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AMOR E HOMOAFETIVIDADE

Uma outra visão da homossexualidade

“A  homoafetividade  é  criação  de  Deus.  Quanto  mais  se  compreende  o  seu  caráter  e  se  aprofunda  no
entendimento  bíblico  acerca  desse  delicado  tema,  mais  se  compreende  que  essa  forma  de  amor  é  uma
das infinitas manifestações do amor de Deus. Compreende­se, assim, então, o amor de Deus... 

... compreende­se  o  agir  contrario  das  trevas  a  partir  de  uma  visão  da  luz.  Porque  ninguém  consegue
compreender  as  trevas  a  partir  das  trevas  ou  compreender  a  luz  a  partir  das  trevas.  Mas  o  poder  de  ver  e
compreendê­las é dado somente pela Luz.

Sabe o que é mais maravilhoso nisso tudo???  Que a homoafetividade é criação de Deus e muitos dos
que se dizem "homens de Deus" vivem dizendo que não é.”

por: Pascoal C. R. Júnior (pascoalreis@gmail.com)

"Se Deus fosse preconceituoso como são os que isso pregam... Ele, Deus, não seria capaz de amar nem mesmo
esses mesmos que defendem essa ideia! Qual seria a saida deles então?
O ser humano é realmente muito insensato!
Se Deus tem algum preconceito é contra a falta de amor!!!"

INTRODUÇÃO

            Eu    fico  impressionado  como  a  maioria  das  pessoas  tem  uma  compreensão  tão  limitada
acerca  da  Bíblia  justamente  porque  a  tradução  e  a  tradição  criou  uma  concepção  cristã  de
mundo  firmada  numa  padronização  heteronormativa  capitalista,  como  se  na  Antiguidade,  a
época em que foram escritos os textos biblicos, o mundo fosse igual ao nosso.
       Qualquer pessoa letrada sabe que na Antiguidade a homossexuallidade era ultracomum e
dissociada  dos  valores  condenatórios  e  dos  mitos  que  existem  hoje.  A  fragilidade  da  vida  nas
guerras  produziu  uma  relaçao  afetiva  entre  os  homens  guerreiros  onde  se  estimulava  a  relação
entre  eles,  intima  e  sexual;  a  mulher  tinha  um  mundo  completamente  a  parte,  excluída  da
sociedade.  Davi  mesmo  e  Jônatas  foram  exemplo  de  duas  pesssoas  (guerreiros)  que  tiverem
uma  relação  homoafetiva  e  os  cristãos  literais  não  conseguem  enxergar  isso  por  causa  dessa
cultura  biblica  que  cega  esse  tipo  de  possibilidade.  O  centurião  de  Carfarnaum  foi  um  outro
exemplo  de  homem  guerreiro  que  tinha  um  amante,  o  criado,  ao  qual  Jesus  curou  e,  mais,
honrou  a  relação  entre  eles.  Era  mais  do  que  comum  na  época  centuriões  terem  amantes  do
mesmo sexo.
        Era muito mais compreendida na época uma relação afetiva entre pessoas do mesmo sexo
do que de sexos diferentes; sabemos que a mulher era esterco na sociedade e valorizada somente
para  procriação  (ai  dela,  se  fosse  estéril),  sua  natureza  era  considerada  vil  e  pecaminosa.  Os
homens  tinham  varias  mulheres,  casavam  e  descasavam  quando  queriam,  era  um  dominio
excessivo sobre elas. O próprio judeu do sexo masculino glorificava a Deus por não ter nascido
gentio, camelo ou mulher.
          Mas  eu  fico  impressionado  como  que  a  nossa  cultura  cristã  construiu  uma  compreensão
biblica associada a ideia de que a homossexulidade é algo que somente existe nos dias atuais;
como se na época de Cristo, por exemplo, nao tivesse existido. Eram muitos os homossexuais ao
redor de Cristo e ele não condenou nenhum; e mesmo assim, eu nunca vi na Bíblia "de ponta a
ponta"  e  te  desafio  a  encontrar  onde  esta  escrito  Deus  repreendendo  "um  espirito  de
homossexualismo"  (vulgarmente  falando)  ou  transformando  um  homossexual  em  hétero  como
muitos  por  ae  pregam.  Muito  pelo  contrario,  Jesus  nunca  sequer  falou  acerca  disso.  A  Bília
relata pecados homossexuais sim, mas não define que a homossexualidade em si é pecado;
      É impossivel se falar de sexualidade na Antiguidade sem falar de homossexualidade; como
dissociar isso? Mas a tradução e as interpretações equivocadas mudou os termos e os contextos,
dando uma outra interpretação para o pecado de sodomia e usando termos que nunca existiram
no passado como: 'homossexuais', além de rapazes escandalosos, efeminados.
     Se muitos pudessem ver a relação que Jesus tinha com João, a forma como eles se amavam e
se  abraçavam,  e  ate  se  beijavam,  ficariam  literalmente  escandalizados,  os  tão  zelosos  cristãos
moralistas. Na época era muito mais aceito um homem dizer que amava outro do que dizer que
amava uma mulher. O Senhor Jesus é quem vai mudar esse contexto, mas nao para condenar a
homossexualidade, mas para retirar os excessos.
      Portanto essa noção de familia e sexualidade quadrada que se prega para construir mitos a
cerca da homossexualidade é completamente alienatória porque faz parte de um mundo a parte,
heterocentrico e sem significado para o homossexual. Nem todos precisam ou devem viver esse
realidade,  e  nem  por  isso,  a  familia  de  hoje  é  ameaçada.  Jesus  mesmo  disse  que  quem  é  o
verdadeiro  parente  dele  era  quem  fazia  a  vontade  dele  e  nao  a  mãe  e  o  pai  dele  carnais.  Não  é
que Deus não honra as nossas relações familiares, mas a gente tem que compreender onde estão
os  mitos  que  existem  por  detras  de  uma  noção  heterocêntrica  e  heteronormativa  que  muitas
vezes é aparente e sem significado.

BÍBLIA, HOMOSSEXUALISMO E MITOS

Duas “naturezas”: Homossexuais e Heterossexuais

               “Tempos atras eu vi o Pastor de uma grande congregação dizer em meio a uma grande população de crentes
que a atitude do STF quando aprovou a união homoafetiva produziu um ato insano e inconsequente... ele não se deu
conta do quanto ele mesmo foi inconsequente neste ato.”
                        As  discussões  a  respeito  da  homossexualidade  vêm  ganhando  cada  dia  mais
necessidades  de  serem  colocadas  em  prática.  Os  mitos  a  respeito  do  tema  tendem  a  ser
quebrados. A sociedade tem percebido que esse tipo de sexualidade é uma realidade e não uma
invenção  e  precisa  ser  encarada  como  parte  do  mundo,  parte  intima  da  sociedade  como  é  a
heterossexualidade.  Precisa  ser  vista  tal  como  é:  "algo  natural".  E  se  é  natural  faz  parte  do
equilíbrio da sociedade, como tudo que é natural.

As  raízes  de  toda  defesa  homofóbica  e  de  toda  sorte  de  brutalidade  que  a
homoafetividade tem sofrido esta no fato da insistência na idéia de que o homossexulidade não
é  uma  natureza,  mas  uma  invenção,  ou  seja,  não  existe  homoafetividade,  mas  somente
natureza  heterossexual.  Mas  essas  idéias  tem  sido  quebradas  considerando  toda  uma  onda
natural  de  indivíduos  homossexuais  que  hoje  tem  tido  liberdade  pra  se  expressar,  para
explicitar sua natureza e seu caráter.

Tudo isso tem sido cada vez mais possível: fruto de um processo de conscientização das
pessoas que percebem que precisam lidar com a situação porque convivem com o homossexual
nas escolas, na família, no trabalho, nas igrejas. E começam a perceber que o homossexual não é
nenhum “ser de outro planeta”, mas é gente, é ser, é humano. E se é ser humano é vida, respira,
se expressa e tem sentimentos. Faz historia, produz, ama e transforma.

                        Assim,  sabemos  que  somente  o  homem  faz  historia.  Dessa  historia  faz  parte  as
modificações existentes nas sociedades que são produções conscientes e inconscientes desse ser
humano,  que  dentro  de  um  processo  de  amadurecimento  e  transformações  de  mentalidade,
estão  intimamente  ligadas  às  mudanças  de  diferentes  gerações  de  indivíduos  conseguindo
perceber novas perspectivas e diferentes idéias de compreensão inerentes ao mundo e à vida.

Assim,  a  homossexualidade  que  durante  muito  tempo  sofreu  preconceito  e  uma  visão
mítica  no  contexto  geral  das  sociedades  tem  encontrado  hoje  novas  possibilidades  de  ser
compreendida  e  aceita.  Mas  essas  transformações  foram  marcadas  por  varias  situações
anteriores  que  a  possibilitaram  sendo  necessário  entender  isso  não  somente  dentro  de  uma
visão racional, mas, também, podemos visualizar essas transformações a partir da fé. Porque se
Deus permitiu muitos anos de ignorância a respeito, acredito que mais por culpa da dureza do
coração humano, Ele é parte integrante da construção dessa nova visão. Porque o agir de Deus é
tão  perfeito,  muitas  vezes,  que  parece  desapercebido  do  próprio  agir.    É  por  isso  que  muitos
incrédulos  não  acreditam  na  existência  de  um  Deus.  Porque  a  discrição  é,  muitas  vezes,  o
caráter  do  seu  agir.  Mas,  dentro  de  sua  sabedoria,  encontrando  brechas  na  "Boa  Vontade"  de
alguns homens, o Senhor abre caminhos, novas possibilidades, para que se cumpra um projeto
Seu. São muitos os homossexuais que precisam ser salvos, e terem acesso a luz de Deus que é
Jesus  Cristo.  Lembrando  que  todo  projeto  de  Deus  é  gerado  por  aquilo  que  é  sua  essência:  o
amor.

Dessa  forma,  cresce  uma  tendência  na  qual  não  podemos  mais  fugir  ou  ignorar.  O
homoafetividade tem sido parte da vida de cada um de nós, ou seja, toda pessoa, tem um amigo
homossexual,  um  parente,  ou  um  colega,  um  conhecido.  Crescem  o  número  de  pessoas
assumidamente  homossexuais.  Sujeitos  ativos  que  lutam  pelos  seus  direitos.  As  contradições
reais e os conflitos de valores obrigam ao questionamento das causas homofóbicas que já não se
adaptam a realidade. A mídia tem tido um papel preponderante e, mais do que isso, a vida, as
relações.  Acredito  que  os  mitos  a  respeito  do  homossexualismo  tendem  a  se  quebrar,  pouco  a
pouco.

  Acredita­se  o  senso  comum  que  a  intolerância  a  homossexualidade  veio  junto  com  o


Cristianismo, mas isso não é verdade. Essa intolerância, que se deu em fins da Antiguidade e se
estabeleceu  coercitivamente  na  Idade  Média,  tem  uma  relação  direta  com  varias  concepções
filosóficas que as legitimaram ­ como o dualismo e estoicismo ­ que nada tinham a ver com o
cristianismo, pois não nasceram no mundo cristão, e que produziram idéias muito particulares
(como  a  do  sexo  única  e  exclusivamente  para  procriação,  a  castidade,  a  ilicitude  a  qualquer
forma  de  prazer,  etc.),  mas  que  se  estabeleceram  junto  com  a  entrada  do  Catolicismo
institucionalizado quando esta se tornou a principal instituição religiosa cristã na Europa e que
usou essas noções como ideologia dentro do processo de domínio.

Ora,  qualquer  teólogo  e  historiador  da  área  de  cristianismo  letrado  sabe  disso.  A  partir
disso, essa intolerância do Cristianismo Católico Medieval a práticas homossexuais deu base a
interpretações equivocadas de contextos bíblicos em meio a uma sociedade coerciva, autoritária,
arbitraria. Isso possibilitou uma sociedade teocrática e onde o fanatismo religioso que é comum
nesses tipos de sociedade a legitimava.

Os  frutos  do  que  se  produziu  a  partir  disso  acabou  sendo  colhidos  ate  hoje.  Mas  nesse
intervalo  muitos  homossexuais  foram  mortos  em  fogueiras,  perseguidos  terrivelmente.  Nos
primeiros  quatro  séculos  depois  de  Cristo,  não  se  fala  em  nenhuma  perseguição  a
homossexualidade. Nenhum comentarista cristão (pais apostólicos) interpretou­a como pecado,
segundo  a  bíblia.  O  primeiro  a  fazer  isso  foi  João  Crisóstomo  (homofóbico  e  anti­semita)  em
400 d.C. e depois colocadas em praticas por Santo Agostinho, profundamente influenciado pelo
Gnosticismo  e  Maniqueismo  (noções  filosoficas  antigas  que  tinham  como  base  a  separação
entre  a  materia  e  o  espírito.  Noções  filosoficas  que  incorporadas  ao  Cristianismo  irão  definir
conceitos  como  a  ilicitude  a  toda  forma  de  prazer  e  isso  refletiu  drasticamente  nas  uniões
afetivas, tanto heterossexuas como homossexuais. Mas a isso se profetizou em 1 Timótio 4 (2­
4):

2  Pela  hipocrisia  de  homens  que  falam  mentiras,  tendo  cauterizada  a  sua  própria
consciência;
3 Proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os
fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças;
4 Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com
ações de graças.
(1 Timóteo 4:2­4)

Olha  como  é  mais  profundo  esse  trecho  na  TNM  (Tradução  do  Novo  Mundo  das  Escrituras
Sagradas), vale a pena ate destacar os versículos de 1 a 5:
1­No  entanto,  a  pronunciação  inspirada  diz  definitivamente  que  nos  períodos  posteriores  de
tempo  alguns  se  desviarão  da  fé,  prestando  atenção  a  desencaminhantes  pronunciações
inspiradas e a ensinos de demônios, 
2­pela hipocrisia de homens que falam mentiras, marcados na sua consciênciacomo que por
um ferro de marcar; 
3­proibindo o casar­se, mandando abster­se de alimentos que Deus criou para serem tomados
com agradecimentos pelos que têm fé e que conhecem a verdade demodo exato. 
4­A razão disso é que cada criação de Deus é excelente, e nada deve ser rejeitado se
for recebido com agradecimento, 5porque é santificado pela palavra de Deus e pela
oração sobre [ele].
(1 Timóteo 4:1­4)

                        É  bem  verdade  que  o  tema  “Homossexualismo”,  hoje,  tem  podido  ser  fonte  de  muita
discussão  porque  além  de  tocar  numa  parte  intima  da  sociedade  que  é  sexualidade  humana,
vivemos  numa  sociedade  laica,  com  uma  política  ocidental  que  defende  a  prevalência  dos
direitos humanos e o pluralismo político. Graças aos Céus!!! Alias a democracia é algo que não
podemos abrir mão nunca. É uma grande dádiva da construção das estruturas política histórica
ocidental  que  deve  ser  tratada  como  marco  de  toda  política,  e  que  não  seja  uma  democracia
aparente, mas verdadeira.

No  bojo  desses  acontecimentos,  podemos  então  perceber  que  não  só  existem
heterossexuais  no  mundo,  mas  existem  também,  pessoas  que  são  homossexuais  e  que
historicamente esta comprovado: eles sempre irão existir.

Foram  anos  de  conflitos...  foram  séculos  de  perseguições  –  os  homossexuais  sendo
lançados em fogueiras, passando pela mão de inquisidores cruéis e sofrendo as piores torturas.
Ainda  no  século  XX,  Hitler  lançou  vários  deles,  junto  com  os  judeus  aos  campos  de
concentração,  além  da  perseguição  da  intolerância  muçulmana  que  ainda  é  grande.  Mesmo
assim,  os  homossexuais  estão  por  ai,  ainda  perseguidos,  sob  vários  aspectos,  mas  sempre
emergindo.

Daí  podemos  chegar  a  uma  breve  conclusão:  pode­se  dizimar  do  mundo  toda  a
população  homossexual  que  existe  que  novas  gerações  e  populações  de  homossexuais  irão
nascer.  Bem,  os  homossexuais  não  são  indivíduos  à  parte,  ou  um  tipo  humano  diferente,  mas
nascem  da  união  de  indivíduos  homem  e  mulher  numa  relação  heterossexual.    Ou  seja,
podemos concluir que qualquer individuo heterossexual esta sujeito a ter um filho homossexual.
E que em toda sociedade sempre existiu homossexuais e sempre vai existir. Só uma mente com
inspiração satânica como a de Hitler e de outros que existem por ai, que vestindo a carapuça de
uma falsa paz, mas que querem na verdade a guerra é que não se conformam com essa verdade.

Ou seja, a homossexualidade nunca foi uma novidade, não é e nunca irá ser.

                        Assim,  nós  podemos  compreender  que  o  sentimento  homossexual  é  um  sentimento


natural  que  existe  dentro  de  alguns  indivíduos  e  a  ciência  já  comprovou  isso.  E  que  a
homoafetividade  não  é  fruto  de  um  desvio  de  conduta  ou  de  caráter  como  muitos
pregam.  Assim,  entender  a  homossexualidade  como  um  sentimento  natural  de
pessoas que são homoafetivas pode ser o principio de uma nova forma de pensar
que  irá  possibilitar  a  quebra  de  muitos  mitos  acerca  do  tema. Porque  nem  todos  são
intolerantes  ou  querem  ser.  Ou  se  são  é  porque  estão  com  a  mente  ofuscada  por  conceitos
contrários, sem sentido, mas que podem vir a serem esclarecidos.

Intolerância no Homoafetivo

            É bem certo que a intolerância a homossexualidade ainda existe de uma maneira muito
grande, se dando no meio do ambiente heterossexual e se legitima muitas vezes até na mente do
próprio indivíduo homossexual, onde muitos deles, por absorver o preconceito contra si mesmo,
acabam não aceitando a sua própria condição, por conta dos tais mitos que a sociedade incutiu­
lhes  desde  o  seu  nascimento.  É  rara  a  criança  hoje  que  não  nasce  num  mundo  que  denigre  a
homossexualidade  com  palavras  chulas  e  torpes  que  não  valem  nem  a  pena  repetir,  de  tão
vulgares. E aos religiosos, em grande parte, se dá responsabilidade por isso porque são omissos.

Assim, o preconceito do homossexual em ser homossexual passa a ser até compreensível
porque  se  torna  um  conflito  interno  fruto  de  uma  classe  social  que  é  inferiorizada  pela  falsa
idéia do erro de uma falsa natureza e, por conseguinte, a falsa idéia do pecado.

Porque  os  valores  que  a  sociedade  produz  são,  muitas  vezes,  aparentes,  irreais  e  sem
significado,  e  por  isso  oprimem,  pois  são  incutidos  nas  mentes  das  pessoas  de  maneira
inconsciente  em  seu  processo  de  formação:  são  os  padrões  de  beleza  que  mudam  a  cada
geração, é a valorização do rico em detrimento do pobre, é a supervalorização do dinheiro e da
matéria  como  estrutura  principal  da  felicidade  em  detrimento  do  espiritual  e  ético,  é  o
casamento heterossexual visto como única forma de união afetiva, que mesmo sabendo que esta
sujeita a desavenças, contradições e separações se restringe a única forma de união afetiva onde
se consegue ver beleza. Porque o mais importante na nossa sociedade tem sido muito mais do
que a essência, a aparência das coisas. E isso ­ aparência versus essência ­ é importantíssimo,
dentro  do  objeto  da  nossa  discussão.  Porque  o  cuidado  com  a  aparência  das  coisas  e  a
insistência  em  valorizar  o  exterior  em  prol  da  essência  é  que  torna  a  sociedade  materialista,
individualista, centrada em si mesma e intolerante.

