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TEORIA DO DIREITO PRIVADO

Prof. Martha Rocha


Trabalho P1 – 2º Período (Noite)

Grupo:
André Barros Leal;
Debora C. Igreja de A. Mello;
Matheus Daniel Machado de Lima;
Rômulo Bezerra

Tema: CODIFICAÇÃO NOTÍCIA – HISTÓRIA SOBRE A ELABORAÇÃO DOS CÓDIGOS DE 1916 E


2012; DESCODIFICAÇÃO E MICROSSISTEMAS LEGISLATIVOS.

INTRODUÇÃO

Codificar é o ato de unir as leis relativas a um determinado assunto, vigentes em uma


determinada localidade, em uma única fonte. Com certeza não se trata de algo novo, visto
que o primeiro dos códigos de leis ocorreu na antiguidade, com o Rei Hamurabi na Babilônia.
A codificação de leis facilita a vida de todos, possibilitando uma maior segurança jurídica,
uma vez que as leis estão redigidas em um só local.

O Brasil no início do século XX, como um país independente era ainda muito jovem. Como
uma república, então, ensaiava seus primeiros passos ainda. A Constituição de 1824 já
apontava em suas Disposições Gerais, que o país deveria organizar um código civil próprio
(Art. 179).

Em 1899 foi apresentado um projeto de consolidação das leis civis, que após anos de
debates, foi apresentado em 1916 como o primeiro Código Civil Brasileiro. Este código
permaneceu valido até 2002, quando foi, finalmente, substituído pelo Novo Código Civil,
vigente atualmente.
Alguns autores criticam a codificação de leis como sendo uma forma de engessamento da
legislação, impedindo assim que as mesmas acompanhem as mudanças na sociedade
(Caenegem). Estas críticas se baseiam em uma dicotomia. Se o código não for modificado,
ele perde contato com a realidade. Entretanto, se essas modificações ocorrem com muita
frequência, o código em si perde sua unidade e fica até mesmo passível de apresentar
contradições.

O PROCESSO DE CODIFICAÇÃO DO CÓDIGO CIVIL DE 1916

As origens das leis brasileiras se baseiam, assim como as leis de Portugal, nas heranças do
Direito Romano, Canônico e Germânico. Outra base das leis eram as Ordenações do Reino
(Filipinas), afinal se tratava das leis que eram vigentes durante o período colonial.

Com a independência de Portugal, foi necessário consolidar o Direito vigente e construir o


Código Civil para o novo Império. Este trabalho durou décadas, e foi o jurista Clovis
Bevilaqua que conseguiu, finalmente compilar e codificar os 1807 artigos originais que
somente entraram em vigor em 1917, quando não mais existia o Império e o Brasil já era
uma república. Este código revogou todas as leis de âmbito civil que existiam até então.

O zeitgeist da época em que o processo de codificação das leis ocorreu deixava transparecer
uma ideia de profundo individualismo. Abastecido pelo liberalismo da época, as leis do
Código Civil, refletiam este mesmo espirito. Era um conjunto de leis conservador em
aspectos de família e não abrangia aspectos sociais da época
A DESCODIFICAÇÃO DO CÓDIGO CIVIL DE 1916

Num cenário global, o período posterior às Guerras Mundiais foi marcado por grave
recessão, exigindo adoção de mecanismos que regulassem de formas específicas às
questões: os chamados microssistemas.

A partir de então esse processo ganhou força, no sentido de atender diversas demandas.

Ocorre que correntes divergem da instituição de um código alegando o engessamento do


Direito. Se por um lado cria uma estabilidade e equidade nas decisões, por outro, pode
perder sua abrangência no tempo e espaço, com o surgimento de novas situações não
previstas até sua publicação, e assim foram surgindo dispositivos legais “complementares”
que caracterizam a descodificação ou a perda de centralidade do código.

A Descodificação ocorreu, inspirada pelas demandas existentes no judiciário, vez que não
raro, os magistrados encontravam dificuldades de realizar a subsunção dos fatos as normas.
E isso ocorreu, pois, o Código Civil não abrangia mais a variedade de situações existentes.
Assim, surgiu a necessidade de novas leis, que foram surgindo e dando origem a
microssistemas.

Os microssistemas, tinham como objetivo a proteção de institutos que o Código de 1916


negligenciava ou pouco protegia. O surgimento dos microssistemas descentralizou o Código
Civil como lei principal, redistribuindo a aplicação das normas por legislações esparsas.
Como por exemplo, a Lei do Divórcio, a Lei de Registro Público, Código do Consumidor, Lei
do Inquilinato, Estatuto da criança e do Adolescente entre outras.

