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Registro e Admissão
Se você já foi empregado, no ato de sua admissão, os seguintes documentos devem ter sido
solicitados:
- Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS
- Certificado Militar: prova de quitação com o serviço militar (para os maiores de 18 anos);
- Certidão de Casamento e de Nascimento: objetivam a verificação de dados, concessão do salário-família
e abatimento dos dependentes para efeito do Imposto de Renda;
- Declaração de dependentes para fins de Imposto de Renda na fonte;
- Atestado Médico Admissional: é obrigatório, devendo ser pago pelo empregador, que ficará responsável
pela guarda do comprovante do custeio de todos os exames ou consultas realizadas com o empregado
(Art.168 da CLT);
- Declaração de rejeição ou de requisição do vale transporte;
- Outros documentos/informações: Cédula de Identidade, CPF, cartão PIS (Programa de Integração
Social), comprovante de endereço e de escolaridade e fotografias para prontuário.
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- Preencher a ficha de salário-família;
- Incluir a admissão no CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Até o dia 15 de cada
mês, a empresa deverá postar o impresso no correio adquirido lá mesmo, no qual há a informação sobre
o movimento de pessoal ocorrido do mês anterior;
- Efetuar o cadastro no PIS, caso o empregado não possua a sua matrícula;
- Devolver ao empregado a sua CTPS em 48 horas. O registro do empregado deverá ser providenciado
imediatamente após a sua admissão, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme
instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.
Ressalta-se que o empregador não pode fazer anotações na CTPS, que desabone à conduta do
empregado, o que traria ao empregado evidente prejuízo.
A prova da existência do contrato de trabalho é realizada por meio das anotações constantes
na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) do empregado.
A CTPS é obrigatória para o exercício de qualquer emprego. As primeiras anotações são: admissão,
função, salário, condição especial se houver, anotações complementares (aumento salarial, férias,
alteração contratual, interrupção, suspensão e extinção).
A CTPS tem disposição legal nos Artigos 13 a 56 da CLT.
TÍTULO II
DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO
CAPÍTULO I
DA IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL
SEÇÃO I
DA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 13 A Carteira de Trabalho e Previdência Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego,
inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta própria de
atividade profissional remunerada.
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, a quem:
I - proprietário rural ou não, trabalhe individualmente ou em regime de economia familiar, assim
entendido o trabalho dos membros da mesma família, indispensável à própria subsistência, e exercido
em condições de mútua dependência e colaboração;
II - em regime de economia familiar e sem empregado, explore área não excedente do módulo rural
ou de outro limite que venha a ser fixado, para cada região, pelo Ministério do Trabalho e Previdência
Social.
§ 2º A Carteira de Trabalho e Previdência Social e respectiva Ficha de Declaração obedecerão aos
modelos que o Ministério do Trabalho e Previdência Social adotar.
§ 3º Nas localidades onde não for emitida a Carteira de Trabalho e Previdência Social poderá ser
admitido, até 30 (trinta) dias, o exercício de emprego ou atividade remunerada por quem não a possua,
ficando a empresa obrigada a permitir o comparecimento do empregado ao posto de emissão mais
próximo.
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§ 4º Na hipótese do § 3º:
I - o empregador fornecerá ao empregado, no ato da admissão, documento do qual constem a data da
admissão, a natureza do trabalho, o salário e a forma de seu pagamento.
II - se o empregado ainda não possuir a carteira na data em que for dispensado, o empregador Ihe
fornecerá atestado de que conste o histórico da relação empregatícia.
SEÇÃO II
DA EMISSÃO DA CARTEIRA
Art. 14 A Carteira de Trabalho e Previdência Social será emitida pelas Delegacias Regionais do
Trabalho ou, mediante convênio, pelos órgãos federais, estaduais e municipais da administração direta
ou indireta.
Parágrafo único - Inexistindo convênio com os órgãos indicados ou na inexistência destes, poderá ser
admitido convênio com sindicatos para o mesmo fim.
Art. 16 A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), além do número, série, data de emissão
e folhas destinadas às anotações pertinentes ao contrato de trabalho e as de interesse da Previdência
Social, conterá:
I - fotografia, de frente, modelo 3 X 4;
II - nome, filiação, data e lugar de nascimento e assinatura;
III - nome, idade e estado civil dos dependentes;
IV - número do documento de naturalização ou data da chegada ao Brasil, e demais elementos
constantes da identidade de estrangeiro, quando for o caso;
Parágrafo único - A Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS será fornecida mediante a
apresentação de:
a) duas fotografias com as características mencionadas no inciso I;
b) qualquer documento oficial de identificação pessoal do interessado, no qual possam ser colhidos
dados referentes ao nome completo, filiação, data e lugar de nascimento.
Art. 20 As anotações relativas a alteração do estado civil e aos dependentes do portador da Carteira
de Trabalho e Previdência Social serão feitas pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e
somente em sua falta, por qualquer dos órgãos emitentes.
Art. 22 (Revogado).
Art. 23 (Revogado).
Art. 24 (Revogado).
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SEÇÃO III
DA ENTREGA DAS CARTEIRAS DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 25 As Carteiras de Trabalho e Previdência Social serão entregues aos interessados pessoalmente,
mediante recibo.
Art. 26 Os sindicatos poderão, mediante solicitarão das respectivas diretorias incumbir-se da entrega
das Carteiras de Trabalho e Previdência Social pedidas por seus associados e pelos demais profissionais
da mesma classe.
Parágrafo único - Não poderão os sindicatos, sob pena das sanções previstas neste Capítulo cobrar
remuneração pela entrega das Carteiras de Trabalho e Previdência Social, cujo serviço nas respectivas
sedes será fiscalizado pelas Delegacias Regionais ou órgãos autorizados.
Art. 27 (Revogado).
Art. 28 (Revogado).
SEÇÃO IV
DAS ANOTAÇÕES
Art. 29 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente apresentada, contra recibo,
pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de quarenta e oito horas para nela
anotar, especificamente, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, sendo
facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas
pelo Ministério do Trabalho.
§ 1º As anotações concernentes à remuneração devem especificar o salário, qualquer que seja sua
forma de pagamento, seja ele em dinheiro ou em utilidades, bem como a estimativa da gorjeta.
§ 2º - As anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social serão feitas:
a) na data-base;
b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador;
c) no caso de rescisão contratual; ou
d) necessidade de comprovação perante a Previdência Social.
§ 3º - A falta de cumprimento pelo empregador do disposto neste artigo acarretará a lavratura do auto
de infração, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, comunicar a falta de anotação ao órgão
competente, para o fim de instaurar o processo de anotação
§ 4º- É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua
Carteira de Trabalho e Previdência Social.
§ 5º -O descumprimento do disposto no § 4º deste artigo submeterá o empregador ao pagamento de
multa prevista no art. 52 deste Capítulo.
Art. 32 As anotações relativas a alterações no estado civil dos portadores de Carteira de Trabalho e
Previdência Social serão feitas mediante prova documental. As declarações referentes aos dependentes
serão registradas nas fichas respectivas, pelo funcionário encarregado da identificação profissional, a
pedido do próprio declarante, que as assinará.
Parágrafo único. As Delegacias Regionais e os órgãos autorizados deverão comunicação ao
Departamento Nacional de Mão-de-Obra todas as alterações que anotarem nas Carteiras de Trabalho e
Previdência Social.
Art. 33 As Anotações nas fichas de declaração e nas Carteiras de Trabalho e Previdência Social serão
feitas seguramente sem abreviaturas, ressalvando-se no fim de cada assentamento as emendas.
Entrelinhas quaisquer circunstâncias que possam ocasionar dúvidas.
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Art. 34 Tratando-se de serviço de profissionais de qualquer atividade, exercido por empreitada
individual ou coletiva, com ou sem fiscalização da outra parte contratante, a carteira será anotada pelo
respectivo sindicato profissional ou pelo representante legal de sua cooperativa.
SEÇÃO V
DAS RECLAMAÇÕES POR FALTA OU RECUSA DE ANOTAÇÃO
Art. 36 Recusando-se a empresa fazer às anotações a que se refere o art. 29 ou a devolver a Carteira
de Trabalho e Previdência Social recebida, poderá o empregado comparecer, pessoalmente ou
intermédio de seu sindicato perante a Delegacia Regional ou órgão autorizado, para apresentar
reclamação.
Art. 37 No caso do art. 36, lavrado o termo de reclamação, determinar-se-á a realizarão de diligência
para instrução do feito, observado, se for o caso o disposto no § 2º do art. 29, notificando-se
posteriormente o reclamado por carta registrada, caso persista a recusa, para que, em dia e hora
previamente designados, venha prestar esclarecimentos ou efetuar as devidas anotações na Carteira de
Trabalho e Previdência Social ou sua entrega.
Parágrafo único. Não comparecendo o reclamado, lavrar-se-á termo de ausência, sendo considerado
revel e confesso sobre os termos da reclamação feita, devendo as anotações serem efetuadas por
despacho da autoridade que tenha processado a reclamação.
Art. 39 Verificando-se que as alegações feitas pelo reclamado versam sobre a não existência de
relação de emprego ou sendo impossível verificar essa condição pelos meios administrativos, será o
processo encaminhado a Justiça do Trabalho ficando, nesse caso, sobrestado o julgamento do auto de
infração que houver sido lavrado.
§ 1º - Se não houver acordo, a Junta de Conciliação e Julgamento, em sua sentença ordenará que a
Secretaria efetue as devidas anotações uma vez transitada em julgado, e faça a comunicação à
autoridade competente para o fim de aplicar a multa cabível
§ 2º - Igual procedimento observar-se-á no caso de processo trabalhista de qualquer natureza, quando
for verificada a falta de anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social, devendo o Juiz, nesta
hipótese, mandar proceder, desde logo, àquelas sobre as quais não houver controvérsia.
SEÇÃO VI
DO VALOR DAS ANOTAÇÕES
SEÇÃO VII
DOS LIVROS DE REGISTRO DE EMPREGADOS
Art. 41 Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o registro dos respectivos
trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme instruções a serem
expedidas pelo Ministério do Trabalho.
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Parágrafo único - Além da qualificação civil ou profissional de cada trabalhador, deverão ser anotados
todos os dados relativos à sua admissão no emprego, duração e efetividade do trabalho, a férias,
acidentes e demais circunstâncias que interessem à proteção do trabalhador.
Art. 42 (Revogado).
Art. 43 (Revogado).
Art. 44 (Revogado).
Art. 45 (Revogado).
Art. 46 (Revogado).
Art. 47 A empresa que mantiver empregado não registrado nos termos do art. 41 e seu parágrafo único,
incorrerá na multa de valor igual a 1 (um) salário-mínimo regional, por empregado não registrado,
acrescido de igual valor em cada reincidência.
Parágrafo único. As demais infrações referentes ao registro de empregados sujeitarão a empresa à
multa de valor igual à metade do salário-mínimo regional, dobrada na reincidência.
Art. 48 As multas previstas nesta Seção serão aplicadas pela autoridade de primeira instância no
Distrito Federal, e pelas autoridades regionais do Ministério do Trabalho, Indústria e Comercio, nos
Estados e no Território do Acre.
SEÇÃO VIII
DAS PENALIDADES
Art. 50 Comprovando-se falsidade, quer nas declarações para emissão de Carteira de Trabalho e
Previdência Social, quer nas respectivas anotações, o fato será levado ao conhecimento da autoridade
que houver emitido a carteira, para fins de direito.
Art. 51 Incorrerá em multa de valor igual a 3 (três) vezes o salário-mínimo regional aquele que,
comerciante ou não, vender ou expuser à venda qualquer tipo de carteira igual ou semelhante ao tipo
oficialmente adotado.
Art. 52 O extravio ou inutilização da Carteira de Trabalho e Previdência Social por culpa da empresa
sujeitará esta à multa de valor igual à metade do salário mínimo regional.
Art. 53 A empresa que receber Carteira de Trabalho e Previdência Social para anotar e a retiver por
mais de 48 (quarenta e oito) horas ficará sujeita à multa de valor igual à metade do salário-mínimo regional
Art. 54 A empresa que, tendo sido intimada, não comparecer para anotar a Carteira de Trabalho e
Previdência Social de seu empregado, ou cujas alegações para recusa tenham sido julgadas
improcedentes, ficará sujeita à multa de valor igual a 1 (um) salário-mínimo regional.
Art. 55 - Incorrerá na multa de valor igual a 1 (um) salário-mínimo regional a empresa que infringir o
art. 13 e seus parágrafos.
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Art. 56 - O sindicato que cobrar remuneração pela entrega de Carteira de Trabalho e Previdência Social
ficará sujeito à multa de valor igual a 3 (três) vezes o salário-mínimo regional.
Atualmente, as organizações precisam movimentar seus funcionários para realinhar seu ambiente
interno para adequar-se às oportunidades e ameaças do ambiente externo, dessa forma, a movimentação
dos recursos humanos é vital para o desenvolvimento organizacional.
A área de recursos humanos ou gestão de pessoas deve, para tanto, organizar-se para registrar e
arquivar estas novas situações funcionais de seus colaboradores para acompanhar sua evolução
profissional, bem como, seu efeito no desempenho organizacional. Tais movimentações são executadas
por meio de análises da situação atual do colaborador ou grupo de colaboradores, ao consultar os seus
históricos funcionais, informações salariais e últimas alterações.
1
Procedimento Operacional. Disponível em:
<http://www.intsbrasil.com.br/download/qualidade_/Procedimento_Operacional_Movimentacao_Admissao_Demissao_Funcionario.pdf>. Acesso
em: 15.07.2015
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Por exemplo, para realizar uma promoção é necessário verificar:
a) se o posto está ou não ocupado,
b) se já faz parte do quadro da empresa ou se é necessário criá-lo.
c) verificar o ambiente de trabalho e os riscos aos quais o colaborador será exposto,
d) analisar o aumento de salário a ser aplicado e as consequências que este aumento pode acarretar.
Muito se fala sobre o processo de recrutamento dentro de uma organização, e muitas vezes torna-se
vago o entendimento a este respeito, pois se pensa que é um processo desnecessário, no qual demanda
tempo para desenvolver; mas pelo contrário, o processo de recrutamento é interessante, pois é nesse
processo que é identificado pontos do candidato que demonstram se o mesmo está ou não apto para
desenvolver tal cargo.
O recrutamento é o conjunto de processos onde se espera atrair funcionários qualificados para uma
área especifica, visando sempre as necessidades presentes e futuras de RH da organização
(CHIAVENATO). Esta forma de angariar pessoas gera a composição dos colaboradores frente às
necessidades da empresa, mostrando quando e quantas pessoas a empresa deve empregar, contudo
cada processo de recrutamento baseia-se em conceitos de adequação ou contratação de novos membros
(PONTES).
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VANTAGENS
- Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional - Enrique o patrimônio humano pelo aporte de novos
dos atuais funcionários; talentos e habilidades;
- Ideal para situações de estabilidade e pouca - Renova a cultura organizacional e a enriquece com
mudança ambiental; novas aspirações;
- Não requer socialização organizacional de novos - Incentiva a interação da organização com o mercado
membros; de Recursos Humanos;
- Probabilidade de uma melhor seleção, pois os - Indicado para enriquecer intensa e rapidamente o
candidatos são bem conhecidos; capital intelectual.
DESVANTAGENS
- Pode bloquear a entrada de novas ideias, - Afeta negativamente a motivação dos atuais
experiências e expectativas; funcionários da organização;
- Facilita o conservantismo e favorece a rotina atual; - Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer
oportunidades a estranhos;
- Mantém quase inalterado o atual patrimônio humano
da organização; - Requer a aplicação de técnicas seletivas para
escolha dos candidatos externos. Isto significa custos
- Ideal para empresas burocráticas e mecanicistas; operacionais.
- Mantém e conserva a cultura organizacional - Exige esquema de socialização organizacional para
existente; os novos funcionários.
- Funciona como um sistema fechado de reciclagem - É mais custoso, oneroso, demorado e inseguro que
contínua. o recrutamento interno.
Ante o exposto, percebe-se que não existe fórmula mágica para as resolução dos problemas de
recrutamento das empresas, pois evidenciam-se vantagens e desvantagens em relação aos dois tipos de
recrutamento – o interno e o externo, devendo o Gestor de RH ponderar as melhores opções dependendo
do momento em que necessita realizar uma contratação.
Seleção de pessoas
A seleção de pessoas funciona como um filtro que permite que apenas as pessoas que
apresentem características desejáveis à organização possam ingressar na mesma. É, sem dúvida,
uma importante ferramenta de gestão de pessoas, com a finalidade de identificar as pessoas que
possuam o perfil desejado pela análise e descrição de cargo (CHIAVENATO, 2005).
Marras (2011, p. 65) se refere à seleção de pessoas conceituando-a como “uma atividade que tem por
finalidade escolher, sob metodologia específica, candidatos a emprego recebidos pelo setor de
recrutamento, para o atendimento das necessidades internas da empresa”. Este mesmo autor descreve
que esta seleção se baseia fundamentalmente na análise comparativa das exigências do cargo, que são
as características que o mesmo exige do profissional em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes
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para o bom desempenho de suas funções; como as características do candidato, que engloba o conjunto
de conhecimentos, habilidades e atitudes que cada candidato possui para desempenhar as suas tarefas.