Deus nunca julgou as coisas pela aparência. Alias, Deus, apesar de conhecer tudo o que
somos  por  fora,  nos  vê,  incomparavelmente  mais,  na  essência.  Isso  é  importantíssimo,
importantíssimo,  posso  frisar,  não  só  para  se  compreender  as  escrituras  bíblicas,  mas,
também, para vivê­las. Se Deus nos visse na aparência, seu olhar seria completamente humano
a  cerca  de  nós,  não  nos  salvaria.  Ele  vê  a  nossa  alma.  Porque  o  que  somos  por  dentro  é  o  que
realmente  define  o  que  somos  por  fora.  E  não  o  contrario.  O  que  produzimos  por  fora  vem
daquilo  que  construímos  dentro  de  nós,  da  nossa  formação,  sejam  qualidades,  acertos,  erros,
valores, coisas boas e ruins.

Supervalorizar  a  aparência  ao  invés  da  essência  é  mentir.  É  definir  valores


completamente dissociados da natureza de Cristo, é pecado grave!!

Minorias e intolerâncias (Posição da maioria das Igrejas frente a
homossexualidade)

O  negro,  por  exemplo,  numa  sociedade  escrava,  a  mulher  numa  sociedade  onde  ela  não
tem  valor  algum  perante  os  indivíduos  homens,  etc.  temos  vários  exemplos  de  que  aquele
individuo  menosprezado  numa  sociedade  ou  por  sexo,  por  raça,  origem  ou  condição  social
acaba  se  considerando  um  erro  individual  e  produzindo  dentro  de  si  um  forte  sentimento  de
culpa, inferioridade e não aceitação. O negro, em conflito, acaba desejando no seu inconsciente
ser  branco,  a  mulher  acaba  acreditando  que  a  natureza  não  lhe  privilegiou  pelo  fato  de  ela  ser
uma mulher numa sociedade onde o valor esta em ser indivíduo do sexo masculino, etc.

            Assim, muitos homossexuais, também, acabam construindo dentro de si muitos
conflitos e “sentimentos de culpa” por não aceitar a sua própria natureza como se ele tivesse dolo
por nascer assim, por sentir uma natural atração sexual e sentimental por alguém do mesmo
sexo, já que ele foi criado para sentir o contrário.

Estamos  assim  acostumados  com  pregações  que  dizem  que  a  homoafetividade  não  é
fruto de uma natureza e que não podemos fazer a comparação com a discriminação étnica, por
exemplo.  Radicais,  infelizmente,  inconseqüentes  e  de  atitude  cruel  e  covarde  a  maioria  dos
pregadores tem defendido que as pessoas homossexuais não nascem homossexuais. Legitimam
a  absurda  ideia  que  os  homoafetivos  inventaram  sob  a  péssima  opção  pelo  erro  e  pelo  vício  o
desejo  sexual  pelo  mesmo  sexo.  Convalidam  essas  idéias  em  falsas  traduções  e  interpretações
bíblicas estimulando a sociedade a manter o individuo homossexual como se diz: dentro de um
armário;  sob  pena  de  exclusão  social,  ou  de  condenação  divina,  como  se  Deus  fosse  omisso,
perverso e mentiroso como eles.

Assim,  procuram  explicações  míticas  ou  místicas  para  definir  a  homossexualidade.


Defendem  suas  teses  em  argumentos  simplistas  como  por  exemplo:  do  filho  em  que  sua  mãe 
obrigava  a  lavar  pratos,  ou  a  avó  que  dengava  muito  o  neto,  ou  o  pai  que  não  deu  ao  filho  o
devido carinho e assistência, ou o demônio que se apossou de seu caráter sexual. Pior, definem o
homossexual  como  pessoa  cruel  e  destruidor  da  família  e  muitos  radicais  consideram  eles
dignos  até  de  morte.  Como  se  o  principio  para  se  ser  um  ser  humano  digno  fosse  ser
heterossexual. Como se os heterossexuais fossem bons em contradição ao homossexual que já é
por conta ruim.

Nós  sabemos  que  isso  não  tem  fundamento.  Quantas  pessoas  não  tiveram  esse  tipo  de
experiências  ou  foram  amadas  profundamente  pelos  pais  e  são  homossexuais.  Quantos
homossexuais são pessoas corretas, dignas, e trazem benefícios para a sociedade a partir do seu
trabalho  e  de  uma  postura  ética.  Como  se  não  existissem  heterossexuais  malignos,  adúlteros,
perversos, promíscuos. Alias, diga­se de passagem, a maioria das pessoas do mundo se dizem
heterossexuais.  Os  maiores  cruéis  do  mundo  se  legitimaram  em  cima  da  falsa  firmeza  da
heterossexualidade.
            É bem verdade que se o individuo tiver que ser heterossexual você pode criá­lo durante
toda infância e adolescência como homossexual, mas o lado dele heterossexual na idade adulta
irá prevalecer, e naturalmente.

            Constranger, também, o homossexual a ser heterossexual e se relacionar com uma pessoa
do sexo oposto é uma agressão. É obrigá­lo a viver uma mentira. É violentar a sua sexualidade,
destruindo seus sonhos, sua verdadeira essência sexual. É fazer isso de maneira cruel agindo no
inconsciente  do  indivíduo,  produzindo  culpas,  traumas  e  conflitos.  É  criar,  assim,  um
desequilíbrio  natural  que  reflete  tanto  no  interior  desse  indivíduo  como  no  interior  da  própria
sociedade. Melhor dizendo, aceitar a natureza homoafetiva e tentar compreendê­la faz parte de
uma  relação  de  equilíbrio  tanto  a  nível  individual  como  social.  Considerando  que  a  destruição
da  natureza  traz  desequilíbrio  ao  meio  ambiente,  não  há  também  como  mudar  a  natureza
essencial  de  cada  um  de  nós.  E  se  a  sexualidade  homoafetiva  é  natural,  desvinculá­la  de  seu
propósito natural só ira produzir esse desequilíbrio que ira refletir a partir do campo individual
atingindo  toda  uma  esfera  social.  A  família,  por  exemplo  será  a  mais  atingida.  Porque  não  há
como  se  construir  uma  família  verdadeira  debaixo  de  uma  verdade  aparente,  ou  seja,  de  uma
mentira. Dae vem os conflitos da não aceitação, dos sentimentos de culpa ou da construção de
laços aparentes mas sem raízes.          

Mas  os  intolerantes  pregam  o  contrario.  Que  a  homoafetividade  é  quem  produz    o


desequilíbrio  porque  é  anti­natural  e  a  não  aceitação  da  mesma  ira  produzir  equilíbrio.    O
equilíbrio  que  eles  pregam  a  partir  da  idéia  de  que  só  existe  natureza  heterossexual  nunca  se
conseguiu  colocar  em  pratica,  apesar  de  tanta  coerção.  Se  existisse  equilíbrio  numa  única
natureza que se pressupõe existir, heterossexual, esse equilíbrio de fato, já existiria. Mas não é
isso que nós vemos ae fora, num mundo que se diz heteroafetivo literalmente em desequilíbrio.
Que  não  só  esta  em  desequilíbrio  por  causa  da  não  aceitação  da  homoafetividade,  mas  por
causa da forma como a sexualidade tem sido construída, cheia de valores deturpados e longe da
vontade  de  Deus.  Banalizada  de  fato.  É  essa  sexualidade,  banalizada,  que  a  Bíblia  condena,
tanto em Leviticos, quanto nas cartas do Novo Testamento. Veremos adiante, que o ser humano
durante toda sua historia banalizou a sexualidade. E esse é o pecado que a Bíblia condena, sexo
vulgarizado,  sem  amor,  sem  compromisso,  sem  Deus.  Assim,  veremos  adiante  que  a
compreensão da sexualidade como algo que deve ser construído numa relação intima com Deus
se  encaminha  para  a  formação  tanto  de  um  individuo  heteroafetivo  equilibrado,  como  um
individuo  homoafetivo  equilibrado.  E  a  aceitação  e  o  respeito  mutuo  entre  as  partes.  Na
verdade,  a  sexualidade  só  tem  equilíbrio  quando  há  amor,  quando  há  a  inspiração  Divina.  Ao
contrario, se torna bem mais difícil manter um relação afetiva a dois.

 Criticamos o homem medieval, ignorante, em quase toda sua totalidade, mas repetimos
os mesmos erros, em tempos que o acesso ao conhecimento tem sido incomparavelmente maior.
A intolerância é, em parte, fruto da ignorância, da predisposição em não aceitar a mudança ou
do  medo,  mas,  também,  em  grande  parte  intransigência,  fanatismo,  extremismo,  egoísmo,
personalismo, ou seja: eu acreditar que a minha felicidade tem que ser a dos outros. Ou o medo
de  que  a  minha  felicidade  seja  invadida  por  algo  que  não  me  é  peculiar.  O  desrespeito,  assim,
pela individualidade alheia. A insistência dessa prática pode levar muitas tristezas e angustias e
a muitos casamentos aparentemente bem realizados mas sem raízes, ou sem essência. É  bom
observar  que  o  sentimento  homoafetivo  não  é  só  sexual  é,  em  especial,  afetivo,  e
muitos lidam com a prosaica idéia de o sentimento homossexual ser apenas sexual
e carnal. E se fosse somente sexual era facil de lidar, mas por ser afetivo o peso é
bem  maior,  porque  invade  a  essência  e  as  raízes  psíquicas  do  indivíduo,  algo  que
ninguém pode mudar.

            Na verdade sabemos que nós vivemos num mundo onde se pressupõe a predominância
de  indivíduos  heterossexuais  (falo  isso,  porque  só  quem  conhece  os  sentimentos  da  pessoas  é
Deus). Por isso é fácil para um heterossexual apreender a idéia de que o homossexualismo é um
erro, quando ele olha pra dentro de si mesmo somente. E se não há, nesse sentido, conflito para
sua sexualidade, porque ele esta satisfeito com a sua condição e a sociedade o aceita, o problema
do homossexual passa a não ser dele. Bem o heterossexual, ou ele é intolerante ou ele é omisso,
muitas vezes. O problema passa a ser dele quando um filho homossexual nasce, ou um irmão,
ou  alguem  que  ele  ama  e  considera;    situação  que  ele  poderá  a  partir  disso  aceitar  e
compreender, ou insistir em não aceitar, ou, como fuga, fingir não enxergar.

Nas  igrejas  a  situação  ainda  é  pior,  pois,  sob  o  domínio  de  autoridades  que
não querem saber de compreender o homoafetividade sob outro prisma, ou sequer
buscar  a  Deus  acerca  do  assunto,  preferem  à  idéia  acabada  e  pronta  de  que  o
homossexualismo  é  pecado.  Alias  é  a  única  explicação  que  se  tem  acerca  do  tema
nas  igrejas.  Como  se  isso  mudasse  a  condição  do  homoafetivo  ou  fosse  suficiente
para que ele deixasse de ser, assim como o ladrão deixa de ser ladrão, o mentiroso
deixa de mentir, o assassino deixa de cometer assassinato. Alias, fazendo comparações
grosseiras  de  homossexual  com  ladrões,  assassinos,  pedófilos,  cruéis,  perversos;  eu  já  vi
absurdos  de  uma  pessoa  dizer  sob  sua  equivocada  compreensão  bíblica  que  um  Adolf  Hitler,
um estuprador, um pedófilo, é mais justificável que um homossexual diante de Deus. Pra se ter
idéia do nível de intolerância que o homossexual esta sujeito.

Se pensarmos bem, isso vem nos mostrar que a intolerância ao homossexual é arbitraria,
fruto  de  um  valor  humano  e  não  tem  nada  a  ver  com  Deus.  Os  crentes,  que  se  dizem  filhos  de
Deus, que, obviamente, por amor, deveriam ser defesos da questão, se tornaram arquiinimigos
dela.  Mas,  mesmo  assim,  se  dizem  amigos  dos  homossexuais.  E  escondidos  em  uma  postura
que  eles  mesmos  consideram  e  se  convencem  de  “bons  samaritanos”,  se  propõe  assim  a  uma
ajuda  vã,  ­  veja  bem,  no  sentido  da  sexualidade  ­  com  palavras  vãs  e  condenações  sem
significados,  produzindo  timidez,  medos,  ameaças  e  com  falsas  ideologias  e  pregações
contrarias,  que  não  curam,  que  não  transformam,    e  que  ficam  no  campo  da  aparência.
  Contentam­se,  assim,  com  uma  cura  aparente,  que  são  manifestadas  através  de  experiências
individuais  “de  falsa  cura”.  Ou  com  a  defesa  da  absurda  idéia  de  que  o  homossexual  deve  se
manter casto. Ou seja, ele deve lançar seus sonhos nos confins do mundo para satisfazer ao ego
dos  moralistas,  porque  somente  estes  podem  ser  felizes  na  sua  vida  sentimental.  São  mentiras
encarapuçadas,  falsas  verdades  alienantes.  Por  isso  que  grande  parte  dos  homossexuais,  não
enxergando no mundo cristão, solução pratica e concreta, têm sido entregues, ao contrario, a um
mundo vil, ao mundo perdido, ao descaso, acabando por serem associados a este. Assim, como
o lado afetivo do homossexual é atingido, ele acaba não conseguindo se manter firme na igreja
ou sequer se mantém. E o que tais autoridades religiosas fazem constantemente é tomar o nome
de Deus em vão. Porque falar mentiras usando o nome de Deus é um dos maiores pecados que
existe.  Esta  ae  um  grande  cuidado  que  devemos  ter  ao  falar  daquilo  que  não  sabemos  e  não
compreendemos, ou de se misturar valores humanos a valores de Deus.

Porque  a  condenação  da  humanidade  se  dá  por  negarmos  a  Jesus  Cristo  o  Salvador  e,
assim,  negarmos  a  Deus  e  a  andar  na  Sua  presença,  da  qual  é  impossível  viver.  E,  assim,  se
andarmos em desobediência a isto essa condenação é natural, porque é natural que se eu viver
sem Jesus Cristo que é a única fonte da vida e de todas as riquezas e estarei perdido. E assim,
é obvio que a condenação não se da por eu ser homossexual. Deus nunca vai condenar ninguém
somente por ser homoafetivo. Assim, fazer­se abominável aquilo que Deus criou, fazer­se anti­
natural o que é natural, negando a natureza homossexual é pecado. É negar o que Deus criou. É
mentir  a  cerca  de  Deus.  Ao  contrario  do  que  ser  honroso  é  ser  desonroso,  sem  decoro,
inconveniente,  é  ser  estúpido  e  grosseiro,  ser  indiretamente  assassino,  produzir  falso  amor,  é
querer  ser  vigia  dos  outros,  é  querer  se  deus  dos  outros...  porque  o  amor  verdadeiro  não  se
confunde, é perfeito e esta intimamente ligado a natureza de Jesus Cristo. Não adianta eu fingir
que  amo  e  que  faço  por  amor  sendo  que  não  faço,  porque  o  verdadeiro  amor  convence.  Mas  o
falso  amor  que  quer  convencer  sob  pressão  produz  na  verdade  conflitos,  prisões,  raiva,  ódio,
intriga, mentiras, rivalidades e autoritarismo.

 Romanos 12 :9­10

9­ O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai­vos ao bem.
10­ Amai­vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo­vos em honra
uns aos outros;

Também,  o  homossexual  que  não  se  assume  não  se  envergonha  somente  de  si  mesmo,
mas  da  natureza  que  Deus  lhe  concedeu.  Envergonha­se  de  ser  integro  e  sincero.  É  tímido
e  covarde.  E  a  covardia  pode  ser  cruel.  Tão  cruel  quanto  a  intolerância,  porque  passa  a  ser
cúmplice  da  mesma.  Se  alia  a  ela.  Porque  vive  aquilo  que  a  palavra  de  Deus  mais  abomina,  a
mentira. E essa mentira ele ajuda a legitimar e ao invés de lutar pela sua própria honra, luta a
favor da sua própria desonra. E Deus se agrada de gente sincera e corajosa. Deus não se agrada
de covardes. E, assim, o homossexual que não se assume ajuda a legitimar as questões que os
intolerantes comumente tem classificado o mundo homossexual, sem questionar os verdadeiros
fatores que levam a isso.

O  mundo  homossexual  tem  sido  taxado  de  um  mundo  onde  há  a  predominância  de
grande  quantidade  de  promiscuidade.  Aliás,  como  promiscuidade  e  satanismo  combinam,
homossexualismo  e  satanismo  têm  sido  vistos  como  termos  sinônimos.  Satanás,  na
compreensão de muitos, é o grande homossexual. Dessa forma, Satanás, infelizmente tem sido o
legítimo  criador  da  homossexualidade  na  visão  de  vários  crentes.  As  igrejas  têm  manifestado
essa  visão  deturpada  categoricamente  (diga­se  de  passagem,  ele  é  o  legitimador  e  ao  mesmo
tempo o perseguidor). Como se Satanás tivesse condições de mudar o caráter sexual de alguém.
O demônio não tem poder para isso. Ele simplesmente age nas nossas concupiscências, ou seja
as  concupiscências  que  já  estão  em  nós  e  revigorando­as,  faz  manifestar:  as  nossas  malícias,
antipatias, intolerâncias, egoísmo, ignorância, perversidade, o querer ser o deus de nós mesmos
e dos outros. Essas coisas já são partes da natureza humana que é pecaminosa desde sua queda.
E se deixarmos, com certeza, elas irão reinar em nós. Mas se dermos vazão para os bons e puros
sentimentos, o amor, a compaixão, a benignidade, a boa vontade, a paciência, com certeza esses
sentimentos,  sim,  é  que  irão  reinar  nos  nossos  corações.  Bem,  isso  é  bíblico.  Assim,  pelas
mentiras,  infelizmente,  o  nome  de  Deus  que  é  bendito  eternamente,  que  é  imaculado,  puro  e
santo, tem sido profundamente confundido, e blasfemado. Porque se eu não falo acerca de Deus
aquilo que é verdadeiro, eu somente confundo as coisas pertinentes a Ele. Isso é grave. Se eu não
ajunto, eu espalho. Bem, se a homoafetividade nas igrejas não é aceita, ela acaba sendo entregue
ao descaso. E isso acaba legitimando o discurso homofóbico.

“Lançam  os  homossexuais  no  mundo...  desprezam  seus  mais  profundos  sentimentos  e
são os mesmos que, para se justificarem, dizem: 
­ Olha o que eles fazem. Afastem­se, não vos associem a eles... Esses são os sodomitas que a
Bíblia prega."

Mas quem são os verdadeiros sodomitas?

