Deus: Ora bem, parece-me que no Céu há uma estrela que chora!
Deus: Contudo, há no Céu uma estrela que chora. Vão, procurem por toda a parte e
encontrem as estrelas aquela que não está contente em viver no grande Céu azul.
Narrador: Os anjos voaram pelos quatro cantos do Céu, procurando por todo o lado, parando
junto de cada uma das estrelas: das grandes e das pequenas, das de ouro e das de prata,
das que brilhavam suavemente e das que piscavam como se estivessem aflitas dos
olhos, e a todas perguntavam:
Estrelas: Eu, chorar? Nunca na vida! Ninguém neste céu azul é tão feliz como eu.
Anjos: Não encontrámos nada. Nem o mais pequeno grande de estrela se sente infeliz com a
vida que leva.
Narrador: E os anjos lá foram. Finalmente, um deles descobriu uma estrela minúscula: tão
pequenina que tinha escapado a todas as buscas. Aproximando-se dela, o anjo viu rolar
pela sua face uma lágrima gorda e dourada.
Anjo Mensageiro: Porque choras estrelinha? Não estás contente neste céu azul e enorme?
Deus: Ai, ai, ai, mais uma orgulhosa! Vai e diz-lhe querido anjo que no meu céu há estrelas de
todos os tamanhos: pequenas e grandes, porque eu assim o quis.
Nota: Aumentar o som da música enquanto o Anjo Mensageiro fala, em surdina, com a Estrela.
Narrador: Quando a estrelinha ouviu o recado do anjo, baixou tão tristemente a cabeça, que o
anjo se sentou numa nuvem para a consolar.
Anjo Mensageiro: Então para que queres ser maior? Tens ciúmes das tuas vizinhas?
Estrelinha: Olha, na Terra há um menino doente, que está sempre deitado. Como é muito
pobre vive num quarto escuro e triste, com uma janela tão pequenina que mal pode ver
o céu, e não há nenhuma estrela nesse pedacinho de céu, e eu sei que ele gostava muito
de ver uma estrela! Mas sou tão pequenina que o menino não me consegue ver.
Anjo Mensageiro: Ah, assim o caso muda de figura! Espera estrelinha, voltarei em breve.
Narrador: E a correr, o anjo voltou até Deus, a quem contou a história da pequena estrela.
Depois de ouvir com atenção tudo que o anjo lhe contava, Deus disse:
Deus: Anjo, vai depressa e diz à estrelinha que, apesar de tudo, ela será a partir de agora a
maior e a mais brilhante das estrelas do céu.
Narrador: Nessa noite, um menino doente olhava tristemente pela janela, quando de repente
viu brilhar no céu uma estrela desconhecida – magnífica, luminosa, brilhando tanto que
parecia um pedaço de ouro.
Menino: Mãe, mãe. Olha! Uma estrela nova no céu só para mim!!!