Concordando com Marras, Chiavenato afirma que: A melhor maneira de conceituar seleção é
representá-la como uma comparação entre duas variáveis: de um lado, os requisitos do cargo a ser
preenchido (requisitos que o cargo exige de seu ocupante) e, de outro lado, o perfil das características
dos candidatos que se apresentam para disputá-lo (CHIAVENATO).
Na visão de França (2007) a seleção de pessoas realizada na organização faz parte do processo de
agregar pessoas dentro das organizações. Portanto, o que difere a seleção do recrutamento é que,
enquanto o objetivo do recrutamento é atrair o máximo de pessoas que possuam as especificações
básicas descritas para o preenchimento dos cargos das empresas, a seleção faz a triagem dos melhores
candidatos atraídos pelo recrutamento, funcionando como uma espécie de filtro, onde apenas aqueles
que tiverem o perfil adequado para o cargo disponível que poderá ingressar na organização.
Chiavenato (2004) explica que “processo seletivo nada mais é do que a busca e adequação entre
aquilo que a organização pretende e aquilo que as pessoas oferecem”. Nesse processo de escolha há
dois pontos primordiais: a organização escolhe a pessoa e a pessoa só aceitará dependendo dos seus
objetivos e necessidades, ou seja, uma escolha recíproca.
Chiavenato (2005), esclarece que as técnicas de seleção podem ser classificadas em cinco grupos:
entrevistas; provas de conhecimentos ou de capacidades; testes psicológicos; testes de personalidades;
e técnicas de simulação.
Em relação às entrevistas, percebe-se que esta é uma das técnicas mais utilizadas na seleção de
pessoas, por ser aplicável em qualquer situação. Lodi (1991, p. 89) sugere que “a entrevista é um dos
mais antigos procedimentos para a obtenção de dados e durante muito tempo foi o único modo de obtê-
los”. E, de acordo com o autor mencionado, a primeira função da entrevista é obter informações sobre
aspectos não mensuráveis, e a segunda é para comprovar as informações passadas pelo entrevistado,
já na terceira é uma função integradora, contendo as aptidões da pessoa recrutada.
Para Gil (1994, p. 117) entrevista é quando “o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe
formula perguntas com o objetivo de obtenção dos dados que interessam ã investigação”. Para
Chiavenato (2005, p. 161)
A eficiência reside em fazer corretamente as coisas: saber entrevistar bem, aplicar testes de
conhecimentos que sejam válidos e preciosos, dotar a seleção de rapidez e agilidade, contar com um
mínimo de custos operacionais, envolver as gerências e suas equipes no processo de escolher candidatos
etc. A eficácia reside em alcançar resultados e atingir objetivos: saber trazer os melhores talentos para a
empresa e, sobretudo, tornar a empresa cada dia melhor com as novas aquisições de pessoal.
Sobre este processo, quanto ao entrevistador Almeida (2004) diz que após o término da entrevista a
primeira atitude do entrevistador é fazer sua avaliação sobre o candidato, analisando suas competências
e comparando as respostas pela escala de avaliação.
1) Entrevista totalmente padronizada: é o tipo de entrevista fechada ou estruturada em que tem uma forma
pré-elaborada e cujas questões podem assumir a forma de verdadeiro-falso, sim-não, agrada-desagrada, etc.
Neste tipo de entrevista não há preocupação por parte do entrevistador quanto aos assuntos a abordar, podendo
deste modo ultrapassar as suas limitações. Esta é, aliás, uma vantagem associada à entrevista padronizada.
2) Entrevista padronizada quanto às questões: é um tipo de entrevista que as questões são também pré-
elaboradas, mas a resposta a ela é aberta. O entrevistador tem uma lista das questões a serem perguntadas com
o objetivo de recolher informação sobre o entrevistado, sendo que este responde livremente.
3) Entrevista diretiva: é um tipo de entrevista onde as questões não são especificadas, mas sim as respostas,
visando apenas conhecer “certos conceitos espontâneos dos candidatos”. O entrevistador formula as questões
conforme o decorrer da entrevista com o objetivo de obter uma determinada resposta.
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4) Entrevista não diretiva: é um tipo de entrevista não estruturada. Neste caso não são especificadas nem as
questões nem as respostas, sendo totalmente livres. É o entrevistador que tem a seu cargo a condução da
sequência da entrevista.
Pagamento de Pessoal2
Pode-se considerar como salário o valor acordado entre as partes (empregador e empregado)
pelo serviço prestado; ou seja, mão de obra.
Como já entendemos o que é o salário e quais são os seus tipos, agora vamos abordar falar a respeito
da remuneração.
Pode-se observar que nos contra-cheques, contém informações sobre: salário, adicionais, horas
extras, INSS, IRPF, dentre outros e o valor líquido a receber caracteriza assim a nossa tão suada
remuneração.
É importante lembrar que as tabelas de contribuição do INSS e IRRF devem estar atualizadas, confira
as tabelas a seguir:
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INSS
(Salário Bruto – Dependentes – INSS) • Alíquota – Dedução] = IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte)
Todas as pessoas tem direitos e deveres dentro e fora da organização. Como estamos tratando de
assunto pertinentes ao DP, logo os trabalhadores de igual modo ao cidadão tem seus direitos dentro da
organização. Além do salário, o vale-transporte é um dos direitos que o trabalhador/colaborador tem a
opção de aceitá-lo ou negado. O vale transporte (VT) é um benefício que a empresa concede ao
funcionário de modo que o mesmo possa se locomover da casa para o trabalho e vice-versa.
O VT não pode ser pago em dinheiro apenas com o cartão/bilhete. Caso o colaborador utilize transporte
alternativo que não faz uso do VT, a empresa pode disponibilizar para o mesmo uma ajuda de custo em
dinheiro referente ao gasto pela condução, sendo mencionada tal ajuda na folha de pagamento. Por ser
um direito do trabalhador e um dever do empregador, o vale-transporte é pago parcialmente pelo
empregador, mas o mesmo tem um desconto de 6% no contra-cheque que refere-se ao seu custo.
Uma pessoa tem um salário de R$ 1.200,00. E utiliza uma passagem modal (ida/volta) no valor de R$:
2,50 cada. Quanto que o mesmo receberá no final do mês após os devidos descontos?
Salário = R$ 1.200,00
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INSS (8%) = (R$ 96,00)
IRRF (isento)
Temos ainda uma outra situação. Se o valor descontado do VT (6%) ultrapassar os gastos referentes
a passagem, o colaborador pagará apenas o valor utilizado nas passagens. Exemplo:
Uma outra pessoa tem um salário de R$ 2.400,00 e utiliza um modal de R$ 2,50. Quanto que a mesma
deverá ser descontada de VT?
Salário = R$ 2.400,00
VT (6%) = (R$ 2.400,00 x 0,06) = (R$ 144,00)
Como o valor acima é superior ao valor gasto pela passagem da colaboradora, a mesma deverá pagar
apenas R$ 110,00 e não os R$ 144,00.
O VT poderá ser descontado em casos de faltas justificadas e injustificadas.
A forma como o trabalhador deve receber seus vencimentos é regulamentada por determinadas leis,
muitas vezes desrespeitadas pelo empregador. O artigo nº 463 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), de 1943, por exemplo, diz que o salário deve ser pago em espécie, ou seja, em dinheiro, e na
moeda corrente do Brasil.
A forma como o trabalhador deve receber seus vencimentos é regulamentada por determinadas leis,
muitas vezes desrespeitadas pelo empregador. O artigo nº 463 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), de 1943, por exemplo, diz que o salário deve ser pago em espécie, ou seja, em dinheiro, e na
moeda corrente do Brasil.
No entanto, por entender que a legislação deveria acompanhar a evolução tecnológica, em 1984, a
Portaria nº 3.281 do Ministério do Trabalho autorizou as empresas localizadas em perímetros urbanos a
efetuarem os pagamentos de seus funcionários em cheque ou por depósito bancário.
Mas, para isso, a portaria prevê que, no caso do pagamento por meio de crédito em conta corrente,
este pode apenas acontecer com o prévio consentimento do trabalhador e em agência bancária próxima
ao local de trabalho.
Ainda sobre o pagamento dos salários, o artigo nº 464 da CLT diz que deve ser efetuado contra recibo,
assinado pelo empregado. Se o trabalhador for analfabeto, o empregador deve colher sua impressão
digital no recibo e, não sendo possível, o recibo deve ser assinado a rogo (assinar a rogo é assinar no
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lugar de outra pessoa que não tenha condições de assinar). A Medida Provisória nº 1.523-12, de 1997,
reconhece o comprovante de depósito bancário como equivalente de recibo de pagamento.
Caso o trabalhador tiver dúvidas se está recebendo corretamente, deve procurar o Sindicato que
representa a sua categoria em seu estado ou a Superintendência Regional do Trabalho (SRT) de seu
município.
Legislação: CLT:
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que
receber.
§ 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões,
percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador.
§ 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não
excedam de 50% (cinquenta por cento) do salário percebido pelo empregado.
§ 3º - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado,
como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer
título, e destinada a distribuição aos empregados.
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a
alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato
ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com
bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.
§ 1º Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo
exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82).
§ 2º Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades
concedidas pelo empregador:
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de
trabalho, para a prestação do serviço;
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores
relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por
transporte público;
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;
V – seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI – previdência privada;
VII – (VETADO);
VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.
§ 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se
destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por
cento) do salário-contratual.
§ 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido
mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de coabitantes, vedada, em qualquer
hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família.
Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser
estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e
gratificações.
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o
quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
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Art. 460 - Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o
empregado terá direito a perceber salário igual ao daquela que, na mesma empresa, fizer serviço
equivalente ou do que for habitualmente pago para serviço semelhante.
Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na
mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.
§ 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade
e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2
(dois) anos.
§ 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado
em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade e
merecimento.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento
e por antiguidade, dentro de cada categoria profissional.
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada
pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.
Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo
quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.
§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade
tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
§ 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou
serviços estimados a proporcionar-lhes prestações " in natura " exercer qualquer coação ou induzimento
no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços.
§ 3º - Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos
pela Empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a
que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e
sempre em benefício dos empregados.
§ 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a
liberdade dos empregados de dispor do seu salário.
Art. 463 - A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País.
Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo considera-se como
não feito.
Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em
se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.
Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse
fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo
ao local de trabalho.
Art. 465. O pagamento dos salários será efetuado em dia útil e no local do trabalho, dentro do horário
do serviço ou imediatamente após o encerramento deste, salvo quando efetuado por depósito em conta
bancária, observado o disposto no artigo anterior.
Conceito:
Guarde Bem:
Segundo a legislação brasileira, salário é o valor pago como contraprestação dos serviços prestados
pelo empregado, enquanto remuneração engloba este, mais outras vantagens a título de gratificação ou
adicionais. Conforme o artigo 457 da CLT: “Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos
os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do
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serviço, as gorjetas que receber.” Nessa perspectiva, podemos concluir que “salário” seria uma espécie
do gênero “remuneração”.
Salário = Remuneração + Salário + Gorjeta + Parte fixa + Comissões + Diárias + Ajuda de Custo + Abonos +
Salário Indireto.
Remuneração = Salário + Gorjetas.
A remuneração geralmente se distingue do salário pela diversidade que esta se apresenta. O salário
é mais específico, porém segundo Zanotto, isso ultrapassa somente as questões numerárias, tornando-
se uma matéria complexa, pois o salário em muitas vezes é uma soma de valores que representam
diversos pagamentos e ressarcimentos, sendo complexa a separação de verbas salariais ou não.
De acordo com o Art. 76 da CLT, “Salário” é a contraprestação mínima devida e paga diretamente
pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal
de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais
de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte.
Pode-se dizer que o salário é o pagamento que empregador realiza ao empregado tendo em vista o
contrato de trabalho, ou seja, é a contraprestação direta pela prestação do serviço. Todavia, não são
considerados salários, as indenizações, ajuda de custo, que não excedam a 50% do valor do salário do
empregado, os pagamentos de natureza previdenciária, a participação nos lucros e as gratificações pagas
por mera liberalidade e sem habitualidade.
Note-se também que existe uma parte da contrapartida paga ao empregado pelo trabalho que não é
salário porque pode ser paga em produtos, em serviços, ou ainda por via de terceiros. Atualmente,
independentemente das legislações trabalhistas, há várias formas de uma pessoa ser paga por seus
serviços, o salário é apenas uma delas. No entanto, é evidente que existe no direito do trabalho brasileiro
um valor mínimo que deve ser pago para o funcionário, conforme a CLT, associações de classes ou
sindicatos que o empregado pertence.
Tipos de Salários
O salário fixo refere-se ao valor devido pelo empregador, já definido em contrato de trabalho, não
dependendo de circunstâncias alheias, vinculado apenas à presença do empregado no trabalho,
podendo se apresentar através de diversas figuras: Salário-base; Salário mínimo; Piso salarial; Salário
profissional; Salário normativo; Salário líquido; e Salário bruto. Segue abaixo a descrição de cada um:
Salário-base: também chamado de salário contratual, é pago diretamente pelo empregador e
utilizado normalmente como base para os cálculos das;
Salário mínimo: fixado por lei, valor mínimo a ser recebido pelo empregado com jornada mensal de
220hs, corrigido anualmente pelo governo;
Piso salarial: valor determinado pela categoria do empregado ou atividade econômica da empresa;
previsto em dissídio, norma ou acordo coletivo (sindicato);
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Salário profissional: exclusivo para as categorias dos profissionais liberais: médicos, advogados,
engenheiros, dentistas, etc. instituído pela legislação que regulamenta a profissão.
Salário normativo: valor determinado pela categoria do empregado ou atividade econômica da
empresa; previsto em dissídio, norma ou acordo coletivo (sindicato);
Salário líquido: valor a ser recebido pelo empregado após os cálculos legais das verbas trabalhistas
devidas: folha de pagamento, rescisão, férias, décimo terceiro; e os respectivos descontos: IRRF, INSS,
contribuição sindical, vale refeição, vale transporte, entre outros.
Salário bruto: valor que se apresenta nos cálculos legais antes da redução dos encargos e
descontos devidos: folha de pagamento, rescisão, férias, décimo terceiro.
Em sentido oposto, o salário variável é uma retribuição fornecida pelo empregador; em dinheiro ou in
natura, podendo ocorrer em previsão contratual ou pela pratica habitualmente adotada, podendo ser em
percentagem, meta, prêmio, comissão, etc. Mesmo assim, a Constituição Federal garante àqueles que
recebem exclusivamente o salário variável, salário nunca inferior ao mínimo - inciso VII, art. 7º.
A CLT no art. 457 preceitua que: “compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os
efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do
serviço, as gorjetas que receber”.
Não obstante, o salário variável deve preencher alguns requisitos para se transformar em
remuneração, pois sua constituição depende desses elementos: Habitualidade; Periodicidade;
Quantificação; Essencialidade; e Reciprocidade.
Para melhor entendimento, segue abaixo a conceituação dos termos:
Habitualidade: entende-se por habitualidade o que é sucessivo ou contínuo, mesmo que intermitente.
Periodicidade: a remuneração apresenta em período, podendo o mesmo variar, mas certo que pagos
em data pré-fixada ou após a prestação de serviço. O salário não pode ser fixado em período superior a
um mês. Já comissão, gratificação ou percentagem podem ser pagos num período superior a um mês.
Art. 459 CLT.
Quantificação: é da natureza da relação de trabalho que ela seja onerosa, razão pela qual poderá ser
o valor quantificado.
Reciprocidade: sendo o contrato de trabalho acordo entre as partes, os direitos e obrigações estão
sujeitos a ambos.
Observa-se que, não é necessário ter todos estes elementos para que o salário variável possa se
transformar em remuneração, o atendimento de parte dos requisitos já pode ser suficiente para a
caracterização. Todavia, doutrinariamente verifica-se o atendimento de todos no direito do trabalho,
principalmente em processos trabalhistas. Assim, o salário variável deve preencher pelo menos parte dos
requisitos para se transformar e/ou ser considerado remuneração.
Remuneração
Art. 457, CLT: Remuneração é o conjunto de retribuições recebidas habitualmente pelo empregado
pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidade, provenientes do empregador ou de terceiros,
mas decorrentes do contrato de trabalho, de modo a satisfazer suas necessidades básicas e de sua
família.
Remuneração é todo provento legal e habitualmente auferido pelo empregado em virtude do contrato
de trabalho, se pago pelo empregador, seja pago por terceiro, mas decorrentes do contrato de trabalho.
Pode-se dizer que a remuneração é composta pelo salário direto, o salário indireto e a remuneração
variável onde melhor se situa a participação nos lucros ou resultados. A remuneração é o conjunto de
retribuições recebidas pelo empregado pela prestação de serviços, de modo a complementar o seu
salário.
Segundo o §2º, do Art. 457, CLT - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as
diárias para viagem que não excedam de 50% (cinquenta por cento) do salário percebido pelo empregado.