“Sodomia  é  perversidade,  idolatria,  peso  injusto,  iniquidade,  exclusao  do


pobre  e  do  oprimido,  valorizaçao  da  aparencia  em  detrimento  da  essência,
avareza,  esquecer  de  Deus,  querer  se  deus  de  si  mesmo  e  dos  outros!!  Fácil
esquecer disso tudo e centralizar na homoafetividade!!”
        
Ora,  e  se  formos  falar  de  moral,  é  somente  o  mundo  homossexual  que  esta  mergulhado
na  banalidade  sexual?  Bem,  sabemos  que  o  mundo  heterossexual  hoje  em  dia  também  esta.  O
mundo  heterossexual  não  tem  sido  exemplo  pra  ninguém.  A  promiscuidade  esta  por  todos  os
lados.  E  o  heterossexualismo  que  é  supostamente  reinante  deveria  dar  exemplo,  mas  não  tem
dado.  E  influencia  diretamente  o  homossexualismo  porque  ensina  a  promiscuidade,  a
intolerância e a exclusão. Porque se as relações homoafetivas não são valorizadas pela sociedade
seus laços acabam se tornando mais frágeis. Não há estimulo às relações afetivas homoafeitivas,
grosso  modo,  antes,  perseguição.  Alias,  é  mais  aceito,  muitas  vezes,  indivíduos  homossexuais
viverem suas sexualidades em aventuras sexuais não assumidas e mentirem a respeito da sua
identidade do que aqueles que verdadeiramente a confessam. Assim, as alianças homoafetivas
acabam se tornam delicadas por não haver aceitação do homossexual de si mesmo, nem de sua
família, nem da sociedade como um todo.

                        A  aceitação  do  filho  homossexual  dentro  de  uma  família  deveria  ser  sentida  com  a
mesma  alegria  que  se  sente  no  nascimento  de  qualquer  filho.  Deveria  também  ser  concebida
como  uma  dádiva  de  Deus.  Porque  é  uma  dádiva  do  Criador.  Mas  essa  não  aceitação  muitas
vezes produz o contrario: peso, conflito, culpa, angustia dentre outros que já sabemos. Culpa­se
a  Deus  por  isso,  como  se  Ele  quem  tivesse  errado.  Já  vi  casos  de  pais  que  entraram  em
depressão  ou  até  enfartaram  depois  de  receberem  a  noticia  de  um  filho  que  se  assumiu
homossexual. É bem certo que foram vítimas de seu próprio pecado, porque um filho apesar de
ser  nosso,  o  é  em  parte,  porque  antes  de  ser  nosso  é  de  Deus  e  alem  do  mais  tem  a  sua
individualidade  e  muitos  pais  não  entendem  isso.  Preferem  valorizar  a  pressão  social  à
felicidade do filho.

Quando  amamos  alguém  nós  o  amamos  incondicionalmente.  Amar  um  filho  é  amar
inclusive  a  sua  natureza,  seja  ela  homossexual  ou  heterossexual.  Se  eu  amo  alguém
homossexual,  eu  amo  inclusive  parte  da  essência  dessa  pessoa  que  é  o  fato  de  ela
ser homossexual;  porque eu não posso dissociá­la disso ou eu estou amando­a em
parte, e não existe amar em parte.

“Não existe amar ninguém dividindo esse ser. Ou dividindo o nosso coração.
Não existe amor em pedaços.”

O amor é inteiro. Só se ama de maneira inteira. O discurso homofóbico não é
amor mas mentira. Se se diz amor, nada faz mais do que mentir. Nada faz mais do
que um discurso que busca se justificar no medo, na timidez, na falta de coragem,
na  valorização  de  situações  que  não  são  reais,  que  não  transformam.  Porque  o
amor transforma. O ódio só destrói.

                        Sabemos,  então,  que  o  discurso  homofóbico  da  maioria  dos  cristãos  tem  sido:  ­  a
homossexualidade é pecado e contraria a lei de Deus. É um discurso que se fecha em si mesmo,
nessa única explicação ­ “a homossexualidade é pecado e Deus fez o homem e a mulher, e um
para o outro, e é isso que a Bíblia diz”. É um discurso categórico. E o pior é que consegue colocar
a própria “Pessoa de Deus” numa condição em que nem Ele sabe explicar para um homossexual
o  porquê  da  homossexualidade  ser  pecado  Para  eles  Deus  diz:  é  pecado  e  pronto  e  acabou,
mesmo  que  o  homossexualismo  exista  de  fato.  Ou  seja,  respondem  por  Deus,  envolvem  Deus
nisso,  e  ainda  chamam  Deus  de  intolerante  e  insensato.  Porque  a  gente  sabe  por  que  roubar  é
pecado, prostituir, matar... mas a homossexualidade ninguém sabe explicar. Ninguém tem um
argumento  diferente  deste.  Mas  há  somente  uma  resposta:  ­  É  pecado.  Essa  é  a  única  e
determinante resposta para se explicar a complexidade de estruturas que se precisa estudar para
se  compreender  a  homoafetividade.  É  a  única  justificativa  "simplista"  fruto  de  uma  cultura
covarde  que  quer  legitimar  a  mentira  e  a  omissão  mascarada  num  aparente  santidade  que
é falsa e moralista.

É a partir desse discurso limitado e fechado em si mesmo que muitos compreendem que
o homoafetividade é uma invenção. Bem, convenhamos, é a base da defesa homofóbica. Porque
segundo  eles  não  existem  homossexuais,  mas  somente  heterossexuais.  E  se  alguém  é
heterossexual e passa a viver um lado homossexual que, então, não existe, é porque achou graça
em  inventar  um  novo  tipo  de  sexualidade.  E  como  se  não  bastasse,  achou  graça,  também,  de
abrir mão de toda uma vida de sentimental de realizações, para que? Para agredir a si mesmo e
toda  uma  sociedade.  Porque  preferiram  ser  insanos.  Não  por  algum  motivo  óbvio  mas  porque
simplesmente resolveram ser.

             Porque, em parte, é a partir do processo de exclusão social e econômica que a sociedade
constrói em grande parte o latrocínio, a prostituição, o homicida, o pervertido. Mas o
homossexual não é fruto disso. O homossexual pervertido sim pode ser fruto do processo de
exclusão da sociedade, assim como qualquer pessoa. Assim como o mau produz frutos maus e o
bem produz bons frutos existem heterossexuais dignos e homossexuais também. Alias diga­se
de passagem a maioria das pessoas que roubam, que cometem crimes insanos, políticos
inclusive, são heterossexuais. E o discurso homofóbico é cheio de raízes de interesses classistas 
e políticos. 

             "Todo discurso homofóbico esta aliado ao fanatismo religioso, ao anti­
semitismo, ao racismo, ao ódio, à exclusão, a brutalidade, aos inquisidores, a
meias­verdades, a mentira, ao egoísmo e omissão, aos primeiros pecados da
humanidade de querer ser deus de si e dos outros e querer encontrar culpas nos
outros dos próprios pecados. COMO “DEUS” PODE ESTAR NISSO?"

Agora, uma pergunta: que pessoa, abriria mão de toda uma vida sentimental, ou
seja,  de  seus  sentimentos  tão  preciosos,  de  ser  feliz  com  alguém,  de  viver  toda  a
realização  do  seu  sonho  de  amor  para,  de  repente,  do  nada,  do  ocaso,  resolver
viver uma identidade sexual falsa? Qual a vantagem disso? Um heterossexual faria
isso?

                        O  discurso  homofóbico  perpassa  o  âmbito  da  razão,  da  ignorância  e  da


violência  legitimada  através  do  desrespeito  ao  outro  em  nome  de  uma  noção
equivocada de moral. Pior, fazendo tudo isso em nome de Deus.

Porque  o  homofóbico  quer  mesmo  é  que  os  outros  sejam  felizes  segundo  aquilo  que  ele
mesmo define que é felicidade. Mas, nem todo mundo é igual. Somos iguais em alguns aspectos,
mas diferentes em muitos outros. Do que eles têm medo? De os homoafetivos obrigarem a todos
a  serem  homossexuais?  Muito  pelo  contrario,  os  intolerantes  é  que  querem  obrigar  os
homoafetivos a serem heterossexuais, e não o contrario.

            A natureza homoafetiva é indiscutível no aspecto racional. Mesmo assim a perseguição
aos homossexuais ainda tem existido de maneira sutil e mascarada, dentro das igrejas.

Até  quando?  Nós  crentes  devemos  ser  perseguidos  ou  perseguidores?  O  que?  Nos
uniremos  aos  católicos  medievais  e  aos  muçulmanos  intolerantes,  que  lançaram  centenas  de
homossexuais à morte e até hoje os perseguem? Seremos cúmplices de Adolf Hitler, que mandou
centenas de homossexuais, junto com os judeus aos campos de concentração? Alem de outros?
Teremos de dar conta disso tudo a quem, aos homens ou a Deus? Levaremos em conta o amor
ou a intolerância e opressão?

            Nos uniremos aos opressores ou aos oprimidos? Somos cristãos ou o que? A intolerância
esta do nosso lado e não percebemos... a violência e a guerra também. Dela podemos fazer parte
sem perceber.

            Muitos pregam que a homoafetividade é pecado e defendem essa ideia sob o pretexto de
que manifestar oposição a ela é estar produzindo a paz e justiça. Mas não há como fazer isso
sem incitar guerra, ódio e exclusão. Uma coisa não se dissocia da outra por mais que se queira.

BIBLIA E HOMOSSEXUALIDADE
Sexualidade, Bíblia e História

            Existe uma visão comum que na Antiguidade o homossexualismo era mais aceito. Isso
não  é  totalmente  errado,  mas  dependia  muito  da  situação  em  que  estava  inserida  a  pratica
dentro  de  cada  sociedade.  Alias,  a  pratica  sexual  no  geral  e  os  seus  valores  eram  na  verdade
definidos de maneira singular de acordo com as varias e diferentes culturas. Inseriam­se assim,
tanto as praticas heterossexuais como as praticas homossexuais.

Eram  sem  números,  os  diferentes  modelos  de  sociedades  na  Antiguidade  que
produziram  inúmeras  formas  de  culturas  e  costumes.  Hoje,  sem  negar  a  variedade  de  culturas
que  existem,  há  um  processo  grandioso  de  aculturação  como  nunca  houve  no  mundo.  Nós
vivemos num mundo globalizado onde a informatização e a facilidade de transporte possibilita
o contato fácil com os diversos tipos de cultura existentes. E isso facilita intercambio de idéias e
costumes  como  nunca  houve  em  tempos  passados.  O  que  era  mais  difícil  em  épocas  passadas
onde as sociedades ficavam presas ao seus próprios costumes e entendimento de mundo porque
haviam muito mais dificuldades de contatos entre os povos.

            Hoje, também, além do mundo globalizado temos uma sociedade laica, onde a política
tende  a  estar,  graças  ao  Céus,  desvinculada  do  âmbito  religioso.  Também  uma  novidade  que
vingou nos últimos séculos na Idade Contemporãnea porque desde que o homem existe todas as
sociedades  historicamente  conhecidas,  sem  exceção,  as  sociedades  da  Pré­históricas,  na
Antiguidade,  Medievais  e  Modernas  os  seus  valores  se  construíam  de  maneira  intimamente
ligados  à  religiosidade.  Nem  a  filosofia  grega  quando  surgiu  na  época  extremamente  critica  e
inovadora conseguiu separar a religião da política. Ela vai conseguir isso séculos depois quando
resgatada  a  partir  do  Iluminismo  vai  influenciar  os  movimentos  liberais  das  políticas  das
épocas moderna e contemporânea.

            Assim, quando a ciência não havia se desenvolvido e, por isso, não estava no centro da
sociedade,  era  a  religião  o  centro  e  esta  criou  os  chamados  “mitos”.  Os  mitos,  produzidos
historicamente e de maneira inerente ao contexto de cada sociedade em si expressavam a forma
de  pensar  e  a  visão  de  mundo  das  gentes  na  Antiguidade.  Os  mitos,  assim,  eram  quem
explicavam  a  vida  e  a  existência.  Cada  sociedade  definia  a  vida,  o  aparecimento  de  todas  as
coisas, os deuses, a sociedade, a fertilidade da terra, e todas as coisas, a partir do mito. Assim, o
mito na Antiguidade, intimamente vinculado ao pensamento religioso, passava a explicar tudo,
as estrelas, a terra, o nascimento das plantas, os sentimentos, a alma humana, a religiosidade,
além  do  sexo.  Dessa  forma,  criava  valores  sociais,  econômicos,  políticos  e  culturais  que
acabavam por subjugar a vida de cada indivíduo social.

Assim,  podemos  compreender  que  na  Antiguidade  a  sexualidade  e  os  valores  que  a
envolviam  estavam  muito  mais  aliados  à  cultura  e  aos  costumes  da  época.  E  não  somente  a
homossexualidade como qualquer outra relação sexual ou afetiva. Além disso, para se entender
a homossexualidade ou heterossexualidade nessa época deve­se estudar cada sociedade no seu
contexto bem particular. Ou seja, não se pode compreender a sexualidade na Antiguidade num
sentido  generalizado  mas  num  sentido  bastante  complexo.  Algumas  sociedades  aceitavam  as
relações  homossexuais  de  boa  mente,  outras  aceitavam  essa  pratica  somente  em  meio  às
guerras,  outras,  quando  era  praticada  entre  tutores  e  adolescentes.  Bem  verdade,  que
generalizadamente  os  valores  que  cerceavam  as  uniões  tinham  uma  relaçao  com  a  fertilidade,
pela  necessidade  de  crescimento  populacional  e  a  subsistência.  Mas  eram  bem  diferentes  dos
nossos.  E  cada  sociedade  definia  esses  valores  de  maneira  distinta  umas  das  outra.  Se  havia
alguma  proibição  quanto  a  relaçoes  sexuais  não  estavam  envolvidas  de  valores  morais  como
existem hoje.

Assim,  a  necessidade  de  crescimento  populacional  acabou  valorizando  a  fertilidade  e  a


capacidade  de  gerar  filhos,  porque  as  diferentes  civilizações  viviam  em  constantes  guerras  e
lutas  e  era  necessário  um  número  de  indivíduos  quanto  maior,  que  garantisse  segurança  e
vitórias. A mulher passou entao a ser vista como reprodutora.

Podemos  então  compreender  que  a  sexualidade  na  Antiguidade  não  pode  ser  vista  de
maneira alguma com a visão que temos hoje. Ela não era embutida do mito religioso que existe
no  mundo  atual.  A  ideia  de  relacionar    homossexualidade/pecado  se  deu  somente  a  partir  da
Idade  Média  quando  o  catolicismo  institucional  abarcou  esse  ideia  e  passou  a  influenciar  as
igrejas que se chamam cristãs. Mas antes disso era vista, de modo geral, de uma maneira bem
mais natural. E se não era visto, como já disse, não era um valor moral pura e simplesmente que
definia a não aceitação, era um valor que estava atrelado a outros fatores, não o de pecado em si
segundo a noção que temos de pecado.

Na  Antiguidade,  assim,  como  todas  as  sociedades  eram  teocêntricas  (os  valores
religiosos influenciavam toda a sociedade), a sexualidade era algo que tinha uma relação direta
com o pensamento religioso; era um valor que estava atrelado ao indivíduo e sua relação com o
templo. Porque o templo era o centro da vida da sociedade e tudo se voltava para ele. Exemplo:
no  Egito,  o  culto  a  Faraó  o  os  mitos  que    cerceavam  e  legitimavam  essa  pratica  se  tornaram  o
centro da vida dos povos daquela sociedade. Assim, essa forma de culto passou a ser aquilo que
dava sentido a tudo que existia no seio da sociedade, desde o trabalho até as mínimas atitudes
nas relações sociais.

Portanto,  não  estão  de  fora  desse  contexto  as  relações  sexuais,  onde  estas  eram
consideradas uma dádiva proveniente das divindades, e  passaram a ser praticadas com forma
de dádivas a elas. Não somente isso, o sexo era considerado algo participante ativo do processo
de  vida  e  criação.  Faraó  lançava  o  sêmen  nas  águas  do  Nilo  em  cerimônia  como  forma  de
legitimar  a  crença  de  que  isso  produziria  abundância  e  prosperidade.  Também  eram  comuns
cerimônias onde ele fazia sexo e orgias em público, com participação ativa da população.

Se  tornou,  assim,  comum,  mas,  tambem,  honroso,  não  somente  no  Egito,  como  em
varias  outras  sociedades,  que  as  relações  sexuais  fossem  praticadas  como  uma  oferta  aos
deuses.    Na  verdade,  tudo  era  considerado  no  mundo  gentílico  uma  dádiva  dos  deuses  e  em
contrapartida  uma  oferta  a  eles:  a  vida,  a  prosperidade,  a  chuva,  o  sol,  e  todas  as  coisas,
inclusive o sexo. E dentre os costumes de se fazer sexo em oferenda aos deuses estava, inclusive,
o  de  se  prostituir  e  oferecer  o  dinheiro  fruto  dessa  prostituição  às  divindades.  Era  comum  em
muitas sociedades,  incesto, o sexo entre homens e animais e com crianças. E, nesse propósito,
não se distinguia heterossexualidade ou homossexualidade. Os homens e mulheres respeitados
na  sociedade  faziam  isso  comumente.  E  dentre  esses  atos  sexuais  estavam  os  atos
homossexuais  e  heterossexuais.  E  independentemente  de  valores  morais  as  pessoas  eram
muitas  vezes  obrigadas  a  praticar  tais  atos  pra  serem  valorizadas  ante  a  sociedade,  sejam
pessoas  com  natureza  heterossexuais  ou  homossexuais.  Sendo  que  na  sua  maioria  eram  o
heterossexuais quem estavam submetidos a essa cultura praticando relações tambem de cunho
homossexual.

Dentre  as  praticas  sexuais,  é  necessario  salientar    a  de  se  violentar  inimigos  de  guerras
para se mostrar superioridade. Esses costumes principiaram desde sociedades mais antigas e se
estenderam  ate  o  Império  Romano.  Era  comum  nos  exércitos  quando  soldados  praticavam
arbitrariamente  contra  seus  inimigos  o  estupro  em  adoração  aos  deuses  e  divindades  em
agradecimento as vitórias sem se preocupar com a natureza sexual de ninguém.

Assim,  para  se  compreender  as  leis  do  Velho  Testamento  bíblico  deve­se  resgatar  ou  se
compreender quais os costumes tantos egípcios quantos das sociedades que estavam em volta,
dos  quais  o  povo  hebreu  na  época  estavam  profundamente  sujeitos  a  serem  influenciados  e
assim poder entender os objetivos de Deus. Porque o que Deus lhes dizia se tratava de algo bem
familiar. E para nós de cultura bem diferente que vivemos uma historia diferente, se tentarmos
compreender  as  coisas  da  epoca  a  partir  da  nossa  visao  de  mundo  alcançaremos  noções
deturpadas. Temos que tentar compreender nos transportando para o homem daquele tempo.

