
e se subdividem em Negócios jurídicos (vontade para criar e vontade para
regular os efeitos) ou atos não negociais (ato jur. Sent. estrito) [há vontade
antes para criar, mas os efeitos são estabelecidos previamente pela lei,
como a adoção, emancipação voluntária e reconhecimento voluntário
paternidade]
b. Ato – fato Independentemente desse comportamento ser voluntário ou
involuntário, a lei apenas olha o comportamento e passa a estabelecer
efeitos. Ex. Descoberta 1.233 e sgs, Achadego (recompensa 5% do valor), a
prescrição.
c. Fato jurídico em sentido estrito São eventos da natureza que
desencadearão os efeitos previstos em lei, como o nascimento, chuva,
morte, o decurso do tempo.
9.3. Negócios Jurídicos é a máxima expressão da autonomia privada, pois o negócio jurídico
é a manifestação da vontade para perseguir um interesse próprio, visando os efeitos
jurídicos desejados em razão da manifestação da vontade, desde que estejam dentro
dos limites (mínimos) definidos pelo Estado (heteronomia).
O melhor conceito é: um ato jurídico criado a partir da manifestação de vontade do
sujeito que buscará alcançar efeitos por ele desejados, contudo, o ordenamento
jurídico ao permitir a celebração de negócios jurídicos irá impor uma série de requisitos
para que os efeitos desejados sejam dignos de tutela, ou seja, o negócio jurídico seja
um misto de autonomia das partes e heteronomia estatal. (teoria estrutural do NJ)
9.3.1.Escada ponteana (não foi criada por ele, mas foi o primeiro autor que trouxe ao
Brasil o entendimento da Alemanha) melhor expressão do que NJ inexistente, NJ
não celebrado.
9.3.1.1. Plano da existência é afirmado filosoficamente e na exposição de
motivos, pois ao dizer no título I – DO NEGÓCIO JURÍDICO já está afirmando
o que o NJ existe, partindo desse pressuposto.
ELEMENTOS/PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA:
 Vontade de se criar, estabelecer um NJ; Se não há vontade
qualificada para a prática do NJ NÃO HÁ negócio, logo, será
inexistente, exemplo coação via tortura é um ato de extorsão da
vontade.
 Pessoa (Sujeito) para manifestar à vontade e tem q ser recepcionada
por outra pessoa, seja natural seja jurídica através de
representantes. Exemplo, testamento para o cachorro é inexistente
pq não tem pessoa recebendo ou Doação p PJ extinta ou Doação c
encargo p tratamento de parente que morreu dias antes.
 Objeto – Exemplo, doação cachorro a tarde e o mesmo falece de
manhã, logo o objeto inexiste no momento da celebração da
doação, logo é inexistente
 Forma – Nada mais é do que uma exteriorização dos elementos
anteriores.
9.3.1.2. Plano de validade- para ser válido tem que cumprir requisitos legais se
houver, nesse caso estaremos diante de uma heteronomia, manifestado
pela vontade do legislador. O plano da validade traz adjetivos aos
substantivos.
REQUISITOS DE VALIDADE
 Vontade livre e consciente (vícios da vontade)
 Pessoa capaz (capacidade de fato)
 Objeto lícito, possível (material ou juridicamente) e determinado ou
determinável
 Forma livre como regra geral, pois não há forma prescrita em lei,
exceto quando houver determinação expressa em lei.

Observações sobre o plano da validade:

