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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ACRE


CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA

JORGENILSON FERREIRA DE OLIVEIRA

ANÁLISE DOS PROCESSOS DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA NO


BAIRRO DA BOLÍVIA EM XAPURI/AC

XAPURI – ACRE
2015
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JORGENILSON FERREIRA DE OLIVEIRA

ANÁLISE DOS PROCESSOS DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA NO


BAIRRO DA BOLÍVIA EM XAPURI/AC

Monografia apresentada como requisito


parcial à obtenção do título de
Licenciatura em Química no Instituto
Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Acre – Câmpus Xapuri.

Professor Orientador: Ricardo Kind Lopes.

XAPURI – ACRE
2015
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JORGENILSON FERREIRA DE OLIVEIRA

ANÁLISE DOS PROCESSOS DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA NO


BAIRRO DA BOLÍVIA EM XAPURI/AC

Monografia apresentada ao Curso de


Licenciatura em Química do Instituto
Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Acre - IFAC - aprovada pela
banca examinadora.

Xapuri, 06/02/2015.

__________________________________
Cláudia Adriana Macedo
Mestranda
Docente/IFAC - Letras Portuguesa/Inglês

__________________________________
Glaucia Dinis da Silva Oliveira
Especialista
Técnica em Assuntos Educacionais/IFAC

__________________________________
Ricardo Kind Lopes
Especialista
Docente/IFAC- Química

Xapuri, AC, 10 de fevereiro de 2015.


4

Dedico este trabalho a minha querida esposa


Sandra que contribui sempre para o meu
sucesso, minha linda Filha Juliana e a minha
saudosa mamãe que foi um exemplo de mulher,
pois, com muitas dificuldades educou a mim e
meus irmãos. Tenho a certeza que se ela
estivesse entre nós estaria muito orgulhosa.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela realização deste grande sonho, que ele
concedeu-me, dano-me paciência, constância, humildade, fé, sabedoria, coragem e
persistência para seguir em frente diante de muitos obstáculos que se opuseram no
decorrer destes 4 (quatro) anos, permitindo assim, que eu vencesse, com êxito, esta
etapa de minha vida.
A minha esposa Sandra da Silva e colega de classe, pelo amor,
companheirismo, incentivo, compreensão, paciência, dedicação, colaboração e por
estar ao meu lado literalmente durante todo o curso.
Aos meus amigos Carlos Afonso Pedrosa Rodrigues e Anaceilde de Almeida
Farias, que contribuíram com a realização deste trabalho acadêmico.
Ao meu orientador professor Ricardo Kind Lopes, pelo apoio, presteza que
disponibilizou paciência e confiança em compartilhar seu conhecimento e me apoiar
para a realização deste trabalho.
A Coordenação do Curso de Licenciatura em química, que sempre lutou para
que tivéssemos um ensino de qualidade e consequentemente uma boa formação.
À professora Iusseny do Nascimento Soares Vieira, pelos ensinamentos,
colaboração e paciência durante a graduação, contribuindo para o enriquecimento
da formação acadêmica dos discentes futuros docentes.
À professora Sandra Santos Costa, por despertar dentro de cada um dos
seus alunos a importância que o professor tem dentro da sala de aula. Pois,
havendo dedicação sempre haverá bons resultados.
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre – IFAC,
Câmpus Xapuri, pelo ensino público e gratuito disponibilizado durante a graduação.
Aos professores do Curso de Licenciatura em química, pelos ensinamentos
transmitidos ao longo do curso.
A todos aqueles que contribuíram de forma direta ou indireta para realização e
elaboração deste trabalho.
A todos, deixo de coração os meus sinceros agradecimentos.
6

Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos


nós sabemos alguma coisa. Todos nós
ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos
sempre.
Paulo Freire
7

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo geral analisar os processos de tratamento de água
para abastecimento público da Estação de Tratamento de Água do bairro da Bolívia
na cidade de Xapuri, estado do Acre, através de pesquisa de campo, realizada na
estação de tratamento pesquisada no período de 23 a 25 de janeiro de 2015. A
coleta de dados foi realizada através de entrevistas com os operadores da ETA.
Após uma breve introdução, baseado na revisão bibliográfica que teve como objetivo
levantar informações gerais sobre a água, sobre a legislação de tratamento de água
no Brasil e sobre as técnicas de tratamento convencionais. Logo, após os resultados
da pesquisa serão discutidos, analisados, buscando-se relacionar o que foi
encontrado na prática com a respectiva teoria, permitindo assim, elencar os pontos
negativos e positivos encontrados durante a pesquisa, além disso, propondo
sugestões para melhoria.

Palavras-chave: Água. Tratamento de água. Abastecimento de água. Estação de


tratamento de água.
8

ABSTRACT

This study aimed to analyze the water treatment processes for public supply of
Bolivia neighborhood of Water Treatment Plant in the city of Xapuri, State of Acre,
through field research conducted in the research treatment plant in the period from
23-25 January 2015. The data collection was conducted through interviews with
operators of ETA. After a brief introduction, based on the literature review that aimed
to raise general information on water, on the water treatment legislation in Brazil and
over conventional treatment techniques. Soon after the search results will be
discussed , analyzed , seeking to relate what has been found in practice with their
theory , thus allowing to list the positive and negative points found during the search
further , proposing suggestions for improvement.

Keywords: Water. Water treatment. Water supply. Water treatment plant.


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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Descrição do Sistema de Abastecimento de água................................ 26


Tabela 2 – Doenças relacionadas com o abastecimento de água......................... 28
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ETA Estação de Tratamento de Água


IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
DEPASA Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
ANA Agência Nacional de Águas
SAA Sistema de Abastecimento de Água
VMP Valor Máximo Permissíveis
ALAF Água de Lavagem de Filtros
PROSAB Programa de Pesquisa sem Saneamento Básico
OMS Organização Mundial da Saúde
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 12
CAPÍTULO 115
1.1 ÁGUA NA NATUREZA: DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NA TERRA 15
1.2 O CICLO HIDROLÓGICO DA ÁGUA 16
1.3 O ACESSO À ÁGUA 18
CAPÍTULO 219
2.1 LEGISLAÇÃO 19
2.2 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 21
2.3 DOENÇAS RELACIONADAS À ÁGUA 24
3.1 TÉCNICAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA 27
3.2 RESÍDUOS DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA 30
METODOLOGIA 32
RESULTADOS E DISCUSSÃO 34
ANEXOS 45
12

INTRODUÇÃO

O tratamento de água possui um papel essencial, pois, a mesma é utilizada


para diversos fins, sendo eles industriais ou domésticos, este último considerado
muito importante e prioritário, pois, busca garantir uma qualidade pós-tratamento da
água captada do meio ambiente para atender às necessidades humanas livre de
qualquer tipo de poluição ou contaminação. (FUNASA, 2006).

Em algumas indústrias no Brasil, o tratamento da água, além de garantir que


os parâmetros de qualidade da água sejam atendidos. Ainda é possível o reuso da
água como uma forma alternativa para minimizar impactos ambientais e a
minimização de custos de produção com a redução da demanda de água dos
sistemas públicos de distribuição.

