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Teoria da Convergência

Resumo da Apresentação
Natalia Petrutes
O presente trabalho tem como objetivo questionar e pensar os métodos de composição
e apresentação musical através do meio digital e seus reflexos na sociedade. A ideia é unir
princípios de circulação de conteúdo interativo através de um aplicativo e estimular o usuário
a experimentar sonoridades.
Em 2016 cientistas desenvolveram um algoritmo capaz de criar melodias musicais
baseadas em um banco de dados, o http://www.flow-machines.com/. Tal evento suscitou tanto
na comunidade acadêmica quanto nos compositores questionamentos sobre como a tecnologia
influiria em seus trabalhos ou até mesmo os substituiria.
Partindo do invento proponho, por meio de um site, ir além do algoritmo. A ideia é ter
uma plataforma na qual qualquer pessoa possa inserir seus próprios sons ou não, definir o
tempo de duração e o aplicativo irá, através da aleatoriedade criar uma melodia, que poderá,
depois, ser baixada e remixada pelo usuário. Quanto mais usuários se inteirarem da
plataforma mais possibilidades sonoras irão surgir, assim teoricamente a aleatoreidade das
escolhas sonoras da plataforma possibilita um passeio pelos métodos composicionais da
história.
Por exemplo um usuário pode subir a plataforma um conjunto completo de samples de
um cravo, outro, pode obter através destes mesmos samples uma melodia que soe como uma
peça para cravo do século XV, assim como obter uma cacofonia experimental parecida como
algo composto por Pierre Boulez na década de 50 e através do download reinterpretar sua
maneira comunicativa(visto que o processo de composição pode ser lido como
comunicacional).
O projeto procurar romper com o tradicional cerceamento criativo que as escolas de
composição impõem a seus alunos assim como pensar a tecnologia como ator dessas
transformações e levar o usuário leigo a experimentar um processo criativo.
Recorrendo a Jenkins os resultados do projetos estariam inseridos num contexto de
convergência midiática, já que a disponibilidade do download torna o usuário livre para
reproduzir, modificar, e repercutir sua obra única em qualquer formato e mídia.
O público de início a experimentar o site/aplicativo seriam estudiosos e compositores
mas nada impede que um usuário comum, curioso, utilize da plataforma, visto que a
manifestação das produções culturais e seu compartilhamento no ambiente online é não só
imensa, como vital.
Como referências para o projeto temos o app para smartphones do álbum Biophillia da
cantora Björk, cujo “ecossistema” de canções se modifica de acordo com as ações do usuário
nas canções, o já citado Flow Machines, que até então só é de uso de seus criadores e de
algumas empresas patrocinadoras, e cria melodias através de um banco de dados e o projeto
audiovisual “Seances” do National Film Board of Canada cuja aleatoreidade da exibição do
filme torna cada exibição única.

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