 Requisitos Gerais (aplicável a todo e qualquer NJ, art. 104 e parte geral) Vs
Requisitos Especiais de validade de cada NJ (só para NJ típicos)
 A Sanção de Invalidade é um gênero que comporta 2 espécies
o Nulidade – Sanção severa (cc antigo falava nulidade absoluta). Meia
verdade viola interesses público de em regra, mas pode violar
interesse privado (divórcio e NJ simulado). Esta classificação deveria
ser melhor entendida como uma opção do legislador, já que por
vezes teremos a sanção de nulidade tutelando interesses privados.
Podem requerer a nulidade por qualquer interessado, MP, Juiz de
ofício, art.168.
Não convalesce pelo decurso do tempo, não prescreve.
Não admite ratificação, nem confirmação.
Ação declaratória de nulidade.
Ex tunc (retroage cassado todos os efeitos em regra, exceção
casamento com sogra que teve filho) O STJ entende que alguns atos
apesar de nulos podem produzir efeitos válidos a depender da
situação em concreto.
o Anulabilidade – Sanção branda (cc falava nulidade relativa) – Em
regra interesses privados, mas somente podem requerer os
INTERESSADOS e devem provar o prejuízo.
Convalesce com o decurso do tempo, por ser um direito potestativo
(decadência) art.178 – 4 anos, art. 179 – 2 anos prazo genérico
subsidiário (qdo não houver regra específica). Pode ser confirmado
ou ratificado.
Ação desconstitutiva.
Ex tunc ou Ex nunc? Duas correntes
Tradicional e minoritáira, diz que a eficácia é EX NUNC, ou seja, só
produziria efeitos a partir da decisão para frente, respeitaríamos os
efeitos produzidos durante a vigência do NJ.
Moderna e majoritária, diz que devem as partes voltar ao Status
quo, art. 182, logo retroagindo e se não for possível, deverá ser
indenizado pelo equivalente.
 Simulação – negócio simulado é aquele no qual haverá alguma inverdade
gerando um descompasso entre a vontade manifestada e a efetivamente
desejada. O ordenamento prevê como sanção a NULIDADE, pois houve uma
intenção de fraude a lei OU intenção de causar prejuízo a terceiro. Ambas
são Simulação espécie Absoluta, como exemplo os laranjas e testas de ferro.
Por outro lado, na simulação relativa haverá 2 NJ, aquele que aparece e
o negócio real, verdadeira intenção e o art.1xx, fala que o real valerá se
cumprir os requisitos e o aparente será desfeito.
Simulação Inocente/tolerável Não acarreta nenhuma fraude a lei
imperativa, nem prejuízo a terceiro. Para a doutrina, qualquer simulação,
mesmo a inocente, é invalidante. Enunciado 152, logo não se deve olhar o
resultado e sim a causa fraudulenta que gera a invalidação.
Reserva Mental se o agente fez um reserva mental, o NJ será preservado
a fim de proteger o interesse da parte que não sabia da reserva mental
“inocente”, concedendo assim maior segurança jurídica, art. 110 do CC.
Contudo, se a parte tinha conhecimento, não há mais a reserva mental, logo
o NJ não irá mais subsistir e existe duas correntes em relação a invalidade:
1ªcorrente O negócio serie INEXISTENTE em virtude da ausência de
vontade para a prática do ato, ex. casamento pago para fraudar lei de
imigração
2ª corrente o NJ praticado seria nulo, pois seria equiparável à simulação,
uma vez que as partes em comum acordo optam por fraudar uma lei
imperativa.