Hoje o estado de São Paulo vive uma verdadeira crise hídrica. A verdade é
que São Paulo não vive uma situação confortável em relação à água há muito
tempo. É surpreendente como o governo de São Paulo não alertou a população do
risco eminente de falta de água para o consumo humano. O Sudeste vive sob
constante estresse hídrico. Isto é um fato. A região dispõe hoje de menos de 6% dos
recursos hídricos do país para abastecer mais de 40% da população brasileira
(BARBOSA 2015).

Além de descuidar da saúde dos recursos hídricos, o governo paulista


também parece ignorar a importância das matas ciliares e das áreas
verdes na preservação dos mananciais. Conforme mostrou
levantamento da ONG SOS Mata Atlântica, a região da Cantareira
tem hoje apenas 20% de sua vegetação original. (BARBOSA 2015).

Com a atual conjuntura o estado de São Paulo cogita uma forma para tratar a
água do rio Tietê para consumo humano. De acordo com as informações das
principais emissoras de televisão do país começam a destacar um colapso hídrico
que abrange alguns estados da região sudeste que é reflexo de problemas que eram
anunciados na última década que ficou mais visível no ano de 2014.
13

Com relação ao tratamento de água para fins domésticos, a principal


preocupação está em fazer com que a água apresente características sanitárias e
toxicológicas adequadas, tais como estar isenta de organismos patogênicos e de
substâncias tóxicas, para a prevenção de danos à saúde e ao bem estar do homem
(BRAGA et al, 2005).

No Brasil, o responsável pelo controle e pela vigilância da qualidade da água


para consumo humano e o seu Padrão de Potabilidade é o Ministério da Saúde,
através da Portaria n.º 2.914 de 12 de dezembro de 2011. Segundo ela, o Padrão de
Potabilidade é o conjunto de valores máximos permissíveis das características de
qualidade da água destinada ao consumo humano.

No tratamento de água bruta para abastecimento público, é importante


considerar que a estação de tratamento de água também gera resíduos. Por esse,
motivo é necessário que haja uma preocupação com o destino dos resíduos
provenientes da referida estação de tratamento de água, para que não sejam
simplesmente despejados no meio-ambiente.

Analisar os processos da estação de tratamento de água (ETA) se torna uma


ferramenta importante, pois, auxilia no controle operacional do tratamento,
proporcionando um diagnóstico da situação da ETA em termos de adequabilidade
dos parâmetros hidráulicos e diretamente na qualidade da água. Essa avaliação
permite a identificação de falhas, caso existam, de forma a melhorar o desempenho,
enquadrando dentro dos parâmetros de qualidade de água recomendados pela
Portaria n.º 2.914 de 12 de dezembro de 2011.

Este tema foi escolhido com a finalidade de despertar e trazer para debate as
condições de operação da estação de tratamento da água no município de Xapuri –
Acre, no bairro da Bolívia.

Xapuri é um município que fica localizado no sudeste do Estado do Acre.


Situa-se na microrregião de Brasiléia, mesorregião do Vale do Alto Acre. Cidade
Histórica, Xapuri é considerada o berço da Revolução Acreana e o símbolo do
14

Movimento Ambientalista Mundial. É conhecida mundialmente por seu filho mais


ilustre, o seringueiro e líder sindical Chico Mendes.

De acordo com a publicação do exemplar o acre em números, que retrata


estudo realizado pelo governo do estado no ano de 2013, Xapuri possui um Índice
de Desenvolvimento Humano 0.599 conforme PNUD/IPEA/Fundação João Pinheiro.
Possui uma população total 16.091 habitantes, sendo 10.330 moradores da Zona
Urbana e 5.761 moradores da Zona Rural de acordo com IBGE/Censo Demográfico
(2010). Dos 16.091 habitantes 7.774 são mulheres, ou seja, 48,31% e 8.317 são
homens, ou seja, 51,69%. (GOVERNO DO ESTADO DO ACRE - ACRE EM
NÚMEROS, 2013).

Sua economia é basicamente voltada para o setor primário e a pecuária. A


borracha e a castanha ainda são os principais produtos do município. Atualmente a
cidade vive uma tendência para a industrialização de produtos da floresta (borracha,
castanha e madeira). (GOVERNO DO ESTADO DO ACRE - ACRE EM NÚMEROS, 2013).

O objetivo geral deste estudo é analisar se a ETA está dentro dos padrões de
adequabilidade conforme a legislação vigente. E os objetivos específicos são:

 Comparar a técnica de tratamento de água observada na visita in loco


com as técnicas descritas na revisão da literatura; e
 Propor sugestões de melhoria para o processo de tratamento utilizado na
empresa analisada.

O trabalho foi divido em três capítulos. O primeiro trata sobre a água na


natureza, o ciclo hidrológico e ao acesso à água, o segundo fala da legislação,
sistema de abastecimento de água e doenças relacionadas à água e o terceiro trás
informações sobre as técnicas de tratamento da água e resíduos da estação de
tratamento.
15

CAPÍTULO 1

1.1 ÁGUA NA NATUREZA: DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NA TERRA

A água abrange quase quatro quintos da superfície terrestre; desse total,


97,0% referem-se aos mares e os 3% restantes às águas doces. Entre as águas
doces, 2,7% são formadas por geleiras, vapor de água e lençóis existentes em
grandes profundidades (mais de 800m), e apenas 0,3% do volume total de água do
planeta pode ser aproveitado para consumo humano, sendo que 0,01% é
encontrada em fontes superficiais (rios e lagos) e 0,29% em fontes subterrâneas
(poços e nascentes). (FUNASA, 2006).

Para utilizar este pequeno percentual de água que pode ser aproveitada para
consumo humano, se faz necessário que observar alguns fatores. Segundo a
FUNASA (2006), A água não é encontrada pura na natureza. Ao cair em forma de
chuva, já carrega impurezas do próprio ar. Ao atingir o solo seu grande poder de
dissolver e carregar substâncias altera ainda mais suas qualidades.

A água subterrânea vem sendo acumulada no subsolo há séculos e somente


uma fração desprezível é acrescentada anualmente pelas chuvas ou retirada pelo
homem. Em compensação, a água dos rios é renovada cerca de 31 vezes,
anualmente. FUNASA (2006).

Segundo a FUNASA (2006), a média da precipitação anual, na terra é cerca


de 860 mm. Sendo que a porcentagem de 70% a 75% dessa precipitação voltam
para a atmosfera como evapotranspiração. A figura 1 mostra como esta distribuída à
água na terra.
16

Figura 1: Distribuição da água na natureza


Fonte: Funasa 2006.

E importante salientar que o processo de evapotranspiração ficará mais claro


no tópico a seguir. Que trata do Ciclo hidrológico.

1.2 O CICLO HIDROLÓGICO DA ÁGUA

Uma vez visto como a água se distribui em nosso planeta, é importante


também o conhecimento de como a água se movimenta de um meio para outro na
Terra. A Essa circulação da água se dá o nome de ciclo hidrológico.