Concluimos  assim,  que  a  sexualidade  nas  varias  sociedades  da  Antiguidade  se  tornou
algo vinculado a religiosidade que definia os seus valores e  significados. Sacerdotes chamados
“prostitutos  cultuais”  eram  preparados  desde  a  infância  para  estarem  nos  templos.  Era  parte
parte dos rituais o costume de durante os cultos às divindades a pratica de orgias. As mulheres
ou  homens  honrados  na  sociedade  tinham  relações  sexuais  com  esses  sacerdotes  considerados
pontes entre os homens e as divindades.

Essa  compreensão  da  cultura  das  relações  sexuais  na  Antiguidade  é  importantíssima
para  se  entender  a  que  os  textos  bíblicos  se  referem  quanto  a  atos  sexuais  homossexuais  e
heterossexuais também. Podendo ser paralelo entre a cultura da Antiguidade e uma relação mais
significativa  para  a  compreensão  dos  textos  bíblicos.  Podendo  ainda  construir  valores
profundos e significativos a cerca de Deus e a sexualidade.

Como deve ser feita a leitura bíblica:

Existe  um  erro  enorme  que  muitos  crentes  cometem  ao  interpretarem  a  Bíblia  quando
consideram versículos separados e os tomam como verdade máxima sem considerar o contexto
pelo  qual  tal  versículo  esta  vinculado.  A  Bíblia  tem  que  ser  compreendida  num  contexto  geral,
porque ela é um tôdo harmônico. Além disso, cada versículo esta vinculado a uma ideia central
de cada texto ou capítulo que tem que ser rigorosamente respeitada. Além disso, muitas pessoas
tem  a  dificuldade  de  compreender  que  a  Bíblia  é  um  livro  histórico  e  foi  escrita  dentro  de  um
contexto  histórico  e  cultural,  num  mundo  completamente  diferente  do  nosso.  Não  se  pode
compreender  a  Bíblia  a  partir  do  nosso  mundo,  mas  ao  contrario,  deve­se  ir  ao  passado,
compreender as ideias e visões de mundo da época, culturas e valores e trazer para o presente.

Um  historiador  quando  quer  compreender  uma  época  ele  só  consegue  compreende­la
verdadeiramente vivendo a época, interagindo com ela. Como viver a cultura de um índio sem
interagir  com  essa  cultura,  vivenciado­a.  Muitos  antropólogos  para  compreender  culturas
indígenas convivem com os indivíduos da tribo e tentam de todas as formas se despirem da sua
própria  cultura  convivendo  meses  com  a  tribo;  usando  suas  roupas,  comendo  seu  tipo  de
alimento,  participando  de  cultos  e  festividades.  Fazem  isso  para  construir  um  olhar  de  dentro
pra dentro e não de fora pra dentro. Um olhar de fora pra dentro certamente será equivocado.

Assim  na  leitura  bíblica,  como  compreender,  por  exemplo,  a  mentalidade  de  Paulo  sem
viver o mundo de Paulo historicamente falando? Certamente o mundo de Paulo era inteiramente
diferente do nosso. Existiam coisas naquela época que não existem hoje tanto em termos de vida
pratica como de valores culturais, sociais, políticos, como até mesmo de linguagem.

Além  disso,  os  textos  bíblicos  já  passaram  por  varias  traduções.  São  varias  as  edições
que  constroem  termos  em  cima  de  termos,  equivocando  as  expressões  e  que  acabam
modificando profundamente a capacidade de compreensão de determinados textos e impedindo
algo importantíssimo no estudo da palavra: a capacidade de se fazer relações. E como a Biblia é
um  tôdo  harmônico  em  si  mesmo,  isso  acaba  desarmonizando  e  trazendo  conflito  no
entendimento  dos  textos  e  valores  bíblicos.  Tendo  assim  como  consequência  compreensões
equivocadas de Deus e da Palavra. Assim, é bem melhor buscarmos compreender as traduções
mais originais e fazer relações entre as varias traduções.

O entendimento da Palavra tem que haver conexão com o mundo real e significativo, ou
seja é coerente com a realidade. Não devemos nos prender a uma verdade insana (sem respostas
e  significados),  e  sem  conexão  com  o  mundo  real.  As  coisas  de  Deus  têm  respostas.  Por  isso
devemos  buscar  compreender  a  Palavra  em  toda  a  sua  essência  e  buscarmos  a  Deus  e  sermos
críticos.  Isso  não  é  pecado.  Deus  jamais  ira  nos  condenar  quando  somos  sinceros  e  o  nosso
compromisso  é  com  a  verdade.  Afinal  de  contas  são  muitas  as  vozes  e  quem  deve  ser  nosso
Maravilhoso Conselheiro é o Senhor Jesus Cristo.

Sodoma e Gomorra – quem são os verdadeiros Sodomitas???

 
“Sodomia é perversidade, idolatria, peso injusto, iniquidade, exclusao do pobre e do oprimido, valorizaçao da aparencia em detrimento da

essência, avareza, esquecer de Deus, querer se deus de si mesmo e dos outros!! Fácil esquecer disso tudo e centralizar na homoafetividade!!”

 
            Hoje, culturamente falando, as relações estão muito mais aliadas à ideia do romantismo,
ou seja, as pessoas querem se relacionar e se realizarem de uma maneira que tem muito mais a
ver com a paixão, ou o desejo romântico, afetivo, o sonho de encontrar alguém, sua cara metade
e  ser  feliz.  É  a  ideia  de  relação  afetiva/sexual  no  mundo  de  cunho  ideológico  inconsciente  que
tem  uma  relação  direta  com  a  economia  capitalista.  Não  que  na  Antiguidade  isso  não  existia,
mas na Antiguidade a pressão social era outra. As máscaras eram construídas a partir de outros
valores.  No  mundo  capitalista,  por  exemplo,  as  questôes  econômicas  influenciam
profundamente  as  relações.  Nas  discussões  a  cerca  da  valorização  da  família,  por  exemplo,  a
preocupação é muito maior com os bens, essa é a condição que mantém muitos casamentos. Por
isso  muitos  políticos  demagogos  aproveitam  o  discurso  em  favor  da  família.  Discurso
aparentemente correto, mas sem significado coerente com o mundo real e significativo.

            E esse romantismo nos dias atuais, é algo que fica muito no âmbito da aparência onde o
adultério é algo que tem se tornado comum, além da banalização da figura da mulher na mídia.
E  não  falta  gente  batendo  palmas  e  estimulando  a  pornografia  explicita  que  tem  sido
colocada em prática. Não falo da pornografia por trás das paredes, mas a que tem sido explicita
nos  meios  de  comunicação,  em  outdoors,  nas  revistas,  nas  danceterias  e  que  tem  sido  aceita
veemente  pela  sociedade,  grosso  modo.  Porque  é  raro  quem  critique.  Ou  que  aponte  novos
valores. Já fomos obrigados a nos acostumar.

O discurso homofóbico, em muitos casos, tenta legitimar­se em favor da intolerância ao
homossexual,  mas  aceitando  a  promiscuidade  no  âmbito  heterossexual:  o  adultério,  a
banalização  da  mulher,  a  fornicação,  etc.  Porque  o  que  existe  concentrado  em  termo  de
valorização  da  promiscuidade  tem  sido  comumente  aceito  no  âmbito  heterossexual,  mas
quando se fala de um amor verdadeiro entre duas pessoas do mesmo sexo passa a ser motivo de
escândalo. A sociedade tem tido comumente o mau costume de trocar os valores. E
isso se faz também na interpretação da Bíblia aceitando aquilo que somente lhe é
conveniente,  ou  aquilo  que  pode  aguçar  moralismo.  No  Brasil,  por  exemplo,
noticias de corrupção e violência já se tornaram comum, nem escandalizam mais.
Mas um beijo de amor entre dois homens em novela acaba assustando bem mais. E
os  políticos  adoram  valorizar  esses  últimos  para  fazer  o  povo  se  esquecer  desses
primeiros. E indiretamente muitos que se dizem filhos de Deus ajudam a amparar
tantas farsas.

Não existe maior erro de interpretação bíblica que se tem feito até hoje por muitos como
ao  que  se  refere  à  destruição  de  Sodoma  e  Gomorra.  São  comuns  as  pregações  que  faz
analogia à ira de Deus sobre essas cidades devido ao homossexualismo. Cometem­se, assim, o
erro  grosseiro  de  até  dizerem  que  a  destruição  dessas  cidades  por  Deus  se  deu  por  único  e
exclusivo  motivo:  o  homossexualismo  que  ali  existia.  É  muita  falta  de  estudo  e  de  insistência
numa  condição  onde  as  pessoas  preferem  por  comodidade  reproduzir  a  mentira  e  a
interpretação equivocada de alguns textos bíblica sem sequer buscar compreender o contexto na
sua veracidade.

Porque  a  verdade  é  algo  que  Deus  ama  a  verdade  intimamente,  mas  parece  que  muitos
crentes  preferem  a  mentira  e  a  omissão.  Porque  falta­lhes  coragem  para  buscar  a  verdade,
pesquisar,  construir  novos  argumentos,  orar  a  cerca  do  assunto,  pedir  ao  Deus  Vivo
esclarecimento; Ele que é o único que pode responder aos nossos questionamentos e quer trazer
a  tona  a  verdade.  Muitos  não  tem  coragem  de  compreender  assuntos  mais  complexos,  ou  seja,
são  tímidos,  tem  mêdo,  porque  estão  presos  ao  homem  e  a  valores  que  não  são  de  Deus.  E  a
falta de coragem também é pecado, porque produz a omissão, porque produz mentira. Porque é
mais  fácil  eu  omitir  do  que  encarar  a  sociedade.  É  mais  fácil  eu  ser  tímido.  Por  que  o  que
importa é buscar subterfúgios para se legitimar dentro de um discurso que já esta fechado em si
mesmo. E sendo em nome de Deus, melhor ainda, mesmo que seja mentindo e fingindo que a
mentira seja uma grande verdade. Mas Deus abre portas onde não há portas e fecha portas que
estão abertas e ninguém abre. Essa é a esperança dos justos. Deus é a verdadeira justiça que há
de se manifestar plenamente. E não há verdade que esteja para sempre encoberta e que não haja
de se manifestar. Nesse aspecto se da a compreensão da homoafetividade como criação e projeto
de amor de Deus.

Para  se  compreender  a  destruição  das  cidades  impenitentes  é  preciso  fazer  relações  do
histórico de Gêneses com outros textos bíblicos que abordam também o assunto.

Em Mateus 10:5­15

      “5  ­  Jesus  enviou  estes  doze,  e  lhes  ordenou,  dizendo:  Não  ireis      pelo  caminho  dos  gentios,
nem entrareis em cidade de samaritanos;

6 ­ Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel;

7 ­ E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.

8  ­  Curai  os  enfermos,  limpai  os  leprosos,  ressuscitai  os  mortos,  expulsai  os
demônios; de graça recebestes, de graça dai.

9 ­ Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos,

10  ­  Nem  alforjes  para  o  caminho,  nem  duas  túnicas,  nem  alparcas,  nem  bordão;  porque
digno é o operário do seu alimento.

11 – E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja digno,
e hospedai­vos ai ate que vos retireis.

12 – E, quando entrardes nalguma casa, saudai­a;

13 – E, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para
vós a vossa paz.

14  –  E  se  ninguém  vos  receber,  nem  escutar  as  vossas  palavras,  saindo  daquela  casa  ou
cidade, sacudi o pó dos vossos pés.

15 – Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e
Gomorra do que para aquela cidade.”

Outras  passagens  da  Bíblia  afirmam  a  mesma  coisa  de  maneira  bastante  clara.  Há  outras
referências bíblicas menos diretas a Sodoma:

Em Isaías 1:10­17

“10  ­  Ouvi  a  palavra  do  SENHOR,  vós  poderosos  de  Sodoma;  dai  ouvidos  à  lei  do  nosso
Deus, ó povo de Gomorra.

11  ­  De  que  me  serve  a  mim  a  multidão  de  vossos  sacrifícios,  diz  o  Senhor?  Já  estou  farto
dos  holocaustos  de  carneiros,  e  da  gordura  de  animais  cevados;  nem  me  agrado  de  sangue
de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.

12 ­ Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que
viésseis a pisar os meus átrios?

13 ­ Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e
os  sábados,  e  a  convocação  das  assembleias;  não  posso  suportar  iniquidade,  nem
mesmo a reunião solene.

14  ­  As  vossas  luas  novas,  e  as  vossas  solenidades,  a  minha  alma  as  odeia;  já  me  são
pesadas; já estou cansado de as sofrer.

15 ­ Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que
multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de
sangue.

16  ­  Lavai­vos,  purificai­vos,  tirai  a  maldade  de  vossos  atos  de  diante  dos  meus
olhos; cessai de fazer mal.

17  ­  Aprendei  a  fazer  bem;  procurai  o  que  é  justo;  ajudai  o  oprimido;  fazei
justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.”

Em Isaías 3:9

“9 ­ O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e publicam os seus pecados, como Sodoma; não
os dissimulam. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.”

Em Jeremias 23:14

“ 14­ Mas nos profetas de Jerusalém vejo uma coisa horrenda: cometemadultérios, e andam
com  falsidade,  e  fortalecem  as  mãos  dos  malfeitores,  para  que  não  se  convertam
da  sua  maldade;  eles  têm­se  tornado  para  mim  como  Sodoma,  e  os  seus  moradores  como
Gomorra.”

Em Sofonias 2:8­11

“8  ­  Eu  ouvi  o  escárnio  de  Moabe,  e  as  injuriosas  palavras  dos  filhos  de  Amom,  com  que
escarneceram do meu povo, e se engrandeceram contra o seu termo.

9 ­ Portanto, tão certo como eu vivo, diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, Moabe será
como Sodoma, e os filhos de Amom como Gomorra, campo de urtigas e poços de sal, e desolação
perpétua; o restante do meu povo os saqueará, e o restante do meu povo os possuirá.

10  ­  Isso  terão  em  recompensa  da  sua  soberba,  porque  escarneceram,  e  se
engrandeceram contra o povo do SENHOR dos Exércitos.

11  ­  O  SENHOR  será  terrível  para  eles,  porque  emagrecerá  todos  os  deuses  da  terra;  e  todos
virão adorá­lo, cada um desde o seu lugar, de todas as ilhas dos gentios.”

E em Ezequiel 16: 49­50 ainda se diz:

“49  –  Eis  que  esta  foi  a  maldade  de  Sodoma,  tua  irmã:  Soberba,  fartura  de  pão,  e
abundancia  de  ociosidade  teve  ela  e  tuas  filhas;  mas  nunca  esforçou  a  mao  do
pobre e necessitado.”

            Os termos em negrito mostram verdadeiramente quais os pecados de 
Sodoma  e  Gomorra.  Agora  pergunto,  porque  os  “ditos  grandes  homens  de  Deus”  desprezam
isso?  Pra  começar,  se  Deus  destruísse  Sodoma  e  Gomorra  por  causa  do  homossexualismo,  ele
não  destruiria  Sodoma  e  Gomorra,  cidades  extremamente  populosas  e,  claro,  as  relações
heterossexuais  existiam  ali  em  maior  número,  com  certeza.  Se  Deus  destruísse  por  causa  da
homossexualidade Ele não só destruiria Sodoma e Gomorra, mas todas as sociedades existentes
na época. Ele destruiria o mundo.

Compreender  que  o  pecado  de  Sodoma  e  Gomorra  esta  na  homossexualidade  somente
pelo fato de que os homens das cidades queriam possuir os anjos que foram ao encontro de Ló é
uma explicação resumida e simplista frente a complexidade de condições que determinaram a
destruição dessas cidades.

Porque então os homens de Sodoma queriam violentar os anjos? Para colocar em pratica
o  costume  que  já  exploramos:  de  mostrar  superioridade.  Porque  eram  maus,  preconceituosos
com estrangeiros, presunçosos e perversos.
O que fez com que Deus destruísse as chamadas cidades impenitentes é o que acontece
hoje no mundo a olhos vistos. Perversidade, crueldade, falta de amor, promiscuidade, adultério,
mentira, insensibilidade ao outro, idolatria. E essas são características que têm se manifestado
no mundo e no ser humano. Alem do desejo do homem de ser deus de si mesmo e dos outros.
Algo que se relaciona diretamente com o primeiro pecado original, o homem querendo ser igual
a Deus.

E  o  exemplo  de  Sodoma  e  Gomorra  deve  ficar  para  nós  de  maneira  integra  e  não
equivocada.  O  desvio  da  palavra  em  colocar  a  destruição  de  Sodoma  e  Gomorra  na
homossexualidade  acaba  mascarando  os  verdadeiros  pecados  daquela  sociedade,  ficando  um
exemplo  deturpado  pra  nós.  Porque  a  soberba  tem  sido  característica  daqueles  que  omitem  a
palavra  de  Deus  e  não  tem  coragem  de  explanar  a  verdade  e,  assim,  ao  invés  de  libertarem,
algemam.  Idólatras  que  negam  a  Cristo  omitindo  a  verdade  e  desviando  a  palavra  de  Deus  do
seu  verdadeiro  propósito.  Fazer  isso  significa  bem  justificar  determinados  pecados  em  função
da criação de outros valores convenientes. Não podemos negar que a palavra Abominação é tudo
o  que  nega  Cristo  e  sua  natureza.  Tudo  que  tira  Cristo  do  centro  da  adoração  e  do  louvor.  E
assim  tudo  o  que  se  pode  falar  erroneamente  a  respeito  da  pessoa  do  Senhor  é  mentira  e  nega
Ele. Apresentando outra pessoa que não é o verdadeiro Cristo Jesus: humilde, amoroso, sensível
e justo. Deus se agrada em ser visto como Ele é. O maior juízo de Deus cairá com certeza sobre
aqueles  que  mentem  a  cerca  d’Ele  falando  o  que  não  sabem,  sem  experiências,  mentindo  por
conveniência, dinheiro, omissão, juízo de valores próprios, e no final das contas fazendo justiça
usando de sua própria noção de justiça e ainda envolvendo Deus nisso. Negam justiça ao justo e
justificam a injustiça do ímpio por estarem presos a laços humanos e não de Deus.

O  mito  da  analogia  entre  Sodoma  e  Gomorra  ­  homossexualismo  e  ira  de  Deus  ­  é
argumento  para  muitos  crentes  que  se  tornam  defensores  de  uma  postura  anti­
homossexualismo  e  falsa  libertadora  a  partir  da  vã  filosofia:  libertação  ao  homossexual  pela
palavra  de  Deus.  E  assim,  defendendo  a  causa  anti­homossexual  (legitimando  a  pratica
homofóbica)  muitos  crentes  constroem  toda  uma  vida  de  trabalho  onde  no  final  das  contas  a
impressão  que  se  tem  é  que  eles  compreendem  e  se  dão  a  compreender  que  a  salvação  ou
perdição  do  homem  se  limita  ao  fato  de  ser  ou  não  ser  homossexual,  simplesmente.  Uma
postura  na  qual  se  da  a  impressão  de  que  eles  entendem  que  a  base  de  toda  problemática
humana  esta  no  fato  de  existiram  homossexuais.  Resolvendo­se  isso,  resolve­se  tudo.
Insensatos!