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Outros valores também podem ser remuneração sem ser salário. As gorjetas, por exemplo, cobradas
pelo empregador na nota de serviços ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a
remuneração do empregado, mas não é salário. Sobre esse tipo de remuneração também podem incidir
os encargos sociais do contrato de trabalho, sejam previdenciários ou aqueles pagos diretamente ao
trabalhador, como férias e 13ºs.
No entanto, conforme a Súmula 354 do TST, não serve de base de cálculo para as parcelas de aviso
prévio, adicional noturno, hora extra e repouso semanais remunerado. Nesse sentido, o empregador
deve, tomar especial cuidado em monitorar a média de ganhos variável do empregado para fazer o cálculo
certo na hora de pagar. Por outro lado, ele também precisa conhecer os tipos de remuneração existentes.
Verbas em espécie:
Gorjeta: Ela é a responsável pela distinção legal entre salário e remuneração. Consiste em uma
liberalidade em dinheiro dada pelo cliente ao prestador de serviço que o tenha atendido. O parágrafo 3º
do artigo 457, CLT, determina em entendimento legal de gorjeta: “Considera-se gorjeta não só a
importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada
pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada à distribuição aos
empregados”.
A gorjeta pode, então, ser espontânea, concedida pelo freguês para premiar o serviço esmerado de
quem o atende, ou por simples costume do ramo de atividade, ou inserida pelo empregador na conta das
despesas efetuadas, mediante um percentual sobre o total. Deve ser estimada por aproximação média
para fins de anotação na carteira profissional. As gorjetas não podem constituir forma única de
remuneração, pois o empregado deverá receber um valor fixo, pelo menos de um salário mínimo, se a
norma coletiva da categoria não determinar um valor maior a título de salário.
Súmula nº 354 do TST. GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou
oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de
base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal
remunerado.
Segue a Súmula 207 do Supremo Tribunal Federal – “Gratificação habitual – As gratificações habituais,
inclusive a de Natal, consideram-se tacitamente convencionadas, integrando o salário”.
Também sobre o tema, segue a Súmula 78 do Tribunal Superior do Trabalho – “Inclusão no salário
para todos os efeitos legais – A gratificação periódica contratual integra o salário, pelo seu duodécimo,
para todos os efeitos legais, inclusive o cálculo da natalina, da Lei no. 4.090/62”.
Abonos: o artigo 457 da CLT, especialmente o § 1º, conceitua os abonos pagos pelo empregador,
como salário, devendo repercutir nas parcelas remuneratórias. São aumentos provisórios de salário, que
podem ser determinados por lei ou podem ser concedidos por mera liberalidade do empregador,
integrando-se ou não ao salário do empregado, como se verifica no artigo 9º da Lei no. 8.178/91.
Ajuda de Custo / diárias de viagem: A empresa pode exercer uma atividade econômica que
necessite efetuar um pagamento ao empregado a título de ajuda de custo para despesas de viagens.
Quando essas despesas são reembolsadas fora da folha de pagamento e através de documento contábil,
elas não vinculam à remuneração de salário, independente do valor, servindo apenas como transação de
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atividade externa. Definido que a parcela tenha natureza jurídica de ajuda de custo, não terá ela seu valor
incluído no salário para nenhum efeito, independentemente de exceder de 50% do valor dele, já que essa
condição só se refere a diárias.
Súmula nº 101 do TST. DIÁRIAS DE VIAGEM. SALÁRIO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº
292 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. Integram o salário, pelo seu valor total e para
efeitos indenizatórios, as diárias de viagem que excedam a 50% (cinquenta por cento) do salário do
empregado, enquanto perdurarem as viagens. (Primeira parte - ex-Súmula nº 101 - RA 65/1980, DJ
18.06.1980; segunda parte - ex-OJ nº 292 da SBDI-1 - inserida em 11.08.2003)
Descanso semanal remunerado: É um valor embutido no salário pelo empregado registrado por
quinzena ou mês. Esse valor representa os domingos e feriados não trabalhados no mês, mas pagos na
integração do salário. Quando o empregado passa a perceber além do salário fixo um salário variável;
esse variável não teve o pagamento do DSR incluso diretamente, devendo o valor ser calculado nos
termos da lei.
Salário in Natura: O salário in natura também denominado salário-utilidade, tem previsão legal no
artigo 458 e seus parágrafos, da CLT, que assim dispõe: “Além do pagamento em dinheiro, compreende-
se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário, ou outras prestações in
natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em
caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.”
A OJ 131 do Tribunal Superior do Trabalho, estabeleceu que: “Vantagem in natura. Hipótese em que
não integra o salário. As vantagens previstas no artigo 458 da CLT, quando demonstrada sua
indispensabilidade para o trabalho, não integram o salário do empregado.”
Adicional Noturno: É de 20% sobre o salário contratual, calculado sobre os serviços prestados após
as 22 horas, nos centros urbanos, pago com habitualidade, tomando para cálculo o 13° salário, férias e
demais direitos, já que integra a remuneração-base (art. 73 § 2º, CLT). A legislação definiu que 7 (sete)
horas noturnas trabalhadas equivalem a 8 (horas). Destarte, o empregado trabalha 7 (sete) horas, mas
recebe 8 (oito) horas para todos os fins legais. Foi uma forma encontrada pelo legislador para repor o
desgaste biológico que enfrenta quem trabalha à noite, sendo considerado um período penoso de
trabalho.
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Adicional de transferência: O trabalhador transferido por vontade do empregador, de forma unilateral,
fará jus a importe de 25% sobre os salários recebidos no local onde originalmente foi contratado. A
fundamentação legal para a disposição acima encontra-se no artigo 469, § 3º da CLT.
Muito embora as interpretações errôneas sejam comuns, esse adicional é “salário-condição”, ou seja,
é devido pelo empregador enquanto durar a condição, a saber, enquanto o trabalhador exercer suas
funções longe do local original onde foi caracterizado o vínculo empregatício. O objetivo desse
“pagamento suplementar” e adicional é suprir os aumentos de despesas que onerem o empregado
transferido, e por essa razão, perde a razão de ser quando o funcionário retorna ao seu local de origem
(assim, o empregador deixa de ter essa obrigação).
Para fazer jus a esse direito, deve haver a necessidade comprovada de mudança de residência (por
exemplo, mudança de uma loja em uma região para outra da mesma cidade não caracteriza aquisição do
direito). A base de cálculo do Adicional de Transferência é o salário base acrescido de todos os adicionais
a que tiver direito, como adicional por tempo de serviço, gratificações, excluídos os com aplicabilidade
duplicada.
Características do Salário:
- Comutatividade = consiste numa equivalência simbólica entre o serviço prestado e o valor pago;
- Caráter forfetário: uma vez executado o trabalho, o salário é sempre devido. Mesmo que o
empregado seja dispensado por justa causa fará jus o obreiro ao salário dos dias trabalhados;
- Irredutibilidade salarial = a regra é a de que o salário do trabalhador seja irredutível. Todavia, esse
princípio não é absoluto, pois a CF/88, no art. 7º, VI, permite a redução temporária dos salários mediante
convenção ou acordo coletivo de trabalho. Possibilidade da natureza composta do salário: o salário não
precisa ser pago exclusivamente em dinheiro, podendo parte ser quitado em pecúnia, parte em utilidades;
- Determinação heterônoma: o estado intervém para fixar o mínimo de salário que pode ser
contratado entre as partes (CF/1988, art. 7º, IV). Os contratantes (empregado e empregador) são livres
para estipular as cláusulas contratuais desde que respeitem as normas de proteção mínima ao
trabalhador, dentre elas o salário mínimo fixado pelo estado, ou mesmo o piso salarial importo por lei ou
por convenção coletiva. É o que se denomina intervencionismo básico do Estado.
A forma como o trabalhador deve receber seus vencimentos é regulamentada por determinadas leis,
muitas vezes desrespeitadas pelo empregador. O artigo nº 463 da CLT, por exemplo, diz que o salário
deve ser pago em espécie, ou seja, em dinheiro, e na moeda corrente do Brasil, nao podendo ser pago
em bens, produtos ou moeda de outro país.
No entanto, por entender que a legislação deveria acompanhar a evolução tecnológica, em 1984, a
Portaria nº 3.281 do Ministério do Trabalho autorizou as empresas localizadas em perímetros urbanos a
efetuarem os pagamentos de seus funcionários em cheque ou por depósito bancário. Mas, para isso, a
portaria prevê que, no caso do pagamento por meio de crédito em conta corrente, este pode apenas
acontecer com o prévio consentimento do trabalhador e em agência bancária próxima ao local de trabalho.
Já no caso do pagamento por meio de cheque, o empregador deve assegurar ao empregado um
horário que permita o desconto imediato do cheque. Além disso, caso o deslocamento do trabalhador
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para o recebimento do cheque exija alguma forma de transporte, os custos devem ser pagos pelo
empregador. A portaria determina também que os trabalhadores analfabetos recebam apenas em
dinheiro.
Ainda sobre o pagamento dos salários, o artigo nº 464 da CLT diz que deve ser efetuado contra recibo,
assinado pelo empregado. Se o trabalhador for analfabeto, o empregador deve colher sua impressão
digital no recibo e, não sendo possível, o recibo deve ser assinado a rogo (assinar a rogo é assinar no
lugar de outra pessoa que não tenha condições de assinar). A Medida Provisória nº 1.523-12, de 1997,
reconhece o comprovante de depósito bancário como equivalente de recibo de pagamento.
A regulamentação do pagamento de salários se dá inclusive quanto ao dia e horário. O artigo 465 da
CLT determina o pagamento dos vencimentos em dia útil e no próprio local do trabalho, dentro do horário
de serviço ou imediatamente após o encerramento deste, exceto quando é efetuado por depósito em
conta bancária.
Em relação ao prazo do pagamento, a lei determina que o salário deva estar à disposição do
trabalhador até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido ou outro prazo mais favorável negociado em
acordo, convenção ou dissídio coletivo, como, por exemplo, nos casos de adiantamento quinzenal.
13º SALÁRIO
A gratificação natalina, conhecida popularmente como 13º salário, é direito conferido aos empregados
urbanos, rurais e domésticos, bem como aos trabalhadores avulsos e temporários, nos termos do art. 7º,
VIII, XXXIV e parágrafo único, da Constituição Federal de 1988 e Leis 4.090/62 e 4.749/65.
A correspondente gratificação visa propiciar financeiramente os trabalhadores às comemorações de
fim de ano, especialmente aos festejos de natal, da qual enseja maiores despesas a estes nesta época.
Assim, com base na legislação vigente, o 13º salário deverá ser pago, durante o ano, nas seguintes
formas e épocas:
Adiantamento de 50% (13º salário - 1ª parcela): Entre os meses de fevereiro e novembro de cada
ano, o empregador pagará, como adiantamento da gratificação salarial natalina, de uma só vez, metade
da remuneração recebida pelo respectivo empregado no mês anterior (art. 2º, Lei 4.749/65 e art. 7º, VIII,
da CF/88);
Gratificação natalina (13º salário - 2ª parcela): será pago pelo empregador em dezembro,
especificamente até o dia 20, de cada ano, compensada a importância que, a título de adiantamento
houver recebido na forma do item acima, a gratificação salarial corresponderá a 1/12 avos da
remuneração devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente (art. 1º, Lei 4.060/62, art.
1º, da Lei 4.749/65 e art. 7º, VIII, da CF/88);
Complemento de salário variável: Para os empregados que recebem salário variável, a qualquer
título, o complemento de salários variáveis será pago até o 5º dia útil de janeiro do ano subsequente (art.
2º, do Decreto 57.155/65, com aplicação do art. 459, da CLT);
13º salário na rescisão contratual: Ocorrendo rescisão, sem justa causa do contrato de trabalho, o
empregado receberá a gratificação natalina, calculada sobre a remuneração do mês da rescisão,
compensada a importância que, a título de adiantamento houver recebido na forma do item “1” (art. 7º,
VIII, da CF/88 e art. 3º, das Leis 4.090/62 e 4.749/65). O prazo de pagamento segue as regras do art.
477, § 6º da CLT, observado os prazos das parcelas anteriores;
Diante as disposições supramencionadas, em suma, o pagamento do 13º salário, durante o ano civil,
exceto na hipótese de rescisão contratual sem justa causa antes destes prazos, deve ser feito na seguinte
forma e requisitos:
1ª Parcela:
1) Pagamento entre os meses de fevereiro;
2) Pagamento de um a só vez, e;
3) 50% da remuneração do mês anterior (entendimento comporta também o mês do pagamento);
2ª Parcela (parcela final):
1) Pagamento em dezembro, entre o dia 1º até o dia 20;
2) Com base na remuneração de dezembro, observado a regra do complemento do salário variável, e;
3) compensando o pagamento da 1ª parcela.
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Cumpre observar a nitidez do caráter natalino da referida gratificação (13º salário), pelo simples fato
da segunda parcela (parcela final) ser determinada seu pagamento no mês de dezembro, com base na
remuneração também de dezembro e no calor das festas natalinas.
Sendo assim, a melhor recomendação ao empregador é executar a distribuição do 13º salário nos
prazos acima indicados, no intuito de se acautelar de eventual multa administrativa, e ainda, de
reclamações trabalhistas que possam ensejar na descaracterização de tal pagamento.
O salário mínimo é um direito social do trabalhador urbano e rural e deve ser capaz de atender às
necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família, como moradia, alimentação, educação,
saúde, vestuário, higiene, transporte, lazer e Previdência Social. Nacionalmente unificado, o salário
mínimo é reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo do cidadão.
O direito ao recebimento do salário mínimo está assegurando no inciso IV do art. 7º da CF/88, que
estabelece que o "salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim".
O pagamento do salário mínimo é obrigatório a todo empregador que mantém funcionários com carga
horária de 44 horas semanais e contrato formal de trabalho. Caso a carga horária seja superior, a empresa
deverá pagar hora extra ao trabalhador.
Irredutibilidade e garantia:
A garantia da irredutibilidade do salário (e entenda-se aqui, salário no conceito genérico) está no inciso
VI, também do art. 7º da CF/88. Logo a regra geral é de que deve ser assegurado a todos, inclusive
aqueles que percebem remuneração variável, pelo menos um salário mínimo (instituído por lei), sendo de
toda forma proibida sua redução pelo empregador.
No entanto, devido à flexibilização de algumas normas trabalhistas, permitiu o legislador (art. 7º, IV,
CF/88) que mediante convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho os salários fossem reduzidos
temporariamente, em caso de uma crise financeira na empresa, por exemplo. Porque, ainda sim esta
preservando um bem maior, que é o emprego dos funcionários (atentando para o princípio da
continuidade da relação empregatícia). O prazo seria de no máximo dois anos.
Assim, temos que é possível a redução temporária dos salários dos empregados, desde que realizada
por meio de intervenção sindical, sendo ilegal aquela cometida por decisão unilateral do patrão. Todavia,
importante lembrar que embora ocorra à redução dos salários, não poderão os empregados receber
menos que um salário mínimo.
Demissão
O processo de demissão3
Uma das funções mais angustiantes de um gestor é a demissão de colaboradores. Supondo-se que
tenha havido uma boa seleção e que igualmente tenha havido um bom gerenciamento, a demissão
provavelmente enfocará casos excepcionais ou será fruto de reorganizações que se farão independente
das situações individuais. Em qualquer dos casos, o gestor usualmente sente-se desconfortável para
decidir e, principalmente, para conduzir a demissão, especialmente se ele conhecer bem o funcionário,
seus problemas e dificuldades, sua necessidade de sustentar a família, entre outros pontos que podem
gerar uma emoção neste momento.
O processo de demissão de funcionários é um processo delicado que necessita equilíbrio e maturidade
na sua realização, por isso o Rh vem adotando uma estratégia diferente. É importante realizar um
planejamento com todos os detalhes, para que aconteça da melhor maneira possível.
Deve-se verificar quem realmente precisa ser desligado, por meio de um sistema eficaz que as
empresas necessitam possuir. Este sistema avaliará o desempenho e colaboração individualmente,
3
XAVIER, R. A. P. GESTÃO DE PESSOAS, NA PRÁTICA. São Paulo, agosto de 2006. BITTENCOURT, P. O, et al. ADMISSÃO E
DEMISSÃO NA CULTURA EMPRESARIAL.
22
prevenindo prejuízos futuros. O processo deve ser adequado para que nem a empresa nem o funcionário
saiam prejudicados. O funcionário também precisa ser ouvido no momento de sua demissão, por isso é
importante a realização de uma entrevista de desligamento, onde o gestor oferece a oportunidade ao
colaborador de expressar suas verdadeiras opiniões, críticas e elogios a empresa, a fim de valorizar a
sua percepção e seu trabalho dedicado à empresa. Com isso a organização poderá modificar seus pontos
fracos e corrigir erros que muitas vezes os líderes e gestores não conseguem enxergar durante o tempo
em que o colaborador permaneceu na empresa.