A figura 2 apresenta o ciclo hidrológico de uma forma simplificada. Nesse


ciclo, distinguem-se os seguintes mecanismos de transferência da água:

 Precipitação;
 Escoamento superficial;
 Infiltração;
 Evaporação; e
 Transpiração.

Figura 2: Ciclo hidrológico.


Fonte: GRASSI , 2011.
17

Precipitação

A Precipitação compreende toda a água que cai da atmosfera na superfície da


Terra. As principais formas são: chuva, neve, granizo e orvalho. A precipitação é
formada a partir dos seguintes estágios:

 Resfriamento do ar à proximidade da saturação;


 Condensação do vapor d’água na forma de gotículas; e
 Aumento do tamanho das gotículas por coalizão e aderência até que
estejam grandes o suficiente para formar a precipitação.
Escoamento superficial

A precipitação que atinge a superfície da Terra tem dois caminhos por onde
seguir: escoar na superfície ou infiltrar no solo. O escoamento superficial é
responsável pelo deslocamento da água sobre o terreno, formando córregos, lagos e
rios e eventualmente atingindo o mar. A quantidade de água que escoa depende dos
seguintes fatores principais:

 Intensidade da chuva; e
 Capacidade de infiltração do solo.
Infiltração

A infiltração corresponde à água que atinge o solo, formando os lençóis


d’água. A água subterrânea é grandemente responsável pela alimentação dos
corpos d’água superficiais, principalmente nos períodos secos. Um solo coberto com
vegetação (ou seja, com menor impermeabilidade advinda, por exemplo, da
urbanização) é capaz de desempenhar melhor as seguintes importantes funções:

 Menos escoamento superficial (menos enchentes nos períodos


chuvosos);
 Mais infiltração (maior alimentação dos rios nos períodos secos);
 Menos carreamento de partículas do solo para os cursos d’água.
Evapotranspiração

A transferência da água para o meio atmosférico se dá através dos seguintes


principais mecanismos, conjuntamente denominados de evapotranspiração:

Evaporação: transferência da água superficial do estado líquido para o


gasoso. A evaporação depende da temperatura e da umidade relativa do ar.
18

Transpiração: as plantas retiram a água do solo pelas raízes. A água é


transferida para as folhas e então evapora. Este mecanismo é importante,
considerando-se que em uma área coberta com vegetação a superfície de
exposição das folhas para a evaporação é bastante elevada. (VON SPERLING,
2005).

1.3 O ACESSO À ÁGUA

A água é um recurso natural essencial para a manutenção da vida. A mesma


deve ser provida de forma adequada e indispensável para um bom desenvolvimento
econômico e social, além de resultar boas condições de saúde e a qualidade de vida
para a população. E controlar os altos índices de doenças por veiculação hídrica.
(FUNASA, 2006).

Segundo Lima (2008 apud Razzolini e Günther, 2014): A acessibilidade da


água para consumo humano é garantido pela Constituição Federal de 1988, onde o
acesso é classificado em níveis que possibilitam avaliar as ações de promoção à
saúde e a qualidade de vida da população. Esses níveis são classificados como:

 Sem acesso: consumo não assegurado, comprometendo a higiene


básica e dos alimentos;
 Acesso básico: consumo pode ser assegurado, possibilita a higiene
básica e dos alimentos, no entanto a lavagem de roupa e banho tornam-se difíceis,
essas atividades ocorrem fora do domínio do domicílio;
 Acesso intermediário: consumo assegurado, não há comprometimento
da higiene básica e dos alimentos, sendo possível a lavagem da roupa e o banho e
provavelmente ocorre dentro do domínio do domicílio; e/o
 Acesso ótimo: consumo assegurado, as práticas de higiene não são
comprometidas, as lavagens de roupa e banho ocorrem dentro dos domínios do
domicílio.
O acesso regular à água potável e segura, embora seja um direito
humano básico, não tem sido estendida a toda a população,
especialmente àquela encontrada em áreas periurbanas esquecidas
pelas políticas públicas de saneamento e saúde. (RAZZOLINI e
GÜNTHER, 2008).

[...] O acesso à água é fator de preocupação dos gestores devido à água


ofertada não está disponível a toda a população. Muitos têm água impura, que
19

contém agentes patogênicos, o que a faz um vetor eficaz para a proliferação de


graves doenças e assim fica a espera de políticas públicas que as favoreçam. As
pessoas de classes baixas devem estar inseridas nas ações propostas de promoção
à proteção da saúde da população (RAZZOLINI e GÜNTHER, 2008).

É importante ressaltar que a qualidade da água tratada não está ligada


somente ao abastecimento, mas a forma como a população manuseia no seu dia-a-
dia. Pois, fornecer água de qualidade é uma forma eficaz de promover a saúde da
população. No entanto, o, mas importante é saber como enfrentar os problemas de
armazenamento e problemas ligados à rede de abastecimento que acabam tornando
a água tratada um veículo potencial à transmissão de doenças para a população.

A quantidade de água disponível para uso doméstico tem influência direta nas
práticas básicas de higiene pessoal, domiciliar e no preparo dos alimentos. O
comprometimento dessas práticas pode acarretar agravos à saúde. A condição da
disponibilidade da água também é fator de risco e contribui para os efeitos à saúde.
Esses fatores podem favorecer o incremento da incidência de doenças de
transmissão hídrica, pois tanto a coleta de água, como seu transporte e
armazenamento, caso necessário, pode ser realizada de forma inadequada.
(RAZZOLINI e GÜNTHER, 2008).

CAPÍTULO 2

2.1 LEGISLAÇÃO

É importante mencionar o papel da Agência Nacional de Águas – ANA, que é


programar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e
regular o acesso à água, promovendo seu uso sustentável em benefício das atuais e
futuras gerações.

A legislação brasileira que trata do uso da água começou a ser discutida na


década de 30, foi então que pensando nas necessidades coletivas e nacionais foi
criado o decreto n.º 24.643 de 10 de julho de 1934. Que nesta época era
considerado muito avançado. Com a necessidade de atualizações em conformidade
com a Constituição Federal de 1988. Foi necessário a criação da Lei n.º 9.433 de 8
20

de janeiro de 1997, que, estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos


através de princípios e normas e padrões da gestão da água.

A Lei de Recursos Hídricos no seu artigo 1º prevê a Política Nacional de


Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:

I - a água é um bem de domínio público;

II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;

III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o


consumo humano e a dessedentação de animais;

IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo


das águas;

V - a bacia hidrográfica e a unidade territorial para implementação da Política


Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos;

VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a


participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

Dos incisos constantes no artigo 32º o mais importante para que haja uma
boa gestão adequada da água é o que prevê o IV, que trata de: planejar, regular e
controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos.

As exigências mínimas do Ministério da Saúde, estabelecidos a partir de


recomendações da Organização Mundial de Saúde – OMS. Estão dispostas na
Portaria n.º 518 de 25 de março de 2004. A referida portaria estabelece os
procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

A portaria n.º 518 de 25 de março de 2004, foi revogada pela Portaria n.º
2.914 de 12 de dezembro de 2011.
21

No Brasil os padrões de potabilidade da água para o consumo humano são


estabelecidos pelo Ministério da Saúde e atualmente encontra-se em vigor a Portaria
n.º 2.914 de 12 de dezembro de 2011.