Como que Deus vai libertar aquilo que já está liberto? A liberdade do homossexual esta
em acreditar que o seu sentimento é natural e que é obra da criação de Deus. Esta em quebrar os
seus mitos. De buscar a Deus, e concretizar Seu propósito naquilo que Ele mesmo quer colocar
em  prática  na  vida  de  cada  homossexual,  individualmente.  É  preciso  entender  isso:  se  Deus
criou  o  homossexual,  é  porque  Ele  tinha  um  propósito  nisso.  De  amor,  com  certeza.  E  fazer
dessa benção, de ser homossexual, algo para glória de Deus. E não instrumento de aflição pra si,
pra  ninguém.  E  ter  em  Deus  a  direção  e  a  realização  de  um  sonho  de  realização  que  antes  e
acima  de  tudo  é  sonho  de  Deus,  e  se  concretizaria  na  vida  de  parte  da  humanidades.  É  isso
mesmo,  acreditar  que  ser  homossexual  é  uma  benção,  é  um  presente  de  Deus.  É  acreditar  que
Deus pode tornar isso realidade.
Mas se o homossexual não tem ouvido a Deus, mas essa sociedade hipócrita, intolerante
é  por  que,  ao  contrario  tem  sido  levado  por  ventos  tão  contrários  e  se  distanciado  tanto  dos
maravilhosos projetos de Deus pra sua vida. E vivido tristezas, contradições, porque acaba não
aceitando  a  sua  própria  natureza.  Falta­lhes  apoio,  e  assim,  falta­lhes  fé.  Muitos  são  os
homossexuais que não tem coragem de se assumir e vivem de aparência enganando a si e aos
outros.  Cria­se  valores  no  seio  do  próprio  homossexualismo,  uns  se  achando  melhores  que
outros, legitimando toda essa onda de hipocrisia homofóbica. Ao invés de se unirem dispersam­
se e enfraquecem­se.

A  escravidão  no  Brasil  não  tinha  força  pra  vencer  a  onda  de  opressão  e  jugo  que  estava
sobre  ela.  A  explicação  esta  em  grande  parte  pela  rivalidade  que  existia  no  seio  da  própria
escravidão.  Sem  perceber  se  auto­legitimava  pelo  preconceito  e  rivalidade  que  existia  no  meio
dos  próprios  escravos.  O  escravo  se  achava  melhor  que  outro  ou  por  condição  ou  por  raça.
Assim, se pode compreender que no seio do homossexualismo se vê, infelizmente, que o próprio
homossexual  é  preconceituoso  e  classista  para  seu  próprio  prejuízo.  Como  se  isso  pudesse
modificar sua condição e natureza. Deus com certeza não se agrada disso.

Há também uma tese bem interessante a cerca do entendimento do castigo de Sodoma e
Gomorra  centralizada  na  na  falta  de  hospitalidade.  Ela  se  torna  bastante  significativa  quando
direcionamos ela a um significado profundamente espiritual, que se relaciona bem com o texto
de  Mateus  10:  5­15.  A  falta  de  hospitalidade  no  sentido  espiritual  fala  justamente  do  caráter
exclusivista. Quando excluímos alguém, por ser estrangeiro, diferente, sem aparência. Estamos
agindo  como  os  de  Sodoma  e  Gomorra.  Sabemos  que  Sodoma  e  Gomorra  eram  cidades
prósperas e abastadas em meio a regiões desérticas e varios outros povos que viviam ao redor.
Essas  cidades  costumavam  ao  invés  de  abrigar  os  extrangeiros,  constrangiam­nos  e  os
expulsavam  lançando­os  no  deserto.  Isso  significava  deixa­los  morrer  de  sede,  de  fome,  sem
amparo, sem ajuda. 
Há  como  se  fazer  uma  analogia  a  postura  dos  sodomitas  ao  papel  de  muitos  religioso  quando
desprezam  determinadas  pessoas  pela  aparencia,  por  serem  homossexuais,  condição
econômca,  dentre  outros.  Também  expulsar  pessoas  da  igreja,  fazendo  acepção,  é  deixa­las  no
mundo, sem amparo sem ajuda com fome e sede espiritual. Ha que considerar que fazendo isso
estamos julgando e vivendo um falso evangelho. Nós não somos donos do evangelho, não somos
donos da benção e nem da salvação. Quem é dono de tudo isso é o Senhor. Temos sempre que
lembrar  disso  e  não  confundir  a  benignidade  e  generosidade  de  Deus  que  nos  é  oferecida
achando que somos melhores do que alguem.
Dessa forma pergunto quem são os verdadeiros Sodomitas?

Levíticos e Romanos
     
        "Tempos atras eu vi um Pastor na iminência da chegada de uma igreja inclusiva em Vitória, diante de uma grande congregação ler Romanos 1
(20­32) inteirinho para justificar a idéia de que a homoafetividade é pecado. Não sei qual era o receio dele,  e nem qual a circunstância que ele se

sentiu ameaçado... mas ele leu com tanto afinco o texto que parecia que só ele tinha acesso a esse texto e que era uma grande novidade o que lia... ele

não explicou nada a cerca do texto, simplesmente leu, como se isso fosse suficiente... como se isso demonstrasse que ele era uma pessoa cheia de

sabedoria, discernimento e zeloso de Deus."
            Antes  de  entrarmos  no  contexto  de  Levitícos  e  Romanos,  livros  que  no  senso  comum
aborda  a  homossexualidade  como  pecado,  é  necessário  trazer  uma  compreensão  um  pouco
mais aprofundada do que é um prostituto cultual.

O que é um prostituto cultual?

Os  povos  cananeus,  vizinhos  dos  hebreus,  não  possuíam  a  lei  de  Moisés;  eles
idolatravam  vários  ídolos  e  deuses.  Os  cananeus  em  seus  templos  ou  em  campos,
celebravam  cultos  da  fertilidade;  nestes  cultos  ocorria  a  prostituição­cultual,  em  que  as
mulheres  e  os  homens  representavam  deuses  e  se  trajavam  como  tais,  se  prostituindo  em
honra  a  seus  deuses.  Prostituição  masculina  não  existia  no  Oriente  Médio  a  não
ser  em  templos  pagãos  ou  em  seus  cultos  da  fertilidade,  tal  prostituição  está
totalmente ligada a idolatria. Tanto que a palavra hebraica para “prostituto” que aparece
na  Bíblia  é  “qadesh”,  que  literalmente  significa  “santo”  ou  “separado”,  “prostituta”  em
hebraico é “qadeshôth”,  significando  “separadas”ou  “santificadas”;  nesse  sentido  eles  eram
separados, não para o serviço de Deus, mas sim para o serviço aos deuses pagãos.

Os tradutores tem erroneamente traduzido qadesh como “sodomita”, o que é totalmente
absurdo, já que nestas passagens em que aparece o termo qadeshnão há nenhuma alusão a
Sodoma  ou  a  seus  moradores.  É  terrível  ver  como  a  Bíblia  tem  sido  traduzida  de  qualquer
maneira por pessoas que querem apenas induzir a uma opinião pessoal.

Estes  qadeshs,  sacerdotes  “santos”  do  seu  povo,  eram  chamados  de  prostitutos  pelos
judeus. Na verdade a prática de idolatria sempre foi chamada de prostituição nas escrituras;
em  Êxodo  34.14­16  diz:  “Nunca  adore  nenhum  outro  deus,  porque  o  SENHOR,
cujo nome é Zeloso, é de fato Deus Zeloso. Acautele­se para não fazer acordo
com aqueles que já vivem na terra; pois quando eles se prostituírem, seguindo
os seus deuses e lhes oferecerem sacrifícios, convidarão você e poderão levá­lo
a  comer  dos  seus  sacrifícios  e  a  escolher  para  os  seus  filhos  mulheres  dentre
as filhas deles. Quando elas se prostituírem, seguindo os seus deuses, poderá
levar os seus filhos a se prostituírem também.”

Esse costume nas escrituras de chamar a idolatria de prostituição vem do fato de que o
relacionamento  de  Deus  com  a  nação  de  Israel  é  metaforicamente  ilustrado  como  um
casamento;  também  porque  o  nome  “Baal”,  uma  das  principais  divindades  cananéias,
significa “Senhor”, “dono” e “marido”,
veja Oséias 2.2,3,16,17.

2Pleiteai  a  causa  jurídica  com  a  vossa  mãe;  pleiteai  a  causa  jurídica,  porque  ela  não  é
minha esposa e eu não sou seu marido. E ela deve afastar de diante de si a sua fornicação e
de entre os seus seios os seus atos de adultério,

3para que eu não a dispa e realmente a ponha como no dia em que nasceu, e realmente a
torne semelhante a um ermo, e a ponha semelhante a uma terra árida, e a mate de sede.

16E naquele dia terá de acontecer’, é a pronunciação de Jeová, ‘que [me] chamarás de meu
esposo, e não mais me chamarás de meu dono’.

17“‘E vou remover de sua boca os nomes das imagens de Baal e não serão mais lembradas
pelo seu nome.

Os qadesh eram em maioria eunucos, que se entregavam totalmente ao serviço do templo
pagão,  sofrendo  um  ritual  de  emascuação  (castração)  para  se  entregarem  inteiramente  aos
seus deuses da fertilidade. É bom lembrar também que havia um tipo de eunucos que não
eram prostitutos, estes eram homens castrados que viviam em palácios cuidando dos haréns
ou se dedicando ao estudo e à sabedoria.

A  lei  mosaica  proibia  que  entre  os  israelitas  houvesse  qadesh.  Há  uma  passagem  que
fala  também  de  eunucos  em  Deuteronômio  23.1,  o  comentário  da  Bíblia  Vida  Nova
sobre  esta  passagem  diz:  “Emasculação  é  a  mutilação  do  membro  viril.  Era  uma
prática pagã. Nas antigas religiões pagãs, os eunucos eram sacerdotes dos templos.”

Em  Deuteronômio  23.  17,18  está  a  proibição  aos  israelitas  de  se  tornarem  prostitutos  e
prostitutas  cultuais:  “Nenhum  israelita,  homem  ou  mulher,  poderá  tornar­se
prostituto cultual. Não tragam ao santuário do Senhor, o seu Deus, os ganhos
de  uma  prostituta  ou  de  um  prostituto,  a  fim  de  pagar  algum  voto,  pois  o
SENHOR, o seu Deus, por ambos tem repugnância.” (ESSE DEVE SER O REAL
CENTRO DA DISCUSSÃO)

Algumas  Bíblias  erradamente  traduziram  também  nestes  versículos  a  palavra  qadesh  por
sodomita.  Em  Deuteronômio  23.  18  a  palavra  qadesh  nem  mesmo  aparece,  mas  sim  a
palavra “cão”, que alguns estudiosos acreditam que é uma forma depreciativa de
se referir a homens que se prostituíam.

ANALOGIA:

"E  estes  cães  (prostituição)  são  gulosos,  não  se  podem  fartar;  e  eles  são  pastores  que  nada
compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada
um por sua parte." (Isaías 56 : 11)

Texto  de  Romanos  1  que  costumeiramente  se  usa  para  se  legitimar  a
homossexualidade como pecado.

ROMANOS  1  (20­32)  –  Tradução  do  Novo  mundo  das  escrituras  sagradas  de  1961
 mediante consulta constate ao antigo texto hebraico, aramaico e grego.

20Pois o furor de Deus está sendo revelado desde o céu contra toda a impiedade e injustiça
dos homens que suprimem a verdade de modo injusto,

19porque aquilo que se pode saber sobre Deus é manifesto entre eles, porque Deus lho
manifestou.

20Pois as suas [qualidades] invisíveis são claramente vistas desde a criação do mundo em
diante, porque são percebidas por meio das coisas feitas, mesmo seu sempiterno poder e
Divindade, de modo que eles são inescusáveis;

21porque, embora conhecessem a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe
agradeceram, mas tornaram­se inanes nos seus raciocínios e o seu coração ininteligente ficou
obscurecido.

 22Embora asseverassem ser sábios, tornaram­se tolos

23e transformaram a glória do Deus incorruptível em algo semelhante à imagem do homem
corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de bichos rastejantes.

24Portanto Deus, em harmonia com os desejos dos seus corações, entregou­os à impureza,
para que os seus corpos fossem desonrados entre si,

 25estes, os que trocaram a verdade de Deus pela mentira, e veneraram e
prestaram serviço sagrado antes à criação do que Àquele que criou, que é
bendito para sempre. Amém.

26É por isso que Deus os entregou a ignominiosos apetites sexuais, pois tanto as suas
fêmeas trocaram o uso natural de si mesmas por outro contrário à natureza;

27e, igualmente, até os varões abandonaram o uso natural da fêmea e ficaram
violentamente inflamados na sua concupiscência de uns para com os outros, machos com
machos, praticando o que é obsceno e recebendo em si mesmos a plena recompensa, que se
devia ao seu erro.

28E assim como não aprovaram reter Deus com um conhecimento exato, Deus entregou­os a
um estado mental reprovado, para fazerem as coisas que não são próprias,

29já que estavam cheios de toda a injustiça, iniqüidade, cobiça, maldade, cheios de inveja,
assassínio, rixa, fraude, disposição maldosa, sendo cochichadores, 30maldizentes, odiadores
de Deus, insolentes, soberbos, pretensiosos, inventores de coisas prejudiciais, desobedientes
aos pais,

31sem entendimento, pérfidos nos acordos, sem afeição natural, desapiedados.

32Embora estes conhecessem muito bem o decreto justo de Deus, de que os que praticam
tais coisas merecem a morte, não somente persistem em fazê­las, mas também consentem
com os que as praticam.

É  necessário  compreender  que  na  época  em  que  Paulo  escreve  aos  Romanos,  a  igreja
daquela  época  não  tinha  acesso  as  escrituras  como  nós  temos  hoje.  Era  complicado  para  um
Romano  entender  o  cristianismo  dissociado  de  uma  serie  de  costumes  que  a  sua  sociedade
estava acostumada e saber discernir muitas vezes o que é certo e errado. O objetivo de Paulo foi
então  encaminhar  os  romanos  aos  princípios  da  fé  em  Cristo  Jesus  e  mostrar  com  clareza  os
valores  pertinentes  a  nova  fé.  É  claro  que  a  carta  de  Paulo  aos  Romanos  acabou  servindo  para
qualquer  outra  sociedade,  como  outras  cartas,  mas  deve  ser  bem  compreendida  e  discernida
histórica  e  culturalmente.  Porque  aquilo  que  os  Romanos  ouviram  de  Paulo  era  bem
compreendido por eles, mas para nós precisa ser mais embasado.

Convenhamos que Romanos 1 não expõe a situação somente de praticas homossexuais.
Expõe a condição de todo homem vivente. Que, naturalmente, é idólatra, soberbo, deturpador da
vontade  e  do  saber  divino.  De  toda  sociedade  existente  e  explicita  algumas  relações  sexuais,
dentre elas, homossexuais, não naturais.

A  contenda  com  Deus,  em  Romanos  1  abre  a  partir  da  idolatria  e  da  mentira.  É  fácil
compreender  isso.  E  continua  definindo  vários  pecados  que  o  homem  construiu  na  sua
insistência  em  negar  a  Deus  e  viver  como  deus  de  si  mesmo  e,  mesmo  conhecendo  a  Deus
continuando  a  negá­lo  em  prol  da  própria  soberba  e  sabedoria  humana.  Fazendo  ainda  pior,
adorando  animais,  homens,  deuses  e,  assim,  denegrindo  a  imagem  de  Deus  a  esses  seres
criados.  A  insistencia  nesses  pecados  trouxe  consequencias  graves  a  uma  sociedade  como  um
tôdo, (recebendo em si a plena recompensa...), tanto para os Romanos quanto para os povos que
a eles eram obrigados a se submeter.

                        A  leitura  de  Romanos  1  por  muitos  centralizando  na  generalização  do  pecado
homossexual  acaba  por  desviar  o  propósito  daquilo  que  a  palavra  verdadeiramente  nesse
contexto esta querendo dizer. Mas para se entender isso é necessário compreender um pouco da
historia de Roma.

            Roma era um mundo cosmopolita, envolvido por varias culturas e, também, por varias
religiões.  Toda  uma  gama  de  culturas  e  rituais  construídos  historicamente  na  Antiguidade
estavam ali entranhado. Roma era uma sociedade aberta que aceitava todo tipo de religião. Há
autores da área de historia que não conseguem compreender inclusive o porquê da perseguição
aos cristãos justamente por causa disso. Por isso é bem certo a idéia de que as perseguições aos
Cristãos  se  deram  única  e  exclusivamente  por  motivos  políticos.  Mas  foi  nesse  império
contraditoriamente que o cristianismo encontrou terreno fértil para crescer. E, preocupado com
os Cristãos, em particular, de Roma, que Paulo escreveu essa carta.

            Assim, a sociedade romana, estava acostumada com uma serie de costumes que para
eles  era  natural:  prostituição,  fornicação,  homossexualismo  tudo  isso  aliada  a  rituais  de
adoração  aos  inúmeros  deuses.  Como  no  Egito,  a  adoração  aos  deuses  eram  feitas,  também,
através  da  sexualidade  e  prostituição.  E  não  somente  isso,  tudo  feito  de  maneira  bem  leviana,
com o uso até de atos sexuais com animais. Muitas pessoas eram obrigadas a se prostituir para
agradar  a  sociedade  e  aos  seus  deuses.  Era  comum  as  pessoas,  para  serem  bem  vistas  na
sociedade,  serem  obrigadas  a  terem  relações  sexuais  com  quem  queriam  e,  na  maioria  das
vezes,  com  quem  não  queriam.  Sejam  relações  homossexuais  ou  heterossexuais  e  assim,
acabavam por se desviar de sua conduta natural. Eis aqui o termo chave: conduta natural. Que
pode  ser  a  pratica  contra  uma  natureza  pessoal.  O  heterossexual  ou  o  homossexual  eram
obrigados a ter relações não naturais. E não só isso, relações sem amor, sem afetividade. Seria
natural  um  homossexual  se  relacionar  com  alguém  heterossexual?  Negar  sua  identidade?  Para
satisfazer  quem?  A  mentira  dos  homens?  Seria  natural  uma  relação  sem  pureza  e  amor,  como
existia  em  Roma  e  como  existe  hoje.  Uma  relação  desprovida  de  amor,  sem  Deus  é  natural?
Paulo se preocupava, com uma relação sem Deus. Porque o termo natureza para Paulo não era
compreendido como para nós hoje. Natureza pra Paulo tem uma relação direta com a noção de
natureza  que  filosofia  produziu,  base  do  conhecimento  de  seu  mundo.  Mas,  para  nós  o  termo
natureza tem uma ligação com a ciencia, portanto não conseguimos dissociar da natureza física.
Na  época  de  Paulo  não  existia  ciência.  Assim,  a  natureza,  segundo  a  filosofia  buscava
compreeder um relação mais voltada para a concepção ética, ou seja, o que é natural ou ético nas
relações  humanas.  Paulo,  se  inspirando  no  conceito  de  natureza  que  a  filosofia  buscava,  vai
definir  um  novo  conceito  de  natureza,  que  pra  ele  é  perfeita:  a  “NATUREZA  DE  CRISTO”.  Ele
vai dizer a natureza de Cristo é o que a filosofia busca compreender e não encontra. A natureza
baseada no amor, que é perfeito, no amor de Cristo. Assim, para Paulo, tudo que não é natural, é
algo que não é ético, não é de Cristo.

