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Departamento de Física - UFV

Assinatura: Matrícula:
( )T1, Saulo (3ª 10:00 h) ( )T2, Alvaro Vianna (2ª 10:00h) ( )T3, Oswaldo (4ª 16:00 h)
( )T4, Álvaro Neves (2ª 10:00 h) ( )T5, Alvaro Vianna (2ª 8:00h) ( )T6, Álvaro Neves (3ª 8:00 h)
( )T20-1, * (2ª 14:00 h) ( )T20-2, * (6ª 16:00 h) ( )T20-3, * (5ª 14:00 h)

1ª Prova – Física 2 (FIS 202) – 30/03/2012


Resolva as cinco questões abaixo. Explique seu raciocínio e apresente os seus cálculos.
P  Po  gh E  gV P  21 v 2   gy  const.
R  A v  const. P F/A v  f
2 2 v  B/ v  F / 2 C
k   
 T 
f 
v
n , n  1, 3, 5, ... f 
v
n , n  1, 2, 3, ...  y x, t  1  2 y x, t 
2
 2
4L 2L x2 v t2
Dist. entre nós: /2 Dist. nó-antinó: /4

1) A figura abaixo mostra um tanque para armazenagem de líquidos corrosivos em uma indústria.
Ele tem uma seção reta A e encontra-se preenchido até sua altura máxima operacional (L), com
um ácido de densidade . Uma válvula mantém a parte superior do reservatório à pressão
atmosférica (P0). A aceleração da gravidade é g.
P0 A
D=?
a) Para estabelecer uma área de segurança em torno do tanque, Pt.2, v2 x
determine a que distância máxima (D) o ácido poderia Pt.1, v1
chegar, caso ele jorrasse por um pequeno furo que surgisse
em algum ponto do reservatório (equação de queda livre: L 
y = y0 + v0t – at2/2). h

b) É importante na sua análise que o furo seja pequeno? Por


que?
a) Plano: Vamos considerar um furo a uma
profundidade arbitrária h e calcular o alcance x √
(vide fig.) do ácido que escapa por ele.
Naturalmente x é uma função de h (e de outros Como o fluido cai com velocidade horizontal
parâmetros). A ideia é encontrar o máximo dessa constante v2 , o alcance é dado por
função (xmax = D).
. Usando(1), obtém-se x como função de h
Podemos calcular esse alcance utilizando o ( ) √ ( )
conhecimento do movimento de projéteis. Isso
requer saber a velocidade com que o ácido é É fisicamente evidente que x tem um máximo (em
ejetado. Usemos a eq. de Bernoulli nos pontos 1 hmax) no intervalo (0,L). O algebrismo para
e 2 (vide fig.) para calcular essa velocidade. encontrar esse max. poder ser reduzido,
buscando o max. de x2, que o ocorre no mesmo
ponto hmax.
( )
A eq. da continuidade relaciona as velocidades [( ) ] ( )
em 1 e 2. Sendo Afuro a área do furo
Como no max. a derivada é nula, temos

Assumindo Afuro << A, temos v1 ≈ 0. Usando essa Assim,
aproximação na equação anterior, temos ( )
√ ( ) (1) b) Sim, na solução acima utilizou-se na equação
Usando a equação para mov. uniformemente da contunuidade que a área do furo era muito
acelerado do enunciado, temos que o tempo t de menor que a área da seção reta do tanque.
queda do ácido do furo até o solo é dado por
2) Mesmo num ambiente silencioso, colocando o ouvido próximo de uma concha marinha do tipo
grande e espiralada, ou mesmo de um copo, você ouve um som que muitos descrevem como
semelhante ao “ruído das ondas do oceano”. Use o seu conhecimento de Física para explicar esse
fenômeno.
Uma concha ou um copo, assim como um tubo, tem um conjunto discreto de frequências nas quais
podem existir ondas sonoras estacionárias. São as chamadas “frequências harmônicas” do corpo.
Mesmo num ambiente silencioso, há em geral ondas sonoras de todas as frequências, com
intensidades tão baixas que não podem ser ouvidas. Aquelas ondas com frequência igual a uma
frequência harmônica do corpo produzem nele ondas estacionárias. Essa ondas são continuamente
reforçadas (ressonância), de modo que alcançam intensidades grandes, comparadas com a das
ondas no ambiente. Em resumo, as ondas sonoras no ambiente que têm certas frequências
específicas produzem no copo, ou na concha, ondas estacionárias com intensidade maior. Essa é a
origem do ruído que você ouve.
Aproveitando o assunto:
Se você aproximar o ouvido do copo (ou da concha) tocando-o, de modo a fechar a sua abertura,
você ouvirá um som diferente daquele percebido quando não se encosta o ouvido no copo. Num
caso as frequências harmônicas são as de um tubo aberto e no outro as de um tubo fechado. Qual
som deve ser mais grave? Por que? A experiência comprova a sua previsão?

