Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA- UFV

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE DIREITO

PAULO SÉRGIO FERREIRA DE ASSIS


MATRÍCULA 18950
ORIENTADOR: PROFESSOR GUILHERME NACIF FARIA

SEMINÁRIO DE APRESENTAÇÃO DE PROJETO- TCC

Apresentação preliminar de Projeto de Trabalho de


Conclusão de Curso- TCC, na forma de seminário como
exigência de avaliação na disciplina- DIR 498- Oficina de
Metodologia e Projetos de Trabalho de Conclusão de
Curso, coordenada pela Professora Roberta Guerra.

Viçosa
2018
ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO

I- MODALIDADE DE TCC

Monografia

II- ÁREA DE TRABALHO

Cidadania, sociedade e Trabalho


Subárea do Trabalho: Direito de Família
Biodireito
Bioética

III- TEMA

Reprodução Humana Assistida e o Direito Brasileiro

Delimitação do Tema: Analisar o Estado da Arte na Literatura Jurídica


Brasileira de basicamente três aspectos da reprodução Humana assistida no
Ordenamento Jurídico Pátrio:
i) O Status jurídico dos embriões excedentários obtidos da técnica bem
como a sua destinação;
ii) A questão da inseminação artificial homóloga post-mortem e suas
consequências jurídicas quando de cujus deixou sêmen
criopreservado;
iii) A busca do judiciário quando a autonomia da vontade do cidadão
colidir com a Resolução 2.121/2015 do Conselho Federal de Medicina-
CFM.
IV- PROBLEMA

A Reprodução Humana Assistida no Brasil e os conflitos jurídicos dela


advindo, a partir do 3º milênio:
Embriões excedentários (status jurídico e destinação);
Inseminação Artificial homóloga post-mortem e a busca do judiciário quando o
direito constitucional ao planejamento familiar se confronta com a Res.
2121/2015 do CFM. Qual a saída para solucionar tais problemas e em que ponto
se encontra o olhar do legislador para tais problemas?

V- JUSTIFICATIVA

O recorte temporal proposto, isto é, analisar o tema e discutir o problema


a partir dos anos 2000, deve-se basicamente a dois fatores do ponto de vista
jurídico:
- A entrada em vigor da Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002;
- A publicação da Lei 11.105 de 24 de março de 2005 (Lei da Biossegurança).
As técnicas de Reprodução Humana Assistida (RHA), são muito recentes
mundo afora iniciando-se com o caso Louise Brown em 1979 na Inglaterra,
primeiro bebê de proveta, resultante de fecundação “in vitro”.
Em 1984, nasce Zoe Leyland, fruto de embriões criopreservados, na
Austrália. As tecnologias de engenharia genética vão se aperfeiçoando em
países da Europa, Estados Unidos, Canadá, e outros, chegando lentamente ao
Brasil. Até o CC/02 e Lei 11.105/05 a legislação brasileira era completamente
silente em relação ao assunto. As técnicas de RHA, são muito caras, o que
dificulta o seu acesso. Contudo, já existem no Brasil cento e dezessete centros
de RHA dos quais seis instituições oferecem tratamento gratuitos e três semi-.
gratuitos. Fato é que a RHA tem se propagado e as técnicas são reguladas por
normas infra legais de cunho ético, o que tem gerado vários problemas que
acabam indo para o judiciário.
Questões absolutamente novas vem à tona, tais como:
- Redesignação dos laços parentais;
- O acesso das mulheres solteiras às técnicas;
- O acesso dos casais homo afetivos e transgêneros;
- A viabilidade da reprodução heteróloga;
- A questão da RHA post mortem.
Ademais, várias questões atinentes que necessitam de regulamentação tais
como:
1- Qual o destino dos embriões não utilizados no processo de RHA?
2- Os excedentários; quem ficaria com os embriões no caso de separação ou
divórcio?
3- Qual o limite da prática da RHA?
4- O que é moralmente aceitável?
5- Qual a finalidade principal da técnica?
6- Deve haver mesmo sigilo do doador ou este pode ser quebrado? Em quais
circunstâncias? Essa quebra inviabilizaria a técnica?
7- Há necessidade expressa de autorização do doador do material genético?
8- Quem poderia/deveria ter acesso às técnicas?
9 -Quantas vezes uma mulher sozinha ou casal pode recorrer às técnicas?
10- Pode-se escolher o sexo do bebê?
11- Deve esta prática ser oferecida pelo estado?
12- Deve o Direito ficar inerte e deixar o que CFM regulamente todas a questão?
Vê-se que as questões pertinentes são múltiplas e o Estado não deve ficar
inerte, enquanto agente pacificador, pois encontram-se presentes relevantes
questões sociais, de saúde, demografia, status jurídico dos nascidos e relações
familiares, passando pela própria paz social.