            Então, os versículos de Romanos 1, falam de uma postura sexual, também, homossexual
aliada  a  idolatria,  a  depredação  e  desvalorização  humana.  Um  sexo  sem  amor,  carnal,  sem
aliança,  promíscuo,  sem  compromisso,  e  em  especial,  arbitrário  feito  inclusive  com  animais,
onde se legitimava a desvalorização da mulher em detrimento do homem e do escravo explorado
sexualmente,  obrigado  a  fazer  coisas  que  não  queria,  do  costume  de  se  violentar  inimigos  de
guerras,  para  se  mostrar  superioridade,  de  um  desequilíbrio  sexual  aliado  a  valores  que  os
cultos  idólatras  produziram.  De  “práticas”,  ou  seja,  algo  não  feito  de  maneira  expontanea,  não
naturais, mas conpulsória, definido pela cultura e costume.

Assim,  Romanos  1  fala  de  um  lamento  de  Deus  acerca  disso.  É  preciso,  então,
  compreender  o  histórico  romano  para  se  entender  o  que  se  quer  dizer.  Porque  seu  contexto
condena  principalmente  a  mentira,  a  idolatria  e  os  vícios  que  delas  resultaram  e  como
consequencia  o  Senhor  permitiu  que  lhes  viessem  todas  essas  situações  depreciativas  que  só
produzem insatisfações, tristezas, angústias e todo o tipo de maldade que os ultimos versiculos
28 a 32 falam.

28  ­  E,  como  eles  não  se  importaram  de  ter  conhecimento  de  Deus,  assim  Deus  os  entregou  a
um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;

29 ­ Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de
inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;

30 ­ Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos,
presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães;

31 ­ Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;

32 ­ Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas
praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.

Podemos então compreender que esses ultimos versiculos do capítulo não são definições
unicamente para tais atos homossexuais mas para a sociedade romana como um tôdo, cheia de
perversidade e maldade, consequencia do distanciamento de Deus.

Assim,  o  cuidado  de  interpretar  erroneamente  Romanos  1,  é  deviar  seu


próposito real, porque compreender fielmente o contexto é trazê­lo como lição pra
nós  hoje,  e  o  contrário  é  legitimar  esse  mundo  devasso  e  perverso  que  vemos  ae
fora,  idólatra,  de  homens  idólatras  e  amantes  de  si  mesmos,  que  insiste  em  se
distanciar de Deus.

                        O  entendimento  de  Romanos  1  errado  e  afastado  do  seu  verdadeiro  propósito  tem
produzido  conclusões  extremamente  equivocadas  a  respeito  do  capitulo  e  sua  relação  com  o
homossexualismo  produzindo  mentiras  e  generalizações  graves  a  partir  do  seu  entendimento
leigos,  Alem  daqueles  que  querem  justificar  seus  preconceitos  e  intolerâncias,  definindo  um
capítulo inteiro nos versículos 18 ao 32. Justificando o preconceito aos homossexuais.
            Os versículos 28 ao 32 de Romanos 1 falam daquilo que pode acontecer com todos nós.
Fala  o  que  todos  nos  somos  como  humanidade.  E  dos  frutos  que  podem  colher  aqueles  que
insistem em se afastar de Deus: sejam homossexuais ou heterossexuais. Bem eu conheço vários
homossexuais que não tem as qualidades acima, mas conheço vários heterossexuais.

                        O  objetivo  de  Romanos  1,  18­22  é  mostrar  Roma  com  um  todo  e  podemos  fazer  uma
analogia ao mundo e a sua própria condição: afastada de Deus, exposta ao pecado e a maldade
que ela mesma construiu afastando­se de Deus. Tanto que depois, no capitulo 3,  9­31 o livro ira
explorar  o  fato  de  que  todos  estamos  debaixo  do  pecado,  todos,  sem  exclusão.  E,  depois,  em
Romanos 3, 21­31, o livro ira explorar a solução que Deus providenciou para nós: a salvação em
Cristo Jesus.

É necessario, ainda, resgatar na traduçao abaixo citada em destaque que fiz propositalmente
em negrito no versiculo 25 de Romanos 1:

25  ­  estes,  os  que  trocaram  a  verdade  de  Deus  pela  mentira,  e  veneraram  e
prestaram "serviço sagrado" antes à criação do que Àquele que criou, que é bendito para
sempre. Amém.

Versão: Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas

            Nessa tradução se percebe pefeitamente que Paulo esta falando de praticas ritualisticas
de idolatria. É incrível como as outras versões biblicas omitem isso. A impressão que se tem é
que outros tradutores fazem isso conscientemente. Em mateus 4: 10 diz:

10  Jesus  disse­lhe  então:  “Vai­te,  Satanás!  Pois  está  escrito:  ‘É  a  Jeová,  teu  Deus,  que  tens  de
adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.’

            Assim, a expressão prestar serviço sagrado é basica para se compreender Romanos 1. E
isso demonstra o quanto uma tradução biblica tendenciosa e mal feita impede o entendimento
biblico  pela  capacidade  de  se  fazer  relações  remetendo  a  concepções  deturpadas  e  alienantes.
Estudar  a  palavra  e  fazer  relações  entre  as  varias  traduções  e,  em  especial,  buscar  a  Deus,  é  a
melhor forma de se compreender a verdade das escrituras.

                    Portanto,  nem  se  a  homoafetividade  fosse  pecado  realmente  Romanos  1  poderia  ser
compreendido centralizado no pecado homossexual. Mas é o que fazem constantemente.

            Mas veja como a tradução de João Ferreira de almeida omite partes do versículo
propositalmente:
25 ­  Pois trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a criatura antes que
o Criador, que é bendito eternamente. Amém.

     Versão: "João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida"

            Omitindo, a Traduçao Revista e Corrigida de João Ferreira de Almeida impede uma mais
profunda compreensão do texto e a capacidade de se fazer relações. São vários os exemplos de
omissões dessa versão da tradução bíblica.
                 

LEVÍTICOS 18:22

A  Bíblia  tem  que  ser  vivida  e  discernida  em  Espírito,  e  a  nossa  condição  humana  é  se
manter acomodado e conformado mesmo frente a situações que nos trazem tristezas durante a
vida, porque é bem mais dificil lutar contra as adversidades.

E se Deus não se levantar para mudar o rumo das coisas seria bem dificil compreender
que  a  biblia  nao  condena  a  homoafetividade.  Portanto  se  eu  me  volto  a  questão  para  buscar
compreende­la a luz da Palavra, é, em especial, porque Deus tem me ajudado a discernir a partir
da sua revelação. E se a homoafetividade é uma natureza é uma criação de Deus e se é criação
d’Ele,  Ele  vai  honrar,  queira  o  homem  ou  não  queira,  porque  ninguem  pode  lutar  contra  a
verdade.

A  sexualidade  é  algo  muito  valorizado  por  Deus  por  ser  reflexo  do  amor  d’Ele.  Mas  o
homem insiste em definir praticas (tanto homo como heteros) conforme o que considera que é
certo (sem Deus), ou conforme suas paixões, por isso Jesus disse: o que Deus ajuntou, não
o separe o homem. Isso mostra que nem toda relaçao foi Deus quem uniu e que há
relaçoes que Deus quer unir e o homem quer impedir.

Leviticos  18:22  também  fala  da  condenação  de  um  sexo  sem  amor  e  feito  em  praticas
ritualísticas  em  adoraçao  a  divindades  (no  caso  exemplifica  o  culto  a  moloque),  ou  seja,  de
adoraçao a demonios, porque satanás sempre quis tomar lugar de Deus e inclusive de querer se
apropriar da sexualidade humana.

A  partir  da  nossa  vivencia    com  Deus  podemos  compreender  que  o  sexo  foi  criado  por
Deus  como  uma  forma  de  adoraçao  a  Ele;  mas  ao  mesmo  tempo  tem  sido  banalizado  por
Satanás. Leviticos, assim, é uma construção anterior e que inspirou Romanos 1. Porque fala de
um costume gentílico de muitos anos anterior a Roma, mas muito comum e natural tambem na
sua  época.  Tempo  esse  em  que  os  hebreus  estavam  bem  familiarizados  com  esses  costumes;
Para  nós,  que  somos  de  outra  cultura  pode  ser  considerado  apenas  como  uma  forma  de  se
condenar atos homossexuais, mas biblicamente é uma forma de banalizaçao da sexualidade, e
de  praticas  onde  não  há  somente  presença  de  relaçoes  de  pessoas  de  natureza  homossexuais,
mas  de  maioria  heterossexuais  com  comportamento  sexual  homossexual.  Paulo  vai  falar  isso
novamente em Romanos 1 e em Coríntios também, quando se usa a palavra "pratica", e, assim,
se fala não de coisas feitas de maneira expontânea, mas de maneira obrigatória fruto da cultura
e dos costumes.

" E não te deves deitar com um macho assim como se deita com uma mulher, é algo detestável. 
Lev 18:22

Pra  se  compreender  que  o  texto  de  Levíticos  18:22  também  tem  um  cunho  idólátrico
ritualistico  é  importante  considerar  que  o  texto  é  uma  continuação  do  versículo  21  do  mesmo
capítulo, quando seu contexto esta inscrito em meio as proibições do culto a Moloque, ou seja, o
que  Deus  estava  falando  era  de  costumes  de  rituais  de  prostituição  a  essa  divindade.
Somente  para  a  partir  desse  entendimento  do  capítulo  é  que  podermos  tirar  dele  a  verdadeira
lição e proveito.

21“‘E não deves permitir que alguém da tua descendência seja devotado a Moloque. Não deves
profanar assim o nome de teu Deus. Eu sou Jeová.
22“‘E não te deves deitar com um macho assim como te deitas com uma mulher. É algo
detestável.

Levíticos 18:21­22

Interpretar simplesmente Levíticos 18:22 sem fazer uma analise do texto como um tôdo,
como  qualquer  outro  texto  biblico  distancia  do  seu  verdadeiro  propósito.  E  fazer  um  paralelo
com Romanos 1 e  1 Corintios 6 (9­10) fazendo uma abordagem histórico­crítica, torna­o bem
mais significativo.

I Coríntios 6.9 & I Timóteo 1.10

                  Em 1 CORINTIOS 6:10, as “varias versões” abordam o versículo da seguinte forma:

Algumas unânimes usando o termo efeminados.

VERSÃO: "Almeida Corrigida e Revisada Fiel"

10  Não  erreis:  nem  os  devassos,  nem  os  idólatras,  nem  os  adúlteros,  nem  os  efeminados,  nem  os
sodomitas,  nem  os  ladrões,  nem  os  avarentos,  nem  os  bêbados,  nem  os  maldizentes,  nem  os
roubadores herdarão o reino de Deus.

VERSÃO: "Sociedade Bíblica Britânica":

9  Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem osefeminados, nem
os sodomitas,

10  nem  os  ladrões,  nem  os  avarentos,  nem  os  bêbedos,  nem  os  maldizentes,  nem  os  roubadores
herdarão o reino de Deus.

VERSÃO: "Almeida Revista Imprensa Bíblica":

9  Acaso não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis; nem fornicários,
nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados,

10  nem  sodomitas,  nem  ladrões,  nem  avarentos,  nem  bêbedos,  nem  maldizentes,  nem  roubadores
herdarão o reino de Deus.

VERSÃO:  "Católica":

9 Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os
impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos,

10 nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão
de possuir o Reino de Deus.

             A tradução do novo mundo já definiu um termo que tem uma analogia forte com o termo de
Levíticos  18:22  e  Romanos  1,  resgatando  a  ideia  de  prostituição  cultual  e  perversão  sexual  entre
homens.

             VERSÃO: "Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas":
9  O  quê!  Não  sabeis  que  os  injustos  não  herdarão  o  reino  de  Deus?  Não  sejais  desencaminhados.
Nem  fornicadores,  nem  idólatras,  nem  adúlteros,  nem  homens  mantidos  para  propósitos
desnaturais, nem homens que se deitam com homens,

10 nem ladrões, nem gananciosos, nem beberrões, nem injuriadores, nem extorsores herdarão o reino
de Deus.

            Já a NVI, dentre outras, exagerou quando definiu uma palavra que no tempo de Paulo sequer
existia... usar  o  termo  "homossexual"  seria  como usar o termo  "computador"  que é  um  termo ultra­
atual para os homens do período. Percebe­se que não existe sequer um termo que defina homossexual
na biblia.

VERSÃO: "Nova Versão Internacional"

9  Vocês  não  sabem  que  os  perversos  não  herdarão  o  Reino  de  Deus?  Não  se  deixem  enganar:  nem
imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos,

10 nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino
de Deus

            Dentre outras podemos destacar:
• Rei James: “nem afeminados nem abusadores de si mesmos com a humanidade”;
• Nova Rei James: “nem homossexuais, nem sodomitas”;
• Bíblia de Jerusalém: “nem os depravados, nem as pessoas de costumes infames”;
• Revisada Padrão (apenas uma palavra): “homossexuais”;
• Nova Internacional: “prostitutos masculinos; nem ofensores homossexuais;
• Contemporânea Inglesa: ”nem o que comporta­se como um homossexual”;
• Novo Testamento Inclusivo: “prostitutas e pederastas”;
• Oxford Comentada: “prostitutos masculinos, sodomitas”;
•  Editora Ave Maria: “nem os efeminados, nem os devassos”;
• Sociedade Bíblica do Brasil (Edição 1969): “nem efeminados, nem sodomitas”;
• Sociedades Bíblicas Unidas: “nem adúlteros, nem efeminados (sic)”;
• Tradução Ecumênica da Bíblia: “nem os efeminados, nem os pederastas”;
• Reina Valera: “nem os efeminados, nem os que deitam com homens”.

           Há, na verdade, uma grande variedade de traduções. Sendo que quanto mais atual, mais o
termo se torna mal intencionado e adaptado. Muitas versões da Bíblia e seus tradutores fizeram o
favor de tornar a leitura da palavra de Deus uma tarefa desanimadora em vista do português arcaico e
linguagem pesada, cheia de termos nunca usados na conversa cotidiana. Assim, traduziram textos de
maneira tendenciosa, adaptando a linguagem atual, em vista de uma linguagem de anos passados. Isso
resultou em vários equívocos e perpetuação de doutrinas que são humanas. E a dificuldade de se fazer
relações, algo imprescindível no entendimento bíblico.

            Alguns especialistas em linguística têm examinado certas Bíblias modernas em busca de
exemplos de tradução inexata e tendenciosa. Um desses eruditos é Jason David BeDuhn, professor­
associado de estudos religiosos da Universidade do Norte do Arizona, EUA. Em 2003, ele publicou
um estudo de 200 páginas sobre nove das “Bíblias mais usadas nos países de língua inglesa”. Seu
estudo examinou vários trechos polêmicos, pois é onde “a tradução tem maior probabilidade de
ser tendenciosa”.

           Vamos tratar, assim, dos textos usados no Novo Testamento para condenar os
homossexuais; os textos não serão versados na ordem em que aparecem porque alguns
necessitam de uma abordagem mais ampla.

I Coríntios 6.9 & I Timóteo 1.10

            Estes textos supostamente colocam a homossexualidade em listas de pecados ou
catálogos de vícios. Os dois termos gregos usados para se referir a homossexualidade
são: "arsenokoites e malakos".

Arsenokoites­ ocorre apenas nas duas passagens (I Co. 6.9; I Tm. 1.10) é um termo formado
de  duas  palavras  gregas:  arsen  que  significa  “macho,  homem,  varão”  e  koites  que  significa
“deitar”  ou  “camas”  da  qual  vem  a  palavra  “coito”  que  se  refere  ao  ato  sexual.  A  união  destes
dois  termos  passa  a  ideia  de  um  homem  que  prática  muito  sexo,  um  homem  luxurioso,  um
“homem de cama”. A palavra seria então bem traduzida por “promíscuo, devasso ou luxurioso”,
logo a escritura está repreendendo não só os homossexuais que se comportem de forma devassa
mas também os héteros. Não está condenando qualquer tipo de relação sexual, mas sim o sexo
promíscuo, sem compromisso, sem Deus.

A  Bíblia  anotada  New  Oxford  diz  em  um  de  seus  comentários:  autoridades  judaicas
contemporâneas  de  Paulo  criticavam  uma  variedade  de  comportamentos  sexuais  comuns  no
mundo pagão. Apesar de que hoje se emprega essa expressão largamente como uma referência à
homossexualidade, a linguagem que se refere às praticas contrárias à natureza era mais usada
nos  dias  de  Paulo,  não  para  denotar  a  orientação  da  atração  sexual,  mas  a  tolerância  e  prazer
exagerados, sem medidas (lascívia), que cria­se enfraquecesse o corpo.

Porém  alguns  tradutores  maldosamente  tem  traduzido  esta  palavra  por  “homossexual”
quando o grego não nos passa esta idéia.

O  Léxico  conciso  de  Barclay  M.  Newman,  Jr.  Traduz  arsenokoites  como  “  male  sexual
pervert” que quer dizer “homem sexualmente pervertido”1

A única Bíblia que em português traduz bem a palavra é a tradução católica da Bíblia dos
monges  de  Maredsous,  uma  ediçao  antiga  da  Bíblia  Ave  Maria,  ela  traz  “devassos”  em  I
coríntios  6.9  e  “infames”  em  I  Timóteo  1.10.  Já  a  edição  mais  nova  dessa  tradução  mudou
completamente o sentido da palavra para efeminado.
Já  a  Bíblia  na  Linguagem  de  Hoje  traduziu  como  “pervertidos  sexuais”  em  I  Tm.  1.10,
porém, comete o exagero de traduzir a mesma palavra por “homossexuais” em I Coríntios. 6:9

Alguns  escritores  sugerem  que  o  termo  arsenokoites  deve  se  traduzir  por  homossexual
porque nos textos de Levítico em que proibia a união de homens (Lv. 18.22; 20.13) aparecem as
palavras  “arsenes”  (macho)  e  “koites”  (deitar)  na  septuaginta  (versão  grega  do  antigo
testamento).  Porém  este  argumento  não  se  sustenta  pois  as  mesmas  palavras  também
aparecem em versículos que falam de relações heterossexuais, o que nos mostra que o
significado  é  de  alguém  (homem  ou  mulher)  se  deitar  com  alguém.  Veja  por  exemplo  Nm.
31.17,18;  Jz.  21.  11,12.  Na  septuaginta  a  junção  de  arsenes  e  koites  é  usada  para  se  referir  às
moças virgens, que não “deitaram com homem”.

A  igreja  medieval  interpretava  a  palavra  arsenokoites  como  se  referindo  a  pessoas  de


fraca  moral,  com  o  tempo  acabou  se  referindo  à  masturbação.  Somente  traduções  muito
recentes, da metado do seculo passado pra cá é que decidiram colocar a palavra “homossexual”.
Notei  também  que  o  dicionário  Strongs  usa:  um  sodomita:  abusador  (que  perverte)  a  si
mesmo  com  a  humanidade.  Derivado  dearsen =  macho,  homem,  e kemai =  mentir  de  forma
contumaz. Embora a tradução que apresentei se mostre mais segura.