Muitas organizações não possuem um processo de desligamento adequado, ainda é muito pequeno o
número de empresas que se importam realmente com essa questão, porém algumas empresas com o
objetivo de dar assistência ao funcionário demitido adotaram o pacote de benefícios que auxilia o mesmo
em suas necessidades básicas logo que é desligado, permitindo que utilize alguns serviços oferecidos
pela organização como convênio médico, odontológico e de moradia até seu retorno ao mercado de
trabalho. É notório que muitas organizações ainda vivem presas ao passado e não adequaram seus
processos de admissão e demissão ao mundo globalizado, mas aquelas que estão realmente
interessadas em melhorar e evoluir no mundo organizacional, já montaram sua estratégia de sucesso em
que os colaboradores são valorizados em qualquer situação, tanto no momento da admissão, quanto na
demissão.
Demissões
Por outro lado, gestores mais novos, principalmente os que ainda não passaram pela experiência,
sentem-se particularmente angustiados. Usualmente sentem culpa que, embora indevida, afeta
emocionalmente. Por outro lado, o demitido nem sempre tem uma reação cem por cento madura, o que
traz riscos de ampliação da culpa por parte do gestor. É importante considerar também que as demissões
sempre trazem riscos. O descontentamento e a mágoa que delas decorrem sempre podem levar os
demitidos a ações de compensação, justas ou não, como os processos trabalhistas ou a busca de causar
prejuízo à empresa, de algum modo. Por isso é necessário realizar a demissão da melhor maneira
possível, a fim de minimizar o custo das demissões.
Num cálculo simples, poderíamos dizer que a admissão de um colaborador, em empresa organizada
que busca processos racionais de seleção, tem um custo que varia de um a dois salários do admitido.
Some-se a isso o tempo de treinamento inicial no trabalho, no qual o novo colaborador será pouco
produtivo. E os custos trabalhistas da demissão tem de ser incluídos: 40% sobre o fundo de garantia,
aviso prévio – e outros. Por fim, somem-se os gastos que o período da demissão acarretam, com a ruptura
das funções.
Em síntese, demitir custa caro e o ideal é fazer o menor número de demissões possível, visando
desestabilizar a empresa o mínimo possível.
Um princípio básico diz que ninguém deve ser surpreendido com a demissão por desempenho ou
comportamento inadequado. Isto quer dizer que, antes de demitir, o gestor deve fazer um conjunto de
advertências claras e específicas ao colaborador, o que dará a ele a oportunidade de mudar para melhor,
salvando-se da demissão.
Além disso, antes de demitir, o gestor deve verificar se há razão real e justificável para isso e se não
há alternativa para retenção do colaborador.
23
Analisando melhor possíveis demissões
Por fim, não é necessário dizer que ninguém deve ser demitido por razões subjetivas e caprichosas.
Questões de simpatia e antipatia, por exemplo, não devem servir de base para a gestão. O gestor tem de
aprender a manter sua objetividade e superá-las, seja por uma questão de ética profissional, seja para o
bem de sua carreira e dos resultados da empresa a longo prazo.
Esgotadas todas as possibilidades, a demissão tem de ser feita. Nesse caso, é conveniente fazer uma
apreciação objetiva da situação, deixando-se de lado culpas injustificáveis e emotividade, pois isso só
traz pioras para o processo.
Todo o apoio que a empresa puder oferecer para a recolocação do profissional deve ser oferecido;
Por fim, devem ser evitadas as medidas de segurança humilhantes e ineficientes que algumas
empresas adotam, como evitar a entrada do colaborador na empresa ou na área de trabalho, retirada do
seu microcomputador de trabalho.
24
Podemos dizer que a interrupção do contrato de trabalho ocorre quando o empregado suspende de
forma temporária a prestação de serviço, mas continua recebendo sua remuneração normalmente, pois
a principal característica da interrupção do contrato de trabalho é a continuidade da vigência de todas as
obrigações contratuais.
Caracterização e distinção:
a) encargos públicos específicos, tais como; comparecimento judicial como jurado (art. 430 CPP), ou
como testemunha (art. 822, CLT) e o comparecimento judicial da própria parte (Enunciado n. 155, TST);
b) afastamento do trabalho por motivo de doença ou acidente do trabalho, até 15 dias;
c) os chamados descansos trabalhistas, desde que remunerados, tais como; intervalos interjornadas
remunerados, descansos semanais remunerados, descansos em feriados e descanso anual (férias);
d) licença-maternidade da empregada gestante;
e) aborto, durante afastamento até duas semanas (art. 395, CLT);
f) licença remunerada concedida pelo empregador;
g) interrupção dos serviços na empresa, resultante de causas acidentais de força maior (art. 61,
parágrafo 3º, CLT);
h) hipóteses de afastamento remunerado (art. 473, CLT):
- por dois dias consecutivos, em caso de falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou
pessoa que viva sob sua dependência econômica (declarada na CTPS do empregado), sendo que a CLT,
concede nove dias para o empregado professor, no caso de falecimento do cônjuge, pai, mãe ou filho
(art. 320, CLT);
- até três dias consecutivos, em virtude de casamento; já no caso de empregado professor será de
nove dias (art. 320 parágrafo 3º, CLT);
- por cinco dias, m face da licença-paternidade (art. 7º, XIX, combinado com art. 10, parágrafo 1º ADCT,
CF/88)
- por um dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação de sangue devidamente comprovada;
- no período de apresentação ao serviço militar;
- nos dias em que o empregado estiver prestando vestibular, devidamente comprovado (art. 473, VII,
CLT);
Quando tiver que comparecer a juízo (art. 473, VII, CLT).
O principal efeito da interrupção é a suspensão restrita das obrigações contratuais (prestar serviço e
disponibilidade perante o empregador). Outros efeitos são as garantias, tais como: retorno do empregado
ao cargo ocupado após o fim da causa interruptiva (art. 471CLT), garantia do recebimento pelo
empregado do salário e direitos alcançados ao retornar as atividades laborais.
Art. 471 - Ao empregado afastado do emprego, são asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as
vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa.
25
b) Suspensão por Motivo Lícito Atribuível ao Empregado:
- participação pacífica em greve – art. 7º, Lei n. 7.783/89;
- encargo público não obrigatório- art. 472, combinado com o art. 483, parágrafo 1º, CLT;
- eleição para cargo de direção sindical – art. 543, parágrafo 2º, CLT;
- eleição para cargo de diretor de sociedade anônima – Enunciado n. 269, TST;
Licença não remunerada concedida pelo empregador a pedido do empregado, para resolver motivos
particulares. Deve ser bilateral- Enunciado n. 51, TST;
- afastamento para qualificação profissional do empregado – MP n. 1.709-4, de 27.11.1998.
O principal efeito é a suspensão das obrigações contratuais (pagar salário e prestar serviço), durante
o período de suspensão. O empregado possui várias garantias ao final da suspensão tais como: a garantia
de retorno do empregado ao cargo anterior ocupado, após o fim da suspensão (art. 471, CLT); a garantia
do salário e dos direitos alcançados neste período do tempo; a garantia da impossibilidade do rompimento
do contrato de trabalho, por ato unilateral do empregador, ou seja, a dispensa injusta ou desmotivada no
período da suspensão do contrato.
Com a sustação da causa suspensiva do contrato, deve o empregado retornar ao serviço e dar
continuidade ao contrato de trabalho imediatamente, mas havendo inexistência de qualquer convocação
empresarial expressa, pode-se considerar o prazo para retornar de 30 (trinta) dias, após a sustação da
causa suspensiva (art. 472, parágrafo 1º, CLT), caso não retorne ao serviço, dá-se a demissão por justa
causa por abandono de emprego (art. 482, “i”, CLT).
Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigências do serviço militar, ou de outro
encargo público, não constituirá motivo para alteração ou rescisão do contrato de trabalho por parte do
empregador.
§ 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou em virtude de
exigências do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que notifique o empregador dessa
intenção, por telegrama ou carta registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data
em que se verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado.
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
i) abandono de emprego.
O EMPREGADO pode deliberar pela rescisão do contrato de trabalho: pedindo demissão, na rescisão
indireta ou por aposentadoria.4
Pedido de Demissão
Demissão é o aviso que o empregado faz ao empregador de que não mais deseja trabalhar na
empresa. Não se confunde com a despedida, que é ato do empregador de despedir o empregado. É um
ato unilateral, não havendo necessidade de que o empregador aceite o pedido.
O empregado terá de avisar o empregador com antecedência mínima de 30 dias de que não pretende
continuar na empresa, devendo trabalhar durante o aviso prévio, salvo se for liberado pelo empregador.
A única formalidade existente na legislação é que a demissão do empregado com mais de um ano
de serviço só será válida quando feita com a assistência do sindicato ou perante a autoridade do
4
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 31ª edição. São Paulo: Editora Atlas, 2015, páginas 431 – 436.
26
Ministério do Trabalho (§ 1º do artigo 477 da CLT). Tendo o empregado menos de um ano de casa,
não haverá necessidade da referida assistência.
Rescisão Indireta
A rescisão indireta ou dispensa indireta é a forma de cessação do contrato de trabalho por decisão do
empregado em virtude da justa causa praticada pelo empregador (artigo 483 da CLT).
Na rescisão indireta, o empregado deve, de preferência, avisar o empregador dos motivos por que
está retirando-se do serviço, sob pena de a empresa poder considerar a saída do trabalhador como
abandono de emprego.
A única maneira de se verificar a justa causa cometida pelo empregador é o empregado ajuizar ação
na Justiça do Trabalho, postulando a rescisão indireta de seu contrato de trabalho.
As hipóteses de rescisão indireta estão arroladas nas alíneas do artigo 483 da CLT.
O parágrafo único do artigo 407 da CLT prevê outra hipótese de rescisão indireta, quando a empresa
não tomar as medidas possíveis e recomendadas pela autoridade competente para que o menor mude
de função.
Aposentadoria
A aposentadoria do empregado é uma das formas de cessação do contrato de trabalho. Se o
empregado continuar trabalhando, há a formação de um novo contrato de trabalho.
Para Sergio Pinto Martins5 o empregador poderá fazer cessar o contrato de trabalho em certos casos.
Necessário, inicialmente, verificar o inciso I do artigo 7º da Constituição, que estabelece: “relação de
emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem junta causa, nos termos de lei complementar, que
preverá indenização compensatória, dentre outros direitos”. Enquanto não for editada a lei complementar
mencionada, o porcentual da indenização do FGTS é elevado para 40% (artigo 10, I, do ADCT).
O empregador pode dispensar o empregado sem justa causa, cessando, assim, o contrato de trabalho.
Para tanto, porém, deverá pagar as reparações econômicas pertinentes. O empregador tem um direito
potestativo de dispensar o empregado, ao qual este não pode se opor, salvo as exceções contidas na lei.
Terá direito o empregado a aviso prévio, 13º salário proporcional, férias vencidas e proporcionais, saldo
de salários, saque do FGTS, indenização de 40% e direito ao seguro – desemprego.
O empregador poderá dispensar o empregado que comete falta grave, ou seja, com justa causa. A
justa causa vem a ser o procedimento incorreto do empregado, tipificado na lei, que dá ensejo à ruptura
do vínculo empregatício.
A justa causa deverá ser prevista na lei, pois seria possível aplicar a regra do Direito Penal e adaptá-
la no Direito do Trabalho, no sentido de que não haverá justa causa se não houver previsão na lei. Assim,
existem as hipóteses previstas no artigo 482 da CLT, como também em outros dispositivos consolidados,
v. g., parágrafo único do artigo 240 da CLT.
Justa causa é a forma de dispensa decorrente de ato grave praticado pelo empregado, implicando a
cessação do contrato de trabalho por motivo devidamente evidenciado, de acordo com as hipóteses
previstas na lei.
Utiliza-se a expressão justa causa para a falta praticada pelo empregado. Quando a falta é praticada
pelo empregador, que dá causa à cessação do contrato de trabalho por justo motivo, emprega-se, na
prática, a expressão rescisão indireta, de acordo com as hipóteses descritas no artigo 483 da CLT.
Culpa Recíproca:
Pode ocorrer que tenha havido falta tanto do empregado como do empregador, daí a existência de
culpa recíproca. A falta do empregado estaria capitulada no artigo 482 da CLT e a falta do empregador
estaria elencada no artigo 483 da CLT. Havendo culpa recíproca, a indenização devida ao empregado
será reduzida à metade (artigo 484 da CLT), assim como o empregado fará jus a metade do aviso prévio,
das férias proporcionais e do 13º salário proporcional (Súmula 14 do TST).
5
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 31ª edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 410 – 431.
27
Ônus da Prova:
É do empregador o ônus da prova da existência de justa causa para dispensa do empregado (artigo
818 da CLT). Trata-se de um fato impeditivo do direito do obreiro às verbas rescisórias, que deve ser
provado pela empresa (artigo 333, II, do CPC).
Ato de Improbidade
Provém a palavra improbidade do latim improbitas, que significa má qualidade, imoralidade, malícia.
Ímproba é uma pessoa que não é honrada.
Não há necessidade de ser feito boletim de ocorrência para a caracterização da falta, que, inclusive,
independe do valor da coisa subtraída, por exemplo.
Incontinência de Conduta
A incontinência de conduta está ligada ao desregramento do empregado no tocante à vida sexual. São
obscenidade praticadas, a libertinagem, a pornografia, que configuram a incontinência de conduta.
Caracteriza-se incontinência de conduta quando há assédio sexual de uma pessoa a outra, que não
corresponde a corte, ficando esta constrangida, por inexistir reciprocidade, evidenciando a falta grave
para o despedimento.
Mau Procedimento
Os contratantes devem observar na execução do contrato de trabalho a boa-fé (artigo 422 do Código
Civil).
O mau procedimento vem a ser um ato faltoso que não pode ser enquadrado nas demais alíneas do
artigo 482 da CLT. Tudo o que não possa ser encaixado em outras faltas será classificado no mau
procedimento. Será, portanto, uma atitude irregular do empregado, um procedimento incorreto,
incompatível com as regras a serem observadas pelo homem comum perante a sociedade. Não se
confunde com incontinência de conduta, pois está ligada ao ato de natureza sexual.
Negociação Habitual
O trabalho concorrente ou prejudicial ao serviço é o que será proibido pela lei. Nada impede que o
empregado exerça mais de uma atividade, mas essa outra atividade não poderá ser exercida em
concorrência desleal à empresa, de modo a acarretar prejuízo ao serviço. Assim, o empregado poderá
ter outro emprego, fazer pequenos bicos na hora do intervalo ou até mesmo ser empregador.
Se o empregado diminui sua produção em razão do serviço paralelo que realiza, haverá
prejudicialidade ao serviço.
Condenação Criminal
Para haver a justa causa é preciso que o empregado seja condenado criminalmente com sentença
transitada em julgado. Se a sentença ainda estiver em fase recursal, não se caracteriza a justa causa.
Desídia
O empregado labora com desídia no desempenho de suas funções quando o faz com negligência,
preguiça, má vontade, displicência, desleixo, indolência, omissão, desatenção, indiferença, desinteresse,
relaxamento. A desídia pode também ser considerada um conjunto de pequenas faltas, que mostram a
omissão do empregado no serviço, desde que haja repetição dos atos faltosos.
Embriaguez
A CLT tipifica a embriaguez em serviço como hipótese de justa causa para a dispensa do empregado.
A embriaguez no serviço caracteriza-se por uma única falta.
A prova da embriaguez é feita por testemunhas, que irão indicar o mau hálito do empregado, a
impossibilidade de a pessoa ficar em pé ou de andar em linha reta, a dificuldade em articular palavras, a
sudoração intensa, a atitude alterada, etc.
6
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 31ª edição. São Paulo: Editora Atlas, 2015, p. 417 – 427.
28
Violação de Segredo da Empresa
Comete falta grave de violação de segredo da empresa o empregado que divulga marcas e patentes,
fórmulas do empregador, sem seu consentimento, o que não deveria ser tornado público, configurando
prejuízo àquele.
Não se confunde com concorrência desleal, que importa ato de comércio.
Indisciplina
A indisciplina no serviço diz respeito ao descumprimento de ordens gerais de serviço.
Insubordinação
A insubordinação está ligada ao descumprimento de ordens pessoais de serviço específicas.
Abandono de Emprego
Abandono de emprego significa largar, deixar o posto de trabalho, desistir o operário de trabalhar na
empresa. Há portanto, o desprezo do empregado em continuar trabalhando para o empregador.
Critica-se o abandono de emprego como justa causa para a dispensa, pois na verdade, o empregado
rescinde, de fato, o contrato de trabalho, por não mais comparecer à empresa. O empregador apenas
formaliza a rescisão, em razão das circunstâncias de o empregado ter deixado de trabalhar.
É preciso que exista prova do abandono, em razão do princípio da continuidade da relação de
emprego. A referida prova ficará a cargo do empregador (artigo 818 da CLT combinado com artigo 333,
II, do CPC), por se tratar de fato impeditivo do direito às verbas rescisórias. Um empregado normal, que
precisa do serviço para poder sobreviver, não abandona o emprego.
