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DORNELLES, João Ricardo W. O que são Direitos Humanos?. São Paulo: Brasiliense,
2013.
Apresentação – (p. 7-12)
“É, portanto, fundamental entender que os direitos humanos, antes de qualquer coisa,
apresentam um claro conteúdo político.” (DORNELLES, 2013 p. 10)
Neste capítulo, Dornelles fala um pouco a respeito da origem das primeiras manifestações
acerca dos direitos da pessoa humana.
Destaca que os direitos humanos variavam de acordo com a organização social de cada
povo, sendo, portanto, impossível existir apenas uma fundamentação relativa aos direitos
humanos.
O autor cita pelo menos três grandes concepções filosóficas para fundamentar os direitos
humanos, que são: concepções idealistas, concepções positivistas e as concepções crítico-
materialistas.
Partindo da concepção idealista, pode-se fundamentar os direitos humanos como algo que
pertence naturalmente ao homem, sem a necessidade da intervenção do Estado, pois
seguindo essa concepção os homens já nasceriam com os direitos básicos garantidos.
Sob uma perspectiva positivista, os direitos precisam da intervenção estatal pra serem
considerados fundamentais, não reconhecendo os direitos como inerente ao homem, como
na concepção idealista.
“A segunda concepção apresenta os direitos como sendo fundamentais e essenciais desde que
reconhecidos pelo Estado através de sua ordem jurídica positiva.” (DORNELLES, 2013 p.16)
Dornelles enfatiza que a primeira geração dos direitos humanos (seculos XVI – XVIII) foi
marcada pelo reconhecimento dos direitos humanos como expressão racional do ser
humano e não mais pela perspectiva divina.
Cita também a teoria da liberdade natural do ser humano, de Jonh Locke, que diz que o
individuo deveria limitar a sua liberdade para proteger a propriedade.
Fala também do contexto político-social do século XVII, que foi marcado pelo confronto
direto contra o antigo regime absolutista e pelo momento de luta política e ideológica.
Nesse período declarações como a Declaração da Virgínia de 12 de junho de 1776 e a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da Assembleia Nacional francesa, de
1789 foram importantes para compor o cenário de lutas contra o regime absolutista e pela
independência das colônias americanas.
O autor também cita o filósofo Rousseau, que contraria o pensamento de Locke, dizendo
que não bastava à garantia da propriedade para satisfazer a felicidade humana.
Para concluir, Dornelles deixa claro que apesar das lutas de caráter revolucionário contra
regimes absolutistas, a primeira geração interpretava os direitos humanos como
necessidades individuais e naturais do homem e satisfaziam apenas os interesses da
burguesia.
Nesse capítulo, Dornelles explana sobre a segunda geração dos direitos humanos e como
ela foi marcada pela consolidação do Estado Liberal, com a sua economia capitalista, e
pela formação de uma nova classe social: o proletariado. Além dos grandes confrontos
sociais e políticos.
O autor fala que esse período foi fundamental para as lutas operárias e populares que
levantavam a bandeira da coletivização dos direitos e questionavam grandes problemas
como a desigualdade social.
E, portanto, essa geração fazia uma crítica ao liberalismo e ao modo capitalista de
exploração de trabalho, que ia de encontro à declaração formal dos direitos humanos.
Surge então à necessidade do Estado como agente fundamental na garantia dos direitos,
além de formalizar como lei, o Estado deveria promover também ações práticas.
Dornelles fala nesse capítulo sobre a universalização dos direitos humanos, fundamental
para a terceira geração, que foi marcada por um cenário pós-guerra.
A partir desse cenário pós-guerra, os direitos do povo se desenvolveram caracterizados
tanto como direitos individuais (primeira geração), tanto como direitos sociais, coletivos
(segunda geração).