3) Duas bolas de aço idênticas suspensas por um fio estão totalmente submersas e imóveis numa
piscina, a diferentes profundidades. A tensão no fio atado à bola numa profundidade maior é menor,
maior, ou igual à tensão no fio preso a outra bola? Explique cientificamente a sua resposta.
Em cada bola, agem três forças o empuxo ( ⃗ ), o peso ( ) e a tensão do fio ( ⃗ ). A resultante das
força é nula ( ⃗ ⃗ ⃗ ), já que as bolas se encontram em repouso (aceleração nula). As bolas
têm o mesmo peso, pois são idênticas. De acordo com o princípio de Arquimedes, o empuxo
aponta para cima e o seu módulo é igual ao peso do fluido deslocada pela bola. Como as bolas são
iguais, elas deslocam o mesmo volume de água e assim o empuxo nelas é igual. Dessa modo,
conclui-se que a tensão nas bolas é igual: ⃗ (⃗ ).
4) Parado num ponto de ônibus, em um dia sem vento, você vê uma ambulância em repouso cuja
sirene produz uma onda sonora com comprimento de onda  que chega até você, viajando com uma
velocidade de módulo v.
As suas respostas devem estar em função dos dados mencionados (, v, vamb e vvc) sem
necessariamente conter todos os dados.

a) Qual é o comprimento de onda do som que chega até você, quando a ambulância se move na
sua direção com uma velocidade constante de módulo constante vamb.
A cada período (T) a sirene emite uma máximo de pressão da onda sonora. A figura abaixo mostra
esta fonte movendo-se através do ar com velocidade vamb na direção do observador. Suponhamos
que ela emita no ponto 1 um máximo de pressão. Esse máximo se propaga no ar com velocidade v,
na direção do observador *. Transcorrido um período, este máximo terá percorrido uma distância
, como se mostra na figura. Durante este intervalo de tempo, a fonte terá percorrido uma
distância . Como se vê na figura, a distância entre os dois máximos consecutivos da onda
que chegará ao observador, isto é, o comprimento de onda, é dada por . Por outro
lado, se a ambulância ficasse em repouso no ponto 1 ( ), a distância entre os máximos
consecutivos seria . Em suma,

( )

𝒗𝑻
2º max. 1º max.
𝑣𝑎𝑚𝑏 Observador
1 2

𝑣𝑇 𝑣𝑎𝑚𝑏 𝑇 𝜆′
𝒗𝒂𝒎𝒃 𝑻

b) Por fim, qual é o comprimento de onda do som que chega até você, quando a ambulância está
parada e você se aproxima dela com uma velocidade constante de módulo constante vvc.
Explique suas considerações e raciocínio.
Conforme se explicou na resposta ao item anterior, se a ambulância permacer em repouso (
), a distância entre os máximos consecutivos é dada por

*Nota: Nesta resolução foi crucial lembrar que a velocidade de propagação do som num meio não depende
do movimento da fonte, ou do observador. Ela depende exclusivamente de propriedades do meio. No caso
de um fluido, como o ar, a velocidade do som depende apenas do seu módulo de compressão isotérmica (B)
e da sua densidade ( √ ⁄ ).
5) Uma pessoa movimenta a ponta x = 0 de uma longa corda mantida na horizontal de maneira que a
posição vertical dessa extremidade varia no tempo de acordo com a equação y(x, t) = bt 3, onde b é
uma constante. Observa-se que a onda resultante propaga-se com uma velocidade v na direção
positiva do eixo x.

a) Determine o deslocamento vertical da corda num ponto genérico x, num tempo genérico t.
Não apresente apenas um cálculo, explique o seu raciocínio. A sua resposta deve estar
exclusivamente em função de b, v, x e t.
O deslocamento transversal presente em um ponto da corda num dado instante de tempo, se
deslocará para outros pontos com a chamada “velocidade de propagação”. Este é o
comportamento característico, “a impressão digital”, de uma onda. O tempo para a que o
deslocamento transversal presente em x = 0 “viaje” até um ponto com abcissa x é dado por
⁄ . Assim, o deslocamento presente nesse ponto x, no tempo t, é o deslocamento presente
em x = 0, num tempo anterior . Matematicamente

( ) ( ) ( ) ( )

b) Verifique se o deslocamento vertical obtido no item anterior obedece a equação de onda.


( ) ( )
O que se denomina equação de onda é a relação .

Derivando com relação a função ( ) ( ) , encontrada no item anterior, temos


( )
( )
( )
( ) (1)
Derivado y, agora com relação a t, obtemos
( )
( )
( )
( ) (2)

( )
Comparando as equações (1) e (2) acima, conclui-se que ( ). Em suma, y(x,t)
satisfaz a equação de onda.

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