Malakos: aparece apenas 3 vezes no Novo Testamento, o significado literal da palavra é
“macio, mole, delicado ou fino”. Jesus usou a palavra para se referir a roupas “finas” (Mt. 11.8;
Lc. 7.25). Porém quando se referir a pessoas (apenas em I Co. 6.9) significa “efeminado”.
no Dicionário Strongs de Grego do Novo Testamento (Strongs Greek Dictionary of The New
Testament) lemos como segue:malakos = macio (isto é, roupas finas); figurativamente, um
afeminado, alguns dicionários gregos definem­na como significando moralmente fraco.
Martinho Lutero traduziu­a como fraco (em corpo, mente ou caráter). Inconstante? 

Uma  grande,  e  hoje  crescente,  parte  dos  estudiosos  tem  questionado  essa  interpretação,
mostrando que a palavra malakoi, mesmo quando traduzida como "efeminado" jamais pode ser
entendida como uma referência a homossexuais. Mostram que tal tradução é ambígua uma vez
que  "efeminado"  filologicamente  sempre  significou  também  "mulherengo",  e  é  esse  o  sentido
que  a  palavra  original  tinha  nos  tempos  de  Paulo  ­  o  que,  de  fato,  é  coerente  com  outras
passagens  bíblicas  que  condenam  os  promíscuos  e  devassos,  como  Apocalipse  21:8  e  22:15.
Tais  críticos  lembram  também  que  a  palavra  "efeminado"  só  adquiriu  conotação  de
"homossexual" na Modernidade, de modo que inserir essa tradução nos escritos de Paulo seria
um  gritante  anacronismo  e  algo  profundamente  descabido.  No  intuito  de  comprovar  tal
entendimento,  acrescentam  que  nunca,  em  nenhum  texto,  em  nenhum  época
sequer  a  palavra  malakoi  significou  "homossexual"  ou  conceito  semelhante,  e
desafiam a quem possa mostrar o contrário.

Na sociedade de hoje existe também grande rejeição a esse estilo de vida assim como na
Grécia  antiga  em  que  homossexualidade  era  uma  coisa  comum  mas  que  os  homossexuais
efeminados eram também desvalorizados.

Tom  Horner,  em  seu  livro  Jônatas  amou  Davi  (Jonathan  Loved  David),
identifica  efeminados  como:  "...  os  homens  extremamente  efeminados  que  transformaram  a
homossexualidade em uma profissão. Estes eram os efeminados – os prostitutos homossexuais
da  Grécia  antiga,  os  assim  chamados  ‘cães  sagrados’  dos  santuários  canaanitas,  e  os  eunucos
seguidores  da  deusa  Cibele...  Em  algumas  sociedades,  tais  como  aquelas  da  antiga  Frigia,  os
efeminados  foram  olhados  com  honra  e  respeito;  mas  na  sociedade  hebraica,  em  todos  os
períodos que conhecemos, não o eram".

Horner  continua:  "Na  Grécia  clássica,  também,  homens  efeminados  geralmente  eram
menosprezados.  Por  que?  Porque  representavam  o  oposto  exato  do  tipo  heróico  ou  nobre  de
amor  que  era  muito  admirado  da  época  do  Hércules  legendário,  que  era  ligado  eroticamente  a
dois homens (e numerosas mulheres) do imperador Adriano. Este modelo heróico foi idealizado
como o mais nobre – e em alguns casos, romântico – tipo de amor. Em O Banquete, de Platão, é
elogiado  como  a  máxima  expressão  do  amor  físico.  E,  pelo  contrário,  sair  com  um  efeminado
era algo ordinário. Todo homem poderia fazê­lo; e em algumas sociedades quase todo homem o
fez uma vez ou outra.

Além  disso,  como  o  patriarcado  aumentou  seu  domínio  nas  sociedades  mediterrâneas
orientais, o homem em que faltavam traços viris, como a fêmea a quem ele tão proximamente se
assemelhou, foi mais e mais estigmatizado". (Páginas 22, 23).

Rev.  Robert  Arthur,  em  seu  livro  Homossexualidade  à  Luz  da  Linguagem  e  Cultura
Bíblicas  (Homosexuality  in  the  Light  of  Biblical  Language  and  Culture),  falando  de  cultos
pagãos,  escreve:  Era  extremamente  comum,  portanto,  encontrar  deuses  e  deusas  que  recebiam
presentes de apreciação e de adoração de seus adeptos sob a forma de atos sexuais. Para facilitar
o oferecimento de tais presentes, homens e mulheres eram ligados (a templos) para receber estes
presentes  e  tornaram­se  conhecidos  como  prostitutos  do  templo  (tanto  homossexuais  como
heterossexuais). (...) A adoração da fertilidade deste tipo e expressões similares continuaram por
pelo  menos  nos  primeiros  100  anos  da  era  cristã,  em  lugares  tais  como  o  templo  de  Diana  em
Éfeso.

Na  língua  grega  a  palavra  usada  para  os  prostitutos  do  templo  nestes  lugares  da
adoração  pagã  era  arsenokoites.  Não  foi  antes  de  por  volta  de  200­250  da  era  cristã  que  uma
homofobia  marcante  (...)  começou  a  rastejar  na  Teologia.  Por  esta  época,  a  adoração
cultual  do  sexo  começou  a  morrer  e  a  palavra  usada  por  Paulo  para  descrever  os
prostitutos do templo estava começando a tornar­se obsoleta.  É  importante  observar
que  ao  tempo  de  Cristo  a  palavra  de  uso  comum  que  significava  ´homossexualidade  era
homophilia.. Esta palavra foi usada na língua grega até bem depois da época da morte de Paulo.
Mas  esta  palavra  nunca  foi  usada  nas  Escrituras,  se  Paulo  queria  condenar  os  homossexuais
poderia ter utilizado esta palavra, mas não o fez.

Padre  John  McNeill,  sacerdote  jesuíta,  em  seu  trabalho A  igreja  e  o  Homossexual  (The
Church and the Homosexual), escreve que o uso da palavra, no segundo século, na Apologia de
Aristides, parece indicar que significa um corruptor obsessivo de meninos. Do mesmo modo, o
professor Robin Scroggs do Seminário Teológico de Chicago, em seu livro, Novo  Testamento  e
Homossexualidade (New Testament and Homosexuality), posiciona­se que ambas as palavras
–  malekos  e  arsenokoites  –  referem­se  aos  parceiros  ativos  e  passivos  na  prática  grega  da
pederastia, a qual não deve de modo algum ser confundida com homossexualidade. Pederastia é
a  molestação  de  crianças,  pura  e  simplesmente.  Um  relacionamento  ‘pederástico’  existe  entre
um  amante  (geralmente  um  homem  maduro),  e  o  amado,  um  garoto  jovem  o  bastante  para
ainda ser imberbe. O amante era sempre o parceiro ativo; o amado era solicitado a ser passivo.
Nem  todo  relacionamento  era  sexual  em  sua  natureza,  mas  quase  todos  o  eram.  O  amado  não
devia ser sexualmente satisfeito – o que era prerrogativa exclusiva do amante apenas. Quando o
amado  tornava­se  velho  o  bastante  para  ter  barba  e  por  outro  lado  tornar­se  mais  viril,  era
trocado por uma pessoa mais nova. A razão para isto era porque o ideal era um menino que se
assemelhasse  a  uma  mulher.  Os  meninos  deveriam  depilar  os  pelos  faciais,  deixar  seu  cabelo
crescer  –  alguns  até  usavam  maquiagem.  O  professor  Scroggs  sustenta  que  este  menino  era
omalekos, e o adulto, o arsenokoites, referidos nesta passagem da escritura sagrada.

Enquanto  que  a  pederastia  parece  ser  homossexual  por  natureza,  a  realidade  é  que  as
pessoas  engajadas  nessa  atividade  eram,  para  a  maioria  das  pessoas,  heterossexuais.  A
pederastia era considerada apropriada ao treinamento de um menino para a masculinidade. O
relacionamento não era permanente, durando somente o tempo em que o garoto mantinha sua
aparência jovem. Não havia nenhuma mutualidade – nenhuma satisfação ou prazer mútuo, e o
garoto  era  desumanizado  –  usado  pelo  amante  como  uma  coisa,  não  como  uma  pessoa  para
amar  e  estimar.  Por  outro  lado,  o  amado  recebia  regularmente  presentes  do  amante.  O  amado,
por sua vez, frequentemente tornava­se o amado de diversos amantes – todos os mais lucrativos
para ele – tornando­se, finalmente, um prostituto masculino, por tanto tempo quanto sua beleza
resistisse.

Pederastia,  ainda  que  culturalmente  aceita,  era  moralmente  errada  em  muitos  aspectos,
como demonstrado acima. Não pode de maneira alguma ser interpretada como uma descrição
da  natureza  homossexual,  que  é  o  amor  emocional,  espiritual,  romântico,  e,  sim,  sexual,  entre
parceiros mútuos do mesmo gênero em um relacionamento digno e respeitável.

                      A  Nova  Bíblia  Comentada  de  Oxford,  publicada  em  2001  e  considerada  um  dos
comentários  mais  autorizados  de  todas  as  bíblias,  oferece  a  seguinte  nota  de  rodapé  para  os
versículos destacados:

            Os termos gregos traduzidos como prostitutos masculinos e sodomitas não se referem
aos  "homossexuais",  como  em  inapropriadas  traduções  mais  velhas;  "masturbador"  e
prostitutos masculinos podem ser uma melhor tradução
1  A  Concise  Greek­English  dictionary  of  the  New  Testament,  Barclay  M.  Newman  Jr.  United
Bible Societies, London, pg. 25

Exemplos de relacionamentos Homoafetivos na Bíblia??        

            A maioria dos religiosos ao inves de buscarem compreender se há na Biblia relatos de relaçoes
homoafetivas  preferem  a  premissa  de  condenar  tais  atos.  Mas  refazendo  uma  leitura  biblica  em
conexão com estruturas culturais e historica podemos fazer uma nova refexão acerca disso.
            O exemplo mais claro disso é o amor entre Jônatas e Davi. Em diversas passagens o Primeiro
Livro de Samuel sugere um profundo relacionamento emocional entre estes dois heróis bíblicos.

            Por exemplo, em Samuel 18:1­4 é narrada uma notável demonstração de afeição por parte do
príncipe, Jônatas, para com o menino pastor ruivo e bonito. Davi, recém­chegado à corte:
1                    “A  alma  de  Jônatas  ligou­se  com  a  alma  de  Davi;  e  Jônatas  o  amou  como  à  sua  própria
alma... Então Jônatas fez um pacto com Davi, porque o amava como à sua própria vida... E Jônatas se
despojou da capa que vestia, e a deu a Davi, como também a sua armadura, e até mesmo a sua espada,
o seu arco e o seu cinto.”
            A raiva do rei Saul expressa contra Jônatas em 1 Samuel 20:30 também é reveladora: “Filho
de prostituta, disse­lhe, não sei eu porventura que és amigo do filho de Isaí (isto é, Daví) o que é uma
vergonha para ti e pra tua mãe? 

                      Saul  insulta  Jônatas  de  duas  maneiras.  Primeiro,  ao  acusar  sua  mae  de  ser  “prostituta”,  o
ultrajado e enraivecido Saul chama seu próprio filho de bastardo. E, em segundo lugar, ridiculariza o
relacionamento  entre  ele  e  Davi.  A  versão  em  hebraico  deste  versículo  é  ambígua  e,  segundo  a
tradução grega do Septuaginta, também poderia siginificar “Então não sei que voce é um companheiro
íntimo do filho de Isaí?” Mas podemos considerar que as palavras “vergonha” e “nudez” são formas
bíblicas comuns de se referir a sexo, seguramente a insinuação aqui é de carater sexual.

Na versão biblica Tradução do Novo Mundo diz:

"30Então se acendeu a ira de Saul contra Jonatã e ele lhe disse: “Filho duma moça rebelde, não sei
muito bem que escolhes o filho de Jessé para a tua própria vergonha e para a vergonha das partes
pudendas de tua mãe? 31Pois, todos os dias que o filho de Jessé estiver vivo sobre o solo, tu e teu
reinado  não  ficarão  firmemente  estabelecidos.  Agora,  pois,  manda  trazê­lo  a  mim,  porque  está
destinado à morte.”

            Veja a relação direta que Saul faz da relaçao intima de Jonatas com Davi em analogia as partes
íntimas  de  sua  mãe,  compreendendo  a  idéia  de  uma  relação  sexual  a  qual  ele  esta  demonstrando
desprezo. Um assunto que facilmente deve ter chegado ao ouvido do rei. Assim, em termos modernos,
o insulto de Saul é chamar seu filho de bicha. O que esta em jogo em toda intriga, é claro, a rivalidade
na competição pelo trono de Israel e não o fato de haver ali uma relação homoafetiva.

            Além disso, ao se separarem Jônatas e Davi demononstram grande tristeza:

            ... Quanto a Davi, levantou­se dum lugar próximo, ao sul. Lançou­se então com o seu rosto por
terra e curvou­se três vezes; e começaram a beijar­se um ao outro e a chorar um pelo outro, até que
Davi o tinha feito muito mais. 42E Jonatã foi dizer a Davi: “Vai em paz, visto que ambos juramos em
nome de Jeová, dizendo: Mostre o próprio Jeová estar entre mim e ti, e entre a minha descendência e a
tua descendência, por tempo indefinido.’”(1 Samuel (20: 41­43)

                        Finalmente,  quando  Jônatas  morre,  Davi  conclui  seu  lamento  com  uma  intensidade
crescente: “Estou aflito por ti, meu irmão Jonatã, tu me eras muito agradável, Teu amor a mim era
mais maravilhoso do que o amor das mulheres.” (2 Samuel 20:41­43)

                        Não  há  argumento  para  se  compreender  que  o  relacionamento  entre  Jônatas  e  Davi  era
somente amizade ate porque a história de amor entre eles se encaixa no modelo dos nobres amantes
militares,  comuns  em  todas  as  sociedades  do  antigo  Oriente  Médio,  onde  fica  Israel.  Os
relacionamentos  sexuais  entre  homens  eram  tidos  como  tão  comuns  que  não  atraiam  atenção
especial. Além disso, até mesmo os ocidentais modernos devem perceber que há algo mais do que
simples  amizade  na  historia  de  Jônatas  e  Davi.  Uma  relaçao  afetiva  assim,  diga­se  de  passagem,
hoje, causaria tamanho escândalo em algumas instituições.

            Outro caso é a historia de Rute e Naomi. O Livro de Rute relata o compromisso bastante
singular entre a mulher judia Naomi e suanora moabita Rute. Depois da morte de seu marido, em
contraste com os costumes da época e diferentemente de sua cunhada, a viúva Rute permanece com
Naomi. Rute declara a Naomi: “Aonde fores, eu irei; aonde habitares, eu habitarei. O teu povo é o
meu  povo,  e  o  teu  Deus  meu  Deus.  Na  terra  em  que  morreres,  quero  também  eu  morrer  e  ser
sepultada” (Rute 1:16­17). Esta passagem é frequentemente lida nos casamentos hetereossexuais de
hoje.  Poucas  pessoas  percebem  que  esta  declaração  foi  feita  por  uma  mulher  e  dirigida  a  outra
mulher.

            A primeira vista pode­se não considerar uma relação íntima entre essas dusas mulheres, mas
podemos também não desconsiderar.  Uma vez que sabemos muito pouco sobre o mundo feminino
na Antiguidade em geral, e são poucas as evidencias disponiveis sobre Rute e Naomi em particular,
é  impossível  afirmar  se  elas  tiveram  relacionamento  sexual  ou  não.  Mas  é  bem  certo  que  na
Antiguidade  as  mulheres  tinham  seu  mundo  próprio,  segregado  do  mundo  masculino,  e  apesar  de
estarem sob dominaçao dos homens, é lógico supor que elas encontrassem apoio e afeição umas nas
outras.

            Outra questão a ser destacada vem da noção e do significado de “eunuco”. Há no senso
comum a ideia de que o eunuco esta sempre ligado a uma pessoa do sexo masculino que passou pela
cirurgia  de  castração  na  infancia.  Isso  não  é  errado,  mas  devemos  compreender  que  nem  todo
eunuco  foi  castrado.  Muitas  vezes  eunucos  eram  homens  que  não  tinham  aptidão  sexual  por
mulheres.  Isso  é  uma  coisa  muito  óbvia.  O  próprio  Senhor  Jesus  disse  isto:  ...  há  eunucos  que
nasceram eunucos do ventre de sua mãe... ou seja, homens de natureza homossexuais também eram
chamados de eunucos.
              Daniel, no Velho Testamento, quando Nabucodonosor reinava determinou ao chefe dos
seus  eunucos  que  se  trouxesse  jovens  dentre  a  linhagem  nobre  dos  filhos  de  Israel,    em  que  não
houvessem  defeito  algum  (não  castrados).  Daniel  estava  dentre  eles.  Em  Daniel  1:9  diz:  “Este,
graças  a  Deus,  tomado  de  benevolencia  para  com  Daniel,  atendeu­o  de  boa  vontade.”  Este  texto
poderia tambem ser traduzido de maneira a dizer que Daniel foi objeto de amor devotado. Há assim,
uma seria especulaçao que Daniel e o mestre do palacio eram amantes. Eram ou não? Pode­se até
dizer  que  não,  mas  se  vivessemos  numa  sociedade  que  compreendesse  a  homoafetividade  de
maneira natural não haveria importancia alguma se compreender que sim, tanto no que concerne a
relaçao entre Rute e Naomi quanto a Daniel e seu chefe.

            Há ate provas de que Jesus deparou­se com um relacionamento homossexual durante seu
ministerio. Tanto em Mateus 8:5­13, quanto em Lucas 7:1­10, narra­se a cura realizada por Jesus no
servo do centurião.

            “ ...o centuriao utiliza duas palavras gregas diferentes quando fala de seus servos. Ele refere­
se ao que esta doente como “meu menino”, pais. Esta palavra significava menino mas tambem podia
significar  servo  ou  ate  mesmo  filho.  Ela  relacionava  um  jovem  a  um  adulto  exclusivamente  por
meio de afeto. Tratava­se de uma palavra que provavelmente seria empregada em referencia a um
escravo efebo, e há provas de que pais as vezes significava o amante masculino. Em contrapartida, o
centurião  chama  os  demais  escravos  de  doulos.  Esta  palavra  grega  é  mais  genérica  que  significa
escravo ou servo.

            Mateus sempre se refere ao servo do centurião como pais. Ao ler Mateus, poderíaos pensar
que o centurião estava preocupado com seu filho, mas Lucas, em todas as passagens sempre usa a
palavra doulos, exceto  quando cita o texto do centurião.