Ofensa Física
Ocorre ofensa física com a agressão do empregado contra qualquer pessoa, o empregador e
superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem.
29
Outras Hipóteses
A CLT prevê outras hipóteses em que ocorre a falta grave, que não estão capituladas no artigo 482:
. Não observância das normas de segurança e medicina do trabalho e não uso dos equipamentos de
proteção individual fornecidos pela empresa (artigo 158, parágrafo único da CLT);
. Recusa injustificada em casos de urgência ou acidente na estrada de ferro à execução de serviço
extraordinário (artigo 240, CLT, parágrafo único);
. O movimento paredista que for deflagrado sem a observância das disposições da Lei Nº 7.783/89
(artigo 15), dependendo dos atos que forem praticados.
Estoque e almoxarifado;
Estoques7
Os estoques representam um dos ativos mais importantes da empresa e, por isso, a sua correta
determinação no início e no fim do período contábil é essencial para apuração do lucro líquido do
exercício.
A contabilização das compras de itens dos estoques deve ocorrer no momento da transmissão do
direito de propriedade dos mesmos. Assim, para determinar se os itens integram ou não a conta de
estoques, deve-se ter em conta o direito de sua propriedade, e não a sua posse física.
Os estoques estão representados basicamente por: mercadorias para revenda, produtos acabados,
produtos em elaboração, matérias-primas, almoxarifado, importações em andamento e adiantamentos a
fornecedores de estoques, observando-se que serão também considerados:
O termo "estoque" refere-se a todos os bens tangíveis mantidos para venda ou uso próprio no curso
ordinário de negócio, bens em processo de produção para venda ou para uso próprio ou que se destinam
ao consumo na produção de mercadorias para venda ou uso próprio.
Seguindo o conceito de liquidez, o subgrupo estoques classifica-se no Circulante, após o subgrupo
Outros Créditos.
7
Manual de Contabilidade. Disponível em:
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0CB0QFjAAahUKEwjgqr7l4PvGAhXGmYAKH
U22AGQ&url=http%3A%2F%2Fwww.ccontabeis.com.br%2FTrabalho%2FManual%2520de%2520Contabilidade_Parte_I.doc&ei=oV-
2VaDWBMazggTN7IKgBg&usg=AFQjCNG9Eqgc_ZQmnyt-ZBUqkzJMA-Yl4A&sig2=EBDzx8HkqZbhlxsack1aSw&bvm=bv.98717601,d.eXY.
30
Todavia, poderão haver casos de empresas que tenham estoques cuja realização ultrapasse o
exercício seguinte, assim deve haver a reclassificação dos estoques para o Realizável a Longo Prazo,
em conta à parte.
-Produtos Acabados
Nessa conta são registrados os produtos terminados e oriundos da própria fabricação da empresa,
disponível para venda, podendo ser estocados na fábrica, depósitos de terceiros ou filiais.
Essa conta é debitada pela transferência da conta produtos em elaboração e creditada por ocasião
das vendas ou transferências para outro estabelecimento da empresa.
-Material de Embalagem
Abriga os itens de estoque que se destinam à embalagem ou acondicionamento dos produtos para
venda.
-Manutenção e Suprimento
Nessa conta são registrados os valores relativos aos estoques de peças para manutenção de
máquinas, equipamentos, edifícios, etc., que serão utilizados em consertos.
No caso de troca de peças mediante baixa da peça anterior, o valor das peças será agregado ao
imobilizado e não apropriado como despesas.
-Importação em Andamento
Serão registrados nessa conta os custos incorridos relativos às importações em andamento de
matérias-primas ou itens destinados ao estoque.
-Adiantamento a Fornecedores
Os adiantamentos efetuados a fornecedores de matéria-prima ou produto para revenda são registrados
nessa conta; a baixa será efetuada por ocasião do efetivo recebimento, registrando-se o custo total na
correspondente conta do estoque, e caso haja saldo a pagar, na conta fornecedores, no passivo
circulante.
31
O custo de aquisição ou produção dos bens existentes na data do balanço deverá ser ajustado ao
valor de mercado, mediante a constituição de uma provisão, quando este for menor, que será classificada
como conta redutora do subgrupo estoques.
Para constituição da provisão é necessário que se especifique, item por item, os bens que,
comprovadamente, estejam com preço de mercado inferior ao seu custo.
Segundo o artigo 183 da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76), considera-se valor de
mercado:
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante
compra no mercado; e
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante venda no mercado,
deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro.
Para fins fiscais, esta provisão passou a ser indedutível para efeito de apuração do lucro real a partir
de 01.01.96 (Lei nº 9.249/95, art. 13, I).
Apuração do Custo
Como regra geral, a pessoa jurídica deverá promover ao final de cada exercício, o levantamento e
avaliação dos estoques, adotando-se os seguintes critérios, conforme o caso:
a) pelo custo médio ponderado; ou
b) pelo custo dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente (PEPS - primeiro a entrar, primeiro
a sair);
c) pelo preço de venda, subtraída a margem de lucro;
d) pelo custo da última mercadoria que entrou - UEPS - último a entrar, primeiro a sair.
Observe-se que não é permitida, pela legislação do Imposto de Renda, a avaliação dos estoques pelo
método UEPS - último a entrar, primeiro a sair.
32
Este sistema consiste em avaliar o estoque pelo custo médio de aquisição, apurado em cada entrada
de mercadorias ou matéria-prima, ponderado pelas quantidades adicionadas e pelas anteriormente
existentes.
Demonstramos, na ficha de estoque, abaixo, o método de avaliação pelo custo médio:
33
ENTRADAS SAÍDAS SALDO
Data Histórico Custo Custo Custo
Total Total Total
Quant Histórico Quant Médio Quant Médio
R$ R$ R$
R$ R$ R$
05.06 Compra 20 50.00 1.000,00 - - - 20 50,00 1.000,00
12.06 Compra 20 55,00 1.100,00 - - - 40 52,50 2.100,00
18.06 Venda - - - 10 52,50 525,00 30 52,50 1.575,00
28.06 Compra 20 100,00 2.000,00 - - - 50 71,50 3.575,00
30.06 Venda - - - 30 71,50 2.145,00 20 71,50 1.430,00
Totais 60 - 4.100,00 40 - 2.670,00 20 71,50 1.430,00
De acordo com o PN CST nº 06/79, o Fisco admite que as saídas sejam registradas unicamente no
final do mês, desde que avaliadas ao preço médio, sem considerar a baixa para fins de cálculo daquele
custo médio.
Assim, com base nos dados da ficha de estoque anterior, teremos:
34
ENTRADAS SAÍDAS SALDO
Data Histórico Custo Custo Custo
Total Total Total
Quant. Unitário Quant. Unitário Quant. Unitário
R$ R$ R$
R$ R$ R$
05.06 Compra 20 50,00 1.000,00 - - - 20 50,00 1.000,00
20 1.000,00
20 50,00 1.100,00
12.06 Compra 20 55,00 1.100,00 - - -
______ 55,00 ________
40 2.100,00
10 500,00
20 50,00 1.100,00
18.06 Venda 10 50,00 500,00
____ 55,00 ________
30 1.600,00
10 500,00
20 50,00 1.100,00
28.06 Compra 20 100,00 2.000,00 20 55,00 2.000,00
_____ 100,00 _______
50 3.600,00
10 500,00
20 50,00 1.100,00
30.06 Venda
____ 55,00 _______ 20 100,00 2.000,00
30 1.600,00
CUSTO MÉDIO
SAÍDAS SAÍDAS
REGISTRADAS REGISTRADAS NO PEPS
DIARIAMENTE FINAL DO MÊS
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 10.000,00 10.000,00 10.000,00
(-) CUSTO DAS MERCADORIAS
2.670,00 2.733,60 2.100,00
VENDIDAS
(=) LUCRO BRUTO 7.330,00 7.266,40 7.900,00
ESTOQUE FINAL 1.430,00 1.366,40 2.000,00
I - Critérios a Observar
O registro permanente de estoques pode ser feito em livros, fichas ou em formulários contínuos
emitidos por processamento de dados, sendo que os modelos são de livre escolha da empresa e cujos
saldos serão transpostos para o livro Registro de Inventário.
Os registros deverão ser feitos em ordem cronológica, sendo aberta uma ficha para cada espécie de
bem a controlar.
35
O custo das mercadorias vendidas ou das matérias-primas utilizadas na produção deverá corresponder
ao total dos valores lançados durante o período na coluna "saídas".
a) Devoluções
Ocorrendo devoluções, tanto de compras como de vendas efetuadas, deverão ser adotados os
seguintes procedimentos:
- no caso de devolução de compras, serão registradas na ficha de estoque na coluna "entradas" de
forma negativa (entre parênteses), pelo mesmo valor lançado por ocasião da aquisição;
- no caso de devolução de vendas, serão registrados na ficha de estoque na coluna "saídas", também
de forma negativa, pelo mesmo valor da saída correspondente.
Observe-se que o lançamento da devolução implica em ajuste do custo médio, uma vez que este fato
altera o saldo físico e monetário do estoque.
Os gastos relativos às devoluções de compras ou vendas, tais como fretes, seguro, etc., serão tratados
como despesas operacionais, não sendo agregados ao custo.
b) Contagem Física para Ajuste dos Saldos
A empresa que possuir registro permanente de estoques só estará obrigada a ajustar os saldos
contábeis, pelo confronto com a contagem física, ao final do exercício.
O resultado com mercadorias surge do confronto entre as vendas efetuadas e o custo das mercadorias
vendidas.
Se o valor das vendas for maior do que o CMV, pode-se dizer que houve um lucro bruto.
Se o valor das vendas for menor do que o CMV, pode-se dizer que houve um prejuízo com
mercadorias.
O resultado com mercadorias pode ser apurado através da equação:
RCM = V - CMV
Onde:
RCM = Resultado Com Mercadorias
V = Vendas
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
36
a) os custos relativos à matéria-prima e materiais diretos, serão apropriados com base nos custos
apurados da forma mencionada no tópico 17.5.1.
b) os custos relativos à mão-de-obra correspondem aos salários e encargos do pessoal que trabalha
diretamente na fabricação do produto;
c) os gastos gerais de fabricação correspondem aos demais custos incorridos na produção tais como:
energia, seguros, depreciação, almoxarifado, supervisão, etc.).
I - INTRODUÇÃO
A definição clara dos centros de custos é fundamental para apuração e controle dos gastos e para a
manutenção de um sistema de custo eficiente.
A classificação possui as finalidades de:
- facilitar a apuração dos gastos relacionados com o trabalho realizado em cada setor, facilitando,
posteriormente, a sua apropriação por produto;
- caracterizar a responsabilidade pelos gastos ocorridos em cada setor.
II - CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
Os centros de custos são constituídos por setores ou áreas da empresa que executam atividades
homogêneas e que permitem a apuração dos gastos dessa atividade.
Os centros de custos são classificados em produtivos (diretos) ou não produtivos (indiretos), também
chamados auxiliares.
Geralmente, essas duas classificações se relacionam à produção. Os não produtivos, em uma
classificação mais ampla, incluem os setores administrativos e comerciais.
A identificação e o tratamento a ser dado ao respectivo gasto deve levar em consideração as
necessidades posteriores de análise do ponto de vista gerencial e de controle. Com esse objetivo, a
classificação pode ser mais detalhada.
A classificação dos centros de custos deve ser consistente com a estrutura da organização. Esta
classificação deve ser definida especificamente de acordo com as condições, peculiaridades e
conveniências de cada empresa, devendo refletir uma decisão conjunta entre o responsável pelo custo e
a administração.
37
A segunda etapa consiste em transferir os custos dos setores de apoio ou auxiliares aos setores
produtivos.
O setores que realizam trabalhos diretamente relacionados aos produtos possuem dois componentes
no custo: o dele próprio e o dos setores de apoio.
Um dos maiores problemas dos sistemas de custeio é o de como transferir esse custo dos setores de
apoio aos setores diretos.
O método adotado para as transferências de custo é o do rateio de gastos, que para ser realizado
exige que as atividades desses centros de apoio possam ser medidas através de unidades, mediante as
quais se possa conhecer a quantidade total de atividade executada.
As unidades de medida mais comumente empregadas são a hora-homem, a hora-máquina, o
quilograma, o metro, o litro, o volume das peças produzidas, etc.
Para a transferência dos setores de apoio ou auxiliares para os diretos devemos, inicialmente, efetuar
uma análise dos serviços prestados pelos diversos setores indiretos aos outros setores de apoio ou
mesmo aos setores comerciais e administrativos.
Cuidados especiais deverão também ser tomados quando os setores de apoio, como de manutenção,
executam trabalhos com características de Ativo Imobilizado. Os seus custos deverão ser transferidos a
esses ativos.
Após as análises dos serviços prestados por todos os centros de custos de apoio, é possível
estabelecer critérios para a transferência desses custos aos demais setores, principalmente aos centros
diretos. Essa é a principal característica do custeio por absorção. Todos os custos da fábrica deverão ser
absorvidos no custo do produto e daí transferidos para os estoques de produtos.
Uma vez definidos os critérios poderemos efetuar a transferência dos custos dos setores de apoio para
os diversos setores recebedores.
A legislação do Imposto de Renda dispõe que o sistema de custo deverá ser integrado com o sistema
de contabilidade e essa integração é representada pelo registro na contabilidade de todas as etapas da
apuração do custeio, inclusive as transferências entre os setores.
Para possibilitar essa contabilização deveremos ter no plano de contas centros de custo e contas
contábeis de natureza credora, para serem utilizadas como ponte entre um setor e outro quando das
transferências de gastos.
A transferência adequada ao custo de produção depende também da análise e seleção da base de
rateio mais adequada para cada setor.
Os tipos mais utilizados para atribuição de gastos por produtos são:
- bases representando unidade de produção:
- número de itens produzidos;
- números de metros, galões, etc;
- bases representando elementos de custo:
- custo da mão-de-obra direta;
- custo do material;
- custo do material e da mão-de-obra direta;
- bases representando tempo de processamento:
- horas de mão-de-obra direta;
- horas-máquina.
Custo Padrão
Esse método de custeio, geralmente utilizado por grandes empresas, com operações de grande
volume ou com linhas de montagem que envolvem muitas peças, consiste em que o custo de cada
produto é predeterminado, antes da produção, com base nas especificações dos produtos, componentes
do custo e condições de produção. Dessa forma, os estoques são apurados com base em custos unitários
padrão e comparado com os custos de reais apurados, registrando-se as diferenças em contas de
variação.
A legislação fiscal aceita que a empresa apure custos com base em padrões pré-estabelecidos (custo
padrão ou "standard"), como instrumento de controle de gestão, desde que observado o seguinte: (PN
CST nº 06/79):
a) que o padrão preestabelecido incorpore todos os elementos constitutivos do custeio por absorção;
b) as variações de custos (negativas e positivas) sejam distribuídas aos produtos de modo que a
avaliação final dos estoques não discrepe da que seria obtida com o emprego do custo real;
38
c) as variações de custos sejam identificadas em nível de item final de estoque, de forma a permitir a
verificação do critério de neutralidade do sistema adotado de custos sobre a valoração dos inventários.
a) das quebras e perdas razoáveis, de acordo com a natureza do bem e da atividade, ocorridas na
fabricação, no transporte e manuseio;
b) das quebras ou perdas de estoque por deterioração e obsolescência ou pela ocorrência de riscos
não cobertos por seguros, desde que comprovada:
b.1) por laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de segurança, que especifique e identifique as
quantidades destruídas ou inutilizadas e as razões da providência;
b.2) por certificado de autoridade competente, nos casos de incêndios, inundações ou outros eventos
semelhantes;
b.3) mediante laudo de autoridade fiscal chamada a certificar a destruição de bens obsoletos,
invendáveis ou danificados, quando não houver valor residual apurável.
Sucatas e Subprodutos
As sucatas e os subprodutos são as sobras, pedaços, resíduos, aparas e outros materiais derivados
da atividade industrial que têm como característica nascerem do processo da produção. A diferença entre
um e outro reside no fato de que a sucata não tem um mercado garantido de comercialização e os preços
bastante incertos enquanto os subprodutos têm condições de demanda e de preços bons.
Contabilmente, os custos incorridos nos bens sucateados devem ser agregados aos custos de
fabricação dos produtos bons aproveitados. No caso de sucatas que não sejam relativas ao processo de
produção, os seus custos devem ser retirados do custo de produção e lançados como perdas no resultado
do período. Os estoques de sucata a serem comercializados existirá fisicamente, devendo ser controlado
pela empresa, no entanto, não terá valor contábil. Por ocasião da comercialização das sucatas, o valor
da receita será reconhecido nesse momento no resultado no subgrupo "outras receitas operacionais".
No tocante aos subprodutos, por possuírem mercado estável e preço de venda previsível, tais itens
devem ser avaliados ao valor líquido de realização e considerado como redução do custo de produção
do período em que surgiram.
Por valor líquido de realização de um subproduto deve ser entendido como o valor bruto menos os
impostos incidentes sobre essa venda, menos as despesas de comercialização como comissões, taxas
de entrega, et<%-4>c.
