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REGIMENTO GERAL DA GRADUAÇÃO:

CONSIDERAÇÕES GERAIS

A Minuta do Regimento Geral da Graduação, disponibilizada desde 17/10/2014, para


apreciação e envio de sugestões pela Comunidade Acadêmica, resultou de esforço
intelectual coletivo e intenso debate, no âmbito da Comissão de Reestruturação da
Graduação da UEPB.

Criada em dez/2013 e constituída por docentes indicados pelos Centros e servidores


técnicos da PROGRAD, representante do DCE, além da participação de 5 membros do
CONSEPE, a Comissão está também responsável pela recepção, apreciação e
incorporação das contribuições enviadas pelos cursos e compilação do documento a ser
encaminhado ao CONSEPE.

Em linhas gerais, a reestruturação da graduação tem como OBJETIVOS:

1. ATUALIZAR a LEGISLAÇÃO referente à GRADUAÇÃO na UEPB, buscando adequação


entre norma e demandas contextuais, em HARMONIA com os INSTRUMENTOS de
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL de cursos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior (SINAES - MEC) e do Conselho Estadual de Educação (CEE);

2. PROPICIAR MODERNIZAÇÃO e melhor PLANEJAMENTO e EXECUÇÃO das atividades


administrativas e acadêmicas da Graduação pela incorporação de novas tecnologias e
novos materiais ao processo de trabalho, visando produzir resultados quantitativos e
qualitativos superiores;

3. PROMOVER a FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR, respeitando a diversidade dos PPCs,


substituindo o modelo de “grade” por uma nova estrutura que possibilite ao estudante
participar mais do processo de sua formação profissional, rompendo com o enfoque
unicamente disciplinar e sequenciado a partir de uma hierarquização artificial de
conteúdos, criando novos espaços de aprendizagem, portanto, maior diversidade de
experiências, ampliação dos horizontes do conhecimento e aquisição de uma visão
crítica para além do seu campo de atuação profissional;

4. AMPLIAR a ARTICULAÇÃO entre as atividades de ENSINO, PESQUISA e EXTENSÃO;

5. GARANTIR a DEMOCRATIZAÇÃO dos processos de reflexão, proposição e deliberação


coletiva, pela integração entre NDEs, Colegiados, Fóruns de Graduação, PROGRAD e
CONSEPE.

6. ESTABELECER ORGANICIDADE e ARTICULAÇÃO ao conjunto de normas, facilitando o


acesso aos documentos e potencializando a compreensão, proposição e materialização
das políticas acadêmicas.
Para melhor entender o conjunto de normas contidas nas 30 páginas da Minuta,
didaticamente, podemos dividi-lo em dois tipos de documentos:

 DOCUMENTOS já CONHECIDOS, aprovados e praticados no âmbito da UEPB,


representando cerca de 70% do todo;

 PROPOSTAS INOVADORAS, cerca de 30% do todo.

A Minuta pode também, considerando a natureza dos seus conteúdos, ser dividida em
três partes, mais ou menos, do mesmo tamanho:

1) Normas que regulamentam atividades acadêmicas consolidadas – Esta


parte compreende incorporação de Resoluções recentemente discutidas e aprovadas
pelo CONSEPE, de legislação nacional, exemplarmente, a resolução do NDE, que
compila resoluções do SINAES, grande parte da Resolução de Estágios, além de
Resoluções nas quais temos modificações pontuais, como é o caso do TCC.

2) Normas que regulamentam procedimentos burocráticos – Esta parte


compreende toda legislação referente aos procedimentos da administração
acadêmica, envolvendo a relação do estudante com a UEPB, constantes nos
capítulos de VI a XI (cerca de 1/3 do doc)

3) Normas inovadoras – Compreende, por um lado, recente legislação nacional


incorporada, como é o caso dos parâmetros contidos nos Instrumentos de Avaliação
Institucional de Cursos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(SINAES-MEC) e do Conselho Estadual de Educação (CEE); por outro lado,
compreende normas já consolidadas em outras Instituições Públicas de Ensino
Superior no Brasil, além de proposições, resultantes da reflexão sobre a realidade da
UEPB, produzidas pela Comissão.