VI- HIPÓTESE

A RHA no Brasil é regida fundamentalmente pela Resolução nº 2121 de


2015 elaborada pelo Conselho Federal de Medicina. São normas basicamente
de conduta de ética médica para aqueles profissionais que conduzem tal
processo.
Percebe-se, portanto, que uma normatização infra legal está se
sobrepondo as normas legais, tornando inexorável a procura pelo Poder
Judiciário quando estas normas não se adequam à vontade daqueles que
procuram a técnica. Assim, em face da omissão do legislador, vê-se o Poder
Judiciário, tão sobrecarregado, ter que decidir os conflitos atinentes ao tema,
sem normatização legal.

VI- OBJETIVOS

Objetivo Geral:

- Investigar o Estado da Arte da Reprodução Humana Assistida no Direito


Brasileiro.

Objetivos Específicos:

a- Fazer um relato histórico da RHA no Brasil e em outros países;


b- Explicar as técnicas de RHA modernas;
c- Investigar a legislação pertinente ao tema;
d- Levantar os principais conflitos que gravitam em torno da RHA no
Brasil;
e- Apresentar as principais lacunas no ordenamento jurídico brasileiro
e como o judiciário tem resolvido os conflitos nos casos concretos.

VII- APRESENTAR UM REFERENCIAL TEÓRICO MÍNIMO E INICIAL PARA A


PESQUISA

A pesquisa prospectiva iniciada com a leitura do livro Curso de Bioética e


Biodireito de Adriana Caldas do Rego Freitas Dabus Maluf, lançado pela Editora
Atlas, 2015. Tal leitura remeteu à busca da legislação, principalmente o código
Civil/2002 e a Lei 11.105 de 24/03/2005 (lei da Bioseegurança), que trata do
tema em seu Artigo 5º. O referido artigo teve sua constitucionalidade
questionada pela ADI 3510, proposta pela Procuradoria Geral da República, o
que levou à leitura da decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou
constitucional o dispositivo legal.
Outras Leituras:

- Artigo: Guarda judicial de embriões criopreservados ante a dissolução da


sociedade conjugal (Polyana Santana Campos de Oliveira, publicado no boletim
Conteúdo Jurídico nº 815 de 19-08-17 (ano IX), ISSN 1984-0454.

- Artigo: A personalidade do embrião e do nascituro e as implicações jurídicas da


RHA no Direito Brasileiro (Marta Beatriz T. Ferdinandi e Nely Lopes Casali.
Publicado na Revista Jurídica Cesumar, v.7, n.1, p. 97-117, jan-jun, 2007).

- Artigo: Técnicas Jurídicas acerca do início da vida humana (Rafahael


Mendonça Costa e Gildo Grolo Júnior, publicado na Revista Eletrônica da
Faculdade de Direito de Franca- v.10, n.2, dez. 2015.

- Monografia: O Embrião Excedentário e os Direitos Fundamentais (Daniel


Coutinho- TCC 2007- PUC RS.

- Jurisprudência consultada:
 Apelação Civil nº 0007052-98.2013.4.03.6102/SP. TRF3- Relator(a)
Desembargadora Mairan Maia.

 Apelação Civil nº 7001187889+9- 7ª Câmara civil do TJRS- 145/09/2005-


Relator(a) Desembargadora Maria Berencice Dias.

 AMS 000845265201340-36000- Desembargadora Federal Consuelo


Yoshida, TRF3- sexta turma e DJF3 Judicial 1- Data: 18/12/2014.

 STF, ADI 3510, Ayrces Britto,Julg 29/05/2008.

 MS 30260, Relator(a): Min. Carmem Lúcia. Tribunal Pleno STF, julgado


em 27/04/2011.

 MAS 00036161120.114036100, Juiz convocado: Silva Neto, TRF3-


Terceira Turma e DJF3 Judicial 1 Data: 20/01/2015.
 Normas Infralegais

- Resolução nº 1507/2010- CFM


- Resolução nº 2013/2013- CFM
- Resolução nº 2121/2015-CFM
- Resolução nº 1931/2009- Código de Ética Médica- CFM

 Outras Leis
- Lei nº 9263/1996
- Lei nº 9434/1997
- Lei nº 9782/1999

Você também pode gostar