2.2 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Sistema de Abastecimento Público de Água constitui-se no conjunto de obras,


instalações e serviços, destinados a produzir e distribuir água a uma comunidade,
em quantidade e qualidade compatíveis com as necessidades da população, para
fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos
(FUNASA, 2006).

O sistema de abastecimento de água para fins de consumo humano são


constituídos de instalações e equipamentos destinados a fornecer água potável a
uma comunidade. Os indicadores físicos, químicos e biológicos dá água potável, isto
é, aquela adequada ao consumo humano, deve estar de acordo com o que
estabelece o dispositivo legal em vigor no Brasil. Neste caso este dispositivo é a
Portaria n.º 2.914 de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, que
estabelece os procedimentos e as responsabilidades, relativos ao controle e à
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade. (BRAGA, B. et al, 2005).

Para BRAGA et Al (2005), os Sistemas de Abastecimento de Águas – (SAAs)


devem ser constituídos por:

 Captação;
 Elevação;
 Adução;
 Armazenamento;
 Tratamento; e
 Distribuição de água.

A FUNASA (2006) explica o manancial abastecedor e fala de cada uma das


atividades.

O manancial abastecedor é a fonte de água da estação de tratamento


(ETA). É importante considerar que as características físicas, químicas e biológicas
22

da água do manancial devem ser adequadas ao tratamento, pois quanto mais


poluída e/ou contaminada a água, mais difícil e caro é o tratamento. Além disso, é
importante que se estude a demanda atual de água, bem como a previsão de
crescimento da demanda na comunidade que será abastecida. A partir da escolha
do manancial, as instalações e equipamentos para a captação dessa água devem
ser planejados para atender esta demanda que cresce a cada dia (FUNASA, 2006).

A portaria em vigor define o Padrão de Potabilidade como sendo o “conjunto


de valores máximos permissíveis das características de qualidade da água
destinada ao consumo humano”. Nesse documento, são relacionadas às
características físicas, organolépticas e químicas, seus Valores Máximos
Permissíveis (VMP) e as características de qualidade microbiológicas e radioativas.
O Padrão de Potabilidade define o limite máximo para cada elemento ou substância
química, não estando ali considerados eventuais efeitos sinérgicos entre elementos
ou substâncias. (BRAGA, B. et al, 2005).

Para Braga, B. et al, (2005), Fazem parte de um sistema de abastecimento de


água:

Manancial: É a fonte de onde se tira o suprimento de água. A escolha do


manancial deve ser condicionada tanto à disponibilidade (quantidade) como à
qualidade da água.

Captação: É o conjunto de equipamentos e instalações utilizados para retirar


a água do manancial.

Adução: É a parte do sistema constituída de tubulações sem derivações, que


liga a captação ao tratamento ou o tratamento ao reservatório de distribuição. A
adução pode ser por gravidade, recalque ou mista. Deve-se priorizar a adução por
gravidade para se evitar gastos adicionais de energia.

Tratamento: O tratamento visa remover impurezas existentes na água, bem


como eliminar microrganismos que causem mal à saúde, adequando à água
existente no manancial ao Padrão de Potabilidade em vigor.

Reservatório de distribuição: O reservatório de distribuição é empregado


para acumular água com o propósito de atender à variação do consumo horário,
23

manter uma pressão mínima ou constante na rede e atender às demandas de


emergência, como em casos de incêndio, ruptura da rede etc.

Rede de distribuição: A rede de distribuição leva a água do reservatório ou


da adutora para pontos de consumo residenciais, escolas, hospitais, indústrias e
demais locais a serem abastecidos na comunidade.

De todos os sistemas de Abastecimentos de águas, o processo mais


importante que requer atenção especial é o de tratamento. Pois, é nesta etapa que
os padrões mínimos de potabilidade devem ser alcançados para que o consumo da
água seja seguro e saudável.

E para se obter água adequada em um sistema público de abastecimento é


necessário que:

As características de qualidade da água bruta, isto é, da água presente no


manancial, sejam compatíveis com os processos de tratamento de água
economicamente disponíveis;

As características indicadoras da qualidade da água bruta mantenham-se


suficientemente estáveis ao longo do tempo, o que implica o controle da poluição do
manancial; e

O sistema seja projetado, construído, operado e mantido para criar condições


que possibilitarão obter de forma adequada, regular sem ocorrência de alterações
sensíveis na qualidade.

A detecção dessas variações na qualidade da água no sistema de


abastecimento é feita por meio de:

Inspeção sanitária periódica em todo o sistema de abastecimento (do


manancial ao consumidor); e conhecimento da qualidade da água em qualquer fase
do seu percurso (do manancial ao consumidor) por meio de análises da água.
(FUNASA, 2006).

No Estado do Acre o órgão responsável pelo sistema de abastecimento de


água para consumo humano é o Departamento Estadual de Pavimentação e
24

Saneamento - DEPASA, órgão responsável pelo tratamento da água. Tendo em vista


que este órgão já possuiu vários nomes como: SANACRE, SAERB, DEAS e agora
DEPASA. No início de seu mandato, 2011, o governador Sebastião Viana deu
origem a um órgão que teve como objetivo unir o Departamento Estadual de Água e
Saneamento (Deas) com o de Pavimentação (antes executado pelo Deracre em
parceria com as Prefeituras de cada município). O resultado desta reunião foi à
implantação do órgão público intitulado Depasa. Conforme informações do operador
da Estação de tratamento de água – ETA do bairro da Bolívia. O sistema de foi
construído em 2006, pelo governo do estado em parceria com o município com a
finalidade de fornecer água tratada para população Xapuriense.

As estações de tratamento de água de Xapuri funcionam em média 24 horas


por dia. E conforme formulário de cadastro de sistema de abastecimento de água –
SAA. Atualizado até novembro de 2013. Possui o seguinte número de ligações:

Categoria Número de ligações


Residencial 3.090
Comercial 69
Industrial 14
Pública 73
Total de número de economias atendidas 3.178
Tabela 1 – Descrição do Sistema de Abastecimento de água
Fonte: (DEPASA, 2013).

O modelo que liga os serviços de água, esgoto, tratamento e pavimentação


de ruas em somente um departamento, obteve bons resultados na administração
pública desde o governo Lula e agora passa a ser seguido pelo Governo do Povo do
Acre.

2.3 DOENÇAS RELACIONADAS À ÁGUA

De acordo com a FUNASA (2006), a água pode afetar a saúde do homem:


pela ingestão direta, na preparação de alimentos; na higiene pessoal, na agricultura,
na higiene do ambiente, nos processos industriais ou nas atividades de lazer.

Os riscos para a saúde relacionados com a água podem ser distribuídos em


duas categorias:
25

 Riscos relacionados com a ingestão de água contaminada por agentes


biológicos (bactérias, vírus, e parasitos), pelo contato direto, ou por meio de insetos
vetores que necessitam da água em seu ciclo biológico;
 Riscos derivados de poluentes químicos e radioativos, geralmente
efluentes de esgotos industriais, ou causados por acidentes ambientais.