O Código Civil continua na sua função central porém a integração aos microssistemas se faz
necessária para atender a evolução natural da sociedade e suas relações jurídicas. Ou seja,
por mais abrangente, bem elaborado, um Código jamais poderá ser dito completo para
efeito futuro, visto que existem inovações constantes afetando nosso dia a dia no convívio
social e aspectos de atuação jurídica.
AS TENTATIVAS DE REFORMA DO CÓDIGO CIVIL

A alteração de um Código justifica-se por três principais motivos. De um lado, pela


necessidade de adequação jurídica aos costumes sociais (CARBONNIER: 1996, p. 9). De
outro, pela conveniência política, especialmente da parte do Poder Executivo. Uma terceira
razão, de cunho sistemático, é a integração da legislação extravagante ao Código Civil, caso
seja este o modelo escolhido.

Com efeito, do ponto de vista técnico, a redação de um Código obedece a objetivos de


racionalização, de clarificação e de unificação do Direito, mas, ao mesmo tempo, aplicado ao
Direito Civil, possibilita a constituição de uma nova ordem social promovida pelos Estados
soberanos e simboliza a identidade nacional (DUBOIS, LE MARC’HADOUR, CARRE: 1999, p.
1).

Conforme histórico de criação e estabelecimento do 1º Código Civil Brasileiro, de 1916,


vigente a partir de 01 de janeiro de 1917, este já apresentava insuficiência em relação a
realidade dos fatos.

“Conforme observa R. Limongi França (1), o código civil apresentou-se como um diploma de
seu tempo, atualizado para a época, porém o seu tempo foi o da transição do direito
individualista para o social. Com isso, precisou ser revisto e atualizado”.

“O Código Civil de 1916 era obra monumental; alterar seu texto seria a destruição de um
patrimônio cultural, mas a realidade social se impôs, de modo imperioso, pois os fatos não
podiam ficar adstritos a esquemas legais que, a eles, não correspondiam”

Com a evolução dos fatos sociais não “totalmente” respaldados pelo conteúdo do Código
Civil, ocorreram publicações legais tais como Estatuto da Mulher Casada, a do Divórcio,
União Estável, Direitos Autorais, Registros Públicos, Compromisso de Compra e Venda,
Inquilinato, dentre outras reconhecendo a necessidade de revisão do Código Civil, surgindo
então o 1º Plano de Reforma, tendo como encarregados: Orozinbo Honato, Filadelfo
Azevedo e Hahnemann Guimarães. Após críticas severas por atentar ao direito codificado,
ocorre a nomeação de outro grupo (1961): Orlando Gomes, Caio Mário da Silva Pereira e
Silvio Marcondes. Essa nova tentativa também sofreu reações contrárias.

Em 1967, ocorre a nomeação de nova comissão com: Miguel Reale, José Carlos Moreira
Alves, Agostinho Alvim, Silvio Marcondes, Ebert V. Chamoun, Clóvis do Couto e Silva e
Torquato Castro. Essa comissão apresenta seu anteprojeto em 1972, tentando manter a
estrutura básica do Código civil, reformulando os modelos normativos com base na
experiência legislativa e jurisprudenciais. Essa tentativa sofreu críticas na parte de
unificação das obrigações civis e mercantis.

Já em 1984, foi publicada a redação final do projeto de Lei n. 634-B/75 que, constituindo o
PLC n.118/84, recebeu inúmeras emendas pela promulgação de nova Carta Magna, com
novidades pela evolução social, chegando após 26 anos de tramitação, a publicação
definitiva, com aprovação pelo Senado em 2001 e publicação em 2002, revogando o Código
Civil de 1916.
O CÓDIGO CIVIL DE 2002

A concepção do novo código foi de responsabilidade de Miguel Reale. O atual Código Civil foi
aprovado no Senado e na Câmara em 2001, depois de diversas mudanças para se adequar a
realidade, pois o projeto inicial devia ser aprovado em 1983. Foi então em 2002 sancionado
pelo presidente da república Fernando Henrique Cardoso, após o cumprimento da vacatio
legis de um ano o Código Civil de 2002 entrou em vigor no dia 11 de Janeiro de 2003.