Exemplarmente, podemos citar:

a) FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR, tanto em relação à elaboração e execução do


Projeto Pedagógico de Curso, quanto em relação ao sistema de matrícula do
estudante;

b) MODERNIZAÇÃO e melhor PLANEJAMENTO e EXECUÇÃO das atividades


administrativas e acadêmicas da Graduação

c) Estabelecimento de DIFERENTES MODELOS DE ESTÁGIOS para atender


peculiaridades de uma DIVERSIDADE DE CURSOS e FORMAS de REALIZAÇÃO
dos ESTÁGIOS;

d) O TCC, em conformidade com legislação nacional, fica dividido em dois


Componentes Curriculares, com carga horária de 30h cada;

e) PROGRAMA de AVALIAÇÃO e ACOMPANHAMENTO dos estudantes dos Cursos


de Graduação (Arts. 46 e 47)

f) HORA-AULA de 60 minutos;
Breves comentários.

 Em relação ao Estabelecimento de DIFERENTES MODELOS DE ESTÁGIOS para


atender peculiaridades de uma DIVERSIDADE DE CURSOS e FORMAS de
REALIZAÇÃO dos ESTÁGIOS.
De maneira geral, o texto da Minuta replica a Lei Nacional de Estágios, mas
propõe um conjunto de modelos de estágio, nos quais estão descritas as
relações estabelecidas entre o estagiário, orientador e supervisor. O papel de
cada um dos atores envolvidos no estágio fica bem definido, de modo que as
relações constituídas entre eles sejam mais claramente descritas no PPC do
Curso, atendendo, com isso, às exigências da avaliação institucional e melhor
caracterizando o trabalho no estágio.
Atualmente, a UEPB oferece diversos cursos de graduação, pertencentes às
diversas Áreas do Conhecimento, em diferentes modalidades (Licenciatura,
Bacharelado e A Distancia). Como não poderia deixar de ser, consideradas as
exigências da legislação nacional e as peculiaridades de cada Curso, as formas
de realização dos estágios, em cada caso, configuram-se, consequentemente,
distintas umas das outras. A proposta em pauta objetiva dotar a Instituição de
modelos diversificados de realização de estágios, aplicáveis à realidade de cada
curso, estabelecidos no PPC, em conformidade com definição do NDE e
deliberação do Colegiado.