Os principais agentes biológicos encontrados nas águas contaminadas são as


bactérias patogênicas, os vírus e os parasitos. As bactérias patogênicas encontradas
na água e/ou alimentos constituem uma das principais fontes de morbidade e
mortalidade em nosso meio.

São responsáveis por numerosos casos de enterites, diarreias infantis e


doenças endêmico-epidêmicas (como a cólera e a febre tifoide), que podem resultar
em casos letais.
26

Transmissão Doença Agente patogênico Medida


Vibriocholerae O 1 e O 139;
Salmonellatyphi;
- Implantar sistema de
Giardialamblia;
abastecimento e
Entamoeba histolytica;
tratamento da água,
Hepatite virus A e E;
- Cólera com fornecimento em
Balantidium coli,
- Febre tifóide quantidade e qualidade
Cryptosporidium,
- Giardíase para consumo
Pela água. Bacciluscereus,
- Amebíase humano, uso
S.aureus, Campylobacter, E.
- Hepatite infecciosa doméstico e coletivo;
colienterotoxogênica
- Diarréia aguda - Proteger de
E enteropatogênica,
contaminação os
enterohemolítica, Shigella,
mananciais e fontes de
Yersiniaenterocolitica,
água;
Astrovirus, Calicivirus,
Norwalk, Rotavirus A e B;
- Implantar sistema
adequado de
esgotamento sanitário;
- Escabiose - Instalar
Sarcoptes scabiei;
- Pediculose (piolho) abastecimento de água
Pediculus humanus;
- Tracoma Clamydia trachomatis; preferencialmente com
Pela falta de - Conjuntivite Haemophilus aegyptius; encanamento no
limpeza, bacterianaaguda Salmonella typhimurium, S. domicílio;
higienização - Salmonelose enteritides; - Instalar melhorias
coma água. - Tricuríase Trichuristrichiura; sanitárias domiciliares
- Enterobíase Enterobius vermiculares; e coletivas;
Ancylostoma duodenale;
- Ancilostomíase - Instalar reservatório
Ascaris lumbricoides;
- Ascaridíase de água adequado
com limpeza
sistemática (a cada
seis meses);
-Eliminar o
aparecimento de
criadouros de vetores
- Malária Plasmodiumvivax, P. malarie com inspeção
Por vetores que e P. falciparum;
- Dengue sistemática e medidas
se relacionam Grupo B dos arbovírus;
- Febre amarela RNA vírus; de controle (drenagem,
com a água.
- Filariose Wuchereriabancrofti; aterro e outros);
- Dar destinação final
adequada aos resíduos
sólidos;
- Controlar vetores e
Associada à - Esquistossomose Schistosoma mansoni;
hospedeiros
água. - Leptospirose Leptospirainterrogans;
intermediários.
Tabela 2 – Doenças Relacionadas com o abastecimento de água.
Fonte: FUNASA (2006).
27

CAPÍTULO 3

3.1 TÉCNICAS DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Para a FUNASA (2006), o tratamento de água consiste em melhorar suas


características organolépticas, físicas, químicas e bacteriológicas, a fim de que se
torne adequada ao consumo humano.

De acordo com a FUNASA (2006), os métodos de tratamento de água mais


comuns são: fervura, sedimentação simples, filtração lenta, aeração, correção da
dureza, remoção de ferro, remoção de odor e sabor desagradáveis e desinfecção.

Porém no tratamento de água para consumo humano várias dessas técnicas


devem ser utilizadas conjuntamente. Será apresentado a seguir o modelo de
tratamento mais comum para os Sistemas de Abastecimento público.

A Figura 3 – Abaixo mostra a sequência convencional de um processo de


tratamento da água bruta para abastecimento público.

Figura 3: Sequência convencional de um tratamento de água bruta para abastecimento público.


Fonte: FUNASA, (2006).

Analisando a figura acima se observa que há a necessidade da realização de


cinco etapas principais, que são: a coagulação, a floculação, a
sedimentação/decantação, filtração e desinfecção. Que serão descritos logo abaixo:

No processo de coagulação o tratamento que consiste na estabilização de


cargas da água com a adição, normalmente, de Sulfato de Alumínio Al 2(SO3)4.
Segundo a FUNASA (2006), o sulfato de alumínio é o produto mais utilizado tanto
pelas suas propriedades como pelo seu menor custo. O resultado desse processo é
a aglomeração das partículas em suspensão, formando coágulos, o que facilitará o
28

processo de sedimentação/decantação. A água, então, saído coagulador e entra no


floculador.

A floculação tem por função aumentar o tamanho dos coágulos, formando os


flocos. Isso ocorre porque os coágulos formados anteriormente apresentam cargas
elétricas residuais. Isso fará com que cargas contrárias se atraiam e formem os
flocos. Para que o processo seja corretamente executado, é necessário que a água
se movimente continuamente no floculador. O floculador aumenta a velocidade do
processo de sedimentação/decantação. (NETTO E RICHTER,1991).

De acordo com FOGAÇA (2015), uma das etapas do processo de tratamento


de água nas ETAs envolve a coagulação e a floculação. Nessas águas que serão
tratadas existem impurezas cujas partículas são coloidais, isto é, possuem diâmetro
médio entre 1 e 1000 nm. Por serem pequenas, elas não se sedimentam (não se
depositam no fundo do recipiente) sob a ação da gravidade.

Por isso, é necessário acrescentar à água coagulantes químicos.


Geralmente, aqui no Brasil, o coagulante utilizado é o sulfato de
alumínio Al2(SO4)3. Mas há outros agentes químicos que podem ser
utilizados com essa mesma função, como os sais de ferro (III) ou
ainda polímeros orgânicos. Esses coagulantes são insolúveis na água
e geram íons positivos (cátions) que atraem as impurezas carregadas
negativamente nas águas. Quimicamente, podemos explicar assim: o
sulfato de alumínio gera os seguintes íons na água(FOGAÇA 2015):
Al2(SO4)3 → 2 Al3+ + 3 SO42-.

Para FOGAÇA (2015), uma menor parte dos cátions Al 3+ neutraliza as cargas
negativas das impurezas presentes na água, e a maior parte deles interage com os
íons hidroxila (OH-) da água, formando o hidróxido de alumínio:

Al2(SO4)3 + 6 H2O → 2 Al(OH)3 +6 H+ + 3 SO42-

Esse hidróxido de alumínio é um coloide carregado positivamente que


neutraliza as impurezas coloidais carregadas negativamente que estiverem na água.
Observe que há um excesso de H +, o que torna o meio ácido e pode impedir a
formação do hidróxido de alumínio. Por isso, com o coagulante é adicionado à água
também algum composto que aumente o pH (a alcalinidade) do meio, tais como as
bases hidróxido de cálcio (Ca(OH) 2) e hidróxido de sódio (NaOH), ou um sal de
caráter básico, como o carbonato de sódio (Na 2CO3), conhecido como barrilha.
(FOGAÇA, 2015).
29

A sedimentação ou decantação é neste processo em que os flocos em


suspensão são removidos da água. Para isso, ocorre a ação de forças gravitacionais
para separar partículas que neste momento estão com a densidade superior à da
água, depositando-as em uma superfície ou zona de armazenamento (NETTO E
RICHTER,1991).