Segundo Rodrigues (2012, p. 181) “Nota-se que desde 1969 já era patente a necessidade de
reforma do diploma civil, a qual, promulgado no início do século XX, não mais traduzia a
vontade social brasileira, passando por sensíveis mudanças ao longo dos anos.”

Está nova versão do código visava acabar com a visão egocêntrica do Código Civil anterior,
que não atendia as necessidades e interesses do cidadão brasileiro. Mesmo com todas as
alterações o Código Civil de 2002 é alvo de diversas críticas por manter certo grau de
conservadorismo. Mas não há como negar que a eticidade, a socialidade e a operabilidade
são as marcas do Código Civil de 2002.

O novo Código Civil afeta diretamente o cidadão em relação a maioridade civil, a igualdade
entre os sexos, a capacidade civil, o casamento, a personalidade jurídica e em outras
diversas áreas do cotidiano social brasileiro.

O Código Civil atual é estruturado do seguinte modo:

Parte Geral
Livro I – Das pessoas
Livro II – Dos bens
Livro III – Dos fatos jurídicos

Parte especial
Livro I – Do Direito das obrigações
Livro II – Do Direito de empresa
Livro III – Do Direito das coisas
Livro IV – Do Direito de família
Livro V – Do Direito das sucessões
Livro complementar: Disposições finais e transitórias

MICROSSISTEMAS LEGISLATIVOS

6.a - Direito Do Consumidor

O Direito do consumidor no Brasil é um campo do Direito relativamente novo, possuindo sua


garantia no artigo quinto da constituição, XXXII. O código de proteção e defesa do
consumidor constitui-se como um microssistema vinculado aos preceitos constitucionais.

O Código Civil de defesa do consumidor tem como objetivo a proteção dos direitos do
consumidor e regular as relações e as responsabilidades entre os fornecedores e
consumidores quando existir uma relação de consumo. Para se estabelecer uma relação de
consumo é sempre necessário a existência de um consumidor, um fornecedor, e um produto
ou serviço.

Os direitos do consumidor são de extrema importância, pois além de garantir direitos o CDC
serve como educador de consumo. A relação de consumo é tão importante que no dia 15 de
Março de 1962 o presidente americano J. F. Kennedy criou o dia mundial do consumidor,
que tem como objetivo garantir os interesses e os direitos dos consumidores. No Brasil não
havia ferramentas para regular o consumo, deixando os consumidores vulneráveis aos
fornecedores, tendo isso em vista, o código brasileiro de defesa do consumidor entrou em
vigor em 11 de setembro de 1990 com a lei federal 8.078.

A estruturação do Código de Defesa do Consumidor é dividido dessa maneira:


Título I - Dos Direitos do Consumidor
Capítulo I - Disposições Gerais
Capítulo II - Da Política Nacional de Relações de Consumo
Capítulo III - Dos Direitos Básicos do Consumidor
Capítulo IV - Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos
Seção I - Da Proteção à Saúde e Segurança
Seção II - Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
Seção III - Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
Seção IV - Da Decadência e da Prescrição
Seção V - Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
Capítulo V - Das Práticas Comerciais
Seção I - Das Disposições Gerais
Seção II - Da Oferta
Seção III - Da Publicidade
Seção IV - Das Práticas Abusivas
Seção V - Da Cobrança de Dívidas
Seção VI - Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores
Capítulo VI - Da Proteção Contratual
Seção I - Disposições Gerais
Seção II - Das Cláusulas Abusivas
Seção III - Dos Contratos de Adesão
Capítulo VII - Das Sanções Administrativas
Título II - Das Infrações Penais
Título III - Da Defesa do Consumidor em Juízo
Capítulo I - Disposições Gerais
Capítulo II - Das Ações Coletivas para a Defesa de Interesses Individuais Homogêneos
Capítulo III - Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços
Capítulo IV - Da Coisa Julgada
Título IV - Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
Título V - Da Convenção Coletiva de Consumo
Título VI - Disposições Finais

No Brasil existem entidades de proteção ao consumidor para dar garantias de bons serviços
aos cidadãos. São eles o programa de orientação e proteção do consumidor (Procon), a
delegacia do consumidor (DECON), o departamento de proteção e defesa do consumidor
(DPDC), entre outros.

6.B – Estatuto do Idoso.