Quando a empresa comercializar os subprodutos, terá um valor efetivo de venda e atribuirá como
redutor dessas receitas o valor dos estoques dos subprodutos e a diferença líquida será registrada como
outras receitas/despesas operacionais", conforme o caso.
Amostras
Quando a empresa efetuar a distribuição de amostras ou outros itens similares, os valores dispendidos
na aquisição ou produção de tais itens não devem ser registrados em conta de estoque, e sim, lançados
diretamente às despesas no resultado.
39
A definição de valor de mercado pode ser encontrada em revistas especializadas, bolsa de
mercadorias, etc. A pauta de valores fiscais serve de parâmetro para avaliação ao preço de mercado.
Aspectos Fiscais
A legislação do Imposto de Renda faz várias referências aos estoques e sua avaliação. Examinamos
alguns desses aspectos.
Periodicidade de Escrituração
O custo das mercadorias vendidas e os bens de produção serão determinados com base em registro
permanente de estoques ou no valor do estoque existente, de acordo com o livro Registro de Inventário,
escriturado no fim de cada trimestre ou ao término do ano-calendário, conforme o caso.
a) Lucro Real
As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real deverão efetuar o levantamento e a avaliação
dos seus estoques ao final de cada período de apuração dos resultados. Assim, a empresa fica obrigada
a escriturar o livro Registro de Inventário ao final de cada trimestre, se apurar o lucro real trimestralmente,
ou somente em 31 de dezembro, no caso de pagamento do Imposto de Renda mensal sobre base de
cálculo estimada.
No entanto, se a empresa mantiver registro permanente de estoques, somente estará obrigada a
ajustar os saldos contábeis pelo confronto com a contagem física, ao final do período de apuração relativo
ao mês de dezembro de cada ano-calendário.
b) Lucro Presumido
As empresas tributadas com base no lucro presumido devem proceder ao levantamento e a avaliação
dos estoques em 31 de dezembro, uma vez que estão obrigadas a escriturar, nessa data, o livro Registro
de Inventário.
a) por uma vez e meia (150%) o maior custo das matérias-primas adquiridas no período-base (sem
ICMS/IPI quando recuperáveis);
b) 80% (oitenta por cento) do valor dos produtos acabados, determinado segundo o critério do item II;
II - Produtos Acabados:
40
70% (setenta por cento) do maior preço de venda do período-base, sem inclusão do IPI, mas com
ICMS incluso (PN CST nº 14/81).
A utilização desse critério apresenta grandes distorções na apuração do resultado, uma vez que a
percentagem de 70% é bastante elevada e, nesse caso, supervaloriza o estoque de materiais em
processamento e de produtos acabados no encerramento do período-base. Essa supervalorização, em
algumas situações, poderá fazer com que o custo dos produtos vendidos apresente-se negativo. É
comum o custo dos produtos vendidos apresentar valor negativo quando existir grande quantidade de
estoque de produtos acabados em decorrência de vendas reduzidas. Neste caso, o custo dos produtos
vendidos deverá ser considerado igual a zero.
III - Avaliação de Estoque Por Arbitramento - Produtos Acabados - Maior Preço de Venda
No caso de avaliação do estoque de produtos acabados pelo critério do arbitramento, a determinação
do maior preço de venda, em algumas situações, tem causado algumas dúvidas para valorização do
estoque.
Note-se que o inciso II do artigo 296 do RIR/99 faz referência à expressão "maior preço de venda no
período-base". Pode ocorrer, por exemplo, que determinado produto não tenha sido vendido no período-
base.
Neste caso, embora a legislação do Imposto de Renda seja omissa, entendemos que poderá ser
utilizado como parâmetro o maior preço de venda praticado no período-base imediatamente anterior.
A situação adquire maior grau de complexidade no caso de produto novo que ainda não foi vendido.
Em princípio, poderíamos afirmar que o produto novo seria avaliado a custo zero, uma vez que não existe
parâmetro para aplicarmos a regra do arbitramento. Entretanto, entendemos que, no caso vertente, deve
existir um procedimento lógico, buscando-se, inclusive, o preço do referido produto no mercado. Aliás, a
nosso ver, esse referencial estaria correto.
A questão apresenta-se, ainda, mais complexa, quando se tratar de produto novo e inédito, ou seja,
sem referencial no mercado. Neste caso, a nosso ver, a valorização desse produto poderia ser feita com
base nos custos das matérias-primas utilizadas na sua fabricação. De qualquer modo, e diante da
omissão da legislação do Imposto de Renda, recomendamos que seja formulada consulta ao Fisco.
Os critérios impostos pela legislação são arbitrários, visando penalizar as empresas que não mantêm
uma contabilidade adequada de custos, não sendo no entanto, aceitáveis para fins contábeis, pelas
distorções que provocam no resultado da empresa.
Época da Escrituração
No caso das pessoas jurídicas que optarem pela tributação definitiva com base no lucro presumido,
entendemos que o Registro de Inventário deverá ser escriturado até a data estabelecida para a entrega
da Declaração de Rendimentos do ano-calendário a que se referir o inventário.
41
Modelo a Ser Utilizado
Não existe um modelo prescrito para o livro Registro de Inventário. De acordo com o § 1º do art. 260
do RIR/99, o contribuinte poderá:
a) criar modelo próprio;
b) adotar livro exigido por outra lei fiscal;
c) substituir o livro por série de fichas numeradas;
d) utilizar sistema de processamento de dados.
I - Normas Gerais
No livro Registro de Inventário deverão ser arrolados, com especificações que facilitem sua
identificação, as mercadorias, os produtos manufaturados, as matérias-primas, os produtos em fabricação
e os bens em almoxarifado existentes na data do encerramento de cada período-base de apuração do
lucro real (mensal ou trimestral), ou no caso de empresa tributada pelo lucro presumido, no último dia do
ano-calendário (art. 261 do RIR/99).
Os bens serão relacionados e avaliados de acordo com os critérios admitidos pela legislação do
Imposto de Renda. Vale lembrar que os bens devem ser discriminados, individualmente, com
especificações que indiquem a sua natureza, unidade, quantidade, valor unitário e valor total de cada um,
bem como o valor global por agrupamento (IN SRF nº 81/86).
II - Empresas Editoras
As empresas editoras devem fazer constar de seu inventário os fascículos não comercializados por
falta ou esgotamento de mercado, e os que tenham recebido em restituição pelos mesmos motivos,
observando-se o seguinte (Portaria MF nº 496/77):
a) quando se tratar de fascículos obsoletos, assim considerados aqueles que tenham sido rejeitados
pelo mercado e, em decorrência, não mais figurem nas vendas normais de empresa, poderão ser
computados no livro Registro de Inventário com valor zero, desde que, no prazo de trinta dias, contado
da data do balanço, a empresa comunique a ocorrência à repartição da Secretaria da Receita Federal de
sua jurisdição;
b) a empresa deve manter o estoque em condições de ser verificado e, caso pretenda, antes da
auditoria fiscal inutilizar, destruir ou vender os fascículos como matéria-prima para reaproveitamento
industrial, deve fazer nova comunicação à Secretaria da Receita Federal, até dez dias antes de se
desfazer, total ou parcialmente o estoque.
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constar do livro Registro de Inventário todos os imóveis destinados à venda em estoque, por ocasião do
levantamento do balanço, discriminados do seguinte modo (IN SRF Nº 94/79):
Ressalte-se, ainda, que de acordo com a IN SRF nº 84/79, a exigência do registro permanente de
estoque não dispensa o contribuinte da obrigação de possuir e escriturar o livro Registro de Inventário,
sendo função daquele subsidiar este, principalmente no que se refere à determinação do custo e
discriminação dos imóveis em estoque por ocasião do balanço.
a) deverão ser acrescentados os bens cujo arrolamento não é exigido pela legislação do IPI/ICMS,
(bens em almoxarifado) mas o é perante a legislação do Imposto de Renda;
b) deverão acrescentar o valor unitário dos bens em conformidade com a legislação do Imposto de
Renda, quando diferente dos critérios previstos na legislação do IPI/ICMS. Tal acréscimo é autorizado
pelo § 12, do artigo 63, do próprio Convênio SINIEF/70, como "outras indicações".
c) o valor do ICMS recuperável, a ser excluído do valor dos estoques, para efeito do Imposto de Renda,
poderá ser destacado, item por item, na coluna "observações" do livro modelo 7, uma vez que as
legislações do IPI/ICMS não contemplam essa exclusão.
I - Registro e Autenticação
O livro Registro de Inventário ou as fichas que o substituírem serão registrados e autenticados pelo
Departamento Nacional do Registro do Comércio ou pelas Juntas Comerciais ou repartições
encarregadas de Registro do Comércio (PN CST nº 5/86).
Quando o livro ou fichas que o substituam pertencerem a sociedades civis, o registro e autenticação
serão efetuados pelo Cartório de Registro de Títulos e Documentos ou de Registro Civil das Pessoas
Jurídicas, onde se acharem registrados os atos constitutivos da própria sociedade (PN CST Nº 5/86).
Observe-se que os contribuintes do IPI/ICMS que adaptarem o livro Registro de Inventário, Modelo 7,
ao exigido pela legislação do Imposto de Renda, deverão submetê-lo a registro nos órgãos mencionados
acima, uma vez que, o visto do Fisco estadual, não supre o registro exigido pela legislação do Imposto
de Renda (PN CST nº 5/86).
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II - Época em Que Deve Ser Procedida a Legalização
O Registro de Inventário, seja em forma de livro ou folhas previamente encadernadas e numeradas
tipograficamente, seja em série de fichas, deverá ser legalizado antes do início de sua escrituração. Para
tanto, ressalvada a hipótese de início de atividade, a autenticação de livro novo se fará mediante a
exibição daquele a ser encerrado, por estar totalmente esgotado ou em vias de se esgotar, entendendo
como tal aquele cujas folhas em branco não comportem a totalidade dos bens a serem arrolados por
ocasião de um determinado balanço (PN CST nº 5/86).
Observe-se, no entanto, que a IN DNRC nº 54/96 estabeleceu, no art. 13, que a autenticação de
instrumentos de escrituração independe da apresentação de outros livros ou fichas anteriormente
autenticados.
No caso de processamento eletrônico de dados, quando o livro ou fichas são substituídos por
formulários contínuos, a autenticação será procedida após a escrituração, mediante termos de abertura
e encerramento com as especificações abordadas no tópico seguinte.
a) termo de abertura:
No termo de abertura deverá constar:
- nome empresarial;
- Número de Identificação do Registro de Empresas - NIRE e a data do arquivamento dos atos
constitutivos;
- o local da sede ou filial;
- a finalidade a que se destina o instrumento de escrituração mercantil;
- o número de ordem do livro ou conjunto de folhas e a quantidade de folhas;
- o número de inscrição no CGC-MF.
b) termo de encerramento:
No termo de encerramento deverá constar:
- nome empresarial;
- o fim a que se destinou o instrumento escriturado;
- o número de ordem do livro ou conjunto de folhas e a quantidade de folhas escrituradas.
44
Impostos;
Impostos e taxas são tributos, dessa forma, iniciaremos apresentando sobre tributos:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
A primeira palavra utilizada para descrever tributo foi “prestação” e isso é da mais extrema importância,
haja vista que toda obrigação jurídica tem por objeto uma prestação, seja ela de dar, de fazer, de não
fazer, etc. Logo, vê-se que o tributo tem natureza jurídica obrigacional.
Essa prestação é pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir o que significa que
é uma obrigação mensurável economicamente, que deve ser cumprida, em regra, em dinheiro,
especificamente na moeda corrente no País, o que exclui o pagamento do tributo por meio do recebimento
de coisas ou através da prestação de serviços.
Existe, contudo, uma exceção que é a dação em pagamento, prevista no art. 156, IX, CTN. Por esse
instituto é possível que o devedor entregue para a Fazenda Pública um bem imóvel a fim de extinguir o
crédito tributário.
O tributo é ainda uma prestação compulsória ou seja, na relação jurídico-tributária, diferentemente
da relação contratual cível, não cabe manifestação de vontade das partes. Assim, a prestação é
obrigatória porque decorrente da vontade da lei, não cabendo disposição de vontade das partes. O sujeito
deve cumprir com a obrigação tributária não porque quer, mas porque realizou o fato gerador e, portanto,
incidiu em hipótese que a lei determina o cumprimento de obrigação, qual seja, o pagamento.
O tributo não deve constituir sanção de ato ilícito. Essa característica deve ser analisada sob dois
ângulos.
Primeiro, tributo não é sanção, não é penalidade, não é castigo, logo, ele não é instituído para punir o
cidadão, ao contrário, o instrumento sancionatório é a multa.
O segundo ângulo diz que não se pode tributar ato ilícito, ou seja, não se pode ter por fato gerador de
um tributo um ato ilícito. Isso não significa que a renda e os bens que são obtidos por meios ilícitos não
estejam sujeitos à tributação.
Veja: não se pode ter um tributo cujo fato gerador seja o tráfico de substância entorpecentes (ato ilícito)
mas, se determinado traficante compra uma casa, ela será tributada pelo IPTU. Isso porque para o Direito
Tributário não importa de onde veio o recurso, importa somente que o sujeito realizou o fato gerador. É o
princípio segundo o qual o dinheiro não tem cheiro.
Todo tributo é uma prestação instituída em lei, em decorrência do princípio da legalidade e do
princípio democrático. Logo, somente a lei pode criar um tributo.
De acordo com o princípio da legalidade previsto no art.5º, II da Constituição Federal, somente a lei
pode obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Ora, se o tributo implica em obrigação, ele
somente pode ser instituído mediante lei.
Deve ainda o tributo ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, o que
significa que o agente público não exerce nenhum juízo de discricionariedade no que reporta à cobrança.
Não se pode escolher entre cobrar ou não o tributo, ao contrário, deve-se total obediência à lei e se é a
lei quem determina a cobrança, o agente obedece.
Para ser considerado tributo se faz necessário a presença de todos esses cinco elementos.
Aspecto Material
O aspecto material do tributo, segundo ensinamento de Paulo de Barros Carvalho8 é o critério que faz
referência a um comportamento seja ele de pessoas físicas ou jurídicas, de forma a designar o fazer, o
8
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2007
45
não fazer, o dar e o ser. Logo, percebe-se que o critério material está sempre ligado a um verbo. Ex:
circular mercadorias, ser proprietário de veículo automotor, etc.
De acordo com Geraldo Ataliba9, o aspecto material é o mais complexo aspecto da hipótese de
incidência, visto que contém a designação de todos os dados de ordem objetiva, que descreve os
aspectos que lhe são substanciais, que lhe dão suporte, ou seja, é a própria consistência material do fato.
A alíquota e a base de cálculo são dados que compõem o aspecto quantitativo do tributo, que é aquele
que reporta ao valor, ao quantum será pago a título de tributo. São, portanto, os parâmetros utilizados
para o cálculo do valor.
A base de cálculo, como o próprio nome indica é o elemento sobre o qual a alíquota será aplicada para
se descobrir o valor da obrigação tributária. Ex: valor venal do imóvel.
A alíquota pode ser:
Específica: é aquela em que o valor a ser pago se dá de acordo com unidade de quantificação, ex:
Suponha-se que para determinada mercadoria a alíquota específica seja de trinta reais para cada cem
unidades. Se o sujeito importou mil unidades, deverá pagar 300 reais a título de imposto de importação.
Ad valorem: é aquele percentual que é aplicado sobre a base de cálculo para se saber qual o valor do
tributo. Ex: imagine que a alíquota que incide sobre sua casa é de 2% e que a base de cálculo seja o
valor venal do imóvel. Se sua casa possui o valor venal de R$ 200.000,00, você deverá pagar, a título de
IPTU R$ 4.000,00.
- Quanto à Finalidade:
Fiscais: são aqueles cuja principal função é arrecadar recursos para os cofres públicos.
Extrafiscais: a principal função é intervir no domínio econômico ou em uma situação social. Ex: Imposto
de Importação e ITR.
Parafiscais: são os tributos que se destinam a custear os serviços públicos de competência do Estado
mas, que são desenvolvidos por outra pessoa jurídica.
9
ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. São Paulo: Malheiros, 1999.
46
-Quanto à Possibilidade de Repercussão do Encargo Econômico-Financeiro:
Diretos: são os tributos em que o sujeito passivo da relação jurídico-tributária é quem deve suportar os
encargos financeiros do tributo, não tendo possibilidade de repassar a outrem.
Indiretos: são os tributos em que há um contribuinte de direito (aquele que realiza o fato gerador) e um
contribuinte de fato (aquele que suporta o encargo econômico). Ex: ICMS: o contribuinte de direito é o
estabelecimento que realiza a saída da mercadoria mas, quem suporta o encargo financeiro é o
consumidor (contribuinte de fato).
Natureza Jurídica
A NATUREZA JURÍDICA dos tributos é regulamentada pelo art. 4º do Código Tributário Nacional:
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Vê-se que o fato gerador é o elemento que define a natureza jurídica do tributo, não importando o
nome que a ele foi atribuído e nem mesmo o destino da arrecadação.