No tocante a decantadores NETTO E RICHTER, (1991), Destacam dois tipos


principais de decantadores: os de fluxo horizontal e os de fluxo ascendente. Os
primeiros são caracterizados pela simplicidade e eficiência. Como o próprio nome já
diz, a corrente da água é horizontal e os flocos se depositam nas paredes e no fundo
dos decantadores. Os segundos permitem o aumento da região de contato da água
com a superfície dos decantadores. A corrente da água circula debaixo para cima e
os flocos ficam depositados no fundo. Os decantadores de fluxo ascendente são
mais eficientes que os de fluxo horizontal, porém, mais caros. A água segue, então,
para o processo de filtração.

É na etapa da filtração que todas as partículas em suspensão são removidas


para que a água atenda aos padrões de potabilidade. De acordo com a FUNASA
(2006), este processo consiste em fazer com que a água passe através de um meio
granular para remoção das impurezas físicas, químicas e biológicas. Este meio é
denominado de filtro. O filtro de areia é o mais utilizado, em virtude do baixo custo.
Este tipo de filtro possui uma camada de areia através da qual a água atravessa e
deixa as impurezas. A quantidade de filtros de uma Estação de Tratamento de Água
é determinada pela demanda de água e por fatores econômicos (NETTO E
RICHTER,1991).

Provavelmente a operação unitária mais importante na cadeia de


processos do tratamento de água, é a filtração. (NETTO E
RICHTER,1991).

A desinfecção da água tem sido praticada por milênios, embora os princípios


envolvidos no processo não fossem conhecidos. Existem indícios de que o uso de
água fervida já era recomendado em 500a.c. Os processos de desinfecção têm
como objetivo a destruição ou inativação de organismos patogênicos, capazes de
produzir doenças, ou de outros organismos indesejáveis. (Meyer 1994).
30

Segundo Meyer (1994), O uso de cloro no tratamento da água pode ter como
objetivos a desinfecção (destruição dos microrganismos patogênicos), a oxidação
(alteração das características da água pela oxidação dos compostos nela existentes)
ou ambas as ações ao mesmo tempo. O cloro e seus compostos são fortes agentes
oxidantes. Em geral, a reatividade do cloro diminui com o aumento do pH, e sua
velocidade de reação aumenta com a elevação da temperatura.

A ação desinfetante e oxidante do cloro é controlada pelo ácido hipocloroso,


um ácido fraco. Em solução aquosa e valores de pH inferiores a 6, a dissociação do
ácido hipocloroso é fraca, sendo predominante a forma não dissociada (HOCl). Em
soluções de pH menor que 2, a forma predominante é o Cl2; para valores de pH
próximo a 5, a predominância é do HOCl, tendo o Cl2 desaparecido. A forma ClO
predomina em pH 10. (Meyer, 1994).

As águas de abastecimento, em geral, apresentam valores de pH entre 5 e


10, quando as formas presentes são o ácido hipocloroso(HOCl) e o íon hipoclorito
(OCl). O cloro existente na água sob as formas de ácido hipocloroso e de íon
hipoclorito é definido como cloro residual livre. A reação de hidrólise que ocorre
quando o cloro é adicionado na água está representada a seguir (Meyer, 1994):

Cl2+ H2O  HOCl + H+ + Cl-

Se todas as etapas mencionadas acima, forem realizadas corretamente,


serão garantidos os padrões de potabilidade exigidos pela Portaria n.º 2.914 de 12
de dezembro de 2011. É importante ressaltar que o tratamento de água também
gera resíduos e esses resíduos não podem ser despejados no meio ambiente. O
tópico seguinte fará um breve relato do que pode ser feito para minimizar esse
problema.

3.2 RESÍDUOS DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

No Brasil o processo de produção de água potável, considerado como uma


das etapas da indústria da água há geração de resíduos devido à presença de
impurezas na água bruta e aplicação de produtos químicos. Esses resíduos
apresentam características e propriedades diversas e geralmente desconhecidas,
dificultando a solução do problema. (CORDEIRO, et al. 2013).
31

De acordo do CORDEIRO et al. (2013), os principais resíduos gerados nas


ETAs, que possuem tecnologia de ciclo completo, são o lodo de decantadores e a
água de lavagem de filtros – (ALAF). As principais perdas de água, neste tipo de
sistema, ocorrem devido à necessidade de limpeza das unidades de tratamento para
remoção de resíduos (lavagem de floculadores, decantadores e filtros) e
vazamentos nas unidades e/ou tubulações. O lodo é definido como resíduo sólido, e,
portanto, deve estar em consonância conforme os preceitos da Lei 12.305/2010
(artigo 3º, inciso XVI) (BRASIL, 2010) e da série de normas NBR 10.004/2004
(ABNT, 2004), que diz:

XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem


descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja
destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado
a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases
contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos
d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;

No Brasil, a implantação de sistemas de tratamento de água está sujeita ao


licenciamento ambiental, conforme a Resolução 237 de 19 de dezembro de 1997 do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) (BRASIL, 1997). Esta é uma obra
de utilidade pública causadora de impactos ambientais negativos, com o lançamento
de resíduos provenientes dos decantadores e da ALAF em corpos d’água. A Política
Nacional de Recursos Hídricos – PNRH (Lei 9.433/97) estabelece que:

O lançamento de resíduos líquidos, sólidos ou gasosos, tratados ou


não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final em
corpos d’água, além de outros usos que alterem o regime, a
quantidade ou a qualidade da água, está sujeita à outorga do Poder
Público (BRASIL, Lei 9.433/97).

Pois de acordo com o artigo 54 da Lei 9.605/98, o lançamento em corpos


d’água dos resíduos gerados em ETAs, quando não aprovado por órgãos
ambientais, pode ser considerado crime ambiental devido aos efeitos diretos
causados ao ambiente aquático do corpo receptor, provocando danos à fauna
aquática.

No Brasil, a frequência de remoção de lodo nos decantadores de ETA


convencional de ciclo completo pode ser realizada em intervalos de até seis meses,
32

pode gerar acúmulo de lodo com elevada concentração de contaminantes orgânicos


e inorgânicos e também pode dificultar a remoção e disposição final. Assim, em
algumas ETAs, é necessária a utilização de água em alta pressão a fim de auxiliar a
remoção do lodo e raspadores manuais (rodos de madeira), que implica no contato
direto de funcionários com este resíduo (ACHON, 2008).