Com o desenvolvimento da sociedade e dos grupos sociais e afim de garantir a igualdade de


direitos entre todos esses grupos, de modo que não houvesse legislações especificas para tal
regulação, ocasionou a criação de microssistemas como o Estatuto do idoso.
Antecedido pela Lei nº 8.842/94 que instituiu a Política Nacional do Idoso, o qual continha
diretrizes de atuação do Poder Público no atendimento aos direitos sociais dos idosos. O
Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741/04, visa consagrar e garantir direitos indisponíveis, que se
encontram em normas de ordem pública, que não podem ser afastados nem mesmo pela
vontade das partes.

Para esclarecimento de como devem ser aplicados os direitos dos idosos, se faz necessário
uma análise de alguns dos elementos estruturantes do Estatuto do Idoso.

Sujeitos contemplados pelo Estatuto:

Os sujeitos titulares dos direitos consagrados pelo Estatuto em regra geral são as pessoas
com 60 (sessenta) anos ou mais que podem ser consideradas idosas para fins de tutela
jurídica, merecendo os direitos e garantias do ordenamento jurídico dirigidos a essa classe.
Há, também, uma regra especial que abrange os idosos com idade acima de 65 (sessenta e
cinco) anos, pois Dentre os direitos que fogem à regra de titularidade aos idosos com 60
(sessenta) anos ou mais, encontra-se o benefício mensal de um salário mínimo garantido
pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, Lei 8.472/93, que é dirigido apenas aos idosos
com idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos, e que não possuam meios de
prover sua subsistência e nem tê-la provida por sua família.

Garantia de Prioridade de Atendimento ou “Atendimento Preferencial”:

Uma das disposições mais relevantes do Estatuto é a que determina a necessidade de


efetivação dos direitos da pessoa idosa com absoluta prioridade, pela família, pela sociedade
e pelo Estado. Para tanto, a lei traz um rol de situações que exemplificam os momentos em
que esse tratamento prioritário deve ser efetivado.

Direitos Fundamentais Especiais do Idoso:

Com base nos direitos fundamentais dos indivíduos consagrados na CF/88, o Estatuto do
Idoso o fez com dois objetivos: reforçar a importância de sua aplicação aos idosos; e tratar
das peculiaridades que se apresentam quando esses direitos têm por sujeitos as pessoas
idosas. E através disso o Estatuto tratou de uma série de direitos fundamentais dirigidos aos
integrantes dessa faixa etária, como por exemplo o Direto à Vida Digna e ao Envelhecimento
Saudável, o Direito à Saúde e Garantias de Prevenção e Recuperação de Saúde do Idoso e o
Direito à Previdência Social.
Medidas de Proteção Especificamente Voltadas ao Idoso:

O caráter protetivo do Estatuto do Idoso se revela em todo o seu texto, ganhando um


tratamento ainda mais intenso na previsão das medidas de proteção. Isso porque, o
legislador previu a situação da pessoa idosa cujos direitos se encontram ameaçados ou já
foram violados, seja por ação ou por omissão do Estado, da sociedade, de sua família, ou
mesmo em razão de sua condição pessoal.

Acesso à Justiça e Prioridade de Tramitação Judicial:

O Estatuto do Idoso busca assegurar rol de direitos a essa categoria de cidadãos, de modo a
garantir de maneira eficaz a sua vida digna e com qualidade e com base nisso deve ser
garantido o acesso ao Judiciário para a reclamação acerca do desrespeito a esses direitos.

Falando de acesso à justiça, o Estatuto determina algumas ações para que seja facilitado
esse acesso, como a determinação de que o Estado crie varas especializadas e exclusivas do
idoso.

6.C Locações

A lei de Locações também é fruto de uma necessidade de se regulamentar um tema que não
era tão bem abrangido no Código Civil de 1916. Por conta do crescimento das relações
interpessoais e de um maior número de contratos sendo firmados se fez necessário uma Lei
que acompanhasse e atendesse essa nova demanda, se caracterizando assim um novo
microssistema.

O contrato de locação é certamente um dos mais importantes, bem como um dos mais
utilizados na seara contratual. Quiçá por isso desperte tanta controvérsia e mereça a
atenção de tantos estudiosos do Direito, e até mesmo atenção especial do legislador, que
elaborou uma lei específica a ser utilizada nesse tipo de contrato.

Dentro do campo das Locações, surgiu a necessidade de se criar uma legislação para garantir
os direitos das partes envolvidas em um tipo de contrato específico: a Lei do Inquilinato que
está regulada na Lei nº 8.245/91. Esta lei está estruturada da seguinte forma:
Dos direitos e deveres do locador e do locatário;
Causas de extinção da locação;
Tipos de locações;
Há também nesta Lei a regulação dos Procedimentos Processuais, que estão estruturadas da
seguinte forma:
Ação de despejo;
Consignação de aluguéis;
Ação renovatória;
Ação revisional.