9.3.1.3. DOS VÍCIOS DO CONSENTIMENTO
a) ERRO/IGNORÂNCIA -art.138/144  No erro a vontade estará viciada
em virtude de um descompasso entre aquilo que se queria no plano
ideal e aquilo que se obteve no plano real.
Vontade Ideal X Vontade Real = Vontade Consciente prevê
possibilidade de anulação, desde que esse descompasso recaia
sobre elementos essenciais/substânciais do NJ, em virtude da
excepcionalidade do instituto da anulação. Esses recaem sobre:
PESSOA, OBJETO e NATUREZA DO NEGÒCIO. NÃO HÁ INDUÇÃO AO
ERRO A PESSOA ERRA SOZINHA OU AMBOS ERRAM JUNTOS.
Polêmica: O erro escusável, a doutrina sempre exigiu que o erro para
gerar anulação fosse escusável (desculpável), logo, erro inescusável
(Indesculpável) não geraria vício do NJ.
Escusável (subjetivo- Olha quem declara) X Cognoscível (Objetivo-
Olha quem está recebendo a vontade e ve se a parte tinha ou não
condições de esclarecer a situação)?
Doutrina moderna diz que o erro precisa ser Cognoscível, só haverá
possibilidade de anulação se ficar provado que a outra parte sabia
que o declarante errava e optou por silenciar a verdade.
b) DOLO 145-150 Atitude fraudulenta, utilização de ardil que
influenciarão diretamente na vontade da parte de contratar.
O DOLO ACIDENTAL, por exemplo, um exagero a respeito das
características do objeto NÃO ENSEJA a anulação do NJ, MAS ENSEJA
O PAGAMENTO DE PERDAS E DANOS.
OBS: A celebração do NG com dolo no direito penal, por vezes, irá
configurar o tipo do Estelionato.
DOLO DE TERCEIROtem que olhar a pessoa que é beneficiada pelo
contrato (inocente), se ele não sabe o NJ permanece válido e haverá
perdas e danos, mas se ele sabe o justo é que o negócio seja anulado.
DOLO DO REPRESENTANTE também é dolo de terceiro, pode ser
legal ou convencional. Se for legal responderá só até a importância
da vantagem obtida; mas se for convencional a lei presume um
acordo de vontade para fraudar, por isso impõe a solidariedade, mas
não impede que o representado se volte regressivamente contra o
representante que atuou fora dos limites ou qdo não houve o acordo
de vontades.
DOLO RECÍPROCO (ENALTIOMÓRFICO) se ambas atuaram
dolosamente, ninguém poderá alegar o dolo da outra para anular o
NJ ou mesmo para fins de perdas e danos.
c) COAÇÃO 151-155 Pode ser física (vis absoluta) ou moral (vis
compulsiva).
A coação vis absoluta é um ato de extorsão da vontade, logo gera
inexistência do NJ. Assim, a coação vis compulsiva é que será tratada
nos artigos acima citados, gerando anulação qdo:
Fundado temor de dano à sua própria PESSOA, Pessoa próxima e
aos seus bens. Para ser causa de anulação deve haver um nexo de
causalidade direto e imediato da ameaça e a da celebração do NJ,
então tirando a coação o contrato não teria sido celebrado. No
apreciar da coação o juiz deve levar em conta não a figura de um
homem médio, mas sim a circunstâncias do caso concreto. NÃO SE
CONSIDERA coação o temer reverencial.
COAÇÂO POR TERCEIRO casamento e pai, esse casamento só
ocorre por causa da coação, tem que olhar o beneficiário, se a
esposa não sabia será mantido o NJ e o autor responderá por perdas
e danos. Se ela sabia o NJ merecerá ser anulado.
9.3.1.4. Plano da eficácia – Será acessado seja um NJ válido ou NJ inválido e
poderá ser:
A) SIMPLES Quando as partes optarem por inserir um elemento acidental
(pode ou não estar presente), exemplo o TERMO E A CONDIÇÃO, que
podem regular a produção de efeitos jurídicos.
TERMOevento futuro e certo. Pode ter efeitos sobrestados no caso de
um termo inicial, ou poderá ter um termo final que estabelece fim da
produção de efeitos.
CONDIÇÂOEvento futuro e Incerto. Pode ser suspensiva, se você
passar, você recebe um carro. Pode ser também resolutiva, você terá o
empréstimo dos meus livros até a aprovação em qualquer concurso
público.
B) RELATIVA Inoponibilidade. Ele produz efeitos, mas não em relação a
uma determinada pessoa. Exemplo, art. 290, cessão de crédito em
relação ao devedor não notificado. Outro é o art.662, contrato de
mandato e pratica ato com excesso de poderes, são válidos mas não são
oponíveis ao mandante.
9.3.2.PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
9.3.2.1. Pontos em comum
 Titularidades
 Condutas omissivas (voluntária ou acidental/esquecimento)
 Fenômeno da natureza (decurso do tempo) trazendo repercussões
jurídicas.
 Necessidade de segurança jurídica

OBS: Conceitos preliminares:

Direito subjetivo Lei dá a faculdade de agir conforme sua vontade


para buscar satisfação dos nossos interesses e quando se age está exercendo o
direito subjetivo. Se o direito for violado a lei concederá o PODER DE EXIGIBILIDADE
(pretensão) o que foi violado, através da violação do patrimônio de quem o violou
indevidamente por meio do Estado. A pretensão é o conteúdo e a Ação é o
continente, um instrumento da pretensão.

Direito Potestativo há uma relação vertical oriunda de uma norma (lei


ou contrato) que concede um PODER de atuação UNILATERAL que impactará a
esfera jurídica da outra parte, criando, extinguindo ou modificando direitos, devido
ao estado de sujeição.