Para o estudo do fato gerador é preciso distinguir os tributos vinculados dos não vinculados. Os
primeiros são aqueles em que há uma contraprestação específica por parte do Estado. Ex: taxa, toda vez
que uma pessoa paga uma taxa, ela recebe algo do Estado. Paga-se a taxa de coleta de lixo e tem-se o
serviço de coleta de lixo, ou seja, o contribuinte paga o tributo para receber algo em troca do Estado.
Já nos tributos não vinculados, o contribuinte tem o dever de pagar o tributo porque realizou o fato
gerador mas, não receberá nada específico por parte do Estado a exemplo dos impostos.
Logo, para se saber a natureza jurídica do tributo deve-se analisar seus elementos e verificar em qual
espécie tributária ele se enquadra. Conhecendo isso é possível descobrir a natureza jurídica do tributo.
Em concursos públicos, em regra, é cobrada a literalidade do art. 4º, acima transcrito.
O Código Tributário Nacional adotou a teoria tripartida, pela qual a natureza jurídica do tributo vinculado
é de imposto e dos não vinculados de taxa ou contribuição de melhoria.
Espécies.
Impostos: são tributos não vinculados que tem incidência sobre as manifestações de riqueza por isso,
diz-se que os impostos promovem a solidariedade social, afinal, aquele que, de alguma forma manifesta
riqueza se obriga a fornecer recursos para o Estado cumprir com suas obrigações e objetivos.
Alguns doutrinadores preferem dizer que os impostos incidem sobre fatores econômicos como a renda,
a produção e a propriedade.
47
Ambas as posições são harmônicas, haja vista que os fatos econômicos nada mais são do que
manifestações de riqueza. Veja-se a definição do art. 16 do CTN:
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Percebe-se que o próprio conceito de imposto afirma ser esse um tributo não vinculado. Suas
receitas, em regra, também não são vinculadas, cabendo ao administrador público, utilizando os critérios
de conveniência e oportunidade, decidir pela melhor destinação.
Dizer que o imposto é um tributo não vinculado significa que o cidadão deve pagá-lo, mas não receberá
do Estado nenhuma prestação específica. O dever de pagar o imposto decorre unicamente da lei.
Embora não se receba contraprestação direta e específica, os contribuintes de todos os impostos são
beneficiados pela renda arrecadada pelos mesmos, haja vista que essas financiam vários serviços
públicos como segurança, saúde, educação.
Imagine que uma pessoa compre um automóvel. Nesse ato ela realiza o fato gerador do IPVA e deverá
pagá-lo, contudo, não irá e não terá o direito de receber, em contrapartida, estradas e vias melhores
porque o IPVA é um imposto e, como tal, é não vinculado.
O dinheiro arrecadado pelo IPVA poderá ser aplicado no financiamento de outros serviços públicos
que não a manutenção e conservação de vias e estradas públicas.
De acordo com o art. 145, § 1º da Constituição Federal sempre que for possível os impostos devem
respeitar a capacidade contributiva, leia-se:
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos
da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Impostos de caráter pessoal são aqueles que incidem de forma subjetiva, ou seja que considera os
aspectos pessoais do contribuinte. Ex: Imposto de Renda: esse considera aspectos subjetivos como a
quantidade de dependentes, os gastos com educação, saúde e previdência, etc. Já os impostos de
caráter real são aqueles que desconsideram os aspectos subjetivos e incidem sobre uma determinada
base econômica.
Assim, pelo princípio da capacidade contributiva, o legislador deve considerar a possibilidade de
instituir impostos de caráter pessoal e, se isso for possível, deve fazê-lo.
Taxas:
São tributos vinculados e de competência comum pois, podem ser instituídos por todos os entes da
Federação, desde que prestem o serviço ou exerçam o poder de polícia. Sua definição está no art. 145,
II da Constituição Federal e 77 do Código Tributário Nacional.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
[...]
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
Dos dispositivos acima pode-se concluir que a taxa possui dois fatos geradores, quais sejam o
exercício regular do poder de polícia e a prestação de serviço público específico e divisível, efetivo ou
posto à disposição do contribuinte.
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Poder de Polícia: é uma atividade administrativa fundamentada no princípio da supremacia do
interesse público. O art. 78 do CTN o define:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-
se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Pelo poder de polícia os interesses individuais são restringidos de forma que o bem coletivo seja
preservado. É exercido pela polícia administrativa. Ex: fiscalização. Imagine que João tenha um
restaurante e que atenda diariamente uma média de 300 pessoas. Certo dia a vigilância sanitária bate às
portas do estabelecimento comercial de João a fim de verificar se o mesmo segue todas as normas
referentes à higiene.
A fiscalização estará exercendo o poder de polícia e João deve submeter-se a esse procedimento, ou
seja, o direito de propriedade e direito à livre iniciativa de João estão sendo restringidos em prol do bem
comum: saúde dos consumidores.
O mesmo ocorre com a inspeção veicular, com a expedição de alvarás, etc.
STF – Súmula 670 – O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
49
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito
das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que,
segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito
Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas
pessoas de direito público.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art.
150, I e III.
50
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica.
Da leitura dos dispositivos supra, extrai-se que a União é a única competente para instituir as
contribuições sociais, as contribuições de intervenção no domínio econômico e as contribuições de
interesse de categorias profissionais ou econômicas. As únicas exceções constam do § 1º do mesmo
artigo e no art. 149-A.
O § 2º declara que as receitas decorrentes da exportação são imunes às contribuições sociais e às
contribuições de intervenção no domínio econômico. Logo, os exportadores estão imunes ao pagamento
do PIS, da COFINS e de qualquer outra contribuição que incida sobre a receita originária da exportação.
As contribuições sociais dividem-se em contribuições de seguridade social, contribuições sociais gerais
e outras contribuições sociais.
As contribuições sociais para o financiamento da seguridade social são reguladas pelo art. 195 da
Constituição, veja-se:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta,
nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título,
à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição
sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o
art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade
social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas
e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de
seus recursos.
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em
lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios.
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes
aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como
os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma
alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos
da lei.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas
ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de
mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e
ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os
incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar.
51
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes
na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial,
da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.
O supremo Tribunal Federal classifica como contribuições sociais gerais aquelas que são destinadas
para outras áreas de atuação da União, como por exemplo, o salário-educação.
Ainda pertencem a essa categoria as contribuições para financiar os serviços sociais autônomos, como
o SESI e o SENAI.
As contribuições para intervenção no domínio econômico possuem natureza extrafiscal, pois sua
principal função é a intervenção no domínio econômico por meio da destinação da arrecadação para uma
determinada atividade, configurando assim, um incentivo.
As contribuições corporativas tem natureza parafiscal, visto que sua função é a arrecadação de
recursos para financiar atividades de interesses de instituições que representam e fiscalizam as
categorias profissionais e econômicas.
A contribuição sindical encontra amparo no art. 8º, IV da Constituição. É obrigatória para todos os
aqueles que exercem atividade dentro de uma categoria econômica ou profissional, bem como para os
profissionais liberais. É destinada aos sindicados ou às federações sindicais, na ausência dos primeiros.
Somente estão dispensados do pagamento desse tributo os aposentados.
A contribuição para o custeio da iluminação pública – COSIP – encontra previsão no art. 149-A da CF,
o qual atribui competência para os Municípios e o Distrito Federal institui-la.
A própria Constituição vinculou o valor arrecadado à sua finalidade, ou seja, ao custeio da iluminação
pública, de sorte que é defeso ao administrador utilizar esse recurso para outra finalidade.
Contribuição de Melhoria: é um tributo de competência comum, assim, todo o ente que fizer a obra
pública que valorizar imóveis, é competente para a sua cobrança. Está descrita no art. 145, III da
Constituição Federal:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
[...]
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Contribuição de Melhoria
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo
de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa
52
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada
uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a
que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função
dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante
da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o
respectivo cálculo.
Orçamento10 é um dos mais antigos e tradicionais instrumentos utilizados na gestão dos negócios
públicos, sendo concebido inicialmente como um mecanismo eficaz de controle parlamentar sobre o
Executivo. Ao longo do tempo sofreu mudanças no plano conceitual e técnico (aspectos jurídico,
econômico, financeiro, de planejamento e programação, gerencial e controle administrativo, por exemplo)
para acompanhar a própria evolução das funções do Estado.
Os primeiros Orçamentos que se têm notícia eram os chamados orçamentos tradicionais, que se
importavam apenas com o gasto (ênfase no gasto). Eram meros documentos de previsão de receita e
autorização de despesas sem nenhum vínculo com um sistema de planejamento governamental.
Simplesmente se fazia uma estimativa de quanto se ia arrecadar e decidia-se o que comprar, sem
nenhuma prioridade ou senso distributivo na alocação dos recursos públicos.
Era compreendido como uma peça que contém apenas a previsão das receitas e a fixação das
despesas para determinado período, sem preocupação com planos governamentais de desenvolvimento,
tratando-se assim de mera peça contábil - financeira. Tal conceito revela-se ultrapassado, pois a
intervenção Estatal na vida da sociedade aumentou de forma acentuada e com isso o planejamento das
ações do Estado é imprescindível.
10
Abraham, Marcus. Curso de direito financeiro brasileiro. - 2. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
53
O Orçamento evoluiu ao longo da história para um conceito de Orçamento-programa, segundo o qual
o Orçamento não é apenas um mero documento de previsão da arrecadação e autorização do gasto, mas
um documento legal que contém programas e ações vinculados a um processo de planejamento público,
com objetivos e metas a alcançar no exercício (a ênfase no Orçamento-programa é nas realizações do
Governo).
Ao lado da noção de orçamento, para o estudo das finanças públicas faz necessária a compreensão
dos conceitos de receitas e despesas públicas e suas subdivisões, além de seus instrumentos normativos
como Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei de Orçamento Anual – LOA,
que serão apresentados ao longo desse estudo.
Receita Pública é tida como o conjunto de recursos financeiros que ingressam nos cofres públicos,
conforme lei orçamentária, compreendendo as rendas e demais ingressos decorrentes, por exemplo de
doações, subvenções, empréstimos.
Despesas Pública, refere-se a parte orçamentária que autoriza a execução de gastos para remunerar
servidores, adquirir bens, executar obras e empreendimentos. Indica também a destinação de quantia
certa de dinheiro em prol do interesse público pela autoridade competente.
O orçamento é utilizado hodiernamente como instrumento de planejamento da ação governamental,
possuindo um aspecto dinâmico, ao contrário do orçamento tradicional já superado, que possuía caráter
eminentemente estático.
Cabe a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados apreciar os projetos de lei
relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais.
O PPA é uma Lei de Iniciativa do Poder Executivo, onde estão quantificados, especificados e
qualificados os custos de cada projeto de duração plurianual ou continuada. O PPA funciona como um
instrumento de planejamento estratégico das ações do Governo para um período de quatro anos.
Referida Lei é uma inovação instituída pela Constituição Federal de 1988, onde determina em seus
art. 165, § 1º, que a Lei que instituir o plano em questão “estabelecerá, de forma regionalizada, as
diretrizes, objetivos e metas (DOM) da administração pública federal para as despesas de capital e outras
delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Os planos e programas
11
SILVA, J. W. da. Execução orçamentária financeira e contábil de forma integrada. Disponível em: http://www.crc-
ce.org.br/crcnovo/files/Apostila_Execucao_Orcamentaria_Financeira_Contabil.pdf.
54
nacionais, regionais e setoriais previstos na Constituição serão elaborados em consonância com o PPA.
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia
inclusão no PPA, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
Prazo Legais: A CF/88 em seu art. 165, § 9 º, assim dispõe:
“Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração
e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual”
Art. 35, §2º, I, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT.
PPA: o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
Conforme art. 165 § 2º da CF/88 a lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades
(MP) da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente.
55
Prazo Legais: A CF/88 em seu art. 165, § 9 º, assim dispõe:
“Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração
e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual”.
Art. 35, §2º, II, dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT.
LDO: o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa;
A LDO na LRF: Além das atribuições contidas no Art. 165, § 2º. Da Constituição Federal, a Lei
101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, em seu Art. 4º, a traz novas atribuições para a LDO:
Além das atribuições acima descritas a LRF trouxe dois anexos a obrigatórios para compor a LDO:
A LRF determina que no Anexo de Metas Fiscais serão estabelecidas metas anuais, em valores
correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida
pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, e conterá ainda:
- a avaliação do cumprimento de metas do exercício anterior;
- demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os
resultados pretendidos, comparando-as com as metas fixadas nos três exercícios anteriores, e
evidenciando a consistência das mesmas com as premissas e os objetivos da política econômica
nacional;
- evolução do patrimônio líquido, com destaque para a origem e aplicação de recursos provenientes
de alienação de ativos;
- avaliação financeira e atuarial do regime próprio de previdência;
- demonstrativo da estimativa e compensação de renúncia de receita e da margem de expansão das
despesas obrigatórias de caráter continuado.
56
Anexo de Riscos Fiscais – ARF
No ARF serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas,
informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.
Os Riscos Fiscais são a possibilidade da ocorrência de eventos que venham a impactar,
negativamente, as contas públicas e são classificados em dois grupos:
- Riscos orçamentários que referem-se à possibilidade das receitas previstas não se realizarem ou à
necessidade de execução de despesas, inicialmente não fixadas ou orçadas a menor durante a
elaboração do Orçamento. Exemplos: frustração na arrecadação, devido a fatos ocorridos posteriormente
à elaboração da LOA e ocorrência de epidemias, enchentes, abalos sísmicos e outras situações de
calamidade pública que demandem de ações emergenciais.
- Riscos decorrentes da gestão da dívida referem-se a possíveis ocorrências externas à administração
que, quando efetivadas, resultarão em aumento do serviço da dívida pública no ano de referência.
Exemplos: variação das taxas de juros e de câmbio em títulos vincendos e dívidas, cuja existência
depende de fatores imprevisíveis, tais como resultados dos julgamentos de processos judiciais.
- Jurídico - O STF nos recursos extraordinários 34.581, 75.908 e na ADI 2.100, decidiu considerar a
lei orçamentária lei formal de efeito concreto.
No Brasil o orçamento é uma lei ordinária (aprovada por maioria simples), de caráter autorizativo e
temporária (vigência limitada).
- Financeiro - Sob este aspecto o orçamento público é caracterizado pelo controle do fluxo monetário
decorrente da entrada de receita e saídas de despesas.
- Econômico - O orçamento público tem um papel importante na regulação econômica do pais, uma
vez que o Governo é obrigado a atender as necessidades econômicas e sociais da coletividade e
redistribuir a renda nacional, com o objetivo de elevar o nível econômico da população.
- Político - Este aspecto diz respeito às características dos planos e programas governamentais do
grupo ou partido que detém o poder.
Princípios Orçamentários
Os princípios orçamentários são regras que norteiam a elaboração do orçamento anual. Dentre os
mais abordados em provas de concurso temos:
Princípio do Equilíbrio
Este é um princípio clássico das finanças públicas, que postula a existência de um equilíbrio entre
receitas e despesas.
Princípio da Unidade
Trazido pela Lei Nº. 4.320/64 em seu art. 2º, o Princípio da Unidade, consiste na afirmação de que o
Orçamento deve ser unificado em uma só peça, onde deverão estar agrupadas todas as receitas e
despesas a serem realizadas no exercício financeiro ao qual se refere a proposta orçamentária. É também
chamado pela doutrina de princípio da totalidade.
57
Princípio da Universalidade
Princípio da Anualidade
Princípio da Exclusividade
Pelo Princípio da Exclusividade devem ser tratadas na lei orçamentária, somente matérias de natureza
financeira, quais sejam, a fixação de despesas e previsão de receitas.
Exceções ao Princípio da Exclusividade:
Por este princípio, os valores apresentados na Lei Orçamentária Anual, tanto para as receitas, quanto
para as despesas, devem figurar pelos valores brutos, vedando, dessa forma, a inclusão de receitas e
despesas pelos valores líquidos.
Princípio da Clareza
Segundo Jund (2006,p.76) este princípio visa à compreensão do orçamento como instrumento de
múltiplas funções que pode ser visto de várias óticas ou dimensões, e que, não obstante todo o seu rigor
técnico, deve ser expresso de forma clara, ordenada, objetiva e completa, permitindo, assim, o seu
entendimento não só pelos especialistas, mas por todas as pessoas que tenham interesse nas
informações nele contidas.
Princípio da Transparência
A LRF inovou em seu art. 48 ao determinar como instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos
quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos,
orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o
Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
desses documentos.
58
Princípio da Publicidade
Este princípio é uma decorrência do art. 37 da Constituição Federal, onde determina que todos os atos
da administração pública deve seguir o princípio da publicidade. Formalmente o Princípio é cumprido,
pois como todas as leis, existe publicidade nos diários oficiais.
A LRF inovou ao considerar em seu art. 40, o Orçamento um instrumento de transparência na gestão
fiscal, dessa forma, a esta peça deve ser dada ampla publicidade, inclusive em meios eletrônicos de
acesso público, a Internet, para que sirva de suporte à análise dos relatórios de execução orçamentária
e de gestão fiscal.