 Em relação à FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR

No contexto das transformações que vêm se processando no seio das


sociedades, das exigências decorrentes dos avanços científicos-tecnológicos, das
consequências da cibercultura como dinamizadora da cultura e do acesso à
informação, do papel dos docentes, face ao protagonismo dos discentes na
construção do saberes significativos, bem como dos desafios de potencializar o
processo de construção de conhecimento crítico e de cidadania, capazes de
influenciar decisiva e positivamente na mudança do perfil dos profissionais
capacitados pelas universidades e demandados pela sociedade, o tema da
Flexibilização Curricular tem ocupado lugar central nas discussões em torno do
Ensino Superior, sendo aspecto fundamental na organização e execução dos
Projetos Pedagógicos dos Cursos de graduação. Além disso, a possibilidade de
intensa intercomunicação mundial e a emergência de diversos programas de
mobilidade internacional, nacional, regional, estadual e municipal desafiam as
universidades em relação à mobilidade entre os seus Câmpus, turnos e Cursos.
Neste sentido, a proposta implícita na Minuta, ao tempo em que busca
potencializar as possibilidades de integração de saberes inter e mesmo
transdisciplinares, flexibiliza as opções para cumprimento da matriz curricular e o
sistema de matrícula do estudante. Ao mesmo tempo, permite que cada curso,
estabeleça, conforme a necessidade de conhecimento prévio em um
determinado Componente Curricular e a devida definição no seu PPC, um
fluxograma com pré-requisitos.
 Em relação à MODERNIZAÇÃO e melhor PLANEJAMENTO e EXECUÇÃO das
atividades administrativas e acadêmicas da Graduação.
A modernização tem em vista contribuir para o aprimoramento da administração
acadêmica.
Trata-se de processo já em curso na UEPB, mas que será intensificado para
instrumentalizar as ações administrativas e acadêmicas estabelecidas no
Regimento Geral. Além da disponibilização de maior quantidade de relatórios
relativos aos Cursos e da ampliação do acesso administrativo para os
Coordenadores, no ambiente virtual, a partir de 2015, também estarão
disponíveis para os estudantes formulários de requerimento on-line, e os
documentos emitidos pela PROGRAD terão certificação digital e conferência de
autenticidade on-line.
O sistema Moodle estará disponível, também, para o gerenciamento de Cursos
Presenciais, podendo ser utilizado como potente ferramenta para orientação de
TCC e atividades de aula, interação com os estudantes e acompanhamento das
atividades relativas ao processo de ensino-aprendizagem.
 Gerenciamento de Conteúdos: organização do material a ser
disponibilizado aos estudantes, para o TCC e cada Componente Curricular;
 Interação entre Usuários: possibilidade de uso de diversas ferramentas
para interação com e entre estudantes e professores: fórum, bate-papo,
mensagem instantânea, etc.
 Acompanhamento e Avaliação: definição, recepção e avaliação de tarefas,
questionários e enquetes, atribuição de notas, cálculo de médias, etc.

 Em relação ao PROGRAMA de AVALIAÇÃO e ACOMPANHAMENTO dos


estudantes dos Cursos.
Os procedimentos e instrumentos avaliativos serão construídos pela PROGRAD, a
partir parâmetros do MEC e sugestões do Fórum dos Cursos de Graduação.
O Núcleo Docente Estruturante terá um papel fundamental neste processo, pois
tem a função de discutir, pensar, analisar dados, propor ações e fazer o
acompanhamento da qualidade do ensino e da formação oferecida pelo Curso.
As propostas, análises e ações do NDE devem ser divulgadas para todos os
professores que atuam no curso, sendo, em seguida, encaminhados para
deliberação do Colegiado.
A proposta que se encontra descrita nos artigos 46 e 47 da Minuta visa criar a
possibilidade dos cursos implantarem um programa de acompanhamento
contínuo de turmas, que consistirá na indicação de um docente para atuar como
MENTOR de uma determinada turma ao longo do período de integralização.
O acompanhamento consistirá na observância de dados qualitativos e
quantitativos relativos aos estudantes, tendo em vista o estabelecimento de
eventual contato com os mesmos para apoio no que se refere ao desempenho
acadêmico, potencialidades e dificuldades de aprendizagem, em casos de evasão
e destino dos egressos.
 Em relação ao TCC,
Em conformidade com os Instrumentos de Avaliação Institucional de Cursos do
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES-MEC), que avalia o
estabelecimento de carga horária como um dos requisitos na avaliação dos
cursos, a proposta é que o Componente TCC passe a ser dividido em dois
semestres (TCC 1 e TCC 2), com carga horária de 30h cada. O intento é garantir
que o orientador tenha as condições de acompanhar todas as etapas de
construção dos projetos, da formulação ao desenvolvimento e conclusão,
contribuindo, desse modo, para inibir as ações da “indústria do plágio” e,
sobretudo, melhorar quantitativa e qualitativamente a produção técnico-científica
dos discentes da UEPB.