é aquele que por força de uma norma irá conceder ao seu titular o poder de atuar
unilateralmente, criando, modificando ou extinguindo direitos na esfera alheia. A
parte submetida a esse poder estará no estado de sujeição, não tendo qualquer
prestação à adimplir em prol daquele titular, logo, é possível dizer que os direitos
Potestativo são invioláveis por não terem prestações a serem cumpridas.

9.3.2.2. PRESCRIÇÃO, tem como conceito legal: a extinção da pretensão pelo seu
não exercício nos prazos previstos em lei, art. 189.
Para doutrina moderna a prescrição é um elemento de defesa e não de
extinção da pretensão, portanto, ao contrário do que preceitua o 186 a
prescrição seria um instrumento de defesa contra o exercício tardio da
pretensão, assim é vista como exceção, ataca a eficácia do direito de
exigibilidade (escudo contra a espada). Ex, será escolha do devedor dizer
se paga ou se usa o escudo.
9.3.2.3. Decadência ou caducidade é a extinção do direito Potestativo pelo
seu não exercício nos prazos previstos na norma que o cria, seja esse legal
ou contratual. OBS: reconhecimento de paternidade não tem prazo
9.3.2.4. Polêmicas
9.3.2.4.1. PRESCRIÇÃO  Sempre tem seus prazos previstos em LEI, ou
seja, não existe prescrição convencional. Podem ser: gerais previstos
em 10 anos no artigo 205; em casos especiais de 1 a 5 anos no art. 206;
e em leis especiais. Dessa forma, as partes NÃO PODEM ALTERAR ESSES
PRAZOS, mas hoje há doutrina moderna e minoritária, como trata de
direitos patrimoniais das partes e estes são disponíveis, nada impede
as partes transacionarem e caem dentro de uma visão de direito civil
mínimo, não interventor.
PODE haver a renúncia pelo devedor, podendo ser expressa, quanto
tácita, mas só poderá ser feita DEPOIS que o prazo consumar, em razão
das partes não poderem dispor dos prazos. Art. 191
OBS: 2 anos é só alimentos, 4 anos é só ação de tutor e curador, mas
os impares são complicados de decorar. Nos impares: Seguro é um ano,
já a reparação civil é 3 anos; e em 5 anos temos as dividas líquidas de
instrumento público ou particular.
9.3.2.4.2. Decadência legal origem de ordem pública.
Essa não admite renúncia

9.3.2.4.3. Decadência Convencional Origem ordem privada


Essa admite a renúncia
9.3.2.4.4. Arguição de ofício de prescrição como é uma questão de
mérito, gera coisa julgada material, hoje na ideia de cooperação
processual, o juiz dará as partes a oportunidade de se manifestarem.
Art. 487 do NCPC, logo o juiz pode decidir de ofício, mas respeitada a
vedação de decisão surpresa em seu paragrafo único.
NO caso de decadência convencional, o juiz NÃO PODE SEQUER suscitar
a mesma, em razão do art. 211 que traz uma vedação expressa.
9.3.2.4.5. Mais importante que o prazo é saber o TERMO INICIAL no
direito civil, devemos excluir o dia do início e incluído o dia do
vencimento. Além disso, temos a teoria da actio nata (momento que
nasce a ação), excepcionalmente , o STJ tem considerado a contagem
do prazo prescricional poderá ocorrer da data em que se toma
conhecimento da violação do direito subjetivo, Ex.
9.3.2.4.6. Grau de jurisdição Em QUALQUER GRAUDE JURISDIÇÃO a
prescrição e a decadência poderão ser conhecidas. Art. 193/211.Para
entrar no STJ,STF, é necessário o pré-questionamento dessas matérias.
9.3.2.4.7. Causas:
9.3.2.4.7.1. Impedimento(subjetivo)quando o prazo não chega a se
iniciar. Dinheiro para esposa enquanto durar o o casamento.
Contra o absolutamente incapazes menos de 16 anos, não corre
a prescrição.
9.3.2.4.7.2. Suspensão(subjetivo) se inicia e por alguma razão fica
paralisado.
9.3.2.4.7.3. Interrupção 202-204 Prazo recomeça do zero ao ser praticado
um ato jurídico(objetivo) e SÓ PODE OCORRER UMA ÚNICA VEZ.
Ex. despacho inicial do processo.

VER arts. 200, 204 do CC e o art. 921 do CPC, vídeo no youtube.

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