E tradicionalmente, no Brasil, a maior e mais importante preocupação, ainda


que incipiente, tem sido em relação aos resíduos gerados em estações de
tratamento de esgotos, que também deveria se refletir para os resíduos gerados em
ETAs. Por outro lado, o desenvolvimento tecnológico do tema tem esbarrado em
replicar tecnologias importadas, em pesquisas desarticuladas e soluções empíricas
localizadas. Esse desenvolvimento muitas vezes é incentivado por mudanças e
cobranças nos campos normativos e legais. (CORDEIRO, et al. 2013).

No entanto, correspondem, ainda, a ações desarticuladas entre os diversos


institutos de pesquisas e, principalmente, com dificuldade quanto à transferência de
tecnologia para empresas, municípios e estados. Salvo iniciativas como o Programa
de Pesquisas em Saneamento Básico – Prosab (ANDREOLI, 2001).

METODOLOGIA

O município de Xapuri possui duas estações de tratamento de água. Sendo


uma localizada no Ramal do Fura no início da cidade e outra localizada no bairro da
Bolívia, onde a pesquisa foi desenvolvida.

A metodologia aplicada para a realização deste trabalho foi bibliográfica de


caráter exploratório, qualitativo e quantitativo, pois com a aplicação de questionários
aos operadores da Estação de Tratamento de Água, estudo de artigos científicos,
teses, livros, material eletrônico, leis e manuais visando descrever sobre as técnicas
de tratamento de água de acordo legislação vigente. Com a aplicação dos
questionários, buscaram-se informações mais detalhadas sobre as atividades
realizadas durante cada processo do tratamento de água realizado por eles,
obtendo-se assim, informações in loco sobre a rotina do tratamento da água para
consumo humano nas respectivas etapas: coagulação, floculação, decantação,
filtração e desinfecção.
33

Esse tipo de metodologia caracteriza-se por ser direcionado ao longo


do seu desenvolvimento, onde as situações são observadas e
registradas da forma como ocorrem, mediante contato direto e
interativo do pesquisador com a situação objeto de estudo,
apresentando como característica essencial o enfoque descritivo.
(MAZZOTTI e GEWANDSZNAJDER 1999).

Para tanto, foram utilizados dois questionários aplicados na entrevista. O


questionário 1, que consta nos anexos continha perguntas objetivas para respostas
do tipo sim ou não, e o outro era formado por questões subjetivas no qual foram
solicitadas informações sobre as técnicas de tratamento de água, sobre os
problemas enfrentados durante os serviços realizados e o papel da ETA para a
sociedade. A entrevista foi realizada nas instalações da ETA com os operadores
responsáveis em turnos diferentes, pois os operadores nesta ETA trabalham em
regime de plantões de 12 horas.

Foram realizadas três entrevistas com operadores diferentes, nas respectivas


datas e com os respectivos operadores, conforme quadro abaixo :

Entrevista Data Operador


1 23/01/2015 Renato Lima de Souza
2 24/01/2015 Sebastião Barbosa Pessoa
3 25/01/2015 Everaldo Gadelha de Souza
Tabela 3 – Tabela de entrevistas com operadores ETA bairro da Bolívia.
Fonte: Próprio Autor (2015).

Com relação à técnica de tratamento utilizada, observou-se que consiste na


realização de cinco etapas principais: coagulação, floculação, decantação, filtração e
cloração ou desinfecção. O fluxograma da Figura 4 esboça o processo adotado pela
ETA pesquisada.
34

Figura 4: Fluxograma do processo de tratamento ETA Rio Acre.


Fonte: Próprio autor (2015).

A seguir, todas as informações obtidas durante a visita a ETA pesquisada


serão comparadas com o que foi encontrado na ETA com base nas bibliografias
estudas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com a vista in loco, foi possível verificar a estrutura na qual a ETA possui,
bem como seus processos de tratamento de água. As informações obtidas foram
condensadas e serão explanadas a seguir de acordo com as respostas obtidas na
entrevista.

Observou-se que primeiro ocorre a captação da água bruta por meio de


bombeamento de um motor de 30cv, de cerca de 300 metros de distância da
estação sendo conduzida por uma adutora de 250mm PVC DeFoFo até chegar à
estação de tratamento. Como mostra a Figura 5:

Figura 5 – Captação de água bruta para tratamento.


Fonte: Próprio autor (2015).
35

Logo após visitar o local onde ocorre à captação da água para tratamento o
operador da estação levou-me na casa de química, local este onde são preparadas
as misturas de sulfato de alumínio e cloro para dar-se início ao processo de
tratamento da água. Conforme a Figura 6 e 7.

Figura 6 – Tanque de preparo de sulfato de alumínio.


Fonte: Próprio autor (2015).

Este tanque tem capacidade de 1000 L de água, e, é utilizado para realizar a


mistura de água com sulfato de alumínio. A cada 1000 L de água é adicionado cerca
de 80 kg de sulfato de alumínio, que após misturado com auxílio deste motor segue
via tubulação para ser aplicado na água bruta. São dois tanques de 1000 L que são
preparados. Ou seja, são utilizados 160 kg de sulfato de alumínio para o tratamento
da água.

Verificou-se que não ocorre manutenção nestes tanques há muito tempo. E


não se tem a menor preocupação se a quantidade de sulfato de alumínio que é
misturado no tanque é, ou não suficiente para tratar a água bruta que é captada.
Não há realização de análises na estação antes de se preparar o sulfato de alumínio
na água.

Na figura 7, o operador mostrou-me como é feito a mistura do Cloro granulado


junto à água para o processo de desinfecção da mesma.
36

Figura 7 – Local de preparo do Cloro.


Fonte: Próprio autor (2015).

É nesta caixa de água que é preparado a mistura de Cloro com água onde a
mesma segue por uma tubulação para o processo de desinfecção da água que
ocorre após o processo de filtragem. Nesta caixa o operador mistura em torno de 4
kg de Cloro a cada 1000 L de água para realizar o processo de desinfecção da água
para posterior abastecimento da população na rede de distribuição. O operador
informou que de acordo com a turbidez da água que é avaliada de forma visual ele
acrescenta mais produtos químicos no tratamento que segundo ele seja mais eficaz.

Logo após a preparação dos produtos químicos começa as etapas de


tratamento da água. A primeira etapa do processo de tratamento da água é a
coagulação. Ou seja, a água, ao chegar à empresa, é escoada em um tanque e
após passar pela calha Parshall é adicionado o sulfato de alumínio Al2(SO3)4, através
de uma canaleta perfurada como mostra a Figura 8. Esse tanque possui uma
geometria capaz de aumentar o movimento da água, facilitando a mistura da
substância que nesta ETA que ocorre por meio da mistura rápida.
37

Sulfato de
Alumínio
Al2(SO3)4

Figura 8 – Adição de Sulfato de Alumínio.


Fonte: Próprio autor (2015).

Nesta etapa de coagulação fica visível na Figura 9. O processo de


coagulação após a adição de sulfato de alumínio.

Coagulação

Figura 9 – Coagulação da água.


Fonte: Próprio autor (2015).

Neste momento as partículas negativas juntam-se a partículas positivas e


formando floculo que serão decantadas na próxima etapa do processo de tratamento
da água. Segue para o processo de Floculação que será demonstrado na Figura 10.
38

Figura 10 – Floculação da água.


