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Sentimentos

Foto: Memórias de um espelho.

O meu reflexo em uma parede antiga, em meios a lembranças de um outro


tempo. Em uma casa antiga, de uma pessoa antiga. O nome dela era Ana e tudo ali
me remetia ao passado, ao presente e a aquilo que não muda. Os sentimentos são
vários, desde sempre. O que meus avós e pais sentiram e provavelmente meus filhos
sentirão está aqui, está em mim. As pequenas emoções do dia a dia aguçadas pelos
sentidos, as comoções inspiradas pela história, o reflexo do que somos no mundo que
vemos. Os maiores sentimentos são, para mim, os mais simples e nascem de um
olhar sem intenções e de uma reflexão espontânea.
Desde os seus primórdios, o homem fez comparações entre a sua cultura e a
de outras sociedades, buscando compreender as diferenças e semelhanças, o que,
por vezes, originou conflitos e confrontos entre os povos. Para Claude Lévi-Strauss é
na busca de elementos duradouros e correspondências estruturais entre sociedades
que se descobre estruturas fundamentais que são a base da antropologia. Segundo
ele, a noção de estrutura social em termos de complexidade se associa às noções ou
estudo do estilo, das categorias universais da cultura e da linguística estrutural.
Para Laplantine, foi a partir do estudo do parentesco que se constituiu o
estruturalismo de Lévi-Strauss. O parentesco para ele, é uma linguagem onde não
basta conhecer os seus termos, é necessário conhecer as relações entre esses
termos, regidas por leis de troca análogas às leis sintáticas da língua. Quando se
estuda o parentesco, a linguagem ou economia das trocas estamos diante de
diferentes modalidades de uma única e mesma função: a comunicação (ou a troca),
que é a própria cultura.

A escola
Foto: A escola de todos os saberes ou uma escola portátil, de bolso.

Em um livro, tudo cabe. Tudo há. Nele encontramos saberes e podemos falar
com os grandes sábios da humanidade. Nele está a nossa cultura. Eles sabem a
nossa história e a cada página, nos ensinam mais um pouco. Os livros são
importantíssimos para o desenvolvimento das sociedades e para o crescimento
intelectual do indivíduo, podemos através deles ouvir e contar nossa história. O livro
é uma escola portátil, de bolso.

Identidade
Foto: A identidade do passarinho é a pena.

O que te identifica? Com o que você se identifica? O que te individualiza? As


identidades são várias, cada qual tem a sua e no universo do que somos, cada planeta
é diferente do outro, assim como o brilho das estrelas. O passarinho se identifica com
o céu, mora no ar, brinca nas nuvens e faz da maior altura, um limite próximo. No céu,
caderno em branco-azul, o passarinho escreve com sua caneta de pena, um diário de
voo. O homem também quer voar. Em uma identificação eterna com os animais, o
homem tenta desenvolver as características mais marcantes de várias espécies, sua
identificação com o passarinho talvez seja com a liberdade que o mesmo demonstra
a cada bater de asas. O homem quer ter asas e quer voar, a qualquer custo e altura.

A aula
Foto: A aula é um degrau.

A aula é um degrau e a cada degrau você está mais próximo, ao que nesse
caso, chama-se conhecimento. A vida é um lance infinito de degraus onde cada um
deles te leva pra cima, te deixa mais alto. E quanto mais alto, melhor você enxerga o
que passou e o que virá. As aulas são fundamentais para que na escola da vida nos
possamos descobrir quem somos, onde estamos e para onde queremos ir.

A diferença

Foto: Uma mão em flor.

A diferença entre a mão e a flor, a mão arranca o galho que segura a flor, a
mão rompe e leva, a mão sangra e assina. Assassina a flor. Rouba sua beleza só para
si. A mão é egoísta. Já a flor, espalha sua beleza para todos os lados e entre todos
os passantes. A flor não arranca, se distribui. Se espalha e vira outras.

a ciência antropoló- gica incorporou a noção de que a humanidade não é singular, mas plural. O
projeto antropológico consiste, portanto, no reconhecimento, conhecimento, juntamente com a
compreensão de uma humanidade plural. Isso supõe ao mesmo tempo a ruptura com a figura da
monotonia do duplo, do igual, do idêntico, e com a exclusão num irredutível “alhures”. As sociedades
mais diferentes da nossa, que consideramos espontaneamente como indiferenciadas, são na
realidade tão diferentes entre si quanto o são da nossa. E, mais ainda, elas são para cada uma delas
muito raramente homogêneas (como seria de se esperar) mas, pelo contrário, extremamente
diversificadas, participando ao mesmo tempo de uma comum humanidade. (LAPLANTINE, 2003, p.
13)

Por que a Antropologia começou estudando sociedades consideradas primitivas e selvagens quando
comparadas com as sociedade dos antropólogos europeus? Por que não partiu logo em analisar os
possíveis objetos mais próximos da realidade concreta do antropólogo? O imperialismo europeu,
como iniciativa expansionista, permitiu contatos com culturas muito diversas, o que levou a uma
grande mobilização em se estudar aquilo que era “diferente”. O “estranhamento” (termo comum em
Antropologia) é uma condição que provoca perplexidade no encontro de outras sociedades, mas que
nos faz modificar o olhar sobre nós mesmos. Ou seja, o contato com grupos diferenciados faz com
que nos tornemos extremamente próximos daquilo que é longínquo e nos permite compreender a
forma de viver de outros povos. Além disso, podemos visualizar os gestos, os modos de falar e o
comportamento como produtos da cultura.

Como dissemos antes, o objeto de estudo da Antropologia é a humanidade em toda a sua


complexidade. Dessa forma, trata-se de uma ciência que assume como paradigma o estudo realizado
no contato real com as sociedades a serem estudadas e abre-se para compreender que a relação
“eu–outro” pode levar à tolerância e ao respeito entre as diversas dinâmicas culturais, sem que os
homens partam para o confronto com o diferente, mas enriqueçam-se a partir das interações entre
os grupos sociais.

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