            Lucas, assim, diz que o Centurião era entimos do jovem, que significa íntimo, pressupondo
uma ligação emocional ( o estimava??) : ... ora, o escravo de certo oficial do exército, estimado por
este...  Algumas traduções dizem que ele o amava.

Historicamente,  é  conhecido  que  os  Centuriões,  especialmente  quando  em  serviço  em


áreas muito perigosas como a Palestina, viviam com um servo que era sua companhia e parceiro
sexual.  Portanto,  é  mais  do  que  provável  que  este  servo  em  questão  fosse  parceiro  sexual  do
Centurião. Jesus curou o seu servo, elogiou a fé do Centurião e não insistiu em nenhuma mudança no
seu estilo de vida. 

 Assim, percebemos o quanto é complexo falar de homoafetividade atraves da Bíblia. Não porque ha
complexidade  em  si.  Mas  porque  o  ser  humano  tornou  as  coisas  dificeis  de  serem  compreendidas.
Coisas  que  poderiam  ser  aceitas  com  simplicidade  tornaram­se  rudemente  tratadas.  Aversões  sem
causa,  ódio  e  desrespeito  que  levam  a  extremismos  sem  cunho  significativo  incitando  guerra  e
opressão.

            É bem verdade que existem pessoas que estão tão presas a letra que não conseguem de modo
algum  se  desprender  dela. Isso  é  uma doença.  Não conseguem  transpassar do texto lido para uma
compreensão mais aprofundada e significativa seja por medo, timidez, ou presunção. Essa situação é
algo que acaba produzindo noções sem significado que fogem do verdadeiro propósito de Deus para
nossas vidas. Sem perceber, podemos esbarrar na cultura e nos costumes que podem nos impedir do
entendimento verdadeiro da Palavra, como os fariseus do passado.

"Ao que o Senhor lhe disse: Ora vós, os fariseus, limpais o exterior do corpo e do prato; mas o vosso
interior do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e maldade." Lucas 11:39

Mas ai de vós, fariseus! porque dais o dízimo da hortelã, e da arruda, e de toda hortaliça, e desprezais
a justiça e o amor de Deus. Ora, estas coisas importava fazer, sem deixar aquelas."
Lucas 11:42

"Ai  de  vós,  doutores  da  lei!  porque  tirastes  a  chave  da  ciência;  vós  mesmos  não  entrastes,  e
impedistes aos que entravam. "  Lucas 11:52

                Quero deixar bem claro que o assunto que publico aqui não é inovador!! Há outras
fontes, bem mais aprofundadas inclusive, é só pesquisar.

EVANGELHOS E INCLUSÃO
Jesus Cristo, A Lei do Amor revelado no “Sermão da Montanha!”

               "Há um louvor muito bonito que muitos cantam e que fala de uma grande verdade: O Amor de Deus é insondável e indescritível... 
                 ...mas infelizmente muitos desses que cantam esse louvor vivem tentando limitar e definir o amor de Deus, ou seja, não compreenderam seu

significado."

            

                 Uma das explicações a cerca da expansão do Cristianismo aceita por vários historiadores
emergem  da  seguinte  pergunta:  Como  uma  religião  fadada  ao  fracasso,  rejeitada  pela  propria
nação  que  indiretamente  a  estabeleceu,  nascida  numa  província  chamada  Judeia,  desprezível  aos
olhos dos potentosos e gloriosos romanos, habitada por um povo chamado judeu, único povo que
acreditava  na  existência  de  um  "único  Deus",  conseguiu  tanto  êxito,  a  ponto  de  se  expandir  de
maneira tão intensa sobre o império e refletir nos séculos posteriores até hoje?

A historia conta que o Império de Nabucodonosor (por volta de 586 A.C) produziu a primeira
dispersão  judaica  onde  vários  judeus  saíram  de  suas  terras  e  habitaram  na  Mesopotâmia  da  qual
muitos  deles  não  retornaram.  Com  o  tempo  os  reinos  do  Oriente  mudaram  consideravelmente  e
foram submetidos a outros povos. Quando Cristo veio todas essas regiões estavam sob o domínio
Romano.  O  Império  Romano  foi  o  maior  e  ultimo  império  que  a  Antiguidade  conheceu  abarcando
todo o centro sul europeu e Oriente Médio. Seu poderio e expansão foram incalculáveis. Nenhum
outro  império  ali  conseguiu  subsistir  ao  poderio  romano  que  só  terminou  em  fins  da  Antiguidade.
Assim, podemos compreender que quando Cristo veio ao mundo, quase quinhentos anos antes da
quedda  de  Roma,  a  Judéia  estava  sob  domínio  romano  e  existiam  muitos  judeus  ali  em  sua  terra
natal, mas muitos outros espalhados em outros lugares do Imperio Romano.

            Sabemos que a cultura hebraica na época da vinda de Jesus estava estabelecida nas “Leis do
Velho  Testamento”.  E  na  Judéia  era  uma  cultura  arraigada  e,  assim,  quando  o  Senhor  Jesus  Cristo
iniciou sua pregação em qual ponto ele acabou encontrando os primeiros obstáculos? Nessa cultura
e nos costumes advindo da lei mosaica (leis do Velho Testamento) , ou seja, na casta religiosa que se
amparava no moralismo advindo dela para legitimar poder e status.

                        Assim,  percebemos  que  a  cultura  e  os  costumes  são  verdadeiros  embaraços  para  se
concretizar muitas vezes projetos de Deus na Terra. E as escrituras nos citam vários exemplos disso:
desde  os  tempos  de  Moisés,  Deus  teve  que  esperar  40  anos,  ou  seja,  a  mudança  de  toda  uma
geração para colocar em prática seu propósito pelo fato de que o povo hebreu não conseguia deixar
de se apegar na cultura egípcia a qual foram profundamente influenciados. Na época da dispersão
em Nabucodonosor, a ordem de Deus para o povo era que eles se entregassem ao imperador, com
promessas de bênçãos e prosperidade aos que obedecessem. A cultura deles impediu que muitos o
fizessem.

            Outro exemplo, esta na religião judaica, na época de Jesus, baseadas nos preceitos da lei, que
dificultou  assim  aos  judeus  que  ainda  habitavam  na  Judéia  a  se  converterem  a  ela.  Tanto  que  ali
mesmo ela morre ‐ ou seja, o cristianismo seca literalmente em meio aos judeus não dispersos. Mas
dará  fruto  em  meio  aos  judeus  da  dispersão,  que  longe  de  sua  terra  natal,  por  isso,  aculturados,
conseguiram  com  a  convivência  com  outros  povos  a  possibilidade  de  uma  nova  consciência  e  a
disposição para compreender a lei sob novo ponto de vista.

Porque sabemos que as ideias cristãs foram todas construídas a partir de um misto entre a
cultura  judaica  e  a  gentílica.  Termos  como  igreja,  Eclésia,  Sol  da  Justiça,  Logos,  dentre  outros
partiram de noções gentílicas de mundo. E como não poderia se a maioria dos novos cristãos passou
a ser os gentios? O Novo Testamento foi todo redigido em grego.

Assim,  esses  “judeus  da  dispersão”,  que  passaram  a  vivenciar  a  cultura  gentílica,  foram  a
“ponte” entre uma nova concepção da lei, que é a graça e os povos gentílicos, alvo de promessas de
salvação  de  Deus  desde  muitos  anos  atrás.  Porque  eles  conheciam  a  lei  e  também  tinham  uma
relação direta com pessoas que para um judeu da Judéia eram estranhas. Um exemplo desses judeus
é  Paulo  de  Tarso.  Paulo  era  judeu,  mas  nascido  em  Tarso,  uma  província  cosmopolita  situada  na
Grécia.  Um  judeu  da  Judéia,  por  exemplo,  que  teve  dificuldade  de  compreender  a  salvação  dos
gentios, além de dificuldade de se desprender do ritual de circuncisão foi Pedro. 
Não  existia  um  propósito  de  Deus  nisso?  Muito  anterior,  dispersar  o  povo  judeu  para  que  num
processo de aculturação houvesse uma nova mentalidade que fertilizasse o terreno para pregações
cristãs?

Assim  percebemos  o  cuidado  que  devemos  ter  ao  supervalorizarmos  a  cultura  e  costumes
nossos  e  misturarmos  esses  valores  a  projetos  de  Deus.  Porque  Deus  é  Deus,  não  é  humano,  não
pensa  como  nós.  Seus  pensamentos  são  muito  maiores.  E  para  alcançarmos  seu  propósito  temos
que estar em comunhão e com um coração aberto a Ele. Tanto que as primeiras pregações de Jesus
no  chamado  “Sermão  da  Montanha”  foi  um  embate  entre  a  lei  e  a  nova  interpretação  de  cunho
espiritual e significativo acerca da lei. Jesus centralizava a lei numa nova forma de ver a lei que era lei
do amor e dizia que nessa lei do amor se resumia toda LEI E OS PROFETAS.

“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei‐lho também a vós, porque
esta é a lei e os profetas.” (Mateus 6:12)

Quando  Jesus  começa  a    pregar  o  Sermão  da  Montanha  ela  vai  atingir  as  raízes  da  cultura
religiosa judaica da época. O Sermão da Montanha é literalmente uma critica a essa vida religiosa 
que definia conceitos e valores deturpados da lei, atingindo a sociedade como um todo. Os valores
que essa religiosidade produziam eram legitimado por classe de autoridades, dentre eles, fariseus,
escribas, saduceus.
Esses religiosos não tinham como se despir da lei, porque estavam presos a ela. Construiram
toda  uma  vida  unidos  a  conceitos  e  parâmetros  construídos  historicamente  que  os  legitimavam
como  autoridades.  Esses  valores  que  em  grande  parte  oprimiam  o  povo,  eram  o  que  lhes  davam
gloria, e riquezas, e honra e uma aparente santidade perante os homens, mas não perante Deus. Dai
a rivalidade entre eles e as ideias significativas de Jesus que lhes eram como que uma ameaça a seus
interesses.  Apesar  de  lhes  favorecerem,  seus  preceitos  em  grande  parte  eram  impossíveis  de  se
colocar em prática, tanto a eles como ao povo que lhes ouviam.

Assim, quando Jesus começou a pregar o Sermão da Montanha ele iniciou sua pronunciação
dirigindo‐se aos díscipulos, mas indiretamente para as classes religiosas da época, chamando‐os de
hipócritas,  como  testemunho  ao  povo  no  geral,  definindo  que  eles  pregavam  o  que  não  viviam,  e
esclarecendo  como  verdadeiramente  eles  viviam,  definindo  conceitos  errados  de  Deus  que  eram
legitimados falsamente em nome de Deus, relacionando isso a interesses próprios. Jesus condenou
assim  tudo  o  que  eles  faziam  em  oculto  trazendo  a  luz  aquilo  que  ele  chamou  de  “fermento  dos
fariseus”, que contamina a massa. E definiu, assim, quais eram os verdadeiros valores de Deus. Ou
seja, Jesus usou a linguagem deles, a realidade por eles vividas e suas contradições para levá‐los a
compreender o que Deus realmente queria para a vida do homem no geral.

Assim, resumidamente, o “Sermão da Montanha” é um explicitação da vida dos religiosos da
época e tudo o que eles faziam de errado, tomando como raiz o moralismo religioso da época, sob
uma  ótica  equivocada  da  lei  que  oprimia,  excluia,  matava  e  condenava  aos  que  não  seguiam
conforme  seus  parãmetros.  Condições  essas  de  natureza  fisica,  psíquica  e  espiritual.  O  Senhor
despreza  as  doutrinas  dos  religiosos  e  se  une  aos  desprezados,  pobres,  oprimidos,  viúvas,
publicanos,  leprosos,  doentes,  humilhados,  encarcerados,  mulheres,  homoafetivos,  dentre  outros,
sedentos de uma palavra viva ou seja, significativa. Jesus mostrava que a lei que transforma não é a
lei pela lei, mas a lei do coração, dando um sentido significativo e espiritual da lei. Esse sentido novo
que Jesus deu centralizou no amor construindo a ideia de que para o amor não existe lei: “Amar a
Deus  sobre  todas  as  coisas  e  ao  teu  proximo  como  a  ti  mesmo”  é  o  maior  de  todos  os
mandamentos".

 Nas escrituras de Mateus são três capitulos (5 a 7) aos quais os Senhor descreve tudo isso
definindo  novas  condutas  a  partir  de  uma  nova  interpretação  da  lei  de  cunho  espiritual  e
significativo. O Sermão da Montanha, diga‐se de passagem é o resumo de tudo que nós devemos
ser  e  viver.  Se  colocarmos  em  praticas  os  mandamentos,  em  Cristo  Jesus,  descritos  ali,  não
precisamos literalmente de mais nada. Se dissermos que estamos em Cristo Jesus e a nossa justiça
for como a dos fariseus, somos mentirosos. 

“Porém  vos  digo,  que  se  a  vossa  justiça  não  exceder  a  dos  escribas  e  fariseus,  de  modo
nenhum entrareis no reino dos céus.” (Mateus 5:20)

E  o  Senhor  Jesus  vai  desprezar  a  lei?  De  maneira  alguma,  porque  Ele  é  a  própria  lei
encarnada, a lei vivida e expressiva no verdadeiro amor, não no sentido literal da lei. Porque a lei em
si, na letra, não prestava pra nada, mas a lei espiritual sim. Nessa lei, que é o Senhor Jesus, é que
achamos salvação. Uma lei que não julga, não condena, não faz acepção de pessoas, que salva, que
transforma, que convence e não se confunde.

Assim,  em  nenhum  dos  evangelhos  percebemos  o  Senhor  condenando  praticas


homossexuais.  Percebemos  condenações  a  adultério,  prostituição,  avareza,  mentiras,
hipocrisias,  perversidade,  do  homem  querendo  tomar  lugar  de  Deus  e  mentindo  a  cerca
de  Deus  (lembremos  do  verdadeiro  significado  de  Sodomia).  Mas  condenação  afetiva  alguma  o
Senhor fez. Não há nos evangelhos de Cristo nenhuma experiência em que Ele tenha transformado
um homossexual em hetero. Se a homoafetividade fosse pecado, e tão grave assim como as pessoas
pregam  não  estaria  nos  evangelhos  como  exemplo?  E  não  haviam  homossexuais  na  época?  Pois
havia  sim  e  muitos,  historicamente  isso  é  comprovado  o  quanto  era  comum  a  presença  de
homossexuais de todos os tipos. Mas a nenhum o Senhor condenou sendo que conhecia o coração
de todos ali, os que eram, os que não eram, os que fingiam que não eram, além de tudo o que eles
faziam no oculto.

Em  nenhuma  parte  das  escrituras  existe  nada  que  condene  a  pratica  homoafetiva.
Literalmente nada. Existem condenações para praticas inadequadas homossexuais, assim como para
praticas inadequadas de cunho heterossexuais, forçadas e usadas como instrumento de idolatria e
prostituição;  alias,  as  condenações  a  banalidade  heterossexual  estão  muito  mais  explicitadas  no
contexto geral da palavra, se formos colocar na balança. No sermão da montanha, inclusive, fala‐se
sobre  o  adulterio,  por  causa  da  condição  humilhante  que  as  mulheres  viviam  na  época  em
detrimento dos homens, mas pecado homossexual algum se fala.

Mas fala sim a respeito dos que julgam:

“Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu
de  juízo;  e  qualquer  que  disser  a  seu  irmão: Raca,  será  réu  do  sinédrio;  e  qualquer  que  lhe  disser:
Louco, será réu do fogo do inferno.” Mateus 5:22

Diga‐se  de  passagem,  o  significado  da  palavra  raca  (do  raka,  no  hebraico),  em  negrito,  é
desprezível, insensato, louco, que também pode ser considerada como lixo, fezes, algo imprestável.
Atributos que se usam sempre para designar homossexuais.

E a bem aventurança não são para os que perseguem, mas para os perseguidos:

Bem‐aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos
céus;

Bem‐aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o
mal contra vós por minha causa. (Mateus 5:10‐11)

Porque  sabemos  que  um  homossexual  assumido  na  grande  maioria  das  igrejas  são
perseguidos  e  excluídos  de  cargos,  de  ministério,  proibido  de  se  casar,  e  estimulado  muito  mais  a
deixar a congregação. E isso se toma como um aparato ao falso zelo a Deus e a  falsa santidade. Na
verdade  o  ser  humano  adora  uma  falsa  santidade.  Se  o  homoafetivo  quiser  permanecer  na
congregação, na maioria das instituições evangélicas, tem que abrir mão da sua natural condição, se
mantendo casto, para o ego dos hipócritas, que nunca abriram mão da sua.

            Se sua vida afetiva é perseguida como ele vai conseguir se manter no seio da igreja? Ninguém
consegue viver mentindo a vida inteira, a não ser que viva falsamente.
                        Mas  Deus  tem  aberto  portas  para  homoafetivos  que  querem  uma  vida  diante  de  Deus,
porque  Jesus  morreu  por  eles  também.  E,  como  Deus  é  justo,  a  causa  destes  chegará  diante  do
tribunal de Deus, por mais que não se queira, por mais que não se perceba. Este é um cuidado que
muitos  deveriam  ter  mas  não  tem  ao  definir  conceitos  biblicos  a  partir  de  valores  próprios
desprezando as necessidades e realidades alheias:

“ 11‐ Não terá firmeza na terra o homem de má língua; o mal perseguirá o homem violento
até que seja desterrado.

“12 ‐ Sei que o SENHOR sustentará a causa do oprimido, e o direito do necessitado.  (Salmos
140:11‐12)

E, nos textos do “Sermão da Montanha”, ainda, esta descrito o juízo aos que se têm proposto
a perseguir e a definir causas próprias em nome da falsa moral:

23‐  Portanto,  se  trouxeres  a  tua  oferta  ao  altar,  e  aí  te  lembrares  de  que  teu  irmão  tem
alguma coisa contra ti,
24‐ Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar‐te primeiro com teu irmão e, depois,
vem e apresenta a tua oferta.
25‐ Concilia‐te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que
não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na
prisão.
26‐ Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
(Mateus 5:23‐26)

Geralmente as pessoas desprezam os versículos do “Sermão da Montanha” quando os aliam
a  questões  de  cunho  pratico,  mas  não  compreendem  que  o  sentido  é  bem  mais  profundo  e  mais
amplo. Porque esqucem que os oprimidos oram a Deus, que buscam justiça pela mão de Deus, que
jamais se esquecera deles ou passara batido como fazem os omissos. Nos versiculos de Mateus 5:23‐
26 esta o tropeço daqueles que se consideram santos nas costas dos outros. Porque ele não fala do
perdão de um pecado apenas, fala de uma condição bem mais ampla, fala para os fariseus e uma
oportunidade para mudança de comportamento. 

Já  reparou  que  o  Senhor  sempre  se  volta  para  os  oprimidos?  Sempre  deixa  a  causa  dos
opressores e advoga a causa dos que são humilhados? Como poderia Deus se aliar aos hipócritas e
presunçosos?  Essa  postura  farisaica  é  assassina,  ela  mata.  Não  com  arma  em  punho,  mas
indiretamente. Não atinge a todos logicamente, parecendo não existir, por isso passa desapercebida
aos olhos de muitos, mas não aos olhos de Deus.

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