Fonte: Próprio autor (2015).

Após esta etapa a água segue para a etapa de decantação, onde as


partículas mais densas que a água possui se alojará no fundo do tanque, mas
mesmo assim ainda ficam partículas que são menos densas que a água, que devem
passar pelo processo de filtragem e por último ser desinfectada. Nas Figuras 11, 12
e 13, mostram o processo de decantação, filtração e cloração.

Figura 11 – Processo de decantação da água. Figura 12 – Processo de filtração da água.


Fonte: Próprio autor (2015). Fonte: Próprio autor (2015).
39

Figura 13 – Processo de Cloração da água.


Fonte: Próprio autor (2015).

A Figura 14 visa demonstrar os processos de tratamento de água bruta em


uma ETA de ciclo completo. E realizar uma analogia com a Figura 4. Para verificar
as etapas que estão faltando na ETA pesquisada.

Figura 14 – Modelo de infraestrutura do abastecimento de água com ciclo completo.


Fonte: SABESP, 1997.

Comparando a Figura 14 com a Figura 4, pode-se observar que a estação de


tratamento de água pesquisada não oferta a etapa de correção de pH com a
aplicação de Cal e não realiza a pré-cloração antes mesmo da adição de sulfato de
alumínio. Ausências essas que podem interferir no resultado final do tratamento.
40

Observou-se que na ETA pesquisada o filtro é composto apenas por areia e


pedregulhos. Não consta na composição do filtro carvão (antracito). Que possui a
função de retirar da água odor e sabor, além de reter material orgânico e patogênico.

Com relação ao processo de tratamento utilizado pela ETA pesquisada,


observou-se que a sequência de etapas é bem parecida com o processo
convencional mostrado na Figura 4. E a execução das etapas realizadas acredita-se
que a mesma atenda os padrões mínimos de potabilidade exigidos na Portaria n.º
2.914 de 12 de dezembro de 2011. Porém tal afirmação somente seria possível se
fosse realizado análises da qualidade da água distribuída para a população. Pois,
mesmo sem realizar análises dos parâmetros físico-químicos e biológicos as etapas
tem certa coerência. Pois, observa-se que a mesma contribui de forma significativa,
pois, nosso manancial é superficial e composto por uma água muito turva.

Pela pesquisa realizada, foi possível concluir que o processo de tratamento


da ETA do bairro da Bolívia em Xapuri-AC, contribui com a qualidade do tratamento
da água, porém, gera problemas de impacto ambiental. O principal deles é o destino
inadequado dos resíduos gerados durante o processo. Onde o lodo gerado pela ETA
é destinado a um pequeno manancial e volta a desaguar no Rio Acre e a outra parte
como os restos de sulfato de alumínio é jogada diretamente no solo.

Para solucionar o problema, proponho que seja realizado um tratamento no


lodo residual como, por exemplo, o indicado por Ferreira Filho e Além Sobrinho
(1998).
41

Para obtenção do resultado esperado é necessário à criação de políticas


públicas de tratamento, reuso e descarte do mesmo em local adequado. Não
podendo esquecer que tais políticas são de fundamental importância, principalmente
se as mesmas forem também para conscientizar a população do uso correto da
água bem como do seu reaproveitamento.

Neste, contexto pode-se afirmar que o objetivo geral, bem como os


específicos, foi alcançado. Concluo a pesquisa ressaltando a oportunidade que
novos estudos possam ser realizados com mais profundidade para poder mensurar
a qualidade da água bem como o desempenho da ETA pesquisada.
42

REFERÊNCIAS

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Resíduos sólidos – Classificação. Disponível em: <
http://www.videverde.com.br/docs/NBR-n-10004-2004.pdf>. Acessado em: 23 de jan.
de 2015.

ACHON, Cali Laguna (2008). Ecoeficiência de sistemas de tratamento de água a luz


dos conceitos da ISO 14.001. Tese (Doutorado) – Escola de Engenharia de São
Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 230 p.

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA (ANA). Disponível


em:<http://www2.ana.gov.br/Paginas/acessoainformacao/default.aspx>. Acessado
em 25 de jan. de 2015.

ANDREOLI, C.V. (2001) Resíduos sólidos do saneamento: processamento,


reciclagem e disposição final. Projeto PROSAB 2. Rio de Janeiro: RiMa, ABES, 282
p.

BARBOSA. Vanessa. Governo de SP diz que fez sua parte na crise da água. Será?
Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-agua/governo-de-
sp-diz-que-fez-sua-parte-na-crise-da-agua-sera/>. Acessado em: 31 de Jan. de
2015.

BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento


sustentável. 2 ed. Revisada. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 119 p.

BRASIL. (1934) Decreto n.º 24.643, de 10 de julho de 1934. Decreta o código de


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______. (1997) Lei 9.433 de 8 de Janeiro de 1997. Política Nacional dos Recursos
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43

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CORDEIRO, J. S.et al. Resíduos de estações de tratamento de água e a ISO 24512:


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DEPARTAMENTO ESTADUAL DE PAVIMENTAÇÃO E SANEMANETO – DEPASA.


Formulário de Cadastro de Sistema de Abastecimento de Água – SAA. SVS/CGVAM
– Relatório de Cadastro de Sistema de Abastecimento de Água – SAA. Novembro de
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FOGAÇA. Jennifer. Coagulação e Floculação. Disponível em:


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45
46

ANEXOS
47
48

Questionário - 1

Datada Entrevista:____/____/_____

Entrevistado:__________________________________________________________

Entrevistador:_________________________________________________________

Perguntas Sim Não


São Realizadas análises prévias das águas dos mananciais?
A ETA possui pontos de coleta para análise de água na rede de
distribuição?
Os resíduos oriundos do processo de tratamento são tratados
e/ou reutilizados para algum outro fim?
Existe algum projeto futuro para o tratamento e/ou reutilização
desses resíduos?
Embora atualmente não obrigatório a adição de flúor no
tratamento da água esta ETA realiza a adição de flúor?
Todas as etapas necessárias são realizadas durante o processo
de tratamento da água para abastecimento público por esta ETA?
Existe outro processo de filtragem além do que é realizado
durante a etapa de tratamento da água?
Caso exista este segundo filtro ele é limpo periodicamente?
Sobre os resíduos químicos, existe uma política de descarte para
os mesmos?
Existe destino específico para o lodo gerado durante o processo
de tratamento da água?
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Questionário - 2

Datada Entrevista:____/____/_____

Entrevistado:__________________________________________________________

Entrevistador:_________________________________________________________

1) Há Quanto tempo você trabalha como operador nesta ETA?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

2) Quais os principais problemas que você encontrou durante a execução de sua


função como operador da ETA?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

3) Em sua opinião o processo de tratamento da ETA tem cumprido o seu para qual
ela foi criada?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

4) O que você considera que deveria melhorar na estrutura e desempenho da


estação nos processos de tratamento da água?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

5) No processo de filtragem convencional desta ETA existe antracito(Carvão) para


uma melhor filtragem da água?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________
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Fotos da ETA Pesquisada


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