 Em relação à Hora-Aula de 60 minutos,


A proposta é que cada aula corresponda à 60 minutos. Devemos considerar,
neste sentido, que a carga horária total de um curso, conforme está estabelecida
em seu PPC, é mensurada pelo Ministério da Educação em horas-relógio e não
horas-aula de cinquenta minutos.
Essa organização de aulas em 50 minutos tem como consequência maior
extensão do Calendário Acadêmico, levando o período letivo de meados de
fevereiro (isto porque é preciso garantir o período de chamada dos candidatos
aprovados para os cursos, matrícula e preenchimento das turmas, além do
período de planejamento acadêmico), prolongando-se até quase meados de
Julho. Isto é assim porque, exemplarmente, um Componente Curricular de 60h
corresponde a 72 aulas de cinquenta minutos. O que exige que o Calendário
Acadêmico tenha 18 semanas. Quando contabilizamos também a semana de
Prova Final (que fica fora do Calendário letivo) e a semana de Colação de Grau,
chegamos a 20 semanas. Já com a hora-aula de 60 minutos, precisamos,
garantindo os 100 dias letivos, em conformidade com a Lei, de 15 semanas.
Neste caso, quando contabilizamos também a semana de Prova Final (que, com
dissemos, fica fora do Calendário letivo) e a semana de Colação de Grau,
chegamos a 17 semanas. (observe quadro comparativo abaixo)
Nas Universidades Federais, a prática da hora-aula de 60 minutos já está
consolidada. Considerando que o público das IES Federais é praticamente o
mesmo da Universidade Estadual, a sintonia em relação a este ponto não deveria
gerar maiores problemas, visto que, caso tivessem sido aprovados para as
federais, certamente cumpririam o horário estabelecido. Por outro lado, poderia
resultar em benefício para os estudantes da UEPB, visto que os calendários das
duas instituições ficariam "pari passu".

O que ocorre com a decisão de passar a hora-aula para 60 minutos:

1. A quantidade de horas estabelecidas nos PPCs passam a corresponder à quantidade


de horas-aula.
2. Sintonia com o calendário das IES Públicas Federais, contribuindo para harmonizar a
oferta de ônibus no inicio e final dos semestres;
2. Desafogo do semestre, possibilitando, elaborar um Calendário razoável, prevendo
feriados prolongados, realizando os processos de matrícula mais tranquilos, com maior
quantidade de chamadas, portanto, aumento do índice de preenchimento de vagas;
3. Possibilidade de realização de períodos de planejamento acadêmico, encontros de
reflexão e oficinas pedagógicas, organização dos núcleos e Grupos de Pesquisa e
Extensão, etc.
4. Divisão do período de férias dos docentes em 2 períodos – janeiro e julho.
5. Enfrentamento da problemática imposta pela velha cultura de horários ditados pelos
motoristas dos ônibus e decisão de criar uma nova cultura na UEPB.

Estudantes, servidores técnicos e administrativos e docentes, todos devem participar.


A Minuta deve ser lida por todos e todos os que tiverem contribuições devem
encaminhá-las para apreciação.
Em 2015, temos outras tarefas a executar, algumas da quais dependem da aprovação
do Regimento da Graduação. Discussão e atualização de outras resoluções importantes,
como Encargos Docentes, Progressão, Dedicação Exclusiva, Capacitação Docente e
Estágio Probatório. Além disso, o primeiro semestre de 2015 será também um período
destinado aos ajustes de todos os PPCs, do sistema de controle acadêmico, avaliação
do estabelecimento das Notas Mínimas e Pesos, além da definição das vagas para o
Processo Seletivo 2015.2.
Todos os referidos documentos, juntamente com o Estatuto, Regimento Geral da UEPB,
PDI e todos os projetos de cursos da Pós-Graduação, deverão ser encaminhados ao
Conselho Estadual de Educação para a renovação do Reconhecimento da UEPB como
Universidade.
A PROGRAD se coloca à disposição de qualquer Curso para fazer qualquer outro
esclarecimento.
OBS. Lembramos que todas as discussões sobre Encargos Docentes serão objeto da
discussão sobre a Resolução UEPB/CONSUNI/054/2010.

Eli Brandão – Pró-Reitor de Graduação

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