Este princípio veda a vinculação de receita de impostos a determinado órgão, fundo ou despesa, salvo
exceções previstas em lei, este princípio visa o recolhimento ao caixa único do tesouro.
Exemplo das exceções previstas na Constituição Federal:
- Fundo de Participação dos Municípios (FPM);
- Fundo de Participação dos Estados (FPE);
- Destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino;
- Destinação de recursos para o serviço público de saúde;
- Realização de atividades da administração tributária
- Prestação de garantias para pagamento de operações de crédito por antecipação de receita
orçamentária (AROS)
- Contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos Municípios.
Seção IV
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá
a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em
que ocorrer o ingresso.
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de
diretrizes orçamentárias.
§ 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações
cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
§ 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais
do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de
diretrizes orçamentárias.
§ 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação
no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo
os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. (Vide ADIN 2.238-5)
§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará
o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no §
1o do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.
59
§ 5º No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil
apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação
do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o
impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.
Os sistemas informatizados utilizados pelo Governo Federal nos registros são o Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) e o Sistema Integrado de Administração de
Serviços Gerais (SIASG).
O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) é um sistema
informatizado de contabilidade que registra e controla toda a execução orçamentária, financeira e
patrimonial, em tempo real. É utilizado por todas as entidades da Administração Pública Federal, inclusive
pela Administração Indireta. Este sistema evidencia os demonstrativos contábeis em consonância com a
Lei nº 4.320, de 17 de Março de 1964.
O Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (SIASG) é um conjunto informatizado de
ferramentas para operacionalizar internamente o funcionamento sistêmico das atividades de gestão de
materiais, edificações públicas, veículos oficiais, comunicações administrativas, licitações e contratos. É
utilizado por várias entidades da Administração Pública Federal.
O SIASG realiza a publicidade dos atos e fatos administrativos, divulgando-os, através do “site”
www.comprasnet.gov.br e do Diário Oficial da União, as aquisições de materiais e prestações de serviços
contratadas por dispensas de licitação por emergência ou não, inexigibilidade de licitação, bem como os
avisos dos processos administrativos de licitação: convite, tomada de preços, concorrências, pregões e
os contratos até a fase da elaboração da minuta da nota de empenho, onde através do SIAFI são emitidas
as notas de empenho e as ordens bancárias (pagamento).
O sítio www.comprasnet.gov.br é o grande portal de compras do governo federal. Consultando-se a
aba “publicações” link “manuais” se visualizará todos os manuais de seus módulos operacionais, inclusive
com opção para download dos mesmos.
Execução Orçamentária12
60
- Lei Orçamentária Anual - LOA.
Execução Financeira13
A execução financeira nada mais é do que o fluxo de recursos financeiros necessários à realização
efetiva dos gastos dos recursos públicos para a realização dos programas de trabalho definidos. Lembre-
se de que RECURSO é dinheiro ou saldo de disponibilidade bancária (enfoque da execução financeira)
e que CRÉDITO é dotação ou autorização de gasto ou sua descentralização (enfoque da execução
orçamentária).
13
MANUAL DE EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA. Ministério da Educação – Secretaria de Educação Profissional e
Tecnológica. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha. Rio Grande do Sul, 2012.
61
O Art. 34 da Lei 4.320/64 determina que o exercício financeiro coincidirá com o ano civil, e o art. 35
dispõe que pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nele
legalmente empenhadas. Assim, no Brasil, o exercício financeiro é o espaço de tempo compreendido
entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de cada ano, no qual a administração promove a execução
orçamentária e demais fatos relacionados com as variações qualitativas e quantitativas que tocam os
elementos patrimoniais da entidade ou órgão público. O dispêndio de recursos financeiros oriundos do
Orçamento Geral da União se faz exclusivamente por meio de Ordem Bancária - OB e da Conta Única
do Governo Federal e se destina ao pagamento de compromissos, bem como a transferência de recursos
entre as Unidades Gestoras, tais como liberação de recursos para fins de adiantamento, suprimento de
fundos, cota, repasse, sub-repasse e afins.
Uma vez tendo recursos em caixa, começa a fase de saída desses recursos, para pagamentos
diversos. O pagamento entre Unidades Gestoras ocorre mediante a transferência de limite de saque, que
é a disponibilidade financeira da UG on-line, existente na Conta Única.
No caso de pagamento de credores não integrantes do SIAFI, a Unidade Gestora efetua o registro de
OB no SIAFI. Ao final do dia é gerado um arquivo de OB, que é encaminhado ao Banco do Brasil para
processamento que, por sua vez, comunica ao Banco Central o limite da reserva bancária a ser
disponibilizada. Até o dia seguinte ao da emissão da OB, a Unidade Gestora deve encaminhar ao Banco
do Brasil, a relação de ordens bancárias para pagamento junto a ele ou a outros bancos. O valor devido
é pago ao beneficiário, de acordo com os prazos definidos pelo BACEN.
Ocorre que a entrada das receitas que o governo arrecada dos contribuintes nem sempre coincide, no
tempo, com as necessidades de realização de despesas públicas, já que a arrecadação dos tributos e de
outras receitas não se concentra apenas no início do exercício financeiro, mas está distribuída ao longo
de todo o ano civil. Por essa razão é que existe um conjunto de atividades que têm o objetivo de ajustar
o ritmo da execução do Orçamento ao fluxo provável de entrada de recursos financeiros que vão
assegurar a realização dos programas anuais de trabalho e, consequentemente, impedir eventuais
insuficiências de tesouraria. A esse conjunto de atividades chamamos de Programação Financeira.
Os Órgãos Setoriais de Programação Financeira - OSPF são os responsáveis pelo registro diretamente
no SIAFI, por meio de transação específica, de suas propostas de Programação Financeira - PPF até o
dia 28 de cada mês. Para tal utilizam o Documento Nota de Programação Financeira - PF, que se destina
ao registro da proposta de programação financeira e da programação financeira aprovada, pelas unidades
62
gestoras executoras, pelas unidades gestoras setoriais de programação financeira e pelo órgão central
de programação financeira (COFIN/STN).
À medida que esses recursos vão ingressando nos cofres do Governo, são imediatamente liberados
para os órgãos setoriais dos Ministérios ou Órgãos, baseado na programação financeira destes, para a
execução dos seus programas de trabalho.
Como cada ministério ou órgão tem um prazo determinado para a elaboração de seu próprio
cronograma de desembolso (que espelha as saídas de recursos financeiros), à Secretaria do Tesouro
Nacional, na condição de Órgão Central, compete à consolidação e aprovação de toda a programação
financeira de desembolso para o Governo Federal no exercício, procurando ajustar as necessidades da
execução do orçamento ao fluxo de caixa do Tesouro (que engloba despesas e receitas), a fim de obter
um fluxo de caixa mais consentâneo com à política fiscal e monetária do governo.
Todo esse processo ocorre dentro do SIAFI, que foi desenvolvido para que cada UG possa elaborar
sua programação financeira, submetê-la ao seu Órgão setorial de programação e este, por sua vez, possa
consolidá-la e submetê-la ao Órgão Central de Programação Financeira. Assim, o Sistema permite um
acompanhamento preciso do cronograma de desembolso dos recursos financeiros de cada UG.
63
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Secretaria de Orçamento, Finanças e Contabilidade
Lei Orçamentária
(Lei de Meios)
Orçamentário Financeiro
Programação
Financeira (Decreto)
Quadro de
Detalhamento da Cronograma de
Despesa Desembolso
STN
UO Liberação de Cotas
Descentralização Movimentação de
de Crédito recursos financeiros
Interna e Externa (Repasse e Sub-
repasse)
L
I UO
C UA
I
T Empenho
A
UA
Ç
à Liquidação Pagamento
O
Após apresentado algumas premissas que norteiam a Execução Orçamentária, financeira e contábil,
será explanado sobre o Sistema de Contabilidade Federal.
14
NETO, S. J; PAULA, L.F. MANUAL PRÁTICO PARA A DESCENTRALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO ORCAMENTÁRIA, FINANCEIRA E
CONTÁBIL. Diretoria de Contabilidade, Orçamento e Financa0073 – DCOF- Pró Reitoria de Administração. Instituto Federal do Paraná, 2012.
64
Sistema de Contabilidade Federal15
15
NETO, S. J; PAULA, L.F. MANUAL PRÁTICO PARA A DESCENTRALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO ORCAMENTÁRIA, FINANCEIRA E
CONTÁBIL. Diretoria de Contabilidade, Orçamento e Financa0073 – DCOF- Pró Reitoria de Administração. Instituto Federal do Paraná, 2012.
65
A contabilidade federal será exercida mediante atividades de reconhecimento, de mensuração, de
registro e de controle das operações relativas à administração orçamentária, financeira e patrimonial da
União, com vistas à elaboração de demonstrações contábeis.
Setorial Contábil de Órgão Superior: é a unidade de gestão interna dos Ministérios e órgãos
equivalentes responsáveis pelo acompanhamento contábil dos órgãos e entidades supervisionados e pelo
registro da respectiva conformidade contábil;
- prestar assistência, orientação e apoio técnicos aos ordenadores de despesa e responsáveis por
bens, direitos e obrigações da União ou pelos quais responda;
- verificar a conformidade de gestão efetuada pela unidade gestora;
- com base em apurações de atos e fatos inquinados de ilegais ou irregulares, efetuar os registros
pertinentes e adotar as providências necessárias à responsabilização do agente, comunicando o fato à
autoridade a quem o responsável esteja subordinado e ao órgão ou unidade do Sistema de Controle
Interno do Poder Executivo Federal a que estejam jurisdicionados;
- analisar balanços, balancetes e demais demonstrações contábeis das unidades gestoras
jurisdicionadas;
- realizar a conformidade contábil dos atos e fatos da gestão orçamentária, financeira e patrimonial
praticados pelos ordenadores de despesa e responsáveis por bens públicos, à vista dos princípios e
normas contábeis aplicadas ao setor público, da tabela de eventos, do plano de contas aplicado ao setor
público e da conformidade dos registros de gestão da unidade gestora;
- realizar tomadas de contas dos ordenadores de despesa e demais responsáveis por bens e valores
públicos e de todo aquele que der causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte danos
ao erário;
- efetuar, nas unidades jurisdicionadas, quando necessário, registros contábeis;
- promover mensalmente a integração dos dados dos órgãos não-integrantes do SIAFI;
- garantir, em conjunto com a Unidade Setorial Orçamentária, a fidedignidade dos dados do Orçamento
Geral da União publicado no Diário Oficial da União com os registros contábeis ocorridos no SIAFI,
realizado em todas as unidades orçamentárias dos órgãos da administração pública federal direta e dos
seus órgãos e entidades vinculados; e
- apoiar o órgão central do Sistema na gestão do SIAFI.
Questões
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NETO, S. J; PAULA, L.F. MANUAL PRÁTICO PARA A DESCENTRALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO ORCAMENTÁRIA, FINANCEIRA E
CONTÁBIL. Diretoria de Contabilidade, Orçamento e Financa0073 – DCOF- Pró Reitoria de Administração. Instituto Federal do Paraná, 2012.
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(A) estabelecimento de metas rígidas pela alta direção da empresa, o qual ocasiona conflitos
operacionais para a sua execução.
(B) contraposição de interesses entre os setores de Produção e o Comercial, ocasionando uma
saudável competição na organização.
(C) identificação, pelos gestores, dos pontos de eficiência e ineficiência da empresa, possibilitando o
estabelecimento de ações corretivas para as ineficiências.
(D) necessidade de contratação de pessoal com conhecimento especializado e relativo à estrutura
orçamentária.
(E) criação de métricas e padrões de desempenho visando a pressionar as equipes na busca de
constante melhoria, além de pressioná-las na busca de melhores resultados.
(A) pessoal
(B) comercialização
(C) produção
(D) investimentos
(E) mão de obra direta
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compra a maior parte de seus produtos de empresas localizadas em São Paulo e atende a clínicas,
hospitais e laboratórios de uma região próxima à cidade em que está localizada.
07. (LIQUIGAS – Profissional Júnior – CESGRANRIO/2012) João, o melhor aluno do seu curso,
acabou de se formar em Administração de Empresas, e foi contratado como trainee numa grande
empresa. Ele estava muito satisfeito com o seu novo emprego, que era cheio de desafios e oferecia um
salário muito acima do praticado no mercado de trabalho para o seu nível.
Doze meses depois, sua chefia direta estava muito satisfeita com o seu desempenho, e ele foi efetivado
na organização. No mesmo período, João soube da contratação de outro recém-formado em
Administração, com um ano a menos de experiência do que ele e com um salário superior ao seu salário
atual. A partir desse momento, o nível motivacional de João diminuiu drasticamente e ele pensou até em
mudar de emprego.
(A) as expectativas têm um papel importante para as práticas de motivação, já que as pessoas estão
motivadas para trabalhar quando elas esperam poder alcan- çar aquilo que desejam do seu trabalho.
(B) as pessoas são organismos motivados pelo desejo de satisfazer determinados tipos de
necessidades, as quais são universais e se dispõem de forma sequencial ou hierárquica.
(C) as organizações têm um papel importante em proporcionar oportunidades de forma que os seus
colaboradores percebam o trabalho como um elemento central da sua própria identidade.
(D) os fatores motivacionais têm um papel importante, já que os colaboradores estarão motivados, se
lhes forem atribuídas tarefas verdadeiramente interessantes e ricas em termos de conteúdo.
(E) a equidade tem um papel importante na motivação, já que os funcionários fazem comparações
relativamente a si próprios e aos outros funcionários, tanto do seu trabalho quanto dos resultados obtidos.
07. (LIQUIGAS – Profissional Júnior – CESGRANRIO/2012) Maria foi contratada por um empresa
para trabalhar como administradora. Ao longo do seu primeiro ano na empresa, ela reagiu de várias
maneiras à sua insatisfação no trabalho.
A seguinte reação de Maria caracteriza a sua coerência quanto à baixa satisfação no trabalho:
(A) Maria teve uma reação de passividade quando pediu demissão da empresa e buscou um novo
emprego e teve uma reação destrutiva quando reduziu seu empenho e aumentou seu absenteísmo.
(B) Maria teve um comportamento de negligência e saída como respostas ativas e construtivas para
viver condições de trabalho insatisfatórias.
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(C) Maria teve uma reação ativa e construtiva quando de- cidiu esperar que as condições melhorassem
e acreditou que a empresa e os seus dirigentes fariam a “coisa certa”.
(D) Maria optou pela voz e pela lealdade como respostas construtivas para melhorar as condições de
trabalho.
(E) Maria sentiu-se insatisfeita com as relações altamente hierarquizadas, as atividades repetitivas e
burocratizadas, a falta de reconhecimento de seus superiores e teve um comportamento ativo, reduzindo
o esforço no trabalho.
(A) melhora a significância do trabalho, oferecendo aos funcionários programas de relações diretas
com o cliente, em que se estabelecem comunicações sem intermediários entre o ocupante do cargo e
vários usuários do seu serviço, bem como seus fornecedores.
(B) oferece ao ocupante do cargo, com a ampliação horizontal através do acréscimo de deveres mais
elevados e fixação de objetivos de desempenho, a liberdade suficiente para resolver sozinho seu
problema.
(C) diminui o grau em que o trabalhador controla o planejamento, a execução e a avaliação de seu
trabalho, e oferece feedback para que o indivíduo seja capaz de avaliar e corrigir o seu próprio
desempenho.
(D) permite, com a abertura de canais de retroação, que vários trabalhos individuais possam ser
transferidos para grupos interativos ou equipes de trabalho criando soluções de trabalho com maior
eficácia.
(E) reúne, com a formação de unidades naturais de trabalho, o trabalho em módulos integrados,
diminuindo a sua diversidade e aumentando a identidade com a tarefa.
Respostas
01. Resposta: C.
02. Resposta: E.
03. Resposta: B.
04. Resposta: C.
05. Resposta: E.
06. Resposta: C.
07. Resposta: E.
08. Resposta: D.
09. Resposta: D.
10. Resposta: A.
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Com relação ao exemplo abordado no MÉTODO DA MÉDIA MÓVEL PONDERADA, houve um
equívoco quanto aos valores do enunciado. Sendo assim, onde se encontra: 0,9 para dezembro, 07 para
novembro e 0,8 para outubro; lê-se: 0,3 para dezembro, 0,5 para novembro e 0,2 para outubro.
Contudo, informamos que os valores utilizados na Tabela 1 estão corretos, bem como a conta realizada
no exemplo em questão.
Método da média móvel ponderada: São estabelecidas porcentagens colocando as maiores nos
períodos mais próximos do que será previsto. Considere os dados da Tabela 1. Prever o mês de Janeiro
do Ano 2 utilizando a média móvel trimestral com fator de ajustamento 0,3 para Dezembro, 0,5 para
Novembro e 0,2 para Outubro.
De acordo com esse método da média móvel ponderada, a previsão de consumo médio para janeiro
do Ano 2 é de 300.
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