Além desses há uma parte do dispositivo de lei que tem a pretensão de regular alguns
“Aspectos a serem analisados ao se firmar um contrato de locação”.

CONCLUSÃO

Este breve trabalho serve para dar uma ideia de o quanto do processo que um Código Civil
leva para ser aprovado e o seu tempo de vida. O Código Civil abrange toda a vida do cidadão,
desde a sua concepção até a destinação de seus bens, depois da sua morte. Assim,
apresenta uma forma absolutamente intima de interação com o cidadão. Desta forma,
então, o mesmo deve também ser capaz de permitir a evolução da sociedade, sem precisar
ser substituído periodicamente.

As leis regem as nossas vidas, mas não precisam engessar a evolução da sociedade.
Entretanto, por uma ótica oposta, a sociedade não pode criar ou manter um hábito de
alterar leis o tempo todo, pois o risco de uma outra descodificação é sempre presente. Além
disso, podemos também traçar um paralelo de segurança jurídica com o tempo de validade
das leis de um Estado.

O Direito surgiu na sua forma primitiva, com objetivo de estabelecer regras básicas, comuns,
que permitissem o convívio em sociedade, principalmente quando da fixação dos povos,
estabelecendo a ordem aceita é reconhecida por todos.

Com a evolução da humanidade, o aprimoramento dos processos, o Direito foi se moldando


a nova realidade visto que se baseava nos costumes da época. Assim, as regras foram se
uniformizando, sendo registradas (escritas/positivadas) e de forma moderna, sistematizadas
ou codificadas.
Ocorre que o processo de evolução da humanidade é ininterrupto e as novas demandas
surgem baseadas em fatos concretos, exigindo do judiciário interpretações que podem se
tornar fracas ou insuficientes se não houverem as adaptações à lei. Essas adaptações
somam-se ao sistema vigente ou ao Código, mas gerando uma descentralização da fonte.
Com intuito de recuperar esta unidade e manter o Código completo, surgem os esforços de
reforma e integração desses novos aspectos, integrando-os ao Código, com tendência a
centralização até surgirem novas demandas, fatos...que ciclicamente devem inspirar o
movimento.

Assim deve ser entendido e aceito o Direito em evolução. Não poderia ser “estático” e
atender aos anseios da humanidade sempre em movimento, pois todas as áreas que cercam
a vida e convívio sofrem tais mudanças. A cultura, a ciência e tecnologia...e assim também
deve ocorrer no Direito para que cumpra seu objetivo.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_de_Defesa_do_Consumidor
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_Civil_brasileiro
http://www2.camara.leg.br/a-
camara/estruturaadm/ouvidoria/documentosantigos/dicas/dica5.html
http://www.emerj.tjrj.jus.br/serieaperfeicoamentodemagistrados/paginas/series/13/volumeI
/10anosdocodigocivil_179.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_Civil_brasileiro
http://conteudojuridico.com.br/?colunas&colunista=43283_Erika_Nicodemos&ver=1622
https://jus.com.br/artigos/25739/a-codificacao-do-direito-civil-brasileiro-do-codigo-de-1916-
ao-codigo-de-2002

https://elizabethalais.jusbrasil.com.br/artigos/413626221/o-que-e-paternidade-socioafetiva
http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=d56b9fc4b0f1be88
https://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67220/69830
Diniz, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro; Teoria Geral do Direito Civil 1. 34ª edição
– Ed. Saraiva
R. Limongi França, Código Civil (Histórico), in Enciclopédia Saraiva do Direito, V.15, P.393;
Francisco Amaral, Código Civil e Interpretação jurídica, revista Brasileira de Direito
Comparado, 44 e 45: 147 à 168
https://jus.com.br/artigos/32779/breves-comentarios-sobre-a-descodificacao-do-direito-civil-
brasileiro
Referências: Gomes, Orlando. Introdução ao Direito Civil. 19ª Ed., Rio de Janeiro,
Editora Forense, 2009.
Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 1º Volume, 9ª Ed., São Paulo,
Editora Saraiva, 2011.
https://jus.com.br/artigos/18200/microssistema-juridico-de-protecao-ao-idoso;

https://www.diritto.it/microssistema-juridico-de-protecao-ao-idoso/;
http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revist%20a_artigos_leitura